quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Sede misericordiosos


Sede misericordiosos
    Padre Renato Oliveira

 
            No passado sábado, durante a abertura do novo Ano Pastoral, que decorreu no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, D. Anacleto Oliveira, Bispo Diocesano, apresentou a Carta Pastoral que inspirará a nossa diocese ao longo deste ano 2015/16.

            Recordamos que no ano anterior – em que celebrámos os 500 anos do nascimento do Beato Bartolomeu dos Mártires – a diocese deu início a um triénio pastoral dedicado à realidade da família, enquanto “comunidade de vida e de amor”. Assim, e depois de no ano passado termos reflectido sobre a fase da vida humana que vai desde a gestação até ao final do crescimento, este ano – aproveitando a celebração dos 425 anos do falecimento do “Arcebispo Santo” – deter-nos-emos sobre os mais «frágeis» da família. Este tema, como explicou o Bispo Diocesano na Abertura do Ano Pastoral, articula-se perfeitamente com o Ano Santo da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco e que terá início no próximo dia 8 de Dezembro.

            Assim, e procurando conjugar a temática da nossa diocese com o Jubileu da Misericórdia, D. Anacleto escolheu como lema para a sua Carta Pastoral a expressão de Lc 6,36, Sede Misericordiosos.

            A Carta estrutura-se, basicamente, em quatro partes. Em cada uma, D. Anacleto procura apresentar alguns tópicos para melhor entendermos o conceito de misericórdia, tal como o Papa Francisco o apresenta na Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, O Rosto da Misericórdia.

            Assim, na primeira parte, o Bispo Diocesano apresenta a misericórdia como «a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade». A este respeito, explica que a misericórdia permite-nos tomar parte, de modo muito especial, na comunhão que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Na verdade, já em Ex 3,1-15, Deus se revela como aquele que «vê, escuta, conhece e desce para junto dos seus!» (Sede Misericordiosos, nº 7). Todavia, é em Jesus que podemos encontrar, de modo privilegiado, o rosto da misericórdia de Deus. Efectivamente, Jesus transmite ao vivo o amor do Pai celeste que é bom até para os ingratos e os maus (Lc 6,35) e não quer a morte do pecador, mas antes que se converta e viva (Ez 33,11), explica D. Anacleto no número dez da Carta Pastoral.

            Por conseguinte, «perante tanta misericórdia, resta-nos a gratidão ao Senhor, sabendo que, quanto mais o bendizemos, mais Ele penetra nas nossas vidas e nos deixamos fortalecer e modelar pela sua misericórdia» (nº 11).

            Na segunda parte, D. Anacleto ajuda-nos a compreender a misericórdia como «o acto supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro». Neste sentido, começa por sugerir que cada um coloque diante de si um crucifixo e o contemple: «fixemos o olhar nas suas mãos estendidas na cruz para a todos acolher e abraçar, bons e maus. Fixemo-lo no seu coração, do qual brotou sangue e água, que nos saciam com a força vivificante do seu Espírito» (nº 14).

            De seguida, e partindo do episódio da cura do paralítico (Mc 2,1-12), D. Anacleto refere que Jesus, com os seus sinais prodigiosos, não se preocupa apenas com a cura corporal, mas também com a cura espiritual, as quais estão intimamente ligadas. Por isso, nesse episódio, diz ao doente: Filho, os teus pecados estão perdoados (Mc 2,5). Assim, deixou-nos «os sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos, para nos libertarem, respectivamente dos males do pecado, (…) e dos males da doença» (nº 18). Estes dois sacramentos, chamados habitualmente de “cura”, podem também ser chamados da “misericórdia”, – defende D. Anacleto – tendo em conta a sua origem e o caminho percorrido até à cura.

