MEMORANDUM
1. 50 Anos da CART 494
Em 16 JUL 63, partiu do Castelo de Santiago da
Barra, em Viana do Castelo, a Companhia de Artilharia nº. 494, com destino à
Guiné, sendo seu Comandante, o Capitão de Artilharia, Alexandre Coutinho e
Lima.
Esta efeméride vai ser comemorada no dia 21
de Julho (Domingo), deste ano, com o seguinte programa:
11H00 – No Castelo de Santiago da
Barra, descerramento de uma lápide comemorativa
da partida da CART 494, para a Guiné.
12H00 -
Missa, na Igreja Paroquial de Vila Fria.
13H00 -
Almoço de confraternização dos elementos da Companhia, seus familiares
e convidados, no Restaurante
Camelo, em Santa Marta
de Portuzelo.
2. 40 Anos da Retirada de
Guileje
Comemoram-se no dia 22 de Maio.
Neste dia, a Direcção da Polícia Judiciária,
em Lisboa, vai levar a efeito, nas instalações da Academia Militar (Amadora),
um Seminário sobre o tema “O Direito Penal Militar, em estado de excepção”.
Neste Seminário, será abordado um caso de estudo: A retirada de Guileje.
Em 23 de Maio, na Universidade de Coimbra, vai
ser realizado um encontro sobre “Os 3
G da Guiné – Guidage, Guileje e Gadamael – MAI 73.
3. Homenagem a um militar
morto em combate
Há
cerca de 3 anos, por iniciativa da Junta de Freguesia de Amiais de Baixo,
Concelho de Santarém, foi descerrada uma placa com o nome : Rua Joaquim Travessa Faustino, na rua onde nasceu;
este foi Furriel Miliciano na Companhia de CCAV 8350, em Guileje e Gadamael,
tendo sido morto em combate, em Gadamael., em 1 JUN 73.
Foi convidado a assistir à cerimónia, o
Coronel Alexandre Coutinho e Lima , na
sua qualidade de ex-Comandante Operacional nº. 5 (COP 5), em Guileje;
igualmente foi convidado o Dr. João Seabra, que fora o Comandante - Alferes
Miliciano – do Grupo de Combate a que pertencia o Furriel Miliciano Joaquim
Faustino. Esteve também presente o Sr. Dr. Moita Flores, Presidente da Câmara
Municipal de Santarém, Concelho a que pertencia a Freguesia de Amiais de Baixo.
4. Referências sobre “ A
Retirada de Guileje”
a. Jornal
Público de 16 MAI 2004
Na sua edição de 16 MAI 2004, o Jornal Público
publicou um artigo, na revista Pública, sobre “ A Retirada de Guileje”, da
autoria do Jornalista Eduardo Dâmaso, na data Sub-Director do jornal. Recorda-se
um dos sub-títulos do artigo:
“Coutinho e Lima salvou 600 vidas e foi
preso por Spínola”.
b. Simpósio Internacional de
Guileje
Na pág. 378 do livro “A Retirada de Guileje”, pode
ler-se o que o Sr. Dr. Delfim da Silva, que fora Ministro dos Transportes da
República da Guiné-Bissau e que foi um dos intervenientes no Simpósio (5 MAR
08) escreveu:
“Aos
combatentes portugueses aqui presentes exprimo as minhas saudações. Em
particular, quero saudar o Comandante do COP 5 Coronel Coutinho Lima pela
decisão inteligente de ter sabido retirar-se, em boa ordem, da localidade de
Guileje, bombardeada intensamente, estrategicamente vulnerável sem a
tradicional cobertura de uma força aérea portuguesa, radicalmente inibida pela
acção dos mísseis terra-ar Strella com que os combatentes do PAIGC já operavam
desde Março de 1973.
Com a retirada digna, ordenada
pelo Coronel Coutinho Lima, pouparam-se muitas vidas de militares que ele
responsavelmente comandava. Mas também se pouparam certamente muitas vidas de
civis que viviam ao redor desse importante aquartelamento.”
c. Reportagem do jornal Correio
da Manhã (CM), de 4 MAR 08
O CM publicou uma
reportagem do seu Enviado Especial à Guiné-Bissau, José Carlos Marques (pág.
386 e 387 do livro), da qual se transcreve:
“Regresso ao corredor da morte”
.............
35 anos depois, portugueses e
guineenses esqueceram que foram inimigos e abraçaram-se em Guileje, onde a
guerra foi muito dura.
Há uma multidão à espera dos
jipes que desafiam as estradas de terra batida do sul da Guiné. Os portugueses são
esperados com expectativa, sobretudo um deles: Alexandre da Costa Coutinho e
Lima, o último comandante do quartel de Guileje, o homem que, a 22 de Maio de
1973, após cinco dias de cerco e bombardeamento do PAIGC, decidiu evacuar militares,
população e abandonar o quartel. O régulo, líder tradicional da aldeia
abraça-o. O papel que Umaru Jaló tem na mão mostra o apreço pelos portugueses:
ali estão os nomes de todos os comandantes militares de Guileje, desde 1964.
