Século VII
65º. PAPA SABIANO
Natural da Toscana, S. Gregório Magno
sagrou-o Cardeal‑Diácono e colocou-o como Núncio junto da corte do imperador
Maurício. Foi eleito em 604 e o cronista Segeberto de Gembloux acusou‑o de ter
feito queimar os livros do seu antecessor por este lhe ter aparecido de noite
censurando, por três vezes, a sua avareza e o ter ferido na cabeça com um golpe
de que viria a morrer em 606. Atribui‑se‑lhe a introdução dos sinos nas igrejas
que tocaram durante séculos, de acordo com as horas canónicas por ele
estabelecidas e determinou que as velas nas igrejas deveriam estar sempre
acesas.
66º. PAPA BONIFÁCIO
III
Nasceu em Roma e foi eleito a 19 de Fevereiro
de 607 e morreu a 12 de Novembro de 607. Durante o seu curto pontificado reuniu
em Roma um Concílio para regular a eleição papal. Foi decidido que só se
pudesse eleger novo papa passados três dias sobre a morte do seu antecessor. Presentemente este período é de nove dias.
67º. PAPA S.
BONIFÁCIO IV
Italiano, foi eleito em 608 e morreu em 615. Converteu o Panteão de
Roma em templo cristão e instituiu a festa de Todos‑os‑Santos no dia 1 de
Novembro.
68º. PAPA S.
DEODATO I
Natural de Roma, foi eleito 615, morreu em
618. Foi o primeiro a pôr um selo de chumbo em todas as Bulas e Decretos
Pontifícios.
69º. PAPA BONIFÁCIO
V
Napolitano, foi eleito em 619 e morreu em
625. Instituiu o principio da imunidade de asilo no interior dos edificios
religiosos.
70º. PAPA HONÓRIO
I
Natural de Capua, era filho do Consul
Petrónio, foi eleito em 625 apoiando Adoloardo, rei dos lombardos, contra a
revolta de seu filho Arioaldo. Tentou reconciliar, no Oriente, católicos e
monotelitas, não condenando a heresia, o que lhe valeu ser considerado hereje
pelo 6º. Concílio Ecuménico de Constantinopla em 680. Os monotelitas seguiam
uma doutrina que continha proposições contrárias à fé católica, atribuindo a
Jesus Cristo duas naturezas: a Humana e a Divina, mas uma só vontade. Em 633
reuniu-se um Concílio Nacional, o IV de Toledo que foi presidido por Santo
Isidoro e regulou o acesso ao trono reservando a escolha ao clero e à nobreza.
A regulamentação da eleição foi decidida em 636 no Concílio Toledo VI que optou
pela responsabilização máxima dos seus reis por serem ungidos pelo Senhor.
Tomou parte nas negociações entre as Igrejas de Inglaterra e da Irlanda,
instituiu a Festa da Exaltação da Cruz em 14 de Dezembro, falecendo em 638.
71º. PAPA SEVERINO
Natural de Roma a sua eleição, em 638, só foi
ractificada pelo imperador Heraclio passados perto de dois anos e com a
promessa, feita pelos enviados papais, de aprovar a doutrina monotelita. A
atitude do imperador foi tomada em virtude do Papa recusar-se a aceitar a
Ecthese ou profissão de fé da referida doutrina composta por Sérgio, patriarca
de Constantinopla e publicada sob a forma de edito pelo imperador Heraclio.
Atribui-se a sua morte, em 640, ao pesar sentido pelo saque do palácio de
Latrão levado a cabo por Isaac e Maurício, respectivamente, Exarca de Ravena e
Governador de Roma, ajudados pelos agentes imperiais.
72º. PAPA JOÃO
IV
Nasceu na Dalmácia em 580, foi eleito em
Dezembro de 640 e morreu a 12 de Outubro de 642. Condenou a Ecthese na
tentativa de apaziguar os animos, exaltados pelas intrigas dos monotelitas.
Defendeu, numa carta ao imperador Constantino III, a memória do papa Honório,
acusado de só ter admitido uma natureza a Jesus Cristo. Procurou converter à
ortodoxia católica os dissidentes coptas do Egipto.
73º. PAPA TEODORO
I
Nasceu em Jerusalem, em 580 e foi eleito em
642 e talvez tenha morrido envenenado em 649. Depôs Paulo, patriarca de
Constantinopla, que favorecia o monotelismo. A partir deste reinado, os Papas
juntaram o titulo de Pontifice ao de Soberano.
74º. PAPA S.
MARTINHO I
Nasceu em Todi, em 590 e, antes de ser eleito
em 649, tinha sido Núncio do papa em Constantinopla. Reuniu o 1º. Concílio de
Latrão que condenou a heresia dos monotelitas e definiu a distinção das
vontades humana e divina em Jesus Cristo. O imperador Constantino II, protector
declarado do monotelismo, mandou‑o prender na Basílica de S. João Latrão.
Levado para Constantinopla só de lá saiu para ser conduzido a Quersoneso onde
morreu em 655 devido aos maus tratos recebidos. Em 653 reuniu-se o Concílio
Toledo VIII, onde é cumprida a revisão do Código Visigótico, ordenada por
Recesvinto e publicado com o nome de Liber Judiciorum. A escolha de uma
reunião deste tipo que tinha uma característica mista - política e religiosa -
demonstra a importância dos Concílios. No entanto este aproveitamento político
era contestado pelas suas semelhanças com as Cortes. Determinou que a Festa da
Imaculdada Conceição se realizasse a 25 de Março. O seu corpo foi trasladado de
Constantinopla para a igreja de S. Martinho dos Montes.