            No que se refere ao sacramento da Penitência, D. Anacleto aborda-o a partir dos diferentes nomes com que este é chamado, os quais apontam para diferentes aspectos do mesmo sacramento: “Sacramento da Conversão”, “Penitência”, “Confissão”, “Perdão” e “Reconciliação”. Ainda neste capítulo, D. Anacleto defende que o sacramento da Unção dos Enfermos, longe de ser um remédio milagroso ou um sacramento para moribundos, é uma celebração da fé, uma celebração da Igreja que, por princípio, se deveria realizar na comunidade cristã (Cf. nº 27).

 
            Na terceira parte, o Bispo Diocesano detém-se sobre a misericórdia, enquanto «lei fundamental que mora no coração do homem». A este respeito, explica que, aplicada à Igreja, a misericórdia é “obrigatória” (nº 30). Sem a misericórdia – acrescenta – a Igreja é “impensável”. De seguida, explica que a misericórdia nos deve levar a perdoar, a corrigir, a honrar os idosos e a aproximar-nos dos doentes.

            Finalmente, no último capítulo, a misericórdia é-nos apresentada como «o caminho que nos abre à esperança de sermos amados para sempre». Diz-nos a este propósito: «O que esperamos é a etapa definitiva desta união (entre Deus e o ser humano), aquela em que gozaremos da felicidade prometida por Jesus: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia (Mt 5,7); ou, por outras palavras, a etapa em que herdaremos a vida eterna acessível a quem, amando a Deus e ao próximo, põe em prática a compaixão do bom samaritano (Lc 10,25)» (nº 44).

            D. Anacleto, seguindo o conselho do Santo Padre, termina a sua Carta Pastoral, dirigindo a Maria, «Mãe de Misericórdia», a oração da Salve-Rainha, pedindo-lhe que nos proteja “neste vale de lágrimas” (Cf. nº 50).



terça-feira, 29 de setembro de 2015

Arcanjos são Miguel, são Gabriel, e são Rafael

 
Arcanjos são Miguel, são Gabriel
 
e são Rafael
 
Bendizei ao Senhor , mensageiros de Deus, 
heróis poderosos que cumpris suas ordens, 
sempre atentos à sua palavra. (Sl 102, 20)
 
