Alvaro Martins Abreu Sá Sotto Mayor
Alvaro Martins Abreu Sá Sotto Mayor, "nascido na freguesia mais linda que há por aqui acima, na "Quinta dos Vaus" porque quando não havia pescarias passavam o rio a Vau". É filho de Gaspar Abreu Sá Sotto Mayor, e de Maria da Conceição Martins Sá Sotto Mayor.Os seus antepassados é que trouxeram o nome para Viana há 500 anos o Beato Frei Bartolomeu dos Mártires conheceu e conviveu com a família. A casa onde nasceu tem uma capela autorizada , onde está sepultado o capelão da família. É originário do Sotto Mayor do Castelo de Porrino, na Galiza. O seu avô já nasceu em Portugal eo avô também o seu pai nasceu em S.Jorge onde ainda o edifício com as ameias e com branzão de 500 anos. Na casa onde nasceu havia uma capela que ainda existe, embora em ruínas. No tempo de criança vestia-se de padre para baptizar as bonecas das suas irmãs, na ausência do pai.
Fez a escola primária com a 4ª classe e depois como era criador de piões para os colegas da escola e mais tarde fabricou espingardas para a caça dos tordos.
O pai, como era fidalgo, parecia mal ser empregado e descobriu o caminho para manter a personalidade de fidalgo, proprietário e monárquico.O pai habilidosamente fez-se construtor de relógios das torres das Igrejas que se encontram aqui na região do Alto-Minho.
Então começou a ajudar o pai.
A propósito de relógios da Torre reparou o relógio da Torre da Barca que só dava uma vez hora na igreja enquanto pô-lo a repetir as horas. Esta parece anedótico porque um médico pode salvar a vida a um doente e dar-lhe qualidade, mas quando se chega a doente, ou a velho nunca o pôe a fazer mais do que quando era novo. Enquanto o Gaspar fez com que um relógio velho fizesse mais trabalho do que quando era novo.
Não fez tropa porque o pai o livrou do serviço militar. Casou com Maria Vitória Carvalhido, da Meadela de quem tem dois filhos: Ana Berta e Pedro António, ambos formados em Coimbra e no Porto, casados e a trabalhar. Já tem três netos.
Trabalhou numa Importadora do Porto e veio para a Meadela trabalhar por conta própria em relógios de pulso, bolso, de parede, de coluna, etc... É um especialista e trabalha para muitas casas e ourivesarias de Viana. Ainda hoje, reformado, continua a trabalhar para algum amigo.
Gosta de criar coisas novas. Muita gente, por exemplo, não imagina o que é a água, diz ele. Assim, hoje, ele diz junto da água: Tu és sangue do meu sangue e eu sangue do teu sangue". Nós temos três Reis Magos porque o número três é sagrado, é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Sol é o Pai, a Terra é o Filho e a Água é o Espírito Santo.
"A Terra é um pedestal da água que é um busto que se chama Espírito Santo".
Para além do serviço vive muito o desporto, sobretudo, o da pesca desde a idade dos 10 anos; ainda vai pescar. É católico praticante.
Os Carrilhões - relógios de parede eram feitos na Alemanha, França e Portugal, os melhores eram os portugueses.
É como os chineses que sabem trabalhar e ensinam a trabalhar. Os maiores são sempre assim.
Apresentam por exemplo relógios bonitos, perfeitos e fracos.Bonitos para os olhos, perfeitos nas mãos e fracos por dentro...Depois baratos, mas trabalham sempre e vendem sempre, nunca se esgotam os clientes.
Acontece que havia muita diferença entre os carrilhões. Uns duravam 30 anos e outros menos. Eu corrigi um relógio, outro dia, que já tinha sido trabalhado por mim há mais de 30 anos.
Produzir coisas para sempre acaba-se a possibilidade de vender pois esgota os clientes e pára o trabalho.
O mais importante para mim é só ouvir e habilidade nas mãos. O tio da minha mãe que era moleiro e poeta contava ele que um dia foi confessar-se e o padre deu-lhe como penitência dar uma esmola de penitência que receberia duas. Quem dá uma esmola recebe duas...
Aconteceu que um pobre bateu-lhe à porta a pedir uma esmola e ele tinha um porquinho e deu-o ao pobre, contra a vontade da mulher, mas era o conselho do sacerdote e havia de receber o dobro, melhor. No dia seguinte apareceram à porta dois porquinhos. Olha que o padre tinha razão!...
Foi-lhe agradecer o conselho e o padre disse-lhe: olha que eram os meus dois porquinhos que me fugiram do meu quintal!...
O Senhor Sotto Maior no rio junto à casa da Quita dos Vaus, em S. Jorge, Ponte da Barca, chegou a apanhar dois barbos de 3 kg, uma truta de 3 kg, savelhas, o mesmo que o sável, mais pequeno, alguns eram grandes, mas agora são pequenas porque a água é fria, e lampreia, para ser boa só de São Martinho da Gandra para cima. Outro peixe que era o salmão. O Rio Lima era cheio de muito peixe, mas com a Barragem do Touvedo foi-se perdendo muito do que havia de bom neste nosso rio…
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