75º. PAPA S.
EUGÉNIO I
Natural de Roma, a sua eleição a 16 de Agosto
de 654, foi efectuada quando o seu predecessor foi exilado. Apesar de S.
Martinho I ter escrito uma carta considerando-o a sua eleição legitima, a
Igreja só a reconheceu como tal quando morreu o seu antecessor. Preocupou‑se
sumamente com a questão da castidade dos sacerdotes e recusou-se a
reconhecer Pedro, como Patriarca de
Constantinopla, apesar da insistência do imperador Constantino II. A sua morte
ocorreu a 2 de Junho de 657 e foi sepultado na catedral de S. Pedro.
76º. PAPA S.
VITALINO
Italiano, foi eleito em 657 e as suas
atenções para com o imperador Constantino II não obstaram que este saqueasse
Roma quando a visitou. Consultado por Egberto, rei de Kent e por Oswi, rei dos
nortumbrios sobre certos pontos da liturgia e sobre o dia em que a Páscoa devia
ser festejada, aproveitou para consolidar a influência de Roma na Inglaterra e
fazê‑los adoptar a liturgia latina. Em 666 reuniu-se um Concílio Provincial em
Mérida, presidido pelo Arcebispo D. Proficio e estiveram presentes D. Selúa,
Bispo de Idanha, D. Adeodato, Bispo de Beja, D. Teodorico, Bispo de Lisboa, D.
Teodosilo, Bispo de Lamego, D. Cântabro, bispo de Conimbriga, D. Pedro, Bispo
de Évora e D. Aloario, Bispo de Caliábria. Atribui‑se‑lhe a autorização do uso
do orgão nas igrejas, verificando-se, durante o seu pontificado a sublevação da
Igreja de Ravena tentando subordinar a Igreja de Roma à de Constantinopla.
Ofereceu dura resistência, mas morreu em 672 antes de triunfar.
77º. PAPA DEODATO
II
Natural de Roma foi eleito em 672 e morreu a
676. Converteu ao catolicismo os Maronitas do Libano e foi o primeiro a usar a
expressão “Saude e Benção Apostólica”. Em 675 realizou-se o Concílio Provincial
Tarraconense, Toledo XI e o Provincial da Galécia e 3º. de Braga, presidido
pelo Metropolita Leodegísio e estiveram presentes os bispos de Tui, Porto,
Astorga, Britónia, Orense, Lugo e Iria que se debruçou sobre a Profissão de Fé
de Niceia e promulgou normas disciplinares - a castidade dos sacerdotes, a
preservação dos seus bens - e litúrgicas - alterar algumas práticas como o
emprego de leite e uvas na Eucaristia ou o uso profano dos vasos sagrados.
78º. PAPA DONO
Natural de Roma, foi eleito a 2 de Novembro
de 676 e obrigou o arcebispo de Ravena a reconhecer a supremacia da Santa Sé.
Mandou reparar a Basílica de S. Paulo, em Roma e decorou o átrio da Igreja de
S. Pedro, a que o povo chamou de “O Paraíso”. Incentivou os Bispos de Cambridge
e de Trier a favorecerem as escolas dos seus bispados. Morreu a 4 de Novembro
de 678.
79º. PAPA S.
AGATÃO
Natural da Sicilia, foi eleito em 678,
cognominado de “Taumaturgo” porque se dizia que fazia milagres. No seu papado
terminou a dissidência na Sé de Ravena pela submissão do Arcebispo Teodoro,
repôs Wilfrid na Sé de York e, dadas as boas relações existentes com o
imperador bizantino Constantino VI Pogonato, conseguiu livrar o papado do
tributo que era pago por ocasião da eleição papal, mas não da confirmação
imperial. Na sua luta contra os monotelitas, lançou o anátema contra esses
heresiarcas entre os quais, segundo a interpretação da época, se contava o Papa
Honório I, morto 42 anos antes. Definiu com o apoio de Constantino IV, em Carta
Dogmática dirigida ao 3º. Concílio de Constantinopla e 6º. Ecuménico, reunido
entre os anos 680-681, a coexistência, em Jesus Cristo, das duas naturezas - a
Humana e a Divina - e as duas vontades, distintas, mas harmónicas, contrariando
os monotelitas que só admitiam uma vontade. Terminado o Concílio Ecuménico
reuniu-se o Concílio Toledo XII, classificado como Nacional. A morte, em 681,
não permitiu que assistisse ao encerramento do Concílio.
80º. PAPA S.
LEÃO II
Nasceu na Sicilia em 640, foi eleito em 682
Depois de confimar as actas do 3º. Concílio Ecuménico de Constantinopla, de
680, enviou ao imperador Constantino Pogonato uma carta dogmática, dirigida
contra os monotelitas. Foi o primeiro a aspergir os fiéis com o hissope e
apesar da morte em 683 mandou erigir uma igreja em Roma, em honra de S. Paulo,
onde seriam depositados os corpos dos mártires Simplicio e Faustino.
81º. PAPA S.
BENTO II
Natural de Roma foi eleito em 684 e o seu
curto, mas benéfico reinado, terminado com a sua morte em 685, notabilizou-se
pelo ascendente que o papado tomou sobre o Império, apesar da eleição papal
necessitar de confirmação imperial, medida imposta pelo imperador Constantino
Pogonato. Restabeleceu a imunidade de asilo nas igrejas que, segundo parece,
não era muito respeitada na época.