“Entre «os puros espíritos que também são denominados Anjos» (Credo do Povo de Deus), sobressaem três, que têm sido especialmente honrados, através do séculos e a Liturgia une na mesma celebração. Além das funções próprias de todos os Anjos, eles aparecem-nos, na Escritura Sagrada, incumbidos de missão especial.
S. Miguel smile emoticon «Quem como Deus»?) é o príncipe dos Anjos, identificado, por vezes, como o Anjo do turíbulo de ouro de que fala o Apocalipse. É o Anjo dos supremos combates. É o melhor guia do cristão, na hora da viagem para a eternidade. É o protector da Igreja de Deus (Apoc. 12-19).
S. Gabriel smile emoticon «Deus é a minha força») é o mensageiro da Incarnação (Dan. 9, 21-22). É o enviado das grandes embaixadas divinas: anuncia a Zacarias o nascimento do Precursor e revela a Maria o mistério da divina Maternidade. Pio XII, em 12 de Janeiro de 1951, declarou este Arcanjo patrono das telecomunicações.
S. Rafael smile emoticon «Medicina de Deus») manifesta-se na Bíblia como diligente e eficaz protector duma família, que se debate para não sucumbir às provações. É conselheiro, companheiro de viagem, defensor e médico. Honrando os Anjos, cuja existência nos é abundantemente testemunhada pela Sagrada Escritura, nós exaltamos o poder de Deus, Criador do mundo visível e invisível.” 
Secretariado Nacional de Liturgia
O Saa Miguel – O S. Miguel
Celebra-se o dia do Arcanjo Miguel, Rafael e Gabriel, liturgicamente, no dia 29 de Setembro, terça-feira. Escrevendo à moda do povo, este é o mês de São Miguel (“Sã-miguel”), como o mês das colheitas e pelo S. Miguel supõe-se que estão feitas. É o caso de pagar aos senhorios as rendas, as rasas de milho, os canecos do vinho, acordados com o senhorio dos campos, das quintas, das propriedades e os direitos de continuar ou não com os trabalhadores acordados nos campos arrendados…
Era a ocasião de levar vinho, feijão, milho, etc… ao pároco da terra, nas aldeias.
E até à “lavagem dos cestos é sempre tempo de vindimas”, quer dizer que era sempre tempo de vindimar. No fim tudo se lavava para o próximo ano, em relação ao lagar, às dornas, aos cestos, às prensas, etc…Junto ao lagar não faltava a tigela de barro vidrado, ou de porcelana para ir saboreando o gosto, provando e cheirando, ver a qualidade e a cor do vinho…
Relativamente aos terrenos arrendados, os caseiros eram avisados um mês antes que o arrendatário ia precisar dele. 
Por palavra era o suficiente para, pelo S. Miguel, pagar e entregar a terra ao dono. “Palavra de rei não volta atrás”.
O dia de festa do Anjo S. Miguel era um bom dia para celebrar a festa das colheitas e dar assim uma ocasião para reflexão sobre a santificação através do trabalho no campo.
Há feiras e festas neste mês em aldeias, vilas e cidades conhecidas por “… de S. Miguel”.
Qual a ligação do Arcanjo S. Miguel às colheitas?
Já no mundo celta havia a devoção ao deus das colheitas e adoravam até a árvore, como aquela que ligava a Terra ao Céu.
No entanto, a árvore não dava fruto se não houvesse o Céu com o sol que iluminava e lhe dava à árvore a possibilidade de produzir; também a terra lhe dava a água que lhe servia de alimento para a sustentar com mais ou menos frutos e reproduzir-se, sempre na presença do ar que lhe fornecia o dióxido de carbono para realizar a função clorofilina, da qual vem o oxigénio para todos os seres vivos.
O Arcanjo S. Miguel entra aqui talvez pela situação ou época litúrgica dos cristãos em fins de Setembro, quando o “sol começa a baixar”, depois da intensidade forte no Verão quando, normalmente, as árvores dão os seus frutos ou sementes a produzirem e o homem começa a colher os frutos da natureza.
De facto a imagem de S. Miguel até tem a simbologia do sol, da espada do trabalho, para afastar o mal, como dragão e disco solar que irradia a luz para a natureza e que se chegou a pensar que era o Sol que andava à volta da terra.
A imagem apresentada aqui é do Arcanjo S. Miguel do Mont S. Michel, na Bretanha-França.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Engenheiro Celso Rodrigues homenageado


Engenheiro Celso Rodrigues homenageado

 
O Presidente da Câmara Municipal, José Maria Costa, inaugurou um arruamento na área empresarial de Alvarães, que recebeu o nome do Eng. Celso Rodrigues. Esta foi uma homenagem póstuma, mas muito justa promovida pela junta de freguesia de Alvarães e da iniciativa da Assembleia daquela freguesia dando um topónimo foi aprovado em assembleia de freguesia pelo trabalho desenvolvido em prol da comunidade local”.

Depois do descerramento de uma placa na nova rua (EN103), seguiu-se “uma sessão solene na sede da junta de freguesia e a apresentação do livro “Poetizar as Efemérides” de Cândida Passos que serviu para homenagear Celso Gastão de Andrade Areosa Rodrigues, engenheiro naquela freguesia.

Celso Rodrigues nasceu em Torre de Moncorvo, Trás-os-Montes em 1932, e embora tenha vivido grande parte da sua vida longe da terra natal, sempre se considerou um trasmontano de gema. Filho de uma professora, Teresa Areosa e de um proprietário agrícola, Carlos Rodrigues, tinha como ascendentes, do lado paterno gente ligada à terra e do lado materno gente ligada à religião.

Depois de uma infância marcada pelo falecimento dos seus 3 irmãos, ainda crianças, cursou Medicina, no Porto e em Coimbra, mas mau grado a sua vocação, nunca concluiu o curso e foi, já depois de casado, de ter leccionado Educação Física nos liceus do Porto e de ser pai que concluiu, em 1969, o curso de Engenharia Química no ISEP do Porto.

