Dar Alma à Vida XVI
O
Amor reina na terra entre os humanos, pecadores, crentes e não crentes e, lá no
Céu, entre os Santos porque o Amor é Deus e Deus está nos Homens e está no Céu.
O Céu é a Felicidade que ansiamos hoje e nunca nos sacia a sede do que queremos
que é, sobretudo, alcançar a plenitude do Amor e, esse só no Céu, porque na
terra há pecado e santidade, mas no Céu só santidade.
Dar
Alma à vida é elevá-la com arte e engenho, com amor e devoção que nos alimenta
a sabedoria na terra, dizia o filósofo Franklin que “Amar a vida? Pois não percas
tempo, porque o Amor é teia com que se urde a vida.”
Dar
Alma à vida é dar-se aos outros, fazer aos outros o que gostaríamos que nos
fizessem a nós porque “o teu povo, nosso povo, o teu Deus”. O que é importante
em mim e nos outros é que eu saiba, ou nós saibamos ser bons.
Às
vezes somos rudes e a rudeza não dá fruto, a rudeza repele como o martelo pela
bigorna.
“Porque
não te calas?!”.
A
humildade e o silêncio, a modéstia atiram para longe de nós o orgulho, a
inveja, a maldade, o egoísmo, a intolerância, a luxúria, a obscenidade da
palavra e dos gestos que, muitas vezes, nos escravizam.
Gandhi
tinha razão quando afirmou que “o nosso muito falar afasta-nos de Deus; o nosso
dinâmico calar atrai Deus a nós. Só quem se integra em Deus sabe o que é Deus.”
Não
podemos falar muito, se não fazemos nada. É bom ser e fazer para que os outros
se sintam interpelados a seguir-nos porque fazemos caminho amando a vida, os
outros consequências do Amor a Deus.
Dar
Alma à vida é conhecer-se a si mesmo. Não é aquele que sabe muito ou que diz
muito. Diz que já sabe tudo e não é capaz de aprender mais nada; é não deixá-la
morrer como terra infértil ou pérola que se perde e não se deixa encontrar…
Se o
grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só, mas se morrer, dá
muito fruto, segundo o evangelho de S. João.
Aqui
está o saber calar e o saber falar, o deixar-se cegar pelo orgulho para não
poder ver mais porque incomoda, ou melhor, dar um salto para sentir a
necessidade do ser humilde.
Dêmos,
pois, Alma à Vida para que não se perca o Dom da vida que, o nosso ser absoluto
e transcendente a quem chamamos o nosso Deus, ou o nosso Pai, se sinta, esse
sim, orgulhoso pelo que fazemos e somos.
Pe. Artur Coutinho
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