domingo, 27 de março de 2016

A LUZ DE CRISTO VENCEU AS TREVAS DA NOITE


A LUZ DE CRISTO VENCEU AS TREVAS DA NOITE

“… Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem acredita em mim nunca morrerá.” (Jo. 11,25)

“Cristo é a luz dos povos”, lemos na Constituição Dogmática sobre a Igreja.

“Somos filhos da luz”, regista a Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Contemporâneo.

“Deus disse: Faça-se a luz. E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. Deus chamou dia à luz e às trevas a noite. Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã; foi o primeiro dia.” (Génesis 1,3-5)
 






 

Antes de criar os astros luminosos Deus criou a luz. Na Bíblia a luz está associada a tudo o que é positivo, divino; ela o resplendor do próprio Deus. Por isso, é a primeira criatura.
 

“Deus é a luz. Eis a mensagem que ouvimos de Jesus e vos anunciamos. Deus e luz e n’Ele não nenhuma espécie de trevas.

Se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Pelo contrário se caminhamos na luz, como Ele, que está na luz, então temos comunhão uns com os outros, e o sangue do seu filho Jesus purifica-nos de todo o pecado”. (1 Ga. 1, 5-7)

No prólogo de São João Evangelista podemos ler: “Nele é que estava a vida de tudo o que veio a existir. E a vida era a luz dos homens. A luz brilhou mas as trevas não o receberam. Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamou João. Este vinha como testemunha para dar testemunho da luz e todos creram por meio dele. Ele não era a luz mas vinha para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira que ao vir ao mundo a todo o homem ilumina.” (1 Jo. 1,5-7)

 
Jesus falou-lhes novamente: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a vida eterna”. (Jo. 8,12)

“Vós sois o sal da terra e aluz do mundo… Assim brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso pai que está no céu.” (Mat. 5,14-16)

 
“É que outrora ereis trevas, mas agora sois luz, no Senhor. Procedei como filhos da luz, pois o fruto da luz está em toda a espécie de bondade, justiça e verdade, procurando discernir o que é agradável ao senhor. E não tomareis parte nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, denunciai-as. Porque o que por eles é feito às escondidas até dize-lo é vergonhoso. Mas tudo isso se denunciado é posto às claras na luz, pois tudo o que é posto às claras é luz. Por isso se diz: desperta tu entre os mortos, levanta-te de entre os mortos, Cristo brilhará sobre ti” (Ef. 5, 8-14)

 
 
“Na verdade todos vós sois filhos da luz e filhos do dia” (1 Te. 5,5)

“Quem diz que está na luz, mas tem ódio ao seu irmão ainda está nas trevas. Quem ama o seu irmão permanece na luz e não corre perigo de tropeçar. Mas quem tem ódio ao seu irmão, está nas trevas e nas trevas caminha, sem saber para onde vai por que as trevas lhe cegaram os olhos.” (1 Jo. 2,8)

“Jesus Cristo filho unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus; Luz da Luz.”

Assim professamos no Credo.

 
 
 “Os atributos bem conhecidos do espírito são a vida e a luz. A luz é antes de mais, poder de revelação, e por isso ao Deus revelado se chama Deus-Luz.”

“Na tua Luz conheceremos toda a Luz” (Salmo 36,10)

O Tempo Pascal cria um ambiente de fraternidade, partilha, compreensão e acolhimento.
 

 
O NOME DE DEUS É MISERICÓRDIA…

CAMINHEMOS NA LUZ DE CRISTO…

 

José Rodrigues Lima

93 85 83 275

O NOME DE DEUS É MISERICÓRDIA.


PÁSCOA 2016

 

FESTA DA VIDA

O NOME DE DEUS É MISERICÓRDIA.

Há sinais festivos… Ouvem-se os toques constantes das campainhas e os sons dos sinos nos campanários das igrejas, anunciando a todos a grande festa da Ressureição de Jesus.

 

São tons e sons de ALELUIA…

Alegre-se o céu e rejubile a terra… ALELUIA

A Páscoa está associada à ressurreição da natureza e por isso relacionada com a festa da LUZ e das flores… Há perfumes a toda a hora…

É um tempo novo… Há música no ar… É a Festa da Vida…

Há simbologia com água, lume novo, amêndoas, pão de ló, folares, ovos e nas refeições familiares à volta da mesa com toalhas lindas.

Acontece a festa comensal conforme a tradição bíblica.

A FÉ em Cristo Ressuscitado cria um ambienta festivo, contagiante e as saudações são mais ternas.

Cristo ressuscitou e quer fazer a festa no mais íntimo do coração de cada um.

Páscoa é acreditar no amanhã.

ALELUIA, ALELUIA

Boas Festas Pascais

 

José Rodrigues Lima

sexta-feira, 25 de março de 2016

POALHO (A)


POALHO (A)

 


Puã e Pu em línguas indígenas quer dizer redondo ou  resto

Poalho (polha) pó, nevoeiro, chuva miudinha, nos dicionários aparece com esta significação.

Em brasileiro é também entendido como esturrinho, amostrinha, caco, tigela.

Alguns idosos de hoje disseram-me que era o que ficava no fundo da chávena do café, o que fica no prato de pois de comer e outros, mas menos, o ficava no fundo da na malga do caldo, na tigela, era o restinho. No entanto, gente mais nova também lhe chama isto ao que fica no fundo da chávena do café.

Recordo que no meu tempo de criança e de jovem ouvia os mais velhos chamar poalho ao que ficava no fundo da “malga do caldo”, era um resto cremoso como “moinha” que restava das favas, do feijão, da abóbora, da batata, do toucinho que adubava o caldo. Era como uma “moinha” (resto do caldo) aureolada, arredondada, pois era a forma das malgas, tigelas. Esse poalho era dado pelas mães aos filhos quando começavam a meter-lhes comida na boca.

Os homens, entretanto, com esse poalho lavavam as malgas deitando vinho rodando a tigela até passar por toda a superfície da mesma e depois bebiam aquele vinho “adubado” pelo resto do caldo, pelo dito poalho.

Procurei em dicionários de português do século XIX e não encontrei este vocábulo “poalho” ou “poalha”. É possível que já existisse.

Será uma palavra com esta significação na zona do Lima?