 
Em 1970, começo a trabalhar na Fábrica Jerónimo Pereira Campos, integrando-se perfeitamente nesta freguesia onde viveu com a esposa e filhos e adoptando como sua terra e suas gentes, tornando-se um alvarenense e um vianense dedicado. Ao longo de toda a sua vida foi muito empenhado na organização e participação de inúmeras atividades culturais, cívicas e desportivas, desde estudante em Moncorvo, Bragança, no Porto e em Coimbra. Com o 25 de Abril de 74, (um pouco à semelhança do que aconteceu por todo o país), e com o advento da liberdade política, em Alvarães e em Viana participou em muitas iniciativas de caracter político, cultural e desportivo. Pertenceu à Comissão Administrativa da freguesia antes das primeiras eleições autárquicas de 1976, encabeçada pelo saudoso senhor Igreja, participou na fundação da Associação Desportiva e Cultural de Alvarães e na organização das suas diversas atividades, desportivas (com a construção do campo de futebol e a formação de uma equipa de futebol para participar no campeonato distrital), culturais e edição de um jornal da associação. Participou em diversos espetáculos de teatro com jovens alvarenenses. No aspecto político, participou em representação do Partido Socialista, o seu partido de sempre e que ajudou a organizar-se em Viana do Castelo, nas Assembleias de Freguesia de Alvarães, nas Assembleias Municipais de Viana e enquanto vereador.

 
 
Casou em 1961 com Maria Ester Brandão Areosa Rodrigues que conheceu em Coimbra em 1959 pessoa do mesmo modo empenhada pelo bem de todos. Foi pai de 4 filhos: Miguel, Paulo, Nuno e Alexandre, todos casados e com filhos (10 netos). Se o nosso amigo Celso Rodrigues era uma pessoa afetuosa, atenta, disponível, interessada, presente em todos os momentos e atento aos outros, sobretudo, aos mais pobres e desprotegidos, também a sua esposa o é.

Assim educaram os seus filhos. Era um casal feliz….Faziam um bom par e ambos davam testemunho disso na disponibilidade, tolerância e a abertura às dificuldades de todos os que se aproximavam com dificuldades. Eu fui um deles, não só no tempo da Serra de Arga, mas também já aqui na Paróquia, para onde eles também acabaram por vir morar, quando me dirigi duas ou três vezes ao Engº Celso. A mesma coisa a sua esposa e minha colega no liceu, era um espelho do seu marido. Não lhes conheci inimizades e o Celso que já partiu, a quem me rendo em homenagem e a Ester que se encontra entre nós com os olhos nos filhos e nos netos, dando o melhor de si como mãe e avó continua a ser a mesma amiga dos pobres.

                                                                                                                                                                                                                                              P.C.



sábado, 26 de setembro de 2015

Dar Alma à Vida LXXI

Dar Alma à Vida LXXI
 
 
Dar Alma à Vida é dar à Vida as ferramentas da Felicidade.
Os instrumentos para a falta de felicidade estão à mão de semear.
 
 
 
O Mundo não se cansa de as oferecer e de lhes dar formosura para cativar o homem para um falso gozo, para o conduzir apenas a um prazer passageiro que pode destruir em vez de construir a Vida, em vez de Alma transmite-lhe tudo o que é fugaz e de morte.
 

Dar Alma à Vida é dar-lhe tempo de maturação, de reflexão, de salmodia, de meditação, de diálogo, de compromisso, de gozo duradouro, de paz, de justiça, de verdade, de alegria, de Amor e…
Dar Alma à Vida é fazer com que não falte a iniciativa da criatividade na procura de valores perenes que conduzam ao compromisso da Felicidade para o Corpo e para o Espírito, para que a Vida seja cantada e salmodiada no dia-a-dia, com Alma como quem quer dar um salto para o alto e não pode.
Dar Alma à Vida é ir com alegria para a Casa do Senhor. Esta casa é a Vida com Alma.