82º. PAPA JOÃO
V
Natural de Antioquia representou no 6º.
Concílio Ecuménico de Constantinopla, em 681, na qualidade de Legado, do Papa
Agatão. Foi eleito em 23 de Julho de 685, não esperou, para se fazer sagrar,
pela autorização do imperador do Oriente. Decretou que os Bispos para a Corsega
e a Sardenha fossem nomeados pela Santa Sé. Morreu a 2 de Agosto de 686.
83º. PAPA CONON
Natural de Trácio na Bulgária era Velho
venerável, mas de energia insignificante, nada pode conseguir contra as facções
que agitavam a Igreja, quando foi eleito em 686. O único acto notável de que há
conhecimento ocorrido no seu reinado de um ano, foi a missão que deu a S.
Kilian, bispo da Irlanda, para a conversão da Germania. Há suspeita de ter
morrido envenenado.
84º. PAPA S.
SÉRGIO I
Nasceu em Antioquia, em 620, foi eleito em
687 e morreu em 701. Baptizou o rei dos Anglos, Cedualla, que o tinha ido
procurar em Roma e sagrou bispo S. Willibrod. Rejeitou os canones do Concílio
IN TRULLO, reunido pelos gregos em Constantinopla entre 691 a 692 e adoptou, na
liturgia, a triplice oração Cordeiro de Deus.
ANTIPAPA TEODORO
Foi eleito em 687
ANTIPAPA PASCOAL
Era Arcediago da Igreja Romana quando o
Exarca de Ravena promoveu, em 687 a sua eleição. A maioria do clero e do povo
reconhecia a Sérgio. Morreu, em 694, num mosteiro onde tinha sido confinado
após condenação por magia.
SECULO VIII
85º. PAPA JOÃO
VI
Natural de Bizâncio, foi eleito a 30 de
Outubro de 701 e morreu a 10 de Janeiro de 705. Interveio no conflito entre
Teofilato, exarca de Ravena e os soldados das milícias e resgatou com os
tesouros da Igreja Romana, os cativos feitos pelo lombardo Gilulfo, duque de
Benevento. A Peninsula Ibérica começou a ser ameaçada pelo Islão.
86º. PAPA JOÃO
VII
Natural da Calábria ou da Grécia consoante as
fontes, foi eleito em 705 e morreu em 707.
Edificou em Roma muitas igrejas entre as
quais a de Santa Maria, a Antiga e obteve de Ariberto, rei dos Lombardos, o
reconhecimento da jurisdição da Santa Sé sobre as igrejas dos Alpes Cottios. O
papado é, mais uma vez, a única instituição capaz de defender a Península
Itálica da ferocidade dos exércitos bizantinos, opondo‑se às matanças que o
basileus Justiniano II mandara perpetrar.
87º. PAPA SISINIO
Natural da Síria, foi acometido, logo após a
sua eleição em 708, por um ataque de gota, de que morreu ao fim de 20 dias sem
ter podido tomar posse do governo da Igreja.
88º. PAPA CONSTANTINO
I
Natural da Síria, foi eleito a 25 de Março de
708 e morreu a 9 de Abril de 715. Deslocou-se à Grécia a convite - com
aparência de ordem - de Justiniano II cuja morte, numa revolução, resultou em
proveito da Igreja. Sucedeu‑lhe Philippico Bardanan, que não teve o reconhecimento
papal por ser apoiante dos monotelistas. Instigou a reconquista da Hispania e
instituiu a cerimónia do “Beijo do Santo Pé” na estátua de bronze do
apóstolo Pedro.
89º. PAPA S.
GREGÓRIO II
Nasceu em Roma em 669, foi eleito em 715 e
morreu em 731. Lutou contra as concepções iconoclastas que grassavam no
Oriente, incitando as populações da península Itálica a sublevarem‑se contra o
exército bizantino que vinha impor o decreto imperial que proibia a adoração de
imagens. Excomungou por duas vezes o imperador Leão, o Isaurio, que por seu
lado, procurou que fosse assassinado, incitando contra ele o Exarca de Ravena e
o duque de Nápoles. Conseguiu conter simultaneamente os bizantinos e os
lombardos. A evangelização da Alemanha foi entregue a S. Bonifácio que mais
tarde foi nomeado bispo. Levantou Roma das suas ruínas e escreveu quinze Cartas
de grande importância histórica.
90º. PAPA S.
GREGÓRIO III
Natural da Síria foi eleito em 18 de Março de
731 e morreu a 27 de Novembro de 741. No Concílio de 732 condenou novamente os
iconoclastas. Tomou posse do exarcado de Ravena e nomeou S. Bonifácio arcebispo
com a missão de organizar as Igrejas da Baviera. Estabeleceu boas relações com
Carlos Martel, que infrigira pesada derrota aos árabes travando o seu avanço na
Europa. Começou a partir deste tempo a influência dos Carolíngios na corte de
Roma.
91º. PAPA S.
ZACARIAS
Natural de Roma foi eleito em 741 e morreu em
752. Por ocasião da revolta dos duques de Benevente e de Spoleto contra
Luitprando, rei dos lombardos, interveio diversas vezes para acalmar a cólera
deste último e de Rachis, seu sucessor, a quem levou a entrar num convento.