Então procurei no dicionário do vianense Artur Fontinha que apresenta alguns vocábulos limianos e que ninguém mais regista, mas não regista este, nem com um nem com outro significado.  Faltou-me procurar no “Serão” do Rosa Araújo

Polv que deu poeira mais alha,  deu polvo, pó!… E o que é pulverizar? Aparece em vários dicionários…

Uma pessoa amiga encontrou esta indicação: “m. Náut. Nevoeiro pouco denso, que cerra o horizonte. Chuva miúda e passageira. (Cp. poalha)” Também a encontrei num dos meus dicionários.

Pu e Pua também aparece entre indígenas com o significado de casa.

                                                                                        Artur Coutinho

quinta-feira, 24 de março de 2016

Quando era criança

Quando era criança
 
 
 
Era mesmo muito criança quase de andar pela mão já conhecia a Rua da Piedade, conhecida hoje por Rua Mateus Barbosa. Era a rua das mercearias e das fazendas.







 
 

Hoje passei pela rua com olhos de ver. Gostei de observar que agora só há uma mercearia onde eu passava muito tempo ao cuidado da D. Chiquinha, esposa do merceeiro Sousa Pinto, pais de filhos mais velhos do que eu, amigos dos meus avós e da festa das Boas Novas e ainda com familiares em Mazarefes. 
Ainda hoje se mantém essa mercearia explorada pelo Alfredo Barreto. Esta é uma mercearia integrada no edifício de Américo Pinheiro e talvez um comércio com quase 100 anos.
Antes dela há o edifício do Severino Costa onde ainda existe uma das sapatarias do Meira, explorada por uma filha, Maria José Varajão Meira e logo de seguida a casa de roupas no edifício do Mateus Barbosa (e depois Almeidas) que é explorada pelo joão Araújo desta Paróquia. Encontrei lá a sua esposa, a Júlia.

 
 

Foi a única no comércio tradicional que reconheci e quer a sapataria quer a das roupas também com idade muito superior a 70 anos.
Ali observei ainda a fachada da Casa do Filipe Fernandes, onde funcionava uma cordoaria explorada por aparentados meus os Gandras e outras fachadas ricas que embelezam esta rua, assim como o edifício restaurado hoje da Santa Casa da Misericórdia.
O que não havia na ocasião eram os cafés que hoje abundam e um “supermercado”.
As minhas saudades ficaram pela casa Meira e Sousa Pinto que se mantêm abertas e onde convivi mais enquanto criança.

domingo, 20 de março de 2016

Papas do Século VII ao 10º


Século VII

 

65º. PAPA   SABIANO

Natural da Toscana, S. Gregório Magno sagrou-o Cardeal‑Diácono e colocou-o como Núncio junto da corte do imperador Maurício. Foi eleito em 604 e o cronista Segeberto de Gembloux acusou‑o de ter feito queimar os livros do seu antecessor por este lhe ter aparecido de noite censurando, por três vezes, a sua avareza e o ter ferido na cabeça com um golpe de que viria a morrer em 606. Atribui‑se‑lhe a introdução dos sinos nas igrejas que tocaram durante séculos, de acordo com as horas canónicas por ele estabelecidas e determinou que as velas nas igrejas deveriam estar sempre acesas.

66º. PAPA   BONIFÁCIO III

Nasceu em Roma e foi eleito a 19 de Fevereiro de 607 e morreu a 12 de Novembro de 607. Durante o seu curto pontificado reuniu em Roma um Concílio para regular a eleição papal. Foi decidido que só se pudesse eleger novo papa passados três dias sobre a morte do seu antecessor.      Presentemente este período é de nove dias.

67º. PAPA   S. BONIFÁCIO IV

Italiano, foi eleito em  608 e morreu em 615. Converteu o Panteão de Roma em templo cristão e instituiu a festa de Todos‑os‑Santos no dia 1 de Novembro.

68º. PAPA   S. DEODATO I

Natural de Roma, foi eleito 615, morreu em 618. Foi o primeiro a pôr um selo de chumbo em todas as Bulas e Decretos Pontifícios.

69º. PAPA   BONIFÁCIO V

Napolitano, foi eleito em 619 e morreu em 625. Instituiu o principio da imunidade de asilo no interior dos edificios religio­sos.

70º. PAPA   HONÓRIO I

Natural de Capua, era filho do Consul Petrónio, foi eleito em 625 apoiando Adoloardo, rei dos lombardos, contra a revolta de seu filho Arioaldo. Tentou reconciliar, no Oriente, católicos e monotelitas, não condenando a heresia, o que lhe valeu ser considerado hereje pelo 6º. Concílio Ecuménico de Constantinopla em 680. Os monotelitas seguiam uma doutrina que continha proposições contrárias à fé católica, atribuindo a Jesus Cristo duas naturezas: a Humana e a Divina, mas uma só vontade. Em 633 reuniu-se um Concílio Nacional, o IV de Toledo que foi presidido por Santo Isidoro e regulou o acesso ao trono reservando a escolha ao clero e à nobreza. A regulamentação da eleição foi decidida em 636 no Concílio Toledo VI que optou pela responsabilização máxima dos seus reis por serem ungidos pelo Senhor. Tomou parte nas negociações entre as Igrejas de Inglaterra e da Irlanda, instituiu a Festa da Exaltação da Cruz em 14 de Dezembro, falecendo em 638.

71º. PAPA   SEVERINO

Natural de Roma a sua eleição, em 638, só foi ractificada pelo imperador Heraclio passados perto de dois anos e com a promessa, feita pelos enviados papais, de aprovar a doutrina monotelita. A atitude do imperador foi tomada em virtude do Papa recusar-se a aceitar a Ecthese ou profissão de fé da referida doutrina composta por Sérgio, patriarca de Constantinopla e publicada sob a forma de edito pelo imperador Heraclio. Atribui-se a sua morte, em 640, ao pesar sentido pelo saque do palácio de Latrão levado a cabo por Isaac e Maurício, respectivamente, Exarca de Ravena e Governador de Roma, ajudados pelos agentes imperiais.

72º. PAPA   JOÃO IV

Nasceu na Dalmácia em 580, foi eleito em Dezembro de 640 e morreu a 12 de Outubro de 642. Condenou a Ecthese na tentativa de apaziguar os animos, exaltados pelas intrigas dos monotelitas. Defendeu, numa carta ao imperador Constantino III, a memória do papa Honório, acusado de só ter admitido uma natureza a Jesus Cristo. Procurou converter à ortodoxia católica os dissidentes coptas do Egipto.