Coutinho e Lima é engolido pela multidão. Todos o querem cumprimentar.
Emocionado, o antigo comandante do quartel retribui.
Em 1973, o então major
desrespeitou as ordens do general Spínola, comandante-chefe da Guiné, que lhe
ordenou que resistisse ao cerco. Coutinho e Lima escolheu retirar-se.
Seiscentos militares e civis fugiram para Gadamael Porto, a guarnição mais
próxima. Foi preso e teve de enfrentar processo disciplinar, que acabou
arquivado.
Não me arrependo de nada. Tomei a
decisão de abandonar Guileje para poupar a vida dos meus homens e da população.
Voltava a fazer tudo outra vez, explica
ao CM. Pouco depois, numa cerimónia simples mas cheia de significado, recebeu
do régulo de Guileje uma túnica branca – cor dos mais velhos e sábios.”
d. Opinião de um Ex-Comandante do
PAIGC
No Simpósio Internacional de Guileje, o
Ex-Comandante do PAIGC, Sr. Manuel dos Santos (Manecas), que tinha sido o
Comissário Político da Zona Norte e também o Coordenador dos mísseis terra-ar
Strella, em todo o território, disse “O
Sr. Coronel fez aquilo que tinha que ser feito.”
5. Mensagem dos Homens Grandes
de Guileje (pág. 465 do livro)
Por ocasião do lançamento do
livro (13 DEZ 08) “A RETIRADA DE GUILEJE”, 4 Homens Grandes de Guileje: Alaje
Mamadu Djaló (57 anos), Amadu Coiaté (57 anos), Asana Silla (50 anos) e Camisa
Mará(50 anos), enviaram uma mensagem, através de um vídeo (com a duração de 5
minutos e 38 segundos), filmado em Guileje.
Neste vídeo, congratulam-se com o lançamento
do livro, realçando que a decisão da retirada salvou muitas vidas da população
e que este facto “coloca” Guiledge na História que, sem ele, seria uma das
inúmeras povoações desconhecidas, no futuro.
6. Carta de Camisa Mará (pág.
466 do livro)
Camisa Mará, um dos Homens Grandes de Guileje,
referido em 5. decidiu enviar uma carta, cujo conteúdo se transcreve, na sua
forma original:
“República da Guiné-Bissau
Região de Tombali
Sector de Bedanda
Secção de Guileje
Guiledge – 4 -12 – 08
Esmo Amigo Manjor Godinho Lima.
Antes de tudo desejo-lhe um bom saúde e felisdade em bom fim do Ano, longa vida
no seio de povo português.
E faço-lhe saber que sou eu Camisa Mará
Regidente em Guiledge e faço parte de 660 pessoas que salvaste de morte no
ultimo batalha de Guiledge no mês de maio de 1973 entre M. português e M. de P.
A. I. G. C.----(Bissau)
Manjor queremos ser ou somos a tua família,
basiando no passado ou prolongando da nossa vida a partir de 1973 por autorizar
o bandono de Guiledge destino a Gadamael Porto. Neste contesto vamos valorizar
a Historia de Guine – Guiledge e o Manjor
Godinho Lima
Sou Camisa Mará Nº 678 – 92 – 43
Bissau”
7. Por tudo quanto fica escrito,
se a Junta de Freguesia de Vila Fria achar que a acção do Coronel Alexandre
Lima merece ser destacada, poderia tomar uma iniciativa semelhante à indicada
em 3. ; se assim o entender, poderia ser alterado o nome da Rua do Padeiro,
para :
Rua Coronel Alexandre Lima
Ex-Combatente na Guiné: 1963/65; 68/70; 72/74
Esta iniciativa seria incluída nas
comemorações da CART 494 (ver 1.), entre a Missa e o Almoço, em horário a
estabelecer.
8. Tornando-se necessários mais
elementos:
a. Poderia ser contactada a Junta de Freguesia de Amiais de Baixo,
Concelho de Santarém. Telefone: 249 870 787, no sentido de obter
informações sobre a burocracia necessária.
b. No caso de ser considerado
oportuno obter mais opiniões sobre este assunto, poderiam ser contactados:
- Sr. Padre João Soares - Foi Capelão do Batalhão de Caçadores nº 513
(Guiné 63/65),
a
que pertencia a CART 494. Deu assistência religiosa à
Companhia. Tel – 253 502 108; Telemóvel – 965 229 056
- Dr. Aníbal Justiniano - Foi
Médico da CART 494 (Guiné 63/65). Tel. – 963 695 680
- Dr. Manuel Reis - Foi
Alferes Miliciano da CCAV 8350 (Guileje – 73)
Tel.
– 234 426 034; Telemóvel – 966 082 174
- Dr. João Seabra - Foi
Alferes Miliciano da CCAV 8350 (Guileje – 73)
Tel.
– 214 537 152; Telemóvel – 919 100 370
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