Dar Alma à Vida é Deus na vida de cada um e de todos, no templo da Comunidade, ou na casa de cada um, onde, está a Vida, a Criatura que Deus criou por amor e, por isso, templo também do Senhor.
Dar Alma à Vida é fazer a Vontade de Deus. Isso é uma Vida com Alma, é mais importante que ser mãe ou irmão, mas obra de Deus que Lhe é fiel
 
 
 
 

ONU: Papa alerta para «pobreza extrema» no mundo

ONU: Papa alerta para «pobreza extrema» no mundo

Agência Ecclesia
 
   
(Lusa)
(Lusa)

Francisco pede decisões «globais» para ajudar excluídos e necessitados

Nova Iorque, Estados Unidos, 25 set 2015 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje na ONU para a situação de “pobreza extrema” em que milhões de pessoas vivem em todo o mundo, pedindo que os mais desfavorecidos possam ser “atores dignos do seu próprio destino”.
“Não podemos permitir-nos o adiamento de «algumas agendas» para o futuro. O futuro exige-nos decisões críticas e globais face aos conflitos mundiais que aumentam o número dos excluídos e necessitados”, declarou, na sua primeira visita à sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, Estados Unidos da América.
Francisco desafiou os responsáveis políticos a olhar para “homens e mulheres concretos”, sublinando que o desenvolvimento humano e o exercício da dignidade humana “não podem ser impostos”, mas “construídos e realizados por cada um”. supõe e exige que é assegurado antes de mais nada respeitando e reforçando o direito primário das famílias a educar e o direito das Igrejas e de agregações sociais a apoiar e colabor
Nesse contexto, defendeu o direito à educação, “mesmo para as meninas, excluídas nalguns lugares”, como base para a realização da Agenda 2030 e para a recuperação do ambiente.
“Ao mesmo tempo, os governantes devem fazer o máximo possível por que todos possam dispor da base mínima material e espiritual para tornar efetiva a sua dignidade e para formar e manter uma família, que é a célula primária de qualquer desenvolvimento social”, prosseguiu.
O Papa apresentou a trilogia “casa, trabalho e terra” como um “mínimo absoluto” para assegurar a dignidade humana, a nível material.
A nível espiritual, por sua vez, pediu “liberdade do espírito, que inclui a liberdade religiosa, o direito à educação e os outros direitos civis”.
“Por todas estas razões, a medida e o indicador mais simples e adequado do cumprimento da nova Agenda para o desenvolvimento será o acesso efetivo, prático e imediato, para todos, aos bens materiais e espirituais indispensáveis: habitação própria, trabalho digno e devidamente remunerado, alimentação adequada e água potável; liberdade religiosa e, mais em geral, liberdade do espírito e educação” insistiu.
Francisco aludiu nesta parte do discurso ao direito à vida, e, em sentido ainda mais amplo, ao “direito à existência da própria natureza humana”.
“A casa comum de todos os homens deve continuar a erguer-se sobre uma reta compreensão da fraternidade universal e sobre o respeito pela sacralidade de cada vida humana, de cada homem e de cada mulher; dos pobres, dos idosos, das crianças, dos doentes, dos nascituros, dos desempregados, dos abandonados, daqueles que são vistos como descartáveis porque considerados meramente como números desta ou daquela estatística”, avisou.
OC

ONU: «Proibição total» de armas nucleares deve ser prioridade mu

ONU: «Proibição total» de armas nucleares deve ser prioridade mundial

Agência Ecclesia
 
   
(Lusa)
(Lusa)

Francisco lembrou situações de conflito no Médio Oriente e perseguição aos cristãos