73º. PAPA   TEODORO I

Nasceu em Jerusalem, em 580 e foi eleito em 642 e talvez tenha morrido envenenado em 649. Depôs Paulo, patriarca de Constantinopla, que favorecia o monotelismo. A partir deste reinado, os Papas juntaram o titulo de Pontifice ao de Sobera­no.

74º. PAPA   S. MARTINHO I

Nasceu em Todi, em 590 e, antes de ser eleito em 649, tinha sido Núncio do papa em Constantinopla. Reuniu o 1º. Concílio de Latrão que condenou a heresia dos monotelitas e definiu a distinção das vontades humana e divina em Jesus Cristo. O imperador Constantino II, protector declarado do monotelismo, mandou‑o prender na Basílica de S. João Latrão. Levado para Constantinopla só de lá saiu para ser conduzido a Querso­neso onde morreu em 655 devido aos maus tratos recebidos. Em 653 reuniu-se o Concílio Toledo VIII, onde é cumprida a revisão do Código Visigótico, ordenada por Recesvinto e publicado com o nome de Liber Judiciorum. A escolha de uma reunião deste tipo que tinha uma característica mista - política e religiosa - demonstra a importância dos Concílios. No entanto este aproveitamento político era contestado pelas suas semelhanças com as Cortes. Determinou que a Festa da Imaculdada Conceição se realizasse a 25 de Março. O seu corpo foi trasladado de Constantinopla para a igreja de S. Martinho dos Montes.

75º. PAPA   S. EUGÉNIO I

Natural de Roma, a sua eleição a 16 de Agosto de 654, foi efectuada quando o seu predecessor foi exilado. Apesar de S. Martinho I ter escrito uma carta considerando-o a sua eleição legitima, a Igreja só a reconheceu como tal quando morreu o seu antecessor. Preocupou‑se sumamente com a questão da castidade dos sacerdotes e recusou-se a reconhecer  Pedro, como Patriarca de Constantinopla, apesar da insistência do imperador Constantino II. A sua morte ocorreu a 2 de Junho de 657 e foi sepultado na catedral de S. Pedro.

76º. PAPA   S. VITALINO

Italiano, foi eleito em 657 e as suas atenções para com o imperador Constantino II não obstaram que este saqueasse Roma quando a visitou. Consultado por Egberto, rei de Kent e por Oswi, rei dos nortumbrios sobre certos pontos da liturgia e sobre o dia em que a Páscoa devia ser festejada, aproveitou para consolidar a influência de Roma na Inglaterra e fazê‑los adoptar a liturgia latina. Em 666 reuniu-se um Concílio Provincial em Mérida, presidido pelo Arcebispo D. Proficio e estiveram presentes D. Selúa, Bispo de Idanha, D. Adeodato, Bispo de Beja, D. Teodorico, Bispo de Lisboa, D. Teodosilo, Bispo de Lamego, D. Cântabro, bispo de Conimbriga, D. Pedro, Bispo de Évora e D. Aloario, Bispo de Caliábria. Atribui‑se‑lhe a autorização do uso do orgão nas igrejas, verificando-se, durante o seu pontificado a sublevação da Igreja de Ravena tentando subordinar a Igreja de Roma à de Constantinopla. Ofereceu dura resistência, mas morreu em 672 antes de triunfar.

77º. PAPA   DEODATO II

Natural de Roma foi eleito em 672 e morreu a 676. Converteu ao catolicismo os Maronitas do Libano e foi o primeiro a usar a expressão “Saude e Benção Apostólica”. Em 675 realizou-se o Concílio Provincial Tarraconense, Toledo XI e o Provincial da Galécia e 3º. de Braga, presidido pelo Metropolita Leodegísio e estiveram presentes os bispos de Tui, Porto, Astorga, Britónia, Orense, Lugo e Iria que se debruçou sobre a Profissão de Fé de Niceia e promulgou normas disciplinares - a castidade dos sacerdotes, a preservação dos seus bens - e litúrgicas - alterar algumas práticas como o emprego de leite e uvas na Eucaristia ou o uso profano dos vasos sagrados.

78º. PAPA   DONO

Natural de Roma, foi eleito a 2 de Novembro de 676 e obrigou o arcebispo de Ravena a reconhecer a supremacia da Santa Sé. Mandou reparar a Basílica de S. Paulo, em Roma e decorou o átrio da Igreja de S. Pedro, a que o povo chamou de “O Paraíso”. Incentivou os Bispos de Cambridge e de Trier a favorecerem as escolas dos seus bispados. Morreu a 4 de Novembro de 678.

79º. PAPA   S. AGATÃO

Natural da Sicilia, foi eleito em 678, cognominado de “Taumaturgo” porque se dizia que fazia milagres. No seu papado terminou a dissidência na Sé de Ravena pela submissão do Arcebispo Teodoro, repôs Wilfrid na Sé de York e, dadas as boas relações existentes com o imperador bizantino Constantino VI Pogonato, conseguiu livrar o papado do tributo que era pago por ocasião da eleição papal, mas não da confirmação imperial. Na sua luta contra os monotelitas, lançou o anátema contra esses heresiarcas entre os quais, segundo a interpretação da época, se contava o Papa Honório I, morto 42 anos antes. Definiu com o apoio de Constantino IV, em Carta Dogmática dirigida ao 3º. Concílio de Constantinopla e 6º. Ecuménico, reunido entre os anos 680-681, a coexistência, em Jesus Cristo, das duas naturezas - a Humana e a Divina - e as duas vontades, distintas, mas harmónicas, contrariando os monotelitas que só admitiam uma vontade. Terminado o Concílio Ecuménico reuniu-se o Concílio Toledo XII, classificado como Nacional. A morte, em 681, não permitiu que assistisse ao encerramento do Concílio.

80º. PAPA    S. LEÃO II

Nasceu na Sicilia em 640, foi eleito em 682 Depois de confimar as actas do 3º. Concílio Ecuménico de Constantino­pla, de 680, enviou ao imperador Constantino Pogonato uma carta dogmáti­ca, dirigida contra os monotelitas. Foi o primeiro a aspergir os fiéis com o hissope e apesar da morte em 683 mandou erigir uma igreja em Roma, em honra de S. Paulo, onde seriam depositados os corpos dos mártires Simplicio e Faustino.

81º. PAPA   S. BENTO II

Natural de Roma foi eleito em 684 e o seu curto, mas benéfico reinado, terminado com a sua morte em 685, notabilizou-se pelo ascendente que o papado tomou sobre o Império, apesar da eleição papal necessitar de confirmação imperial, medida imposta pelo imperador Constantino Pogonato. Restabeleceu a imunidade de asilo nas igrejas que, segundo parece, não era muito respeitada na época.

