terça-feira, 21 de janeiro de 2014

“Papa imigrante” visita a paróquia dos imigrantes em Roma

“Papa imigrante” visita a paróquia dos imigrantes em Roma

Esta foi a quarta visita do Papa Francisco a uma paróquia romana, após ter passado pelas paróquias Elizabete e Zacarias (26 de maio), Santo Cirilo de Alexandria (1º de dezembro), e Santo Alfonso Maria Liguori (6 de janeiro)

                                 John L. Allen Jr.                                                                                                                                                                         
 
                                                 
Por John L. Allen Jr., no National Catholic Reporter

O Papa Francisco, que já é caracterizado como o “papa imigrante” devido tanto a sua chegada em Roma vindo dos “confins da terra” – como afirmado por ele na noite de sua eleição – quanto por causa de sua forte defesa em favor dos imigrantes e refugiados, deu outro claro exemplo de solidariedade ao visitar, neste domingo (19-01-2014), uma paróquia de Roma conhecida pela sua dedicação aos imigrantes e aos pobres.

Não por acaso, a visita aconteceu no dia reservado pela Igreja Católica como o Dia Mundial dos Imigrantes e Refugiados. Francisco publicou uma mensagem para a ocasião no mês de agosto, onde insistia que os migrantes e refugiados “não são peões no tabuleiro da humanidade”.

A visita de hoje do pontífice à paróquia Sacro Cuore di Gesù a Castro Pretorio pretendeu, obviamente, enfatizar esta questão.

À tarde, durante sua estadia na paróquia, que fica perto da principal estação romana de metrô – a Estação Termini –, o papa se encontrou com cerca de 60 desabrigados, todos moradores das redondezas, e com uma delegação de 100 jovens imigrantes junto de voluntários paroquianos que trabalham com eles.

A visita reforça as frequentes menções feitas ao longo dos últimos 10 meses pelo Papa Francisco sobre os imigrantes como primeiras vítimas de uma “cultura do desperdício”, bem como reforça sua visita feita à Lampedusa, em 08-08-2014, uma ilha no sul do mar Mediterrâneo que serve como importante ponto de chegada para imigrantes e refugiados da África e do Oriente Médio que vêm para a Europa.

Na ocasião, Francisco condenou uma “globalização da indiferença” para com os imigrantes e jogou uma coroa de flores no mar para lembrar o número estimado de 20 mil pessoas que morreram tentando fazer a travessia nas duas últimas décadas.

Durante o seu discurso do Ângelus deste domingo, o papa falou aos imigrantes que “vocês estão próximos do coração da Igreja”, e disse que muitas vezes se vê pensando nas dificuldades que eles são forçados a suportar.

O religioso citou o beato Giovanni Battista Scalabrini, um bispo italiano do século XIX, fundador de uma ordem religiosa especializada no cuidado de migrantes e refugiados, para condenar os “mercadores da carne humana” que traficam migrantes.

O papa também pediu aos países ricos para “acolherem” os imigrantes e para “preservar os seus valores”.

Durante a visita à paróquia, Francisco igualmente teve um momento junto das crianças aí batizadas no ano passado e com seus pais, com casais recém-casados e com famílias jovens. Ele também ouviu cinco confissões e celebrou uma missa.

A paróquia do Sacro Cuore di Gesù a Castro Pretorio foi construída pelo italiano São João Bosco a pedido do Papa Leão XIII e está confiada à sua ordem, os Salesianos de Dom Bosco. Há tempos que se tem um foco especial sobre os desabrigados e a população imigrante que tende a se reunir nos arredores da estação de trem Termini.

O padre salesiano Valerio Baresi disse que a paróquia oferece, todos os anos, aulas de língua italiana, treinamento profissional e outros serviços a cerca de 400 imigrantes e pessoas que buscam por asilo.

“Estamos situados num contexto de circunstâncias humanas fortemente degradantes relacionadas com tantas pessoa que, sejam por serem imigrantes ou por estarem desabrigadas, tentam ‘acampar’ nas dependências da estação”, disse Baresi à Rádio Vaticano.

“Não podemos fingir que não os vemos ou ignorá-los”, acrescentou.

Esta foi a quarta visita do Papa Francisco a uma paróquia romana, após ter passado pelas paróquias Elizabete e Zacarias (26 de maio), Santo Cirilo de Alexandria (1º de dezembro), e Santo Alfonso Maria Liguori (6 de janeiro). Na última visita, o papa testemunhou um “presépio vivo” organizado todos os anos por paroquianos.

O interesse do papa em servir aos pobres também se refletiu em seu encontro de 40 minutos ocorrido na noite anterior com o padre italiano de 101 anos de idade Arturo Paoli, membro da ordem religiosa Pequenos Irmãos de Jesus, inspirada no beato Charles de Foucauld.