Nova Iorque, Estados Unidos da América, 25 set 2015 (Ecclesia) – O Papa defendeu hoje na sede da ONU que o desarmamento nuclear deve ser uma prioridade da comunidade internacional, no compromisso de evitar o “flagelo” da guerra.
Na sua primeira visita à sede das Nações Unidas, Francisco contestou a tendência cada vez mais presente para “a proliferação das armas, especialmente as de destruição em massa, como o podem ser as armas nucleares”.
“Uma ética e um direito baseados sobre a ameaça da destruição recíproca – e, potencialmente, de toda a humanidade – são contraditórios e constituem um dolo em toda a construção das Nações Unidas, que se tornariam «Nações Unidas pelo medo e a desconfiança»”, advertiu.
Por consequência, o Papa disse que é preciso “trabalhar por um mundo sem armas nucleares”, aplicando plenamente, na letra e no espírito, o Tratado de Não-Proliferação para se chegar a uma “proibição total” destes instrumentos.
Francisco aludiu ao recente acordo sobre a questão nuclear, “numa região sensível da Ásia e do Médio Oriente” (Irão, ndr) como “uma prova das possibilidades da boa vontade política e do direito”, deixando votos de que este acordo seja “duradouro e eficaz”.
O Papa, que falou em espanhol, lamentou as intervenções políticas e militares “não coordenadas entre os membros da comunidade internacional”.
A este respeito, lembrou a “dolorosa situação” de todo o Médio Oriente, do Norte de África e de outros países africanos, “onde os cristãos, juntamente com outros grupos culturais ou étnicos e também com aquela parte dos membros da religião maioritária que não quer deixar-se envolver pelo ódio e a loucura” são perseguidos e vítimas da destruição.
“Estas realidades devem constituir um sério apelo a um exame de consciência por parte daqueles que têm a responsabilidade pela condução dos assuntos internacionais”, declarou.
Francisco acrescentou aos casos de perseguição religiosa ou cultural todas as situações de conflito – citando a Ucrânia, Síria, Iraque, Líbia, Sudão do Sul e a região dos Grandes Lagos.
“Nas guerras e conflitos, existem pessoas, nossos irmãos e irmãs, homens e mulheres, jovens e idosos, meninos e meninas que choram, sofrem e morrem”, advertiu.
A intervenção recordou ainda as vítimas do tráfico de droga, muitas vezes acompanhado pelo tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas, exploração infantil e outras formas de corrupção.
OC

América 2015: Papa alerta para pessoas sem direito de «cidadania» nas grandes cidades

América 2015: Papa alerta para pessoas sem direito de «cidadania» nas grandes cidades

Agência Ecclesia
 
   
D.R.
D.R.

Mais de 20 mil pessoas participam na Missa presidida por Francisco no Madison Square Garden

Nova Iorque, Estados Unidos da América, 25 set 2015 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje em Nova Iorque as pessoas excluídas e sem direito de “cidadania” nas grandes cidades, durante uma Missa que reuniu mais de 200 mil pessoas no Madison Square Garden.
“As grandes cidades escondem o rosto de muitos que parecem não ter cidadania ou ser cidadãos de segunda categoria”, alertou, na homilia da celebração.
Francisco recordou as vozes “silenciadas” dos muitos que “não têm «direito» à cidadania, não têm direito a fazer parte da cidade”, em particular os estrangeiros e os seus filhos, as pessoas privadas de assistência médica, os sem-abrigo, os idosos sozinhos – postos à margem num “anonimato ensurdecedor”.
Todas estas pessoas, acrescentou, “passam a fazer parte duma paisagem urbana que lentamente se torna natural”, deixando de provocar qualquer reação.
“Deus vive nas nossas cidades, a Igreja vive nas nossas cidades e quer ser fermento na massa, quer misturar-se com todos, acompanhando a todos, anunciando as maravilhas daquele que é Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz”, realçou.
Nesse sentido, o Papa destacou a necessidade de reconhecer no “outro”, de modo especial o mais necessitado, um “irmão”.
“Deus é nosso Pai. Ele caminha ao nosso lado, liberta-nos do anonimato, duma vida sem rostos, vazia, e introduz-nos na escola do encontro”, defendeu.
Numa Missa pela paz e a justiça, o Papa admitiu que viver numa grande cidade é” algo de bastante complexo”, um contexto multicultural com “grandes desafios” e que recorda também a riqueza da “variedade de culturas, tradições e histórias”.
Francisco dirigiu-se aos cristãos, pedindo que sejam capazes de testemunhar, nas metrópoles contemporâneas, a “esperança” que impede as pessoas se isolarem, de “ignorar a vida dos outros”.
“Uma esperança que nos chama a entrever, no meio do «smog», a presença de Deus que continua a caminhar na nossa cidade”, prosseguiu.
O Papa aludiu ao local da celebração da Missa, o Madison Square Garden, “lugar emblemático” de Nova Iorque, símbolo das cidades multiculturais.
“Hoje, com o profeta, podemos dizer: o povo que caminha, respira, vive no meio do «smog», viu uma grande luz, experimentou um ar de vida”, afirmou, numa passagem sublinhada por uma salva de palmas dos presentes.
Esta Missa foi o último ato público do Papa em Nova Iorque, dado que Francisco segue este sábado para Filadélfia, onde vai presidir às cerimónias conclusivas do 8.º Encontro Mundial das Famílias.
OC