82º. PAPA   JOÃO V

Natural de Antioquia representou no 6º. Concílio Ecuménico de Constantinopla, em 681, na qualidade de Legado, do Papa Agatão. Foi eleito em 23 de Julho de 685, não esperou, para se fazer sagrar, pela autorização do imperador do Oriente. Decretou que os Bispos para a Corsega e a Sardenha fossem nomeados pela Santa Sé. Morreu a 2 de Agosto de 686.

83º. PAPA   CONON

Natural de Trácio na Bulgária era Velho venerável, mas de energia insignificante, nada pode conseguir contra as facções que agitavam a Igreja, quando foi eleito em 686. O único acto notável de que há conhecimento ocorrido no seu reinado de um ano, foi a missão que deu a S. Kilian, bispo da Irlanda, para a conversão da Germania. Há suspeita de ter morrido envenenado.

84º. PAPA   S. SÉRGIO I

Nasceu em Antioquia, em 620, foi eleito em 687 e morreu em 701. Baptizou o rei dos Anglos, Cedualla, que o tinha ido procurar em Roma e sagrou bispo S. Willibrod. Rejeitou os canones do Concílio IN TRULLO, reunido pelos gregos em Constantinopla entre 691 a 692 e adoptou, na liturgia, a triplice oração Cordeiro de Deus.

ANTIPAPA  TEODORO

Foi eleito em 687

ANTIPAPA  PASCOAL

Era Arcediago da Igreja Romana quando o Exarca de Ravena promoveu, em 687 a sua eleição. A maioria do clero e do povo reconhecia a Sérgio. Morreu, em 694, num mosteiro onde tinha sido confinado após condenação por magia.

 

SECULO VIII

 

 

85º. PAPA   JOÃO VI

Natural de Bizâncio, foi eleito a 30 de Outubro de 701 e morreu a 10 de Janeiro de 705. Interveio no conflito entre Teofilato, exarca de Ravena e os soldados das milícias e resgatou com os tesouros da Igreja Romana, os cativos feitos pelo lombardo Gilulfo, duque de Benevento. A Peninsula Ibérica começou a ser ameaçada pelo Islão.

86º. PAPA   JOÃO VII

Natural da Calábria ou da Grécia consoante as fontes, foi eleito em 705 e morreu em 707.

Edificou em Roma muitas igrejas entre as quais a de Santa Maria, a Antiga e obteve de Ariberto, rei dos Lombardos, o reconhecimento da jurisdição da Santa Sé sobre as igrejas dos Alpes Cottios. O papado é, mais uma vez, a única instituição capaz de defender a Península Itálica da ferocidade dos exércitos bizantinos, opondo‑se às matanças que o basileus Justiniano II mandara perpetrar.

87º. PAPA   SISINIO

Natural da Síria, foi acometido, logo após a sua eleição em 708, por um ataque de gota, de que morreu ao fim de 20 dias sem ter podido tomar posse do governo da Igreja.

88º. PAPA   CONSTANTINO I

Natural da Síria, foi eleito a 25 de Março de 708 e morreu a 9 de Abril de 715. Deslocou-se à Grécia a convite - com aparência de ordem - de Justiniano II cuja morte, numa revolução, resultou em proveito da Igreja. Sucedeu‑lhe Philippico Bardanan, que não teve o reconhe­cimento papal por ser apoiante dos monotelistas. Instigou a reconquista da Hispania e instituiu a cerimónia do “Beijo do Santo Pé” na estátua de bronze do apóstolo Pedro.

89º. PAPA   S. GREGÓRIO II

Nasceu em Roma em 669, foi eleito em 715 e morreu em 731. Lutou contra as concepções iconoclastas que grassavam no Oriente, incitando as populações da península Itálica a sublevarem‑se contra o exército bizantino que vinha impor o decreto imperial que proibia a adoração de imagens. Excomungou por duas vezes o imperador Leão, o Isaurio, que por seu lado, procurou que fosse assassinado, incitando contra ele o Exarca de Ravena e o duque de Nápoles. Conseguiu conter simultaneamente os bizantinos e os lombardos. A evangelização da Alemanha foi entregue a S. Bonifácio que mais tarde foi nomeado bispo. Levantou Roma das suas ruínas e escreveu quinze Cartas de grande importância histórica.

90º. PAPA   S. GREGÓRIO III

Natural da Síria foi eleito em 18 de Março de 731 e morreu a 27 de Novembro de 741. No Concílio de 732 condenou novamente os iconoclastas. Tomou posse do exarcado de Ravena e nomeou S. Bonifácio arcebispo com a missão de organizar as Igrejas da Baviera. Estabeleceu boas relações com Carlos Martel, que infrigira pesada derrota aos árabes travando o seu avanço na Europa. Começou a partir deste tempo a influência dos Carolín­gios na corte de Roma.

91º. PAPA   S. ZACARIAS

Natural de Roma foi eleito em 741 e morreu em 752. Por ocasião da revolta dos duques de Benevente e de Spoleto contra Luitprando, rei dos lombardos, interveio diversas vezes para acalmar a cólera deste último e de Rachis, seu sucessor, a quem levou a entrar num convento. Protegeu Ravena, Spoleto, Pavia e outras cidades de Itália e levou Carlomano, duque de Austrásia, a professar em Monte‑Cassino. Ficou célebre a resposta que deu, diz‑se, a Pepino, o Breve - primeiro rei da dinastia dos carolíngios-, quando este se preparava para tirar o trono de França aos merovingios: “Deve dar‑se o nome de Rei ao que dele tem o poder”. Em Soissons sagrou-o e a sua mulher Bertrade, tornando‑se o primeiro Papa a instituir um soberano, tornando-se o reino franco, cada vez mais, a espada defensora da Igreja Romana na luta entre esta e Bizâncio. Apesar de exercer vigilância sobre a disciplina, a fé e os costumes do clero em Inglaterra, a sua preocupação principal foi a evangelização da Alemanha. Iniciou a Biblioteca do Vaticano.

