quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Separadas, divorciados e recasados


Separadas, divorciados e recasados

No próximo dia 1 de março, no auditório vita, a pastoral familiar da arquidiocese pro­move uma sessão sobre ”0 Senhor está perto daqueles que têm o coração ferido". Trata-se da leitura da carta do Cardeal Tettamanzi aos casais em situação de sepa­ração, divórcio e nova união, feita por alguns artistas da televisão e do teatro, às 21.30. A entrada é livre.

Entretanto, recomenda-se a consulta do site "www.recasados.pt" que é uma inicia­tiva de um grupo de leigos da diocese de Aveiro que, em setembro de 2012, orga­nizou um debate sobre o acolhimento na Igreja aos divorciados e recasados. Este portal pretende ser num primeiro passoi para a reflexão e quer dar continuidade ao debate a respeito desta temática sensivel da pastoral da Igreja. Apesar de ainda não deter muita informação, é possivel consultar alguns artigos de opinião e entrevis­tas, que foram sendo publicados no semanário diocesano "Correio do Vouga".

 
Há anos na paróquia reunia-se
 
vulgarmente com
 
pessoas envolvidas nesta problemática
 
e conseguimos
 
abrir caminhos de esperança.

O mal não existe? Cidade Nova com Tonino Gandolfo

O mal não existe?

 Está escrito na Bíblia que Deus cria o homem «á Sua imagem e semelhan­ça», portanto, o homem, assim como Deus, deveria poder fazer só o bem. Então como é que o homem transgri- de o querer de Deus?

Mal e Deus "bom", Deus plenitude de bem: como se conciliam? Sobre isso escreveram-se milhares de páginas! Apresento apenas algumas considera­ções que nos orientem a intuir, senão mesmo a compreender, esta relação. Gostaria de responder com uma frase conhecida: «0 mal, em si, não existe. É uma simples ausência de bem, as­sim como o frio é ausência de calor e a escuridão é ausência de luz>. Ou, simplesmente: é um bem incompleto! Mas se Deus é sumo Bem, como pode existir um bem imperfeito, não levado a sua plenitude? Aqui entra em jogo a "liberdade" do homem: o denomina­do mal não é tanto da parte de Deus, como da parte de uma liberdade não gerida de fórma completa pelo ho­mem. Uma relação de amor implica sempre o encontro de duas liberda­des. E nós podermos dizer que Deus se "condicionou" a esta liberdade.

Há, no entanto, um ponto de vista pe­culiar através do qual me parece in­teressante olhar a dialética mal-bem: o perdão. 0 perdão indica a impossi­bilidade de um mal absoluto, já que o mal se revela superável pelo bem: não há nenhuma situação que possa prender a pessoa a um estado de mal insuperável! Em definitivo, é o bem, que tem a sua origem em Deus, a ter a última palavra. Isto é indicado, de modo conclusivo, pela ressurreição de Jesus: n'Ele o Pai disse a última pala­vra sobre o destino do homem, que é só de completude e de plenitude. De certo modo, a palavra da ressurreição é antecipada pela experiência de Jesus na Cruz, de modo particular pelo Seu grito de "abandono". Ali, onde parece que o amor do Pai já não pode triun­far, Jesus faz-nos ver que este amor permanece percetivel, até ao ponto de se poder confiar a Ele.

Pe Tonino Gandolfo, In CidQde Nova, Outubro 2012)

A Cáritas de Viana pede ajuda a toda a gente de boa vontade...


A Cáritas de Viana pede ajuda a toda a gente de boa vontade...



DIA
DA
CÁRITAS

Viana do Castelo

É bom lembrar que mais de dois milhões de portugueses sobrevivem abaixo do limiar da pobreza, sendo superior a trezentas mil as crianças que os acompanham nesta calamidade. Muitos conterrâneos nossos engrossam as fileiras destes números.

desenho de Crispim da Silva
 
A Cáritas Diocesana é a mão generosa e solidária da Igreja. A sua acção é extensível a toda a diocese. Os números da actividade de 2012,

que a seguir referimos, falam por si:

Famílias atendidas                                 2.049

Agregado familiar correspondente...       6.286

Cabazes de Natal oferecidos                    267

Custos da intervenção social:

Alimentação                                    14.125,42. euros

Pagamento de água, luz e gás        14.526,32 euros

Pagamento de rendas de casa        13.117,03 euros

Assistência medicamentosa            18.437,17 euros

A colaboração de todos tem permitido ajudar as pessoas que cada vez mais carenciadas procuram o apoio da Cáritas. Neste dia, de novo, apelamos à partilha generosa e solidária e fraterna da Comunidade a que preside….