Padre Paoli foi atuante na resistência italiana contra o fascismo nos anos de 1940, passando grande parte das décadas de 1960 e 1970 na América Latina, onde se tornou um dos precursores da Teologia da Libertação.

Uma breve nota da Rádio Vaticano informou que Pe. Paoli expressou um forte desejo de ver o Papa Francisco, a quem conheceu como provincial jesuíta na Argentina na década de 1970, e que o papa recebeu-o para uma reunião, longa e privada, na Casa Santa Marta, a residência vaticana onde Francisco mora.


(Tradução de Isaque Gomes Correa, veiculada na IHU On Line)

domingo, 19 de janeiro de 2014

Estuque e tecto duma casa Zamith, homenagem ao Padre Cónego António Neiva,Casa em ruínas, na Abelheira, da Viscondessa de Carreço ao cuidado do Cónego José Fernandes Pires, Bairro dos portugueses na Tailândia, Capela de S. Pedro ou do Espírito Santo em Viana, Templo de Santa luzia em construção, comboio e peregrino de Santiago.









É correto batizar um filho de pais casados só pelo civil?

É correto batizar um filho de pais casados só pelo civil?

O sacramento do Batismo foi negado a muitas crianças nesta situação. Conheça o que a Igreja pensa sobre isso

Julio De la Vega Hazas                                                                                                                                                                             
 
radiovaticana
No último dia 12 de janeiro, o Papa Francisco batizou, entre outras crianças, o filho de um casal que tinha se casado apenas no civil. Diante das numerosas perguntas que nos chegaram, apresentamos aqui uma segunda resposta, esclarecendo também se existe diferença entre um padrinho de Batismo e um de Confirmação.

Precisamente quando recebi esta pergunta, o Papa acabava de batizar essa criança. Daí que, evidentemente, a resposta é sim. No entanto, alguns esclarecimentos podem ser de grande utilidade.

Já aconteceu algumas vezes – hoje em dia, felizmente, com menos frequência – que um pároco tenha negado o sacramento do Batismo quando os pais tinham contraído o casamento civil, mas não o canônico. A razão alegada é que, ao viver em desacordo com a fé, os pais não estariam capacitados para transmitir a fé ao filho. Mas neste argumento há dois erros.

O primeiro é que viver em desacordo com a fé não significa não ter fé. Basta observar a vida para constatar isso. Mas também há uma razão teológica, neste sentido: o pecado mortal retira a graça e a caridade, mas não a fé, salvo que o pecado seja diretamente contra a fé – ou seja, que de uma forma ou outra se rejeite explicitamente a fé.

O segundo erro é que, estritamente falando, não é imprescindível que os pais tenham fé para batizar seu filho licitamente. Os requisitos estão no cânon 868 do Código de Direito Canônico: o consentimento dos pais, pelo menos de um dos dois, ou de quem legitimamente os representa, e que haja esperança fundamentada de que a criança vai ser educada na religião católica.

O mais sensato, levando em consideração o segundo requisito, é que o pároco garanta que se cumpra e vele especialmente por que se deem as suficientes garantias, dentro do possível. A principal delas é a escolha de padrinhos idôneos.

O Código também indica os requisitos para assumir o compromisso dos padrinhos. São vários, mas o mais interessante aqui é que eles tenham uma vida congruente com a fé e com a missão que vão assumir (cânon 874, § 1, 3),

Pode parecer surpreendente que se exija dos padrinhos mais do que se exige dos pais. Mas compreendemos melhor isso ao perceber que não podemos escolher os pais da criança, mas sim os padrinhos, o que mostra a conveniência desta disposição. Porque a prioridade é a formação da criança na fé.

O Batismo, a recepção da primeira graça que torna a criança filha de Deus, é o melhor presente que ela pode receber; mas ela não pode ser batizada se não houver expectativas razoáveis de que receberá a necessária educação na fé. O próprio Código diz isso: "se tal esperança faltar totalmente, difira-se o Batismo, segundo as prescrições do direito particular, avisando-se os pais do motivo" (cânon 868,§ 1, 2).

Esta formação na fé é tão importante? Sim. O Batismo de um adulto requer fé e contrição pelos seus pecados. Como um bebê não tem uso de razão, esta contrição não pode lhe ser exigida. Então, resta a fé, que também não pode ser exigida da criança, mas sim daqueles que a levam ao Batismo, porque se comprometem a colocar os meios necessários para que a semente da fé possa germinar quando ela tiver uso de razão. Sem isso, a graça de Deus seria desperdiçada.

Os padrinhos devem ser pessoas idôneas para formar na fé, tanto pelos seus conhecimentos quanto pela sua vida. Esta é a exigência da lei da Igreja – e a lógica.