92º. PAPA   S. ESTEVÃO II

Natural de Roma, após a sua eleição, em Março 752, numa demonstração de grande contentamento, o povo romano transportou-o aos ombros pela cidade. Daqui a origem da “Silha gestatoria”, cadeira onde se transportavam os papas na Praça de S.Pedro. Ameaçado por Astolfo, rei dos Lombardos, pediu auxilio a Pepino, o Breve, retribuindo-lhe com o título de “Defensor da Igreja” e recebendo o exarcado de Ravena, origem do poder temporal dos papas. Morreu em Abril de 757

93º. PAPA   S. PAULO I

Nasceu em Roma em 700, era Irmão de Estevão II a quem sucedeu em 757 e morreu a 767. Seguindo o exemplo do seu antecessor pediu auxilio a Pepino, o Breve quando Roma foi ameaçada por Didier, rei dos Lombardos. Para evitar que estes profanassem as ossadas dos mártires mandou retirar grande número delas das catacum­bas. Deixou várias Cartas e consta que costumava visitar e resgatar os presos condenados por dividas.

 

 

ANTIPAPA  CONSTANTINO II

Chamava-se Tibério era leigo e foi entronizado, em 767, por seu irmão Toton, duque de Nepi pela força das armas. O Bispo Jorge foi obrigado a ordená-lo e a sagrá-lo. Depois da eleição de Estevão III, foi deposto, tirado do seu refúgio e encerrado num mosteiro.

ANTIPAPA  FILIPE

Foi eleito em 767 e deposto em 768.

94º. PAPA   ESTEVÃO III

Nasceu em 720 na Sicilia foi eleito em 768 por influência do chantre Cristóvão e morreu em 772 após um reinado perturbado pelas lutas entre os nobres romanos e os partidários dos Lombardos. O seu papado foi iniciado com um Sínodo em que estiveram presentes bispos franceses. Decidiram sobre a legitimidade do culto das imagens e sobre a eleição papal considerando que só seriam elegíveis membros do clero.

5º. PAPA      ADRIANO I

Natural de Roma foi eleito, a 1 de Fevereiro de 772 pelo partido franco continuando a política de aliança, antes seguida, com Carlos Magno nomeado patrício de Roma e provocou a destruição do reino dos lombardos, conseguindo que fosse confirmada a doacção anteriormente feita a Santo Estevão do exarcado de Ravena e de Pentapolis. Rebateu em duas Cartas dogmáticas o erro do adopcianismo, heresia que atribuia a Jesus Cristo duas filiações, uma natural, como Filho de Deus e outra adoptiva como homem. Convocou o 7º. Concílio Ecuménico, o II de Niceia, que definiu contra os iconoclastas a doutrina ortodoxa sobre o culto das imagens. Continuou a restauração da Basílica Constantiniana, actualmente, Basílica de S. João de Latrão, iniciada por S.Leão I. Do seu tempo é a estátua de ouro de S. Pedro e o lageado de prata colocado em frente do altar da confissão no centro do transepto da Basílica de S. Pedro. Morreu a 25 de Dezembro de 795.

96º. PAPA   S. LEÃO III

Nasceu em 750, em Roma e logo após a eleição em 795 enviou as chaves de S. Pedro e a bandeira de Roma a Carlos Magno que retribuiu organizando uma embaixada, chefiada pelo Missus Dominicus Angilberto, portadora de ricos presentes. As boas relações com o rei, levou-o a procurar derradeiro refúgio na sua corte, em Padernborn, no Saxe, quando, em 799, uma conspiração o obrigou a encetar uma fuga que o levou, ao mosteiro de Santo Erasmo e a Spoleto. Regressou a Roma com uma escolta de francos e no ano seguinte, o rei dos francos visitou‑o. Na noite de Natal, na Basílica de S. Pedro, impôs‑lhe a coroa imperial e sagrou‑o, assim como a seu filho Pepino. Em 815, com a ajuda de Luís, o Bonacheirão, reprimiu uma segunda revolta dos romanos. Edificou a Escola Palatina, antecessora da Universidade de Paris e morreu em 816.

                                                                                                         

SECULO IX

 

 

97º. PAPA   ESTEVÃO IV

Natural de Roma, e após a sua eleição em 816, salientou o princípio da sobreposição da Fé no Papa e na necessidade do juramento de fifelidade ao imperador. Adquiriu o poder de investir imperadores quando consagrou em Reims Luís, o Pio, filho de Carlos Magno e sua mulher, Hermengarda. Morreu em 817.

98º. PAPA   S. PASCOAL I

Natural de Roma, era abade do mosteiro de Santo Estevão, perto de Roma, quando foi eleito em 817.    Recusou receber os enviados de Cassistera, patriarca de Constantinopla, e acolheu em Roma os gregos que fugiam perseguidos pelo imperaddor iconoclasta Leão, o Arménio. Enviou Ebbon, arcebispo de Reims, a pregar a fé aos dinamarqueses e empenhou‑se na expulsão dos infiéis da Espanha e da Terra Santa. Morreu em 824.

99º. PAPA   EUGÉNIO II

Nasceu em Roma, foi eleito em 824 e morreu em 827. Pôs cobro aos abusos que tinham surgido no governo pontifício de acordo com Lothario, filho mais velho do imperador Luís, o Clemente, que em Novembro de 824 publicara a Constitutio Romana que determinava a protecção a conceder aos papas. Reuniu um Concílio, em Roma, para correcção dos costumes do clero e criou os Seminários e a Cúria Romana, sucessora da comissão que tinha por função a vigilância dos cânones e leis pontifícias.

100º. PAPA VALENTIM

Natural de Roma, era Arcediago e amado pelo clero, nobreza e povo romano, dada sua pureza, quando foi eleito em 827. O seu pontificado durou 15 dias ou 6 semanas conforme os autores.

101º. PAPA GREGÓRIO IV

Natural de Roma, foi eleito em 827 e morreu em 844. Na sequência da destruição de Civitavecchia, de Ostia e da ameaça que pendia sobre Roma por parte dos exércitos mulçumanos, decidiu comandar a armada que derrotou por cinco vezes os então poderosos exércitos de Alá. Instituiu a Festa de Todos-os‑Santos e reparou, em Roma, grande número de mosteiros e igrejas. Nomeou como legado para países eslavos do norte da Europa o Arcebispo de Hamburgo Santo Anscário.

102º. PAPA SÉRGIO II

Nasceu em 800, em Roma, tendo perdido os pais aos doze anos de idade foi educado pelo Papa Leão III. Após a sua eleição em 844 foi expulso do palácio de Latrão pelo antipapa João, mas restabelecido por Luís II, rei de Italia e imperador do Ocidente, que examinou e declarou válida a sua eleição. Foi com este precedente que os imperadores da Alemanha se constituí­ram juizes das eleições pontifícias. Morreu em 847.

