Pela primeira vez em 1.600 anos, não houve missa em Mossul no domingo passado
O radicalismo islâmico traz de volta os tempos sombrios em que o nazismo ameaçava os outros povos
"Pela primeira vez em 1.600 anos, não houve missa em Mossul no domingo passado", afirmou o arcebispo caldeu Bashar Warda. A cidade do norte do Iraque já foi um importantíssimo centro de vida cristã no Oriente Médio. Hoje, em Mossul, o acesso aos sacramentos é praticamente proibido e seus milhares de cristãos fogem do reinado de terror religioso implantado pelos radicais sunitas.
Se a ocupação dos extremistas continuar, a última igreja de Mossul acabará fechada e a última hóstia consagrada ali será consumida enquanto a cidade cai, privada de Cristo.
Imagine a sua própria cidade. Visualize o que significaria para você ver cada igreja e cada capela sendo fechada. Vislumbre o seu bispo colocando o último cibório no porta-malas do carro e tendo que ir embora. A cidade não iria parecer diferente para você?
Pense nas cidades da Alemanha depois da Noite dos Cristais, quando não restou nenhuma sinagoga sem as janelas despedaçadas, sem ter sido lambida pelas chamas de livros sagrados incendiados. Pense naquelas cidades da Polônia, da Rússia, da Grécia, onde os judeus tinham vivido durante centenas ou milhares de anos e onde os templos vazios e os cemitérios abandonados são hoje os únicos vestígios daqueles primos de Jesus – e nossos. Walker Percy escreveu, em “A Síndrome de Tânatos”, que o ódio aparentemente insondável e sem sentido dos nazistas pelos judeus tinha um motivo real e relativamente compreensível: o desejo de tornar a humanidade um deus, com a conseguinte necessidade de apagar todos os sinais concretos do verdadeiro Deus e do Seu povo escolhido.
O nosso foi um século sombrio e sangrento e, se não aprendermos as suas lições, reviveremos todos os seus crimes.
Mas os cem anos que se passaram desde 1914 não foram exclusivamente do mal. Se olharmos para trás, para os massacres dos séculos anteriores, veremos que a explosão da violência racista no século XX foi menos uma inovação hedionda do que o ressurgimento de uma tentação profundamente humana. O nosso impulso obscuro a excluir e a vitimar o outro só pode ser mantido sob controle se, conscientemente, cultivarmos o nosso senso de humanidade comum.
Pode ser que o inusitado não seja o tribalismo, mas o seu oposto: o universalismo, a aceitação de uma dignidade humana que une toda a família humana. O esforço da empatia é dispendioso e a tarefa de reavivar e reafirmar os direitos universais do homem é dura para cada geração. E essa tarefa não se torna nem um pouco mais fácil quando os principais setores da sociedade nos países mais poderosos do planeta são moralmente aleijados por causa de uma visão sub-humanista do homem, que prejudica todo e qualquer argumento em prol do sacrifício pessoal e dissolve as normas morais transcendentes no ácido relativista.
Pode ser verdade que os brancos ocidentais se sintam muito culpados ou socialmente constrangidos na hora de exprimir inquietações raciais. Mas, com as sociedades ocidentais se tornando cada vez mais diversificadas, esse tabu está ruindo. Partidos xenófobos estão crescendo com força pela Europa toda, em resposta ao abraço imprudente que as elites europeias deram ao multiculturalismo forçado e à descontrolada imigração em massa.
Além disso, os novos grupos que migram para as terras ocidentais são completamente isentos dessa “culpa branca” e se sentem tranquilos para trazer consigo os seus próprios fanatismos. Na ausência de um discurso moral vital, que reforce a humanidade comum e os direitos humanos, não há razão para esperar que esses novos moradores do Ocidente sejam magicamente imunes à tentação humana histórica do pensamento de grupo, racista e violento. A violência do conflito racial entre nativos afro-americanos e imigrantes mexicanos em cidades como Los Angeles, por exemplo, oferece uma janela para vislumbrarmos esse futuro pan-ocidental. Além disso, é claro que as lições aprendidas pelo Ocidente com os excessos racistas do século XX são lamentavelmente incompletas, já que mal passam do seguinte:
1. É errado as pessoas brancas discriminarem as outras pessoas.