Foi o fundador do Convento das Carmelitas Descalças de Viana do Castelo - Primeiro Carmelo de Viana

 
Foi o fundador do Convento das Carmelitas Descalças de Viana do Castelo
o Covento do Desterro: Jesus Maria José
CÓNEGO CORREIA SEIXAS
 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Um padre do passado? Que fazemos da nossa oblação, da nossa entrega a Deus?


Um padre do passado?
 
Não há padre do passado. Só há padres do presente. Eu não quero ser padre do passado embora reconheça que já não sou o mesmo de há 40 anos.

Seja como for, um Padre enquanto não tiver uma demência senil avançada como qualquer pessoa pode ter e tiver consciência do que faz é sempre padre e os seus atos de sacerdote ministerial são sempre lícitos e válidos, a não ser que tenha cometido alguma infração canónica que suspende a si próprio ou o Bispo tenha de suspender. E quando perder a consciência morrerá sempre padre.

O que eu quero dizer é que as pessoas às vezes acham que os jovens só estão bem na Igreja com padres novos.

Os jovens de hoje são diferentes de outros tempos. Antigamente eram educados e subservientes aos pais, aos avós, aos bisavôs, mas hoje já não é bem assim. É por isso que gostarão mais de um padre jovem, mais próximo na idade, é normal. Embora com menos radicalidade, sempre aconteceu uma tendência da proximidade da idade.

Todos sabemos que para muitos jovens, os pais só interessam enquanto dão dinheiro e os avós idem aspas. Quando não precisam deles, nem os procuram muitas vezes, a não ser em ocasiões de festas.

Portanto não há padres do passado, há mas são jovens com um modo de ser diferentes dos padres mais velhos, idosos e são considerados afastados, antiquados, “peças de museu” e que nada têm a ver com o mundo de hoje, segundo alguns jovens que nasceram e foram ou são educados num mundo diferente.

Em alguns casos isso até é possível, sobretudo, entre aqueles que pouco fizerem por se atualizarem em formação, em busca de nova informação, de nova linguagem, em prática e criatividade pastoral.

Eu tenho 66 anos, já faço parte da terceira idade. É com muito gosto que o afirmo porque, caso contrário, seria sinal de que não tinha atingido esta idade. Esse dom da vida e da minha atividade e das minhas limitações físicas e espirituais, pois não sou um santo, mas um entre todos na Igreja, eu o devo a Deus que mo dá sem o merecer.

Ora isto dá-me prazer e louvo a Deus que me tem dado esta graça. Nele confio e rejeito as forças do mal que, às vezes, caluniando, difamando… querem denegrir a sua imagem e, psicologicamente, destrui-los.

É abominável aos olhos de Deus esta atitude de atirar a pedra e esconder a mão… Respeitemo-nos uns aos outros como irmãos que somos em Cristo. Leigos e sacerdotes devem envolver-se na comunhão da mesma fé e mais nada. Deus é Amor e somos diabólicos quando somos contra o Amor e nos agarramos ao ódio, à vingança, à destruição dos bens materiais e espirituais dos outros.

Que fazemos da nossa oblação, da nossa entrega a Deus?

Sou um padre do passado, mas com vontade de viver o presente com felicidade e alegria que contagie, o que nem sempre acontece porque sou fraco. Enquanto depende de mim, mas não quando depende dos outros que pode ser de provocação e de rejeição e de abandono num Cristo sofredor até à Cruz.

 

Lembrar o passado para amar mais o presente

 
 
Recuar  30 anos no tempo - É bom
 
 lembrar o passado para amar mais o
 
 presente
 
 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Renunciar: Sinónimo de humildade



"Em comunicado, Bento XVI, que tem 85 anos, afirmou que vai deixar a liderança da Igreja Católica Apostólica Romana devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer as obrigações do cargo. A12.com"

Quando percebemos que as dificuldades surgem e impossibilitando-nos de sermos como era antes, a atitude mais sábia é a da "renúncia", assim como fez nosso querido Papa Bento XVI.