ANTIPAPA  JOÃO VIII

Em Janeiro de 844, foi eleito pelo povo enquanto Sérgio II o era pela nobreza.

103º. PAPA S. LEÃO IV

Nasceu em 800, em Roma, foi eleito em  847 e morreu em 855. Dispersou à vista de Ostia uma frota de sarracenos que tinham saqueado Roma. Com a ajuda do imperador Lotário levantou nesta cidade o recinto fortificado, conhecido por Cidade Leonina, que encerrava a Basílica de S.Pedro, o Vaticano e suas dependências e edificou a cidade de Leopolis ao lado da antiga Centumcellae, denominada, desde então, Civita Vecchia.

104º. PAPA BENTO III

Nasceu em Roma, foi eleito a 17 de Julho de 855 e morreu a 17 de Abril de 858. Contou com o povo e o clero quer na sua eleição, feita com entusiasmo face às suas virtudes, quer na fidelidade demonstrada quando foi exposto às perseguições do antipapa Anastásio, tendo a insolência dos seus inimigos dado origem à lenda da papisa Joana. O prestígio da Santa Sé atingiu tal ponto que Roma foi objecto de peregrinações e visitada por diversas embaixadas.

ANTIPAPA  ANASTÁSIO III

Opôs-se, em 855, ao Papa Bento III.

105º. PAPA S. NICOLAU I

Nasceu em Roma em 800, foi eleito em 858 e decidiu ser coroado solenemente, iniciando um uso que é seguido até hoje. Afirmou energicamente o direito da Igreja julgar os reis, obrigando Lotário II, rei da Lorena, a dar explicações a Roma sobre o seu divórcio e procurou diminuir a influência dos gregos na Igreja do Oriente. Excomungou Fócio, patriarca de Constantinopla, no Concílio de Latrão, em 863, e reclamou para  Roma a autoridade suprema de toda a Igreja. Não obstante estes factos terem dado origem a um Cisma, declarado no Concílio de Constantinopla, reunido em 867, ano da sua morte. Deixou Cartas interessantes e aumentou poderosamente a autoridade pontifícia.

106º. PAPA ADRIANO II

Nasceu em 792, em Roma, e pertencia a uma família de onde saíram papas. Após ter recusado, em anos anteriores, ser eleito papa, aceitou em 867 a sua elevação ao pontificado. O 8º. Concílio Ecuménico, o IV de Constantin­opla, apesar de ter sido iniciado no reinado do Papa S. Nicolau I, é considerado como convocado por este Papa que empregou todos os seus esforços para assegurar o predominio e a supremacia da Santa Sé na ordem política e religiosa.  Além da rectificação de erros cometidos foi decidida a condenação de Fócio, teólogo bizantino e patriarca de Constantinopla, confirmada num concílio realizado em Roma. Sagrou Alfredo de Wessex, rei dos ingleses. Morreu em 872.

107º. PAPA JOÃO VIII

Nasceu em Roma em 820 e foi eleito a 14 de Dezembro de 872. Sagrou em 875 como imperador a Carlos, o Calvo e conferiu a Ansegiso, Arcebispo de Sens, o título de Primaz das Gálias. Defendeu e auxiliou as populações da Itália contra as investidas dos sarracenos. Em 876 reuniu um Concílio em Ponthion que condenou o Bispo Formoso. Cercado em Roma pelo duque de Spoleto, Lamberto, foi obrigado a fugir para França, em 878, onde presidiu a um Concílio em Troyes, que reconheceu e sagrou rei de França a Luís, o Gago e voltou a condenar o Bispo Formoso. Tendo voltado a Roma, e depois de muitas hesitações, sagrou imperador a Carlos, o Gordo. Por ter sido mal informado da situação, pensou reconhecer Fócio como bispo de Constantinopla, mas depois da viagem do diacono romano Marino que se foi inteirar da situação, excomungou‑o. Morreu a 16 de Dezembro de 882, existindo uma colecção de 326 cartas suas.

108º. PAPA MARTINHO II ou MARINHO I

Natural de Roma antes de ser eleito em 882 foi Legado em Constantinopla, onde viu de perto as intrigas de Focio, seu Patriarca, contra o qual se declarou. Piedoso e esclarecido, restabeleceu como bispo do Porto, localidade situada perto de Roma, a Formoso, que tinha sido excomungado por João VIII e seria eleito papa 891. Morreu em 884.

109º. PAPA SANTO ADRIANO III

Natural de Roma foi eleito em 884 continuando a luta contra Fócio e confirmando as censuras que o seu predecessor fizera ao imperador bizantino. Morreu em 885 numa viagem a S.Cesário.

110º. PAPA ESTEVÃO V

Natural de Roma foi eleito em 885 e barricou‑se em casa por ter medo de ser papa. Acabou com as ordálias pelo fogo e pela água como meio para se conhecer a inocência de um acusado e consideradas provas jurídicas, usada na Idade Média com a designação de Juízo de Deus.  Lutou contra Focio que nos seus escritos desenvolvia concepções teológicas, especialmente sobre o Espirito Santo, diferentes das que predominavam no Ocidente e que viriam a servir de fundamento ao cisma do Oriente.

111º. PAPA FORMOSO

Natural da península itálica, considerando alguns autores que terá nascido em 816 em Roma, tomara partido de Arnolfo, rei da Germania pelo que foi excomungado por João VIII, partidário de Carlos, o Calvo e reabilitado publicamente por Martinho II. Este antigo Bispo do Porto, localidade nas cercanias de Roma, foi eleito a 19 de Abril de 891e teve como opositor o futuro papa Sérgio III. Coroou como imperador, Arnolfo e negociou em França um acordo entre Eudes e Carlos, o Simples. Concedeu a absolvição aos bispos que no Oriente tinham seguido a Fócio no cisma e depois se tinham arrependido. Morreu em 896 e no ano seguinte o seu cadáver foi exumado por ordem do Papa Estevão VI e num Sínodo reunido em Roma e designado por Synodus Horrenda ou Concílio “cadavérico”  onde, com requintes mórbidos, o cadáver do Papa Formoso foi colocado no trono e a sua memória condenada e o cadáver atirado ao Tibre. O Papa Teodoro II mandou que fosse retirado do rio e sepultado no Vaticano. No Concílio de Roma de 898, João IX fez‑lhe uma reparação solene.