2. É errado as nações europeias conquistarem e colonizarem os países não europeus.
3. Dado que Hitler usou a identidade étnica como pretexto para assassinar pessoas, as nações ocidentais devem renunciar a toda base étnica ou histórica da própria identidade, o que vale inclusive para as nações conquistadas e aterrorizadas por Hitler, como a Polônia e a Ucrânia.
4. Nenhuma dessas lições se aplica a países não ocidentais nem às pessoas não brancas que vivem neles.
Os generais sempre erram ao planejar e voltar a lutar a guerra passada. Na batalha contra o racismo, a nossa cultura parece preocupada com a prevenção de ocorrências improváveis, como a ascensão do nacional-socialismo na Alemanha, enquanto ignora ou minimiza as ameaças reais e vivas à dignidade humana que surgem em todo o mundo, inclusive na Europa. Os cães de guarda que monitoram o antissemitismo na Europa concentram grande parte da sua atenção em minúsculos e desprezíveis grupos marginais de bandidos nacionalistas, em vez de focar nos grupos que realmente cometem a maior parte da violência antissemita em todo o Velho Continente: os extremistas islâmicos.
De fato, se usarmos uma definição mais realista de nacionalismo, vamos perceber que os movimentos islâmicos devem hoje ser incluídos nela. Eles constituem uma grave e crescente ameaça à segurança e à liberdade de centenas de milhões de pessoas, tanto não muçulmanas quanto muçulmanas que rejeitam o renascimento da sharia. Identidades étnicas e religiosas muitas vezes se misturam e se fundem, principalmente nas mentes dos perseguidores. Por isso, faz todo o sentido incluir a epidemia mundial de perseguição religiosa, em sua maior parte perpetrada por muçulmanos radicais, no conjunto do racismo e do nacionalismo. Para esses muçulmanos extremistas, só existe uma nação: o islã. Tudo fora dele é território de guerra, um território que eles são chamados a converter, conquistar e controlar. Os não muçulmanos, nesses territórios, devem se converter ou aceitar um status inferior, humilhado, de terceira classe, de gente proibida de participar da política e obrigada a ceder o seu espaço para os muçulmanos em todas as esferas da vida.
Este é o objetivo perseguido pelos islâmicos radicais que têm como alvo os cristãos em uma longa lista de países, da Nigéria e do Sudão até o Paquistão. É a meta de extremistas muçulmanos que sonham em aplanar o seu caminho (bombardeando-o) rumo ao poder na Inglaterra e na França. Antigas comunidades cristãs já sofreram a limpeza étnica no Iraque depois da invasão dos EUA. Os cristãos, entre outras minorias religiosas, temem um destino semelhante na Síria caso os rebeldes ligados à Al-Qaeda derrotem o regime brutal, mas religiosamente neutro, do Partido Baath. Os cristãos no Egito enfrentam uma violência galopante que os reduz a bodes expiatórios da frustração islâmica, decorrente da repressão militar contra a Irmandade Muçulmana.
Temos de admitir para nós mesmos a realidade feia de que o islamismo é uma ideologia e de que o seu esperado califado é uma nação virtual, como o era a Grande Alemanha com que Hitler sonhava.
Os radicais nacionalistas, antissemitas e anticristãos podem ser contados aos milhões e procuram controlar países inteiros através de grupos como a Irmandade Muçulmana, que só foi defenestrada do Egito em 2013 depois de um golpe militar brutal. As agendas explícitas desses grupos são expansionistas e totalitárias, convocando abertamente à conquista de todas as esferas da vida e à sua dominação com base em rígida ideologia. Esses grupos estão à frente daquilo que o jornalista John Allen chamou de “guerra global contra os cristãos”, embora os hindus, judeus, alauítas, muçulmanos laicos e outras possíveis vítimas também façam parte da sua lista negra. De certa forma, e para certos grupos, estamos de volta a 1933.