Há momentos na vida que passamos por escolhas que não são fáceis, a mais difícil talvez, seja a "renúncia". É muito difícil olhar para trás, ver todo o caminho percorrido e dizer que chegou a hora de parar. Vamos colocar nosso querido Papa Bento XVI em oração, e pedir a Deus que mande um servo de Cristo para comandar o seu imenso rebanho. Quem será?... Quem Deus quiser… Daremos Graças…

Por falar em renúncias, comunico algo que pensei... pensei... e cheguei a uma conclusão.

Este ano começou muito bem, comecei a trabalhar, e com uma nova  força na minha missão espiritual e pastoral. Também estamos em plena quaresma a caminhar com Jesus como fôssemos a fazer caminho na barca com Ele para o Céu. Temos muito trabalho, mas esta semana também venceremos com as graças de Deus.

Conto com o Diácono, com os catequistas, com os pais e convosco para a caminhar e vamos fazer a barca da fé até à Vigília Pascal, onde toda a cristandade participará.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Renúncia do papa Bento XVI


Renúncia do papa Bento XVI


Apanhando a todos de surpresa, Bento XVI comunicou
à Igreja, através dos Cardeais
reunidos em Consistório, a
sua decisão de renunciar ao
ministério de Bispo de Roma
que lhe foi confiado em 19
de abril de 2005. É enquanto
Bispo de Roma que o Papa
é sucessor de São Pedro e,
nessa qualidade, preside à 
Igreja universal como servidor da comunhão na fé e da caridade.
Por efeito dessa decisão, tomada em plena liberdade, a Sé de Pedro ficará vaga a partir
das 20h da próxima quinta-feira, 28 de fevereiro. Competirá depois aos Cardeais a eleição
do próximo Papa segundo os cânones da Igreja.
Muito se tem especulado sobre os motivos desta decisão do Santo Padre. Habituados a
ver tudo segundo a lógica do poder e das lutas mesquinhas para o adquirir e manter, não
admira que os meios de comunicação deste mundo tenham dificuldade em compreender
este gesto sem precedentes de liberdade e desapego. Sabemos que na Igreja há tudo o que
é humano, no melhor e no pior.  Também sabemos que Bento XVI não é homem para fugir
às suas responsabilidades. Tem-no demostrado de forma inequívoca. Por isso, neste caso,
em vez de especulações fantasiosas dos supostamente «bem informados», o mais razoável
é aceitar a explicação que o próprio deu:
«Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei
à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério,
pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras,
mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a
rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para
governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor
quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal
modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o
ministério que me foi confiado» (Declaração feita em
11 de fevereiro).
Nas suas aparições públicas após esta declaração,
Bento XVI pediu e agradeceu a oração de todos. «Eu
estou muito agradecido pela vossa oração, que pude
sentir – como disse quarta-feira – quase fisicamente.
Embora agora me retire, na oração continuo sempre
unido a todos vós e tenho a certeza de que também
vós estareis unidos a mim, apesar de permanecer
oculto para o mundo» (14/02).
Rezemos, também nós, por Bento XVI e pelo seu sucessor. Rezemos pela Igreja, bem
cientes de que, como aqui lemos na semana passada, «a Igreja é de Cristo, o Qual não lhe

deixará jamais faltar a sua orientação e a sua solicitude» (Catequese  de 13/2/2013)

 

JESUS E AS CRIATURAS- Dário Pedroso in Diário do Minho

JESUS E AS CRIATURAS
 
 
 