Ainda que às vezes o papel dos padrinhos e a responsabilidade que eles assumem não sejam bem compreendidos, a verdade é que a sua missão se torna muito séria, de modo particular quando os pais não estão nas melhores condições para dar esta formação.

Com relação aos padrinhos da Crisma/Confirmação, deles são exigidos os mesmos requisitos que os do Batismo. Evidentemente, sua importância real dependerá muito da idade de quem recebe a Confirmação.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Passeio dos Vicentinos da paróquia * Capela do Espírito Santo de Viana * Peregrino de Santiago * Jardim de Infância * 3º Aniv da Unidade alemã na Escola de Korschembroich * Inauguração do Samaritano 1 * Ordenação de Diácono * Missa Nova *Biblioteca paroquial

 
Passeio dos Vicentinos da paróquia com o conselheiro a fazer de guia. Nesta imagem ouviam o Padre Alexandrino Cardoso falando do presépio do famoso autor

 
Capela do Espírito Santo- Ruínas

 
 Selos de peregrino de Santiago de um paroquiano

 

 
 
Inauguração do Jardim de Infância

 
O padre Coutinho intervindo a convite expresso da escola de Korschembroich
 para celebrar o 3º ano da Unidade Alemã.

 
Inauguração do Samaritano 1

 
Ordenação de Diácono

 
Beija-mão na missa nova - Monsenhor Mouta Reis

 
Comandante Martins a comandar a Biblioteca Paroquial
 
 

 

Novena do Menino Jesus e outros costumes ouvidos de José Felgeiras falecido há 10 anos, octogenário


Novena do Menino Jesus

 

1º Desse ventre sacro santo

Sai fora meu belo infante

Vinde morar em meu peito

Que eu já vos espero amante

 

2º Sai meu rico menino

Desse ventre virginal

Olhai que toda a demora

Nos é prejudicial

(Não se lembra da ordem)

Vinde já que eu vos espero

Com ternura e devoção

Se ainda não tendes casa

Morai em meu coração

 

Quem me dera já senhor

Ver-vos no mundo nascido

Pois que só dessa maneira

Ficará ele remido

 

Sei pois Deus amoroso

Do sacrário de Maria

Vinde encher os corações

De prazer e alegria

 

Eu bem sei rico senhor

Não ser capaz de morada

Que por Vossa santa vinda

Ficará santificada

 

Eia pois divino amor

Moras são de vir saindo

Eu então serei ditosa

Se vos ficar possuindo

 

(Faltam 2 quadras que não se lembra e canções da infância já não sabe nenhuma)

 

Desse ventre sacro santo

Sai pois belo infante

Vinde morar em meu peito

Que eu já vos espero amante

 

Vinde amor da minha alma

Vinde ao mundo resgatar

Pela vossa santa vinda

Está o mundo a suspirar

 

Vinde pois Deus amoroso

Moras são de vir saindo

Eu então serei ditoso

Se vos ficar possuindo

 

Vinde pois não Vos negueis

Menino a quem Vos chamo

Que fazer altos mereceres

É próprio de quem bem ama

 

Vinde pois não Vos negueis

Menino a quem Vos chamo

Que por Vossa santa vinda

Ficará santificado

 

Sr. José Felgueiros

Nasceu em 1921

No meu tempo de criança a Abelheira possuía meia dúzia de casas e todos eram conhecidos ou familiares. Razão pela qual quando morria alguém toda a gente se vestia de preto e as mulheres trocavam o lenço habitual por um preto.

 

      Sr. Da Cruz das Barras

 

Existia um cruzeiro com a imagem de um santo que segurava um cálice onde saía o sangue da chaga de lado de Jesus. Anos mais tarde alguém mandou construir lá uma capelinha onde o mar atingia, a que se deu o nome do bairro onde foi construída. Dentro tinha apenas 2 imagens (Sr. do Alivio) e mais tarde o nome da capelinha foi trocado.

 

      Festividades

1 – Novena do Menino Jesus

 

Principiava a 16/12 e acabava a 25/12. No dia 25 era a festa da catequese e distribuía-se pelas crianças uma ceira de figos. Era organizada a rifa do Feijão Preto em que a criança que ficasse com um recebia um lencinho branco. Depois fazia-se um leilão de prendas e às 24 h era lançado o fogo. Movia uma orquestra a cantar mas sempre com uma garrafa de cachaça (aguardente) à beira…

            A novena começava às 6h da manhã e às 5h 30 o sino tocava. As mulheres e os homens alternavam vozes e entoavam cânticos com versos. Era constituído por 9 versos diferentes. No fim a festa acabava com a ladainha a Nª Sra.