ANTIPAPA  SÉRGIO

Natural de Roma foi eleito em 891, opôs-se a Formoso e foi Papa com o nome de Sérgio III.

112º. PAPA BONIFÁCIO VI

Natural de Roma, foi eleito pelos adversários do seu antecessor e o seu reinado decorreu entre 11 e 25 de Abril de 896, data da sua mprte.

113º. PAPA ESTEVÃO VI

Natural de Roma, memebro da família espoletana foi eleito em Maio de 896, numa época de grande instabilidade provocada pelos diversos partidos que disputavam o poder na península itálica. Apoiante de uma facção contrária à do Papa Formoso, a quem acusava de usurpador e obedecendo às pressões familiares fez exumar o seu cadaver (Ver Papa Formoso) e lançá‑lo ao Tibre depois de um simulacro de julgamento. Morreu em 897, violentamente - estrangulado na prisão ou massacrado pelo povo - consoante as fontes.

114º. PAPA ROMANO

Irmão do papa Martinho II, nasceu, em 897 em Gallese, próximo de Civita Castellana, foi eleito em 897 e,

 apesar de só ter reinado cerca de 4 meses, muitos historiadores consideram que a condenação lançada pelo

 seu predecessor, Estevão VI, contra a memória e os restos do Papa Formoso, foi por ele levantada enquanto

 outros a atribuem a João IX.

115º. PAPA TEODORO II

Natural de Roma, foi eleito em 897 e papa durante 20 dias. Mandou retirar do Tibre o cadáver do Papa Formoso e dar-lhe sepultura no Vaticano.

116º. PAPA JOÃO IX

Nasceu em Roma em 840, era frade da Ordem de S.Bento e teve, em 898, como competidor na eleição para a cadeira pontificia a Sérgio, mais tarde Sérgio III, que era apoiado por forte partido. Reconheceu Berenger como imperador enquanto o seu exército ocupava Roma, mas mal se libertou deu a coroa ao duque de Spoleto, Lamberto. Fez reabilitar a memória do papa Formoso nos Concílios de Roma e Ravena e condenou o costume estabelecido em Itália de pôr a saque, depois da morte de papas e bispos, as suas casas e bens. Morreu em 900.

ANTIPAPA  SÉRGIO

Opôs-se a João IX. Foi Papa com o nome de Sérgio III

 

SECULO X

 

 

117º. PAPA BENTO IV

Natural de Roma, foi eleito em 900 e animado de grandes pensamentos, levou todo o seu pontificado, que durou até à sua morte em 903, a lutar contra a corrupção.

 

118º. PAPA LEÃO V

Natural de Roma, beneditino e Cardeal foi destituido um mês depois da sua eleição em 903 por Cristoforo, seu capelão, que tomou o seu lugar e o deixou morrer na prisão no mesmo ano.

 

 

ANTIPAPA  CRISTOFORO ou CRISTÓVÃO

Natural de Roma era Capelão de Leão V quando o depôs violentamente e fazendo-se sagrar em 903, sem eleição. Foi expulso seis meses depois da sua usurpação, sendo preso na mesma prisão onde se encontrava Leão V. Quanto à sua morte existem duas versões: uma que o faz morrer em 903, decapitado juntamente com Leão V;   outra que diz ter vivido num Convento .até a sua morte em 906.

 

119º. PAPA SÉRGIO III

Nasceu em Roma e Antes de ser pontífice legítimo, eleito em 904, foi duas vezes antipapa: a 1ª. em 891 com Formoso e a 2ª. em 898 com João IX. Segundo o historiador Luitprand teve um filho de Marosia que foi papa com o nome de João XI. Morreu em 911.

 

120º. PAPA ANASTÁSIO III

Foi eleito em 911 vivendo em época de grandes intrigas em Roma que provavelmente terão dado origem à sua morte em 913, possivelmente por envenenamento.

 

121º. PAPA LANDON

Nasceu em Roma, foi eleito a 4 de Dezembro de 913 e consta ter morrido em 26 de Abril de 914 em circunstâncias misteriosas.

 

122º. PAPA JOÃO X

        Natural da península itálica, nasceu em 860, foi eleito pelos Teofilatos e Marosia, em Março de 914,  e deposto em Junho de de 928 por ter apoiado a subida ao trono de Itália de Hugo de Viena. Derrotou os árabes em 915 e morreu em 929.

 

123º. PAPA LEÃO VI

Nasceu em Roma em 860, foi eleito em 928 e reinou 7 meses e 5 dias.

 

124º. PAPA ESTEVÃO VII

Natural de Roma foi eleito em 928, mas  ficou submetido ao jugo dos principes toscanos, não prestando serviço algum à causa cristã. Morreu em 931.

 

125º. PAPA JOÃO XI

Nasceu em Roma. em 906, segundo a voz do povo, filho natural de Sérgio III e de Merosia e por esta mantido enclausurado, após a eleição em 931, só o deixando presidir a algumas cerimónias. Quando Alberico, outro filho de Merosia, se apoderou de Roma foi encerrado numa prisão, onde morreu em 935. Durante o seu cativeiro foram enviados a Constantinopla, padres romanos, com o título de legados, sem missão canónica, para reconhecerem Teofilato.

 

126º. PAPA LEÃO VII

Natural de Roma, foi eleito em 936 esforçando‑se por manter o celibato dos padres e reformou a disciplina dos beneditinos. Restabeleceu a paz entre o rei da Lombardia, Uga e o seu genro Alberico, duque de Spoleto. Manifestou aos bispos franceses e alemães o seu desagrado pela existência de bruxos e adivinhos. Morreu em 939 conservando‑se cartas da sua autoria.

 

127º. PAPA ESTEVÃO VIII

Natural de Roma foi eleito em 939 e mais uma vez a influência dos principes toscanos foi nefasta, não prestando este papa, serviço algum à causa cristã, apesar de ter procurado que se comportassem de acordo com o prescrito nos Evangelhos, mas sem êxito.

 

128º. PAPA MARTINHO III ou MARINHO II

Natural de Roma, foi eleito em 943 e morreu em 946. Pouco se conhece da história deste papa, sabendo‑se que se dedicou a reparar as igrejas e a socorrer os pobres.