Fé e sempre, precisamos de O contemplar para aprender com Ele a relacionar-nos com as coisas que nos rodeiam.
1.° Jesuss olha o mundo, as criaturas, as pessoas e as coisas, as circunstâncias com o olhar do Pai: "tudo é bom". Sabe dar às coisas o seu valor, o seu pleno sentido. Olha com admiração o jovem rico (Mt 5, 28), percebe o valor da pérola e serve-se disso para falar do Reino (Mt 13, 44), sente-Se bem num banque­te onde o vinho novo dá alegria (Jo 2,10), fala da alegria do lavrador ao ver o celeiro cheio (Lc 12,19), do prazer da recolha dos figos (Lc 13, 6-7) e até da obrigação de colocar a render o dinheiro, os talentos para que possam render mais (Mt 25, 27). Jesus é um apaixonado pela natureza, pois vê nela a Obra do Pai... Tudo é referência ao amor do Pai, ao seu carinho, à sua Providência... Vive mergulhado no mundo enquanto este O eleva para o Pai e O faz descobrir sem cessar o seu amor...
2. º Mas só usa das coisas tanto quanto Lhe ser­vem para louvar, reverenciar, servir o Pai... Não abusa, manipula, estraga, consome desordenadamente, não se apega... O Pai e o seu amor é que norteiam o uso das coisas, do tempo, da vida... Maria e José são colocados no seu lugar: "Não sabíeis que tenho de Me ocupar das coisas do Pai?" (Lc 2, 49). E porque não seria louvor e reverência, verdadeiro serviço, não cede à tentação de mudar as pedras em pão... Jesus deseja dar às coisas e às pessoas o seu sentido verdadeiro: o Pai é o fim último de tudo e de todos. Os lírios do campo, o fermen­to que se coloca na massa para a levedar, o pôr do sol bonito e avermelhado, a lâmpada colocada sobre o candelabro são referências ao Pai... Só vê e usa das coisas em relação ao Pai.
3.° Com Jesus, as coisas, na Eucaristia, tornam-se Pessoa. Pão e vinho convertidos em Corpo e Sangue... Aqui está o mais ma­ravilhoso... Na Eucaristia, as coisas encontram a sua revelação final e plena, tornam-se sagradas: Corpo de Deus. É na Eucaris­tia que Jesus, em Corpo e em Sangue, mais louva, reverencia, serve o Pai e os homens... é vítima oferecida para resgate da humanidade, renova o seu Mistério Pascal... As coisas, pão e vi­nho, gota de água no vinho, são oferta mística, oblação total d( amor do Filho que só quer amar o Pai e fazer tudo o que é do seu agrado... Na Eucaristia, as coisas tomam o seu sentido mais profundo, mais místico, mais oblativo. Jesus vive tudo centrado no Pai, por seu amor, para seu louvor e glória...
  Eu  com  Cristo posso ser “hóstia Viva” para glória de Deus Pai. Se assim for, é a forma mais eloquente  de louvar reverenciar e servir o Pai. Que mistério insondável!
4.° Colocar-me diante de Cristo para Lhe agra­decer o Pai que me deu... para Lhe agradecer o exemplo que me dá... para Lhe pedir que me ensine o verdadeiro sentido das coisas, da vida, das criaturas... Afinal, como Verbo, tudo foi feito por Ele e nada do que existe foi feito sem Ele... Pedir para encontrar Deus em todas as coisa e todas as coisas em Deus... Para que me ensine a usar das coi­sas e não a abusar delas, a manipulá-las, a viver um consumis- mo que me afasta do Pai e do seu amor... "Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é do Pai". Que, através de mim, tudc coisas e pessoas, vá por Cristo ao Pai. Como uso as criaturas? Crio dependências desnecessárias.... necessidades supérfluas? Prefiro o Doador aos dons? Dizer algo de muito sincero a Jesui e ao Pai...
D. M. , de Dário Pedroso
 

O Papa da nossa Fé --- Bispo eméroto de Roma


O Papa da nossa Fé

 
O Ano da Fé é um presente que o Papa Bento XVI ofe­receu à Igreja, entre muitos outros, sendo de destacar o precioso Catecismo da Igreja Católica, de cuja pri­meira edição festejamos os 25 anos. Mas a sua pas­sagem por Portugal também nos ofereceu pequenos exemplos e testemunhos da sua, da nossa Fé.

Refiro-me ao modo como as pessoas recebiam a comunhão das mãos do Vigário de Cristo: de joelhos e com um acólito a segu­rar uma bandeja para recolher as pequenas partículas que even­tualmente pudessem cair das Hóstias consagradas. Soube-se, mais tarde, que se tratava de um pedido formal do Papa e não de um mero gesto protocolar.

O facto deve ter deixado marca na vida interior de alguns portu­gueses, pois aumentou o número de pessoas que se ajoelham, por vezes no chão (sobretudo os jovens) para receber a comu­nhão na boca. Alguns párocos já se aperceberam do fenômeno e colocaram genuflexórios nas suas igrejas, permitindo um maior conforto a quem optar por esta modalidade e mantendo a possi­bilidade da comunhão em pé aos que assim preferirem ou esti­verem impossibilitados de o fazer. Nessas paróquias, reparamos que muitos adultos acompanham o exemplo dos jovens.