Protegeu Ravena, Spoleto, Pavia e outras cidades de Itália e levou Carlomano,
duque de Austrásia, a professar em Monte‑Cassino. Ficou célebre a resposta que
deu, diz‑se, a Pepino, o Breve - primeiro rei da dinastia dos carolíngios-,
quando este se preparava para tirar o trono de França aos merovingios: “Deve
dar‑se o nome de Rei ao que dele tem o poder”. Em Soissons sagrou-o e a sua
mulher Bertrade, tornando‑se o primeiro Papa a instituir um soberano,
tornando-se o reino franco, cada vez mais, a espada defensora da Igreja Romana
na luta entre esta e Bizâncio. Apesar de exercer vigilância sobre a disciplina,
a fé e os costumes do clero em Inglaterra, a sua preocupação principal foi a
evangelização da Alemanha. Iniciou a Biblioteca do Vaticano.
92º. PAPA S.
ESTEVÃO II
Natural de Roma, após a sua eleição, em Março
752, numa demonstração de grande contentamento, o povo romano transportou-o aos
ombros pela cidade. Daqui a origem da “Silha gestatoria”, cadeira onde
se transportavam os papas na Praça de S.Pedro. Ameaçado por Astolfo, rei dos
Lombardos, pediu auxilio a Pepino, o Breve, retribuindo-lhe com o título de
“Defensor da Igreja” e recebendo o exarcado de Ravena, origem do poder temporal
dos papas. Morreu em Abril de 757
93º. PAPA S.
PAULO I
Nasceu em Roma em 700, era Irmão de Estevão
II a quem sucedeu em 757 e morreu a 767. Seguindo o exemplo do seu antecessor
pediu auxilio a Pepino, o Breve quando Roma foi ameaçada por Didier, rei dos
Lombardos. Para evitar que estes profanassem as ossadas dos mártires mandou
retirar grande número delas das catacumbas. Deixou várias Cartas e consta que
costumava visitar e resgatar os presos condenados por dividas.
ANTIPAPA CONSTANTINO
II
Chamava-se Tibério era leigo e foi
entronizado, em 767, por seu irmão Toton, duque de Nepi pela força das armas. O
Bispo Jorge foi obrigado a ordená-lo e a sagrá-lo. Depois da eleição de Estevão
III, foi deposto, tirado do seu refúgio e encerrado num mosteiro.
ANTIPAPA FILIPE
Foi eleito em 767 e deposto em 768.
94º. PAPA ESTEVÃO
III
Nasceu em 720 na Sicilia foi eleito em 768
por influência do chantre Cristóvão e morreu em 772 após um reinado perturbado
pelas lutas entre os nobres romanos e os partidários dos Lombardos. O seu
papado foi iniciado com um Sínodo em que estiveram presentes bispos franceses.
Decidiram sobre a legitimidade do culto das imagens e sobre a eleição papal
considerando que só seriam elegíveis membros do clero.
5º. PAPA ADRIANO
I
Natural de Roma foi eleito, a 1 de Fevereiro
de 772 pelo partido franco continuando a política de aliança, antes seguida,
com Carlos Magno nomeado patrício de Roma e provocou a destruição do reino dos
lombardos, conseguindo que fosse confirmada a doacção anteriormente feita a
Santo Estevão do exarcado de Ravena e de Pentapolis. Rebateu em duas Cartas
dogmáticas o erro do adopcianismo, heresia que atribuia a Jesus Cristo duas
filiações, uma natural, como Filho de Deus e outra adoptiva como homem.
Convocou o 7º. Concílio Ecuménico, o II de Niceia, que definiu contra os
iconoclastas a doutrina ortodoxa sobre o culto das imagens. Continuou a
restauração da Basílica Constantiniana, actualmente, Basílica de S. João de
Latrão, iniciada por S.Leão I. Do seu tempo é a estátua de ouro de S. Pedro e o
lageado de prata colocado em frente do altar da confissão no centro do
transepto da Basílica de S. Pedro. Morreu a 25 de Dezembro de 795.
96º. PAPA S.
LEÃO III
Nasceu em 750, em Roma e logo após a eleição
em 795 enviou as chaves de S. Pedro e a bandeira de Roma a Carlos Magno que
retribuiu organizando uma embaixada, chefiada pelo Missus Dominicus Angilberto,
portadora de ricos presentes. As boas relações com o rei, levou-o a procurar
derradeiro refúgio na sua corte, em Padernborn, no Saxe, quando, em 799, uma
conspiração o obrigou a encetar uma fuga que o levou, ao mosteiro de Santo
Erasmo e a Spoleto. Regressou a Roma com uma escolta de francos e no ano
seguinte, o rei dos francos visitou‑o. Na noite de Natal, na Basílica de S.
Pedro, impôs‑lhe a coroa imperial e sagrou‑o, assim como a seu filho Pepino. Em
815, com a ajuda de Luís, o Bonacheirão, reprimiu uma segunda revolta dos
romanos. Edificou a Escola Palatina, antecessora da Universidade de Paris e
morreu em 816.
SECULO IX
97º. PAPA ESTEVÃO
IV
Natural de Roma, e após a sua eleição em 816,
salientou o princípio da sobreposição da Fé no Papa e na necessidade do
juramento de fifelidade ao imperador. Adquiriu o poder de investir imperadores
quando consagrou em Reims Luís, o Pio, filho de Carlos Magno e sua mulher,
Hermengarda. Morreu em 817.
98º. PAPA S.