 

Outros:

De varão nasceu a vara

De vara nasceu a flor

Da flor nasceu Maria

E de Maria o Redentor

 

(Novena do Menino na Misericórdia)

 

Ó meu querido menino

Em que palha estais deitado

Sendo Vós o Criador

Que mundo tenhais criado

2 – Quaresma

 
            Todos os anos processionalmente pela altura da Quaresma saia da capela de Nª Sra. das Necessidades o Santíssimo, o “Senhor aos enfermos” indo visitar os enfermos da Abelheira. O compasso Pascal saía da freguesia de Santa Maria Maior (igreja Matriz). Quem orientava o compasso da cruz era um mordomo que todos os anos era nomeado na festa de Nª Sra. das Necessidades. O mordomo tinha também o encargo de acompanhar funerais desde a casa até ao cemitério municipal.


3 – Festa de Nª Sra. das Necessidades
 

            Principiava no 1º domingo do mês de Setembro e ia ao dia 8. Tinha a respectiva mordomia da festa, 4 mordomos, cada uma usava cestos de flores enfeitados e fazia-se um arco de flores à entrada do caminho que vai para o cruzeiro para enfeitar e abrilhantar a festa.

            Movia um cortejo de oferendas que saía das casas ricas em direcção à capelinha. No adro, existem pedras lavradas (tempo antigo dos romanos) da antiga igreja de Monserrate.

            Segundo outras testemunhas algumas pedras tumulares vieram do adro da Capela das Almas.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A Cristo na cruz








Padre Baltasar Estaço (Portugal 1570 - 16--?)

A Cristo na cruz

O bem que a tantos bens me convidava,
O qual desmereci, vós merecestes
Que a vida que por meu amor perdestes,
A vida me alcançou que eu desejava.

O mal que a tantos males me obrigava,
O qual não satisfiz, satisfizestes,
Que a morte que por meu amor sofrestes,
Da morte me livrou, que eu receava.

A vós Deus amoroso, a vós só amo,
De vós pratico, só, de vós escrevo,
Por vós a vida dou, e a morte quero,

Em vós fogo de amor, em vós me inflamo,
Pois que pago por vós o mal que devo,
E mereço por vós, o bem que espero.

A Magdalena de Diogo Bernardes (Portugal 1520 - 1605)






Diogo Bernardes (Portugal 1520 - 1605)

A Magdalena

De Noucte a Magdalena vai segura,
Passa per homens d’armas sem temor,
Tam enlevada vai no seu amor,
Que lhe não lembra a quãto s’aventura.

Indo buscar a vida á sepultura
Quando não achou nella o Redentor,
Com suspiros, com lagrimas, com dor
Movia a piedade a pedra dura.

Suave Esposo meu, ah meu só bem
(Co’s olhos no sepulchro começou)
 Levarão-vos daqui? aqui vos tinha?

Quem vos levou Senhor, onde vos tem?
Torne-me, meu Senhor, quë mo levou,
Ou leve com seu corpo est’alma minha.

A Cruz de Cristo

Ao Universo veio a Luz
com o benefício do perdão
que Se deixou pregar na cruz
para ganhar meu coração

A completa salvação pregou
no dom da fé baseada 
sem exigir Ele amou,
a vida foi abençoada

Morrer era Seu destino
por ser o cordeiro pascal,
na terra só peregrino,
veio para derrotar o mal

O maligno derrotando
do pecado nos livrava
porque Deus, nos amando,
o próprio Filho enviava

E de tal forma o mundo amou
que o Filho unigênito
para a Terra Ele mandou
O tornando primogênito

Certo, a cruz O esperava
porque todos nós pecamos,
morreu porque nos amava
e nos perdoou, pois erramos

Só Ele podia morrer
na cruz, no nosso lugar,
porque nem eu e nem você
éramos puros, sem pecar

Para existir a redenção
Jesus precisava morrer
só Ele tinh'a unção
para na cruz padecer

Mas ao na cruz ser pregado
com Ele eu lá estava
(e todos por Ele amados,
cujos pecados pagava)

Ao na cruz Jesus morrer
o pecado também morria
não só por mim ou por você
por todos padecia

Pois por nós se fez pecado,
o puro pelos impuros,
o Justo pelo errado
a verdade pelo perjuro

Esse amor sem igual
só de Deus podia vir
já que grande era o mal
que não devia persistir

Na morte do Senhor Jesus
o maligno foi destruído
derrotado lá na cruz
para sempre foi banido

Mas morrer foi o começo
da nobre missão do Senhor
porque ao terceiro dia
na glória ressucitou

Aquele mesmo Cordeiro
que no madeiro morreu,
sendo o Deus verdadeiro,
com glória a morte venceu 

Na páscoa comemoramos
a vitória do Senhor
todos com fé cantamos:
Cristo já ressucitou!

Gilbamar de Oliveira Bezerra

Fonte: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=126431#ixzz2qfYzRX8l