ONU: Papa defende reforma do Conselho de Segurança e organismos financeiros internacionais

ONU: Papa defende reforma do Conselho de Segurança e organismos financeiros internacionais

Agência Ecclesia
 
   
(Lusa)
(Lusa)

Primeira visita às Nações Unidas deixou elogios ao papel da organização na prevenção de conflitos

Nova Iorque, Estados Unidos da América, 25 set 2015 (Ecclesia) – O Papa defendeu hoje junto da Assembleia Geral da ONU a necessidade de reformas no Conselho de Segurança e nos organismos financeiros internacionais, para defender melhor as populações mais desprotegidas.
“A necessidade duma maior equidade é especialmente verdadeira nos órgãos com capacidade executiva real, como o Conselho de Segurança, os organismos financeiros e os grupos ou mecanismos criados especificamente para enfrentar as crises económicas”, declarou Francisco, num discurso em espanhol.
A intervenção alertou para as “nefastas consequências” duma “irresponsável má gestão da economia mundial, guiada unicamente pela ambição de lucro e poder”.
Nesse sentido, o Papa pediu que a ONU procure “limitar” qualquer espécie de abuso, especialmente sobre países em vias de desenvolvimento.
“Os Organismos Financeiros Internacionais devem velar pelo desenvolvimento sustentável dos países, evitando uma sujeição sufocante desses países a sistemas de crédito que, longe de promover o progresso, submetem as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência”, insistiu.
Depois de visitar a sede da ONU, Francisco seguiu para o edifício que acolhe a Assembleia Geral da ONU, onde cumprimentou, ao longo do corredor, os filhos dos funcionários.
Após um encontro privado com os presidentes da 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Mogens Lykketoft (Dinamarca), da 69ª Assembleia Geral, Sam Kahamba Kutesa (Uganda), e do Conselho de Segurança em setembro de 2015, Vitaly Churkin (Rússia), o Papa entra no hemiciclo.
O primeiro discurso do pontífice argentino na ONU é feito na presença de vários chefes de Estado e de Governo, após intervenções iniciais de Mogens Lykketoft e Ban Ki-moon.
Esta é a quinta vez que um Papa visita as Nações Unidas, depois de Paulo VI em 1965, João Paulo II em 1979 e 1995 e do hoje Papa emérito Bento XVI, em 2008.
“Nenhum deles poupou expressões de reconhecido apreço pela Organização, considerando-a a resposta jurídica e política adequada para o momento histórico”, disse Francisco.
No 70.º aniversário da ONU, o pontífice argentino disse que esta é uma “resposta imprescindível”, dado que “o poder tecnológico, nas mãos de ideologias nacionalistas ou falsamente universalistas, é capaz de produzir atrocidades tremendas”.
A intervenção elogiou as “realizações” que as Nações Unidas levaram a cabo estão em contraste com a “desordem causada por ambições descontroladas e egoísmos coletivos”, sustentando mesmo que sem a ONU “a humanidade poderia não ter sobrevivido”.
Nesse sentido, apelou a prosseguir “incansavelmente” no esforço de evitar a guerra, que é “a negação de todos os direitos e uma agressão dramática ao meio ambiente”, através das negociações e do diálogo, como é proposto pela Carta das Nações Unidas
Citando várias vezes os seus predecessores, Francisco denunciou a “colonização ideológica” que procura impor “modelos e estilos de vida anormais, alheios à identidade dos povos e, em última análise, irresponsáveis”.
Francisco despede-se, depois de cumprimentar um grupo de crianças, seguindo para o Memorial do ‘Ground Zero’, onde vai evocar as vítimas dos atentados do 11 de setembro numa cerimónia inter-religiosa.
OC