PASCOAL I
Natural de Roma, era abade do mosteiro de
Santo Estevão, perto de Roma, quando foi eleito em 817. Recusou receber os enviados de Cassistera, patriarca de
Constantinopla, e acolheu em Roma os gregos que fugiam perseguidos pelo
imperaddor iconoclasta Leão, o Arménio. Enviou Ebbon, arcebispo de Reims, a
pregar a fé aos dinamarqueses e empenhou‑se na expulsão dos infiéis da Espanha
e da Terra Santa. Morreu em 824.
99º. PAPA EUGÉNIO
II
Nasceu em Roma, foi eleito em 824 e morreu em
827. Pôs cobro aos abusos que tinham surgido no governo pontifício de acordo
com Lothario, filho mais velho do imperador Luís, o Clemente, que em Novembro
de 824 publicara a Constitutio Romana que determinava a protecção a
conceder aos papas. Reuniu um Concílio, em Roma, para correcção dos costumes do
clero e criou os Seminários e a Cúria Romana, sucessora da comissão que tinha
por função a vigilância dos cânones e leis pontifícias.
100º. PAPA VALENTIM
Natural de Roma, era Arcediago e amado pelo
clero, nobreza e povo romano, dada sua pureza, quando foi eleito em 827. O seu
pontificado durou 15 dias ou 6 semanas conforme os autores.
101º. PAPA GREGÓRIO
IV
Natural de Roma, foi eleito em 827 e morreu
em 844. Na sequência da destruição de Civitavecchia, de Ostia e da ameaça que
pendia sobre Roma por parte dos exércitos mulçumanos, decidiu comandar a armada
que derrotou por cinco vezes os então poderosos exércitos de Alá. Instituiu a Festa
de Todos-os‑Santos e reparou, em Roma, grande número de mosteiros e
igrejas. Nomeou como legado para países eslavos do norte da Europa o Arcebispo
de Hamburgo Santo Anscário.
102º. PAPA SÉRGIO
II
Nasceu em 800, em Roma, tendo perdido os pais
aos doze anos de idade foi educado pelo Papa Leão III. Após a sua eleição em
844 foi expulso do palácio de Latrão pelo antipapa João, mas restabelecido por
Luís II, rei de Italia e imperador do Ocidente, que examinou e declarou válida
a sua eleição. Foi com este precedente que os imperadores da Alemanha se
constituíram juizes das eleições pontifícias. Morreu em 847.
ANTIPAPA JOÃO
VIII
Em Janeiro de 844, foi eleito pelo povo
enquanto Sérgio II o era pela nobreza.
103º. PAPA S.
LEÃO IV
Nasceu em 800, em Roma, foi eleito em 847 e morreu em 855. Dispersou à vista de
Ostia uma frota de sarracenos que tinham saqueado Roma. Com a ajuda do
imperador Lotário levantou nesta cidade o recinto fortificado, conhecido por Cidade
Leonina, que encerrava a Basílica de S.Pedro, o Vaticano e suas
dependências e edificou a cidade de Leopolis ao lado da antiga Centumcellae,
denominada, desde então, Civita Vecchia.
104º. PAPA BENTO
III
Nasceu em Roma, foi eleito a 17 de Julho de
855 e morreu a 17 de Abril de 858. Contou com o povo e o clero quer na sua
eleição, feita com entusiasmo face às suas virtudes, quer na fidelidade
demonstrada quando foi exposto às perseguições do antipapa Anastásio, tendo a
insolência dos seus inimigos dado origem à lenda da papisa Joana. O prestígio
da Santa Sé atingiu tal ponto que Roma foi objecto de peregrinações e visitada
por diversas embaixadas.
ANTIPAPA ANASTÁSIO
III
Opôs-se, em 855, ao Papa Bento III.
105º. PAPA S.
NICOLAU I
Nasceu em Roma em 800, foi eleito em 858 e
decidiu ser coroado solenemente, iniciando um uso que é seguido até hoje.
Afirmou energicamente o direito da Igreja julgar os reis, obrigando Lotário II,
rei da Lorena, a dar explicações a Roma sobre o seu divórcio e procurou
diminuir a influência dos gregos na Igreja do Oriente. Excomungou Fócio,
patriarca de Constantinopla, no Concílio de Latrão, em 863, e reclamou
para Roma a autoridade suprema de toda a
Igreja. Não obstante estes factos terem dado origem a um Cisma, declarado no
Concílio de Constantinopla, reunido em 867, ano da sua morte. Deixou Cartas
interessantes e aumentou poderosamente a autoridade pontifícia.
106º. PAPA ADRIANO
II
Nasceu em 792, em Roma, e pertencia a uma
família de onde saíram papas. Após ter recusado, em anos anteriores, ser eleito
papa, aceitou em 867 a sua elevação ao pontificado. O 8º. Concílio Ecuménico, o
IV de Constantinopla, apesar de ter sido iniciado no reinado do Papa S.
Nicolau I, é considerado como convocado por este Papa que empregou todos os
seus esforços para assegurar o predominio e a supremacia da Santa Sé na ordem
política e religiosa. Além da
rectificação de erros cometidos foi decidida a condenação de Fócio, teólogo
bizantino e patriarca de Constantinopla, confirmada num concílio realizado em
Roma. Sagrou Alfredo de Wessex, rei dos ingleses. Morreu em 872.