Na verdade, é o próprio Cristo que está presente na Hóstia con­sagrada e o Santo Padre recordou-nos isso com estes gestos li- túrgicos de veneração, respeito e adoração. Levantar-se para cum­primentar alguém - os pais, uma senhora, um professor, um su­perior - é um sinal de respeito e de justa retribuição, pois, em princípio, todas estas pessoas contribuíram de alguma forma para a nossa boa forma de viver: deram-nos a vida, formação huma­na, conhecimentos, trabalho e formação profissional, etc.. Quem muito dá, merece alguma retribuição, geralmente manifestada por gestos de carinho, como os beijos dos filhos aos pais. O respei­to é a forma de carinho conveniente entre pessoas que se rela­cionam com menor grau de intimidade ou que desejam manifes­tar reconhecimento ou admiração.

Com efeito, nas relações humanas podemos distinguir dois tipos: as públicas e as privadas. Nas primeiras, é conveniente usar ges­tos previstos ou protocolares e que devem seguir certas regras e convenções de acordo com as tradições dos países, clubes, colégios, etc. Nas privadas é permitida uma maior espontanei­dade. O mesmo sucede em relação a Deus. A comunhão é um acto público e consiste em receber no corpo e na alma o pró­prio Deus que morreu para nos salvar. O gesto conveniente do homem em relação a Deus é de adoração: ajoelhar-se, no nos­so mundo ocidental.

O cuidado de usar bandeja também faz pensar. Se as Hóstias es­tão consagradas, as partículas (migalhas) que delas se despren­dem também o estão e devem ser veneradas com o mesmo res­peito. Uma vez recolhidas, costumam ser colocadas no cálice e consumidas juntamente com água.

Decididamente, devemos agradecer muito ao Papa Bento XVI que nos tenha ajudado a aumentar a nossa Fé, mesmo em atitudes aparentemente de pouca monta.

 In Diário  do Minho ,por Isabel Vasco Costa, em artigo de Opinião

sábado, 23 de fevereiro de 2013


Gratidão e Prece

Apanhando a todos de surpresa, Bento XVI comunicou à Igreja, através dos Cardeais
reunidos em Consistório, a sua decisão de renunciar ao ministério de Bispo de Roma
que lhe foi confiado em 19 de abril de 2005. É enquanto Bispo de Roma que o Papa
é sucessor de São Pedro e, nessa qualidade, preside à  Igreja universal como servidor da comunhão na fé e da caridade.



Por efeito dessa decisão, tomada em plena liberdade, a Sé de Pedro ficará vaga a partir
das 20h da próxima quinta-feira, 28 de fevereiro. Competirá depois aos Cardeais a eleição do próximo Papa segundo os cânones da Igreja.
Muito se tem especulado sobre os motivos desta decisão do Santo Padre. Habituados a
ver tudo segundo a lógica do poder e das lutas mesquinhas para o adquirir e manter, não admira que os meios de comunicação deste mundo tenham dificuldade em compreender este gesto sem precedentes de liberdade e desapego. Sabemos que na Igreja há tudo o que é humano, no melhor e no pior.  Também sabemos que Bento XVI não é homem para fugir às suas responsabilidades. Tem-no demostrado de forma inequívoca. Por isso, neste caso, em vez de especulações fantasiosas dos supostamente «bem informados», o mais razoável é aceitar a explicação que o próprio deu:
«Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei
à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado» (Declaração feita em 11 de fevereiro).
Nas suas aparições públicas após esta declaração, Bento XVI pediu e agradeceu a oração de todos. «Eu estou muito agradecido pela vossa oração, que pude sentir – como disse quarta-feira – quase fisicamente.
Embora agora me retire, na oração continuo sempre unido a todos vós e tenho a certeza de que também vós estareis unidos a mim, apesar de permanecer oculto para o mundo» (14/02).
Rezemos, também nós, por Bento XVI e pelo seu sucessor. Rezemos pela Igreja, bem
cientes de que, como aqui lemos na semana passada, «a Igreja é de Cristo, o Qual não lhe deixará jamais faltar a sua orientação e a sua solicitude» (Catequese  de 13/2/2013)

In Boletim paroquial de Ermesinde

Bento XVI alerta Igreja contra «orgulno e egoísmo»


 
 «orgulno e egoísmo»
 

Bento XVI convidou os membros da Igreja a superarem o “orgulho e egoísmo” nas suas vidas e pediu orações por si e pelo seu sucessor, a poucos dias de concluir o pontificado por ter apresentado a renúncia.