Se a ocupação dos extremistas continuar, a última igreja de Mossul acabará fechada e a última hóstia consagrada ali será consumida enquanto a cidade cai, privada de Cristo.
Imagine a sua própria cidade. Visualize o que significaria para você ver cada igreja e cada capela sendo fechada. Vislumbre o seu bispo colocando o último cibório no porta-malas do carro e tendo que ir embora. A cidade não iria parecer diferente para você?
Pense nas cidades da Alemanha depois da Noite dos Cristais, quando não restou nenhuma sinagoga sem as janelas despedaçadas, sem ter sido lambida pelas chamas de livros sagrados incendiados. Pense naquelas cidades da Polônia, da Rússia, da Grécia, onde os judeus tinham vivido durante centenas ou milhares de anos e onde os templos vazios e os cemitérios abandonados são hoje os únicos vestígios daqueles primos de Jesus – e nossos. Walker Percy escreveu, em “A Síndrome de Tânatos”, que o ódio aparentemente insondável e sem sentido dos nazistas pelos judeus tinha um motivo real e relativamente compreensível: o desejo de tornar a humanidade um deus, com a conseguinte necessidade de apagar todos os sinais concretos do verdadeiro Deus e do Seu povo escolhido.
O nosso foi um século sombrio e sangrento e, se não aprendermos as suas lições, reviveremos todos os seus crimes.
Mas os cem anos que se passaram desde 1914 não foram exclusivamente do mal. Se olharmos para trás, para os massacres dos séculos anteriores, veremos que a explosão da violência racista no século XX foi menos uma inovação hedionda do que o ressurgimento de uma tentação profundamente humana. O nosso impulso obscuro a excluir e a vitimar o outro só pode ser mantido sob controle se, conscientemente, cultivarmos o nosso senso de humanidade comum.
Pode ser que o inusitado não seja o tribalismo, mas o seu oposto: o universalismo, a aceitação de uma dignidade humana que une toda a família humana. O esforço da empatia é dispendioso e a tarefa de reavivar e reafirmar os direitos universais do homem é dura para cada geração. E essa tarefa não se torna nem um pouco mais fácil quando os principais setores da sociedade nos países mais poderosos do planeta são moralmente aleijados por causa de uma visão sub-humanista do homem, que prejudica todo e qualquer argumento em prol do sacrifício pessoal e dissolve as normas morais transcendentes no ácido relativista.
Pode ser verdade que os brancos ocidentais se sintam muito culpados ou socialmente constrangidos na hora de exprimir inquietações raciais. Mas, com as sociedades ocidentais se tornando cada vez mais diversificadas, esse tabu está ruindo. Partidos xenófobos estão crescendo com força pela Europa toda, em resposta ao abraço imprudente que as elites europeias deram ao multiculturalismo forçado e à descontrolada imigração em massa.
Além disso, os novos grupos que migram para as terras ocidentais são completamente isentos dessa “culpa branca” e se sentem tranquilos para trazer consigo os seus próprios fanatismos. Na ausência de um discurso moral vital, que reforce a humanidade comum e os direitos humanos, não há razão para esperar que esses novos moradores do Ocidente sejam magicamente imunes à tentação humana histórica do pensamento de grupo, racista e violento. A violência do conflito racial entre nativos afro-americanos e imigrantes mexicanos em cidades como Los Angeles, por exemplo, oferece uma janela para vislumbrarmos esse futuro pan-ocidental. Além disso, é claro que as lições aprendidas pelo Ocidente com os excessos racistas do século XX são lamentavelmente incompletas, já que mal passam do seguinte:
1. É errado as pessoas brancas discriminarem as outras pessoas.