107º. PAPA JOÃO
VIII
Nasceu em Roma em 820 e foi eleito a 14 de
Dezembro de 872. Sagrou em 875 como imperador a Carlos, o Calvo e conferiu a
Ansegiso, Arcebispo de Sens, o título de Primaz das Gálias. Defendeu e auxiliou
as populações da Itália contra as investidas dos sarracenos. Em 876 reuniu um
Concílio em Ponthion que condenou o Bispo Formoso. Cercado em Roma pelo duque
de Spoleto, Lamberto, foi obrigado a fugir para França, em 878, onde presidiu a
um Concílio em Troyes, que reconheceu e sagrou rei de França a Luís, o Gago e
voltou a condenar o Bispo Formoso. Tendo voltado a Roma, e depois de muitas
hesitações, sagrou imperador a Carlos, o Gordo. Por ter sido mal informado da
situação, pensou reconhecer Fócio como bispo de Constantinopla, mas depois da
viagem do diacono romano Marino que se foi inteirar da situação, excomungou‑o.
Morreu a 16 de Dezembro de 882, existindo uma colecção de 326 cartas suas.
108º. PAPA MARTINHO
II
ou MARINHO I
Natural de Roma antes de ser eleito em 882
foi Legado em Constantinopla, onde viu de perto as intrigas de Focio, seu
Patriarca, contra o qual se declarou. Piedoso e esclarecido, restabeleceu como
bispo do Porto, localidade situada perto de Roma, a Formoso, que tinha sido
excomungado por João VIII e seria eleito papa 891. Morreu em 884.
109º. PAPA SANTO
ADRIANO III
Natural de Roma foi eleito em 884 continuando
a luta contra Fócio e confirmando as censuras que o seu predecessor fizera ao
imperador bizantino. Morreu em 885 numa viagem a S.Cesário.
110º. PAPA ESTEVÃO
V
Natural de Roma foi eleito em 885 e barricou‑se
em casa por ter medo de ser papa. Acabou com as ordálias pelo fogo e pela água
como meio para se conhecer a inocência de um acusado e consideradas provas
jurídicas, usada na Idade Média com a designação de Juízo de Deus. Lutou contra Focio que nos seus escritos
desenvolvia concepções teológicas, especialmente sobre o Espirito Santo,
diferentes das que predominavam no Ocidente e que viriam a servir de fundamento
ao cisma do Oriente.
111º. PAPA FORMOSO
Natural da península itálica, considerando
alguns autores que terá nascido em 816 em Roma, tomara partido de Arnolfo, rei
da Germania pelo que foi excomungado por João VIII, partidário de Carlos, o
Calvo e reabilitado publicamente por Martinho II. Este antigo Bispo do Porto,
localidade nas cercanias de Roma, foi eleito a 19 de Abril de 891e teve como
opositor o futuro papa Sérgio III. Coroou como imperador, Arnolfo e negociou em
França um acordo entre Eudes e Carlos, o Simples. Concedeu a absolvição aos
bispos que no Oriente tinham seguido a Fócio no cisma e depois se tinham
arrependido. Morreu em 896 e no ano seguinte o seu cadáver foi exumado por
ordem do Papa Estevão VI e num Sínodo reunido em Roma e designado por Synodus
Horrenda ou Concílio “cadavérico”
onde, com requintes mórbidos, o cadáver do Papa Formoso foi colocado no
trono e a sua memória condenada e o cadáver atirado ao Tibre. O Papa Teodoro II
mandou que fosse retirado do rio e sepultado no Vaticano. No Concílio de Roma
de 898, João IX fez‑lhe uma reparação solene.
ANTIPAPA SÉRGIO
Natural de Roma foi eleito em 891, opôs-se a
Formoso e foi Papa com o nome de Sérgio III.
112º. PAPA BONIFÁCIO
VI
Natural de Roma, foi eleito pelos adversários
do seu antecessor e o seu reinado decorreu entre 11 e 25 de Abril de 896, data
da sua mprte.
113º. PAPA ESTEVÃO
VI
Natural de Roma, memebro da família
espoletana foi eleito em Maio de 896, numa época de grande instabilidade
provocada pelos diversos partidos que disputavam o poder na península itálica.
Apoiante de uma facção contrária à do Papa Formoso, a quem acusava de usurpador
e obedecendo às pressões familiares fez exumar o seu cadaver (Ver Papa Formoso)
e lançá‑lo ao Tibre depois de um simulacro de julgamento. Morreu em 897,
violentamente - estrangulado na prisão ou massacrado pelo povo - consoante as
fontes.
114º. PAPA ROMANO
Irmão do papa Martinho II, nasceu, em 897 em
Gallese, próximo de Civita Castellana, foi eleito em 897 e,
apesar
de só ter reinado cerca de 4 meses, muitos historiadores consideram que a
condenação lançada pelo
seu
predecessor, Estevão VI, contra a memória e os restos do Papa Formoso, foi por
ele levantada enquanto
outros
a atribuem a João IX.
115º. PAPA TEODORO
II
Natural de Roma, foi eleito em 897 e papa
durante 20 dias. Mandou retirar do Tibre o cadáver do Papa Formoso e dar-lhe
sepultura no Vaticano.
116º. PAPA JOÃO
IX
Nasceu em Roma em 840, era frade da Ordem de
S.Bento e teve, em 898, como competidor na eleição para a cadeira pontificia a
Sérgio, mais tarde Sérgio III, que era apoiado por forte partido. Reconheceu
Berenger como imperador enquanto o seu exército ocupava Roma, mas mal se
libertou deu a coroa ao duque de Spoleto, Lamberto. Fez reabilitar a memória do
papa Formoso nos Concílios de Roma e Ravena e condenou o costume estabelecido
em Itália de pôr a saque, depois da morte de papas e bispos, as suas casas e
bens. Morreu em 900.