“Suplico-vos que conti­nueis a rezar por mim e pelo próximo Papa, bem como pe­los exercícios espirituais, que vou começar esta tarde com os membros da Cúria Romana”, disse o Papa, em espanhol, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pe­dro para a recitação do Angelus.
 
 
 
 
 
 
 
Num dos últimos encon­tros com peregrinos antes de 28 de Fevereiro, dia final do actual pontificado, Bento XVI mostrou- se “profundamente agradecido” pelas “orações e apoio” que tem recebido por parte dos fiéis des­de que apresentou a sua resig­nação, na segunda-feira.

A tradicional catequese destes encontros de oração foi dedicada ao episódio evangéli­co das “tentações” de Jesus, a partir das quais o Papa alemão alertou para a necessidade de os católicos rejeitarem os ape­los “do egoísmo e o orgulho, do dinheiro e do poder”.

“A Igreja, que é mãe e mes­tra, chama todos os seus mem­bros a renovar-se no espírito, a reorientar-se decididamente para Deus, renegando o orgu­lho e o egoísmo para viver no amor”, declarou.

Bento XVI referiu que Je­sus teve de “desmascarar e re­cusar as falsas imagens do Messias” que se revelavam também “falsas imagens do ho­

mem, que em todos os tempos seduzem a consciência, travestindo-se de propostas convenientes e eficazes”.

“Neste Ano da Fé, a Qua­resma é um tempo favorável para redescobrir a fé em Deus como critério-base da nossa vida e da vida da Igreja. Isso comporta sempre uma luta, um combate espiritual”, acrescen­tou.

Segundo o Papa, o “núcleo central” das tentações consiste em “instrumentalizar Deus para os próprios fins” dando mais im­portância “ao sucesso e aos bens materiais”.

“Desta maneira, Deus torna-se secundário, reduz-se a um meio, torna-se definitiva­mente irreal, já não conta, des- vanece-se. Em última análise, nas tentações está em jogo a fé, porque está em jogo Deus”, pre­cisou.

A intervenção de Bento XVI deixou votos de que a Quares­ma, tempo de preparação para a Páscoa iniciado esta quarta- feira, seja para os católicos “ca­minho de uma autêntica conver­são para Deus e tempo de par­tilha intensa” da fé em Jesus Cristo.

O Papa e os seus mais di­rectos colaboradores iniciaram domingo uma semana de ora­ção e reflexão, durante a qual são suspensos todos os com­promissos públicos no Vaticano.

“Obrigado a todos vós”, dis­se, em resposta aos aplausos das pessoas presentes na Pra­ça de São Pedro.

O encontro serviu como momento de homenagem e saudação por parte da comuni­

dade e da cidade de Roma ao Papa cessante.

O próximo encontro de Bento XVI com os fiéis vai de­correr no dia 24, com a recita­ção dominical do Angelus, se- guindo-se a última audiência pública do pontificado, a 27 de fevereiro, iniciativa para a qual já estão inscritas 35 mil pesso­as, segundo o Vaticano.

O dia final do pontificado, a 28 deste mês, inclui um en­contro de despedida dos carde­ais, pelas 11h00 locais (menos uma em Lisboa), antes da parti­da em helicóptero, rumo à resi­dência pontifícia de Castel Gan- dolfo, nos arredores de Roma, marcada para as 17h00.