2. É errado as nações europeias conquistarem e colonizarem os países não europeus.
3. Dado que Hitler usou a identidade étnica como pretexto para assassinar pessoas, as nações ocidentais devem renunciar a toda base étnica ou histórica da própria identidade, o que vale inclusive para as nações conquistadas e aterrorizadas por Hitler, como a Polônia e a Ucrânia.
4. Nenhuma dessas lições se aplica a países não ocidentais nem às pessoas não brancas que vivem neles.
Os generais sempre erram ao planejar e voltar a lutar a guerra passada. Na batalha contra o racismo, a nossa cultura parece preocupada com a prevenção de ocorrências improváveis, como a ascensão do nacional-socialismo na Alemanha, enquanto ignora ou minimiza as ameaças reais e vivas à dignidade humana que surgem em todo o mundo, inclusive na Europa. Os cães de guarda que monitoram o antissemitismo na Europa concentram grande parte da sua atenção em minúsculos e desprezíveis grupos marginais de bandidos nacionalistas, em vez de focar nos grupos que realmente cometem a maior parte da violência antissemita em todo o Velho Continente: os extremistas islâmicos.
De fato, se usarmos uma definição mais realista de nacionalismo, vamos perceber que os movimentos islâmicos devem hoje ser incluídos nela. Eles constituem uma grave e crescente ameaça à segurança e à liberdade de centenas de milhões de pessoas, tanto não muçulmanas quanto muçulmanas que rejeitam o renascimento da sharia. Identidades étnicas e religiosas muitas vezes se misturam e se fundem, principalmente nas mentes dos perseguidores. Por isso, faz todo o sentido incluir a epidemia mundial de perseguição religiosa, em sua maior parte perpetrada por muçulmanos radicais, no conjunto do racismo e do nacionalismo. Para esses muçulmanos extremistas, só existe uma nação: o islã. Tudo fora dele é território de guerra, um território que eles são chamados a converter, conquistar e controlar. Os não muçulmanos, nesses territórios, devem se converter ou aceitar um status inferior, humilhado, de terceira classe, de gente proibida de participar da política e obrigada a ceder o seu espaço para os muçulmanos em todas as esferas da vida.
Este é o objetivo perseguido pelos islâmicos radicais que têm como alvo os cristãos em uma longa lista de países, da Nigéria e do Sudão até o Paquistão. É a meta de extremistas muçulmanos que sonham em aplanar o seu caminho (bombardeando-o) rumo ao poder na Inglaterra e na França. Antigas comunidades cristãs já sofreram a limpeza étnica no Iraque depois da invasão dos EUA. Os cristãos, entre outras minorias religiosas, temem um destino semelhante na Síria caso os rebeldes ligados à Al-Qaeda derrotem o regime brutal, mas religiosamente neutro, do Partido Baath. Os cristãos no Egito enfrentam uma violência galopante que os reduz a bodes expiatórios da frustração islâmica, decorrente da repressão militar contra a Irmandade Muçulmana.
Temos de admitir para nós mesmos a realidade feia de que o islamismo é uma ideologia e de que o seu esperado califado é uma nação virtual, como o era a Grande Alemanha com que Hitler sonhava.
Os radicais nacionalistas, antissemitas e anticristãos podem ser contados aos milhões e procuram controlar países inteiros através de grupos como a Irmandade Muçulmana, que só foi defenestrada do Egito em 2013 depois de um golpe militar brutal. As agendas explícitas desses grupos são expansionistas e totalitárias, convocando abertamente à conquista de todas as esferas da vida e à sua dominação com base em rígida ideologia. Esses grupos estão à frente daquilo que o jornalista John Allen chamou de “guerra global contra os cristãos”, embora os hindus, judeus, alauítas, muçulmanos laicos e outras possíveis vítimas também façam parte da sua lista negra. De certa forma, e para certos grupos, estamos de volta a 1933.
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