ANTIPAPA SÉRGIO
Opôs-se a João IX. Foi Papa com o nome de
Sérgio III
SECULO X
117º. PAPA BENTO
IV
Natural de Roma, foi eleito em 900 e animado
de grandes pensamentos, levou todo o seu pontificado, que durou até à sua morte
em 903, a lutar contra a corrupção.
118º. PAPA LEÃO
V
Natural de Roma, beneditino e Cardeal foi
destituido um mês depois da sua eleição em 903 por Cristoforo, seu capelão, que
tomou o seu lugar e o deixou morrer na prisão no mesmo ano.
ANTIPAPA CRISTOFORO ou CRISTÓVÃO
Natural de Roma era Capelão de Leão V quando
o depôs violentamente e fazendo-se sagrar em 903, sem eleição. Foi expulso seis
meses depois da sua usurpação, sendo preso na mesma prisão onde se encontrava
Leão V. Quanto à sua morte existem duas versões: uma que o faz morrer em 903,
decapitado juntamente com Leão V; outra
que diz ter vivido num Convento .até a sua morte em 906.
119º. PAPA SÉRGIO
III
Nasceu em Roma e Antes de ser pontífice legítimo,
eleito em 904, foi duas vezes antipapa: a 1ª. em 891 com Formoso e a 2ª. em 898
com João IX. Segundo o historiador Luitprand teve um filho de Marosia que foi
papa com o nome de João XI. Morreu em 911.
120º. PAPA ANASTÁSIO
III
Foi eleito em 911 vivendo em época de grandes
intrigas em Roma que provavelmente terão dado origem à sua morte em 913,
possivelmente por envenenamento.
121º. PAPA LANDON
Nasceu em Roma, foi eleito a 4 de Dezembro de
913 e consta ter morrido em 26 de Abril de 914 em circunstâncias misteriosas.
122º. PAPA JOÃO
X
Natural da península
itálica, nasceu em 860, foi eleito pelos Teofilatos e Marosia, em Março de
914, e deposto em Junho de de 928 por
ter apoiado a subida ao trono de Itália de Hugo de Viena. Derrotou os árabes em
915 e morreu em 929.
123º. PAPA LEÃO
VI
Nasceu em Roma em 860, foi eleito em 928 e
reinou 7 meses e 5 dias.
124º. PAPA ESTEVÃO
VII
Natural de Roma foi eleito em 928, mas ficou submetido ao jugo dos principes
toscanos, não prestando serviço algum à causa cristã. Morreu em 931.
125º. PAPA JOÃO
XI
Nasceu em Roma. em 906, segundo a voz do
povo, filho natural de Sérgio III e de Merosia e por esta mantido enclausurado,
após a eleição em 931, só o deixando presidir a algumas cerimónias. Quando
Alberico, outro filho de Merosia, se apoderou de Roma foi encerrado numa
prisão, onde morreu em 935. Durante o seu cativeiro foram enviados a
Constantinopla, padres romanos, com o título de legados, sem missão canónica,
para reconhecerem Teofilato.
126º. PAPA LEÃO
VII
Natural de Roma, foi eleito em 936 esforçando‑se
por manter o celibato dos padres e reformou a disciplina dos beneditinos.
Restabeleceu a paz entre o rei da Lombardia, Uga e o seu genro Alberico, duque
de Spoleto. Manifestou aos bispos franceses e alemães o seu desagrado pela
existência de bruxos e adivinhos. Morreu em 939 conservando‑se cartas da sua
autoria.
127º. PAPA ESTEVÃO
VIII
Natural de Roma foi eleito em 939 e mais uma
vez a influência dos principes toscanos foi nefasta, não prestando este papa,
serviço algum à causa cristã, apesar de ter procurado que se comportassem de
acordo com o prescrito nos Evangelhos, mas sem êxito.
128º. PAPA MARTINHO
III
ou MARINHO II
Natural de Roma, foi eleito em 943 e morreu
em 946. Pouco se conhece da história deste papa, sabendo‑se que se dedicou a
reparar as igrejas e a socorrer os pobres.
129º. PAPA AGAPITO
II
Natural de Roma, foi eleito a 10 de Maio de
946 e na sua luta contra Berenger pediu auxilio a Otão da Germania, que o
apoiou, colaborando nos esforços para livrar Roma e o papado do aviltamento em
que os tinham lançado três mulheres inteligentes e viciosas: Teodora, a Grande
e suas duas filhas, Teodora, a Moça e Marosia.
Sanadas as diferenças apoveitou as boas
relações com o poder político para uma reaproximação à Cristandade que desde 896, com a morte do Papa Formoso.
tinha sido banida das preocupações papais. Afim de manter o bem entendimento
com Alberico, governador de Roma, aceitou o seu conselho de não coroar Otão
como imperador. Apesar deste contratempo a colaboração manteve-se e proporcionou
a reformas de mosteiros e a divisão eclesiástica da Alemanha, aproveitada para
resolver a área de jurisdição da Sé de Hamburgo. Interveio na política francesa reunindo os
Sínodos de Ingelheim e de Tréveris para fazer cessar as questões entre Luis
d’Ultramar e o conde Hugo. orreu a 27 de Dezembro de 955.