Igreja: Jornadas Nacionais de Catequistas 2015 refletem sobre a misericórdia

Igreja: Jornadas Nacionais de Catequistas 2015 refletem sobre a misericórdia

Agência Ecclesia
 
   

Encontro realiza-se de 25 a 27 de setembro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima

Lisboa, 25 set 2015 (Ecclesia) – As Jornadas Nacionais de Catequistas 2015 vão decorrer entre hoje e domingo, com o tema ‘Educar na Misericórdia de Deus’, um espaço e encontro no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima.
“A formação, destinada a Catequistas de todo o país, acontece em plena Semana Nacional da Educação Cristã e tem como ponto de partida a Bula Misericordiae Vultus com a qual o Papa Francisco convocou o Ano Santo da Misericórdia para toda a Igreja”, explica Departamento de Catequese, do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC).
Os trabalhos das JNC2015 começam com o a sessão de boas-vindas por D. António Moiteiro, vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e da Doutrina da Fé, pelas 21h15; passado 15 minutos é apresentado o primeiro tema, “A Misericórdia de Deus na Bíblia”, pelo padre Júlio Franclim do Couto Pacheco, biblista da Diocese de Aveiro.
O sábado começa com a celebração da Eucaristia e às 10h30, D. António Moiteiro, bispo de Aveiro, apresenta «A missão de anunciar a Misericórdia de Deus na Catequese».
"Os Sacramentos da Misericórdia” são apresentados aos catequistas pelo diretor do Departamento da Liturgia do Patriarcado de Lisboa, o cónego Luís Manuel Pereira da Silva, a partir das 12h00.
Para a tarde do segundo dia de JNC2015, o Departamento da Catequese do SNEC preparou uma tarde de conferências temáticas e ateliês de formação e à noite o “habitual serão cultural”, as 21h30.
A série de conferências tem quatro temas: Despertar Religioso das Crianças; Catequese Familiar; Catequese dos Adolescentes e Pedagogia do Serviço e Escola Paroquial de Pais.
Por sua vez, os ateliês de formação vão refletir sobre a “1.º e 2.º fase do processo catequético” analisando os diferentes catecismos e percursos formativos do 1.º ao 6.º volume da catequese.
A “prática da Misericórdia” é a proposta para o último dia de JNC2015, que começa com a Eucaristia na Basílica da Santíssima Trindade presidida pelo bispo auxiliar de Lisboa e Vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. Nuno Brás.
Às 10h30 o padre José Manuel Pereira de Almeida, coordenador Nacional da Pastoral da Saúde,  apresenta a conferência “Catequese e Prática da Misericórdia" e a partir das 12h10, o departamento nacional da Catequese dará a conhecer o seu programa e os novos manuais a cargo do Secretariado Nacional da Educação Cristã.
As Jornadas Nacionais de Catequistas 2015 terminam este domingo, pelas 12h45, com o envio dos catequistas para as suas comunidades.
CB