quinta-feira, 3 de julho de 2014


Dar Alma à Vida  XVI

 
 


O Amor reina na terra entre os humanos, pecadores, crentes e não crentes e, lá no Céu, entre os Santos porque o Amor é Deus e Deus está nos Homens e está no Céu. O Céu é a Felicidade que ansiamos hoje e nunca nos sacia a sede do que queremos que é, sobretudo, alcançar a plenitude do Amor e, esse só no Céu, porque na terra há pecado e santidade, mas no Céu só santidade.

Dar Alma à vida é elevá-la com arte e engenho, com amor e devoção que nos alimenta a sabedoria na terra, dizia o filósofo Franklin que “Amar a vida? Pois não percas tempo, porque o Amor é teia com que se urde a vida.”

Dar Alma à vida é dar-se aos outros, fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem a nós porque “o teu povo, nosso povo, o teu Deus”. O que é importante em mim e nos outros é que eu saiba, ou nós saibamos ser bons.

Às vezes somos rudes e a rudeza não dá fruto, a rudeza repele como o martelo pela bigorna.

“Porque não te calas?!”.

A humildade e o silêncio, a modéstia atiram para longe de nós o orgulho, a inveja, a maldade, o egoísmo, a intolerância, a luxúria, a obscenidade da palavra e dos gestos que, muitas vezes, nos escravizam.

Gandhi tinha razão quando afirmou que “o nosso muito falar afasta-nos de Deus; o nosso dinâmico calar atrai Deus a nós. Só quem se integra em Deus sabe o que é Deus.”

Não podemos falar muito, se não fazemos nada. É bom ser e fazer para que os outros se sintam interpelados a seguir-nos porque fazemos caminho amando a vida, os outros consequências do Amor a Deus.

Dar Alma à vida é conhecer-se a si mesmo. Não é aquele que sabe muito ou que diz muito. Diz que já sabe tudo e não é capaz de aprender mais nada; é não deixá-la morrer como terra infértil ou pérola que se perde e não se deixa encontrar…

Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só, mas se morrer, dá muito fruto, segundo o evangelho de S. João.

Aqui está o saber calar e o saber falar, o deixar-se cegar pelo orgulho para não poder ver mais porque incomoda, ou melhor, dar um salto para sentir a necessidade do ser humilde.

Dêmos, pois, Alma à Vida para que não se perca o Dom da vida que, o nosso ser absoluto e transcendente a quem chamamos o nosso Deus, ou o nosso Pai, se sinta, esse sim, orgulhoso pelo que fazemos e somos.

 

Pe. Artur Coutinho

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