 

 

129º. PAPA AGAPITO II

Natural de Roma, foi eleito a 10 de Maio de 946 e na sua luta contra Berenger pediu auxilio a Otão da Germania, que o apoiou, colaborando nos esforços para livrar Roma e o papado do avilta­mento em que os tinham lançado três mulheres inteligentes e viciosas: Teodora, a Grande e suas duas filhas, Teodora, a Moça e Marosia.

Sanadas as diferenças apoveitou as boas relações com o poder político para uma reaproximação à Cristandade  que desde 896, com a morte do Papa Formoso. tinha sido banida das preocupações papais. Afim de manter o bem entendimento com Alberico, governador de Roma, aceitou o seu conselho de não coroar Otão como imperador. Apesar deste contratempo a colaboração manteve-se e proporcionou a reformas de mosteiros e a divisão eclesiástica da Alemanha, aproveitada para resolver a área de jurisdição da Sé de Hamburgo.  Interveio na política francesa reunindo os Sínodos de Ingelheim e de Tréveris para fazer cessar as questões entre Luis d’Ultramar e o conde Hugo. orreu a 27 de Dezembro de 955.

 

130º. PAPA JOÃO XII

Chamava-se Ottaviano, era filho de Alberico pertencendo à família que dominava Roma onde nasceu em 938. Foi proclamado, em 954 , à morte de seu pai, principe dos romanos e, a 16 de Dezembro de 955, eleito Papa aos 17 anos. Participou na fundação do Sacro Imperio Romano‑Germanico quando coroou imperador a Otão, o Grande, em recompensa pelo auxilio prestado na libertação da peninsula itálica do domínio de Berenger. Mais tarde pas­sou‑se para o campo do seu anterior inimigo o que provocou a ira do imperador que o fez depor num concílio que elegeu Leão VIII. Após a partida do imperador, reuniu um exército que entrou em Roma, em 964, seguindo-se a convocatória de um Concílio que anulou as disposições anteriores e exerceu, contra os partidários de Leão VIII, cruéis represálias culminadas com a sua morte, segundo parece, de forma violemta em 14 de Maio de 964.

 

131º. PAPA LEÃO VIII

Nasceu em 940 em Roma e era protoscriniário da Igreja Romana quando o clero, obrigado pelo imperador Otão I, em 963, depôs João XII e o elegeu. No entanto, mal tomou posse uma conspiração fê‑lo fugir para o acampamento do imperador. Por parte do deposto foi eleito Bento V, mas Otão restabeleceu‑o à força de armas.

Alguns historiadores consideram‑no antipapa.

 

132º. PAPA BENTO V

Natural de Roma, foi eleito pelo povo, em 964 e apelidado “O Gramático”. Depois dum cerco memorável, caiu nas mãos do Imperador Otão e de Leão VIII, que o enviaram para Hamburgo onde morreu.

 

133º. PAPA JOÃO XIII

Natural de Roma, eleito a 1 de Outubro de 965 por influência do imperador Otão, que fora pessoal­mente em seu auxílio, quando em 960, sendo Bispo de Narni, uma revolta dos romanos o obrigara a fugir para Capua. A aliança com o imperador proporcionou um papado calmo, aproveitado para organizar a Igreja alemã, com a criação da metrópolr de Magdeburgo e concedeu auxilios à Igreja inglesa e espanhola. Trabalhou com ardor para restabelecer a disciplina eclesiástica em Roma e na Itália. Morreu a 6 de Setembro de 972.

 

134º. PAPA BENTO VI

Natural de Roma foi eleito em 973 e durante o seu pontificado deu‑se a conversão dos hungaros. Caiu em poder do antipapa Francon, apoiado pelo tirano Centius, chefe da nobreza romana. Esteve preso na Castelo de Santo Angelo, onde morreu em 974.

 

135º. PAPA BENTO VII

Natural de Roma, era Bispo de Sutri quando foi eleito em 974 por influência dos condes de Tusculum, e conseguiu resistir ao antipapa Francon, auxiliado por Otão II. Foi um mecenas da cultura e um impulsionador da agricultura. Morreu em 983.

 

ANTIPAPA  BONIFÁCIO VII

Chamava-se Franconio ou Fracon, era natural de Roma foi eleito em 974  pelos partidários de Crescentius , antes de Bento VI ter sido assassinado. Expulso de Roma voltou em 983 mandando matar à fome, segundo parece, o seu rival João XIV. Ao morrer em 985 o povo, que lhe chamava Malifacio, arrastou o seu cadáver pelas ruas deixando-o abandonado numa praça pública.

 

 

136º. PAPA JOÃO XIV

Chamava-se Pietro Canepanova, natural de Roma, antigo chanceler do imperador Otão I e bispo de Pavia.

 Depois de eleito em 983 foi feito prisioneiro pelos partidários do antipapa Bonifácio VII e encerrado no Castelo de Santo Angelo onde morreu de fome, 20 de Agosto de 984.

 

137º. PAPA JOÃO XV

Natural de Roma, foi eleito em Agosto de 985 e morreu em Março de 996. Oprimido pela facção de Crescentius, fugiu para Toscana e pediu o auxílio de Otão III. Perante a submissão daquele, voltou para Roma. Suspendeu a sentença de deposição de Arnaldo, arcebispo de Reims, pronunciada por um Concílio francês, em 991, por ordem de Hugo Capeto. Instituiu a “Trégua de Deus” e canonizou Ulrico, Bispo de Augsburgo, culminando o primeiro processo de canonização de responsabilidade papal.

 

138º. PAPA GREGÓRIO V

Nasceu na Alemanha em 973 era bisneto do imperador Otão I e primo de Otão III que presidiu, em 996, à sua eleição e foi pelo novo papa coroado imperador. A animosidade do consul de Roma, Crescentius II, culminou com a sua expulsão da cidade e a nomeação do antipapa João XVI. O imperador voltou a Roma mandou de capitar o Consul e prender o antipapa. Restabeleceu na cadeira de Reims o arcebispo Arnolfo que tinha sido deposto no Concílio de S. Basle. Nomeou Arcebispo de Ravena, Gerberto, mais tarde eleito Papa com o nome de Silvestre II.

Resolveu o pena de excomunhão em que incorrera o rei Roberto de França. Mprreu em 999.

 

ANTIPAPA  JOÃO XVI

Chamava-se Giovanni Filagato, era natural da Calabria, foi nomeado bispo de Placência e proclamado papa, em 997, pela facção de Crescentius, que tinha expulso Gregório V. Em Março de 998, foi preso pelos soldados de Otão e morreu na prisão depois de horrivelmente mutilado em 1013.