130º. PAPA JOÃO
XII
Chamava-se Ottaviano, era filho de Alberico
pertencendo à família que dominava Roma onde nasceu em 938. Foi proclamado, em
954 , à morte de seu pai, principe dos romanos e, a 16 de Dezembro de 955,
eleito Papa aos 17 anos. Participou na fundação do Sacro Imperio Romano‑Germanico
quando coroou imperador a Otão, o Grande, em recompensa pelo auxilio prestado
na libertação da peninsula itálica do domínio de Berenger. Mais tarde passou‑se
para o campo do seu anterior inimigo o que provocou a ira do imperador que o
fez depor num concílio que elegeu Leão VIII. Após a partida do imperador,
reuniu um exército que entrou em Roma, em 964, seguindo-se a convocatória de um
Concílio que anulou as disposições anteriores e exerceu, contra os partidários
de Leão VIII, cruéis represálias culminadas com a sua morte, segundo parece, de
forma violemta em 14 de Maio de 964.
131º. PAPA LEÃO
VIII
Nasceu em 940 em Roma e era protoscriniário
da Igreja Romana quando o clero, obrigado pelo imperador Otão I, em 963, depôs
João XII e o elegeu. No entanto, mal tomou posse uma conspiração fê‑lo fugir
para o acampamento do imperador. Por parte do deposto foi eleito Bento V, mas
Otão restabeleceu‑o à força de armas.
Alguns historiadores consideram‑no antipapa.
132º. PAPA BENTO
V
Natural de Roma, foi eleito pelo povo, em 964
e apelidado “O Gramático”. Depois dum cerco memorável, caiu nas mãos do
Imperador Otão e de Leão VIII, que o enviaram para Hamburgo onde morreu.
133º. PAPA JOÃO
XIII
Natural de Roma, eleito a 1 de Outubro de 965
por influência do imperador Otão, que fora pessoalmente em seu auxílio, quando
em 960, sendo Bispo de Narni, uma revolta dos romanos o obrigara a fugir para
Capua. A aliança com o imperador proporcionou um papado calmo, aproveitado para
organizar a Igreja alemã, com a criação da metrópolr de Magdeburgo e concedeu
auxilios à Igreja inglesa e espanhola. Trabalhou com ardor para restabelecer a
disciplina eclesiástica em Roma e na Itália. Morreu a 6 de Setembro de 972.
134º. PAPA BENTO
VI
Natural de Roma foi eleito em 973 e durante o
seu pontificado deu‑se a conversão dos hungaros. Caiu em poder do antipapa
Francon, apoiado pelo tirano Centius, chefe da nobreza romana. Esteve preso na
Castelo de Santo Angelo, onde morreu em 974.
135º. PAPA BENTO
VII
Natural de Roma, era Bispo de Sutri quando
foi eleito em 974 por influência dos condes de Tusculum, e conseguiu resistir
ao antipapa Francon, auxiliado por Otão II. Foi um mecenas da cultura e um
impulsionador da agricultura. Morreu em 983.
ANTIPAPA BONIFÁCIO
VII
Chamava-se Franconio ou Fracon, era natural
de Roma foi eleito em 974 pelos
partidários de Crescentius , antes de Bento VI ter sido assassinado. Expulso de
Roma voltou em 983 mandando matar à fome, segundo parece, o seu rival João XIV.
Ao morrer em 985 o povo, que lhe chamava Malifacio, arrastou o seu cadáver
pelas ruas deixando-o abandonado numa praça pública.
136º. PAPA JOÃO
XIV
Chamava-se Pietro Canepanova, natural de
Roma, antigo chanceler do imperador Otão I e bispo de Pavia.
Depois
de eleito em 983 foi feito prisioneiro pelos partidários do antipapa Bonifácio
VII e encerrado no Castelo de Santo Angelo onde morreu de fome, 20 de Agosto de
984.
137º. PAPA JOÃO
XV
Natural de Roma, foi eleito em Agosto de 985
e morreu em Março de 996. Oprimido pela facção de Crescentius, fugiu para
Toscana e pediu o auxílio de Otão III. Perante a submissão daquele, voltou para
Roma. Suspendeu a sentença de deposição de Arnaldo, arcebispo de Reims,
pronunciada por um Concílio francês, em 991, por ordem de Hugo Capeto. Instituiu
a “Trégua de Deus” e canonizou Ulrico, Bispo de Augsburgo, culminando o
primeiro processo de canonização de responsabilidade papal.
138º. PAPA GREGÓRIO
V
Nasceu na Alemanha em 973 era bisneto do
imperador Otão I e primo de Otão III que presidiu, em 996, à sua eleição e foi
pelo novo papa coroado imperador. A animosidade do consul de Roma, Crescentius
II, culminou com a sua expulsão da cidade e a nomeação do antipapa João XVI. O
imperador voltou a Roma mandou de capitar o Consul e prender o antipapa. Restabeleceu
na cadeira de Reims o arcebispo Arnolfo que tinha sido deposto no Concílio de
S. Basle. Nomeou Arcebispo de Ravena, Gerberto, mais tarde eleito Papa com o
nome de Silvestre II.
Resolveu o pena de excomunhão em que
incorrera o rei Roberto de França. Mprreu em 999.
ANTIPAPA JOÃO
XVI
Chamava-se Giovanni Filagato, era natural da
Calabria, foi nomeado bispo de Placência e proclamado papa, em 997, pela facção
de Crescentius, que tinha expulso Gregório V. Em Março de 998, foi preso pelos
soldados de Otão e morreu na prisão depois de horrivelmente mutilado em 1013.
Sem comentários:
Enviar um comentário