In NV de 21 de Fevereiro

A  Conversão de  Gonçalo Malafaia
 
 
Testemunhos


Texto: Frei José Dias de Lima. OFM
“esta trans­formação foi possível pelos senti­mentos cris­tãos que a sua mãe lhe incutira”
Gonçalo Malafaia, armado de arma branca, investiu, contra D. Efigénia, que se preparava para entrar no seu automóvel:
- “A carteira, os anéis e o colar, e já!” Amedrontada, D. Efigénia entregou tudo imediatamente.
- “Aqueles três sacos, que estou a ver dentro do carro, também, rápido!”
-  “Mas, nào são valores, são ape­nas algumas mercearias, uma ^juda para uma necessitada que conta os cêntimos no fim do mês para poder sobreviver!”
- “Fico com tudo!”
-  “É demais! - disse D. Efigénia, num gesto de coragem - para além de querer roubar o que é meu, quer ainda tirar-me estas mercearias que aquela pobre, presa a um andarilho, precisa para matar a fome e a fome do malandro do filho que não quer trabalhar'?!”
-  “Presa a uni andarilho?!” Pergun­tou Gonçalo.
- “Presa a um andarilho, sim!
-  " E onde mora essa entrevada?” Continuou Malafaia.
-  “A dois quarteirões daqui, no fim da Rua Direita no r/c -1.° Esquerdo!”
-  “E como se chama essa mulher entrevada?”
-   “Guilhermina Malafaia é o seu nome! Mas porquê?! Qual o inte­resse em saber o nome e a morada da pobre, se a gente da vossa laia não respeita ninguém?! Quererá também roubá-la?! Seu desgraçado! Desengane-se que o filho lhe leva tudo e a põe pele e osso!”
Gonçalo, corado de vergonha, e sem se atrever a olhar para D. Efigénia, ao mesmo tempo que lhe devolvia a sua carteira e todos os seus perten­ces disse, subitamente:
-   “Fique tranqüila minha senhora, que não lhe farei mal. E desculpe!”
-   "Desculpe?! Essa traz água no bico! Onde se viu ladrão pedindo desculpa e devolvendo na hora o que tão depressa roubou?! Invecti- vou D. Efigénia, muito admirada.
-  “Minha senhora, o meu nome é Gonçalo Dias Malafaia Gomes, e a senhora entrevada no andarilho, a quem se destinam as mercearias, é a minha mãe!”
- “O desgraçado, és tu o filho da Gui­lhermina Malafaia?! Pobre da tua mãe! O que ela passa para te manter, rapazola! Quantos dolorosos desa­bafos, a teu respeito, e que eu oiço com atenção, porque tenho quatro filhos, cresceram, arrumaram a vida mas, graças a Deus, nenhum me causa lágrimas."
- “Diga-me, por favor que lhe diz ela de mim?” Implorou Malafaia.
-  “Olha, rapaz, desabafa que daria sua a própria vida para te tirar desse caminho lamacento em que te meteste, se lhe fosse possível. Agarrada ao terço e a um velhinho livro de orações, não pára de pedir a Deus o milagre da tua mudança de vida e o regresso ao comporta­mento recto e à vida cristã que te levou à Primeira Comunhão e ao Santo Crisma, mas que abandonaste e trocaste pelas más companhias!”. Gonçalo Malafaia, aíi mesmo, com os olhos embaciados pelas lágrimas disse, emocionado pelo que ouviu:
-   “Minha Senhora, não veja mais a luz do dia se a partir de hoje não deixar de ser o traste de filho em que me tomei. Porque há-de minha mãe mendigar as migalhas, de gente tão boa como a senhora, para me dar de comer, se eu posso ser a sua companhia e dedicar-me a um tra­balho honesto para que ela sinta, ao menos, nos poucos anos que lhe restam, alguma alegria e não carre­gue o fardo da vergonha por minha causa? Ah caia eu redondo no chão se falhar este propósito!” Aproveitando a boleia daquela ben- feitora, Gonçalo malafaia acompa­nhou-a até casa da sua mãe, e ali, diante de sua mãe, renovou o com­promisso que tomou. D. Guilher­mina providenciou-lhe um trabalho, que ele agarrou, decidido. A lição que este jovem recebeu, naquele encontro acidental, fê-lo arrepiar caminho e mudar radicalmente o seu proceder. Claro que toda esta transformação foi possível pelos sentimentos cristãos que a sua


-   mãe lhe incutira desde o berço e que ele tinha esquecido em virtude das más companhias que o assediaram, mas que agora estavam produzindo fru­tos de conversão e arrependimento. E que a caridade, unida à fé, dá fru­tos não duvidemos, senão aprenda­mos com D. Efigénia e com a con­versão de Gonçalo Malafaia.

Que lição maravilhosa para este Ano da Fé!                              Fev. 2013,In  Missões Franciscanas