Dar Alma à Vida XVIII
O
grande pecado do Homem é querer viver sem Alma. Esta atitude perante a Vida
leva-o à falta de respeito por si mesmo e pelo outro. Perde o sentido da Vida.
A Vida não é matéria de cobaia, nem matéria de canhão para fazer experiências e
guerras.
A
Vida é um Dom do Alto, se lhe faltarmos com esta Alma e não tivermos esta
convicção, como oblação, disparamos para todos os lado, perdemos a nossa
cabeça, não só em relação ao outro, como também à nossa própria vida.
Dar
Alma à Vida é fazer dela fermento, isto é, um apelo a uma vida que não morre e
nela sempre há-de correr nas nossas veias o sangue que acalenta e faz urgir
mudança e não lamento.É fazer dela semente que morrendo dá fruto e fruto em
abundância
Dar
Alma à Vida é dar-lhe alegria, é transmitir vida alegre saída de um coração
esponjoso do Amor de Deus. Quem assim a constrói, faz uma vida interior cheia
de espaços abertos ao Amor de Deus para espelhar esse Amor no serviço aos
Outros, a começar pelos pobres.
Se
faltar esta Alma à Vida não se vive com eficácia e entusiasmo, mas de cabeça
baixa a olhar para o chão à procura duma pérola, de um tesouro, de uma rede
cheia de peixes, isto é, à procura da riqueza material, esquecendo a sabedoria
humilde concedida ao Rei Salomão por não ter pedido a morte dos amigos; nem muitos
anos de vida, nem riqueza, mas apenas a sabedoria para praticar justiçam.
Dar
Alma à Vida é viver sem ressentimentos, lamúrias, queixumes como aconselha o
Beato Frei Bartolomeu dos Mártires. O Papa Francisco afirma que uma vida cristã
tem de ser consequência de um coração, aberto ao Amor de Deus, isto é, de uma
Alma grande, tão grande como Deus a deseja. Caso contrário não há Alma, nem a
vida vingará, nada passa, mas mata porque conduz ao esquecimento de Deus de
quem depende a Vida.
Dar
Alma à Vida, amigo, é “orar e trabalhar” como S. Bento e como Beato Frei
Bartolomeu dos Mártires “ardere et lucere” sem nos conformarmos com as coisas
mundanas, isto é, coisas da matéria ou do “diabo”, das forças do mal, mas do
bem que é fazer a vontade de Deus.
Padre Artur
Coutinho
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