sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A Minha Mãe

 
Mãe!...
 
 


Olhas, (vês?) mas não dizes nada?!
Não conheces quem te fala?...
Sabes que sou teu.
Deste-me um beijo calado e…
gostei por seres tu quem mo deu,
mas a tua voz não ouvi.
Olha a tua cunhada

É mais nova e perto de ti
Lembra-me o riso aberto
Que, em ti, tão bem te conheci…
Por que não te ris agora assim?
Os teus filhos ficariam contentes.
Como chegaste a este ponto?
Eras alegre, de riso rasgado
e não te detinhas por um momento:
No trabalho e no divertimento,
Vamos ao trabalho?
Vamos à festa!
Anda dançar! Vamos feirar!
Haja alegria e vamos para a romaria!...
Às vezes, quando não te corriam bem
as coisas que querias, irritavas-te, 
mas conseguias!...
Ainda que tivesses de voar
Para subir a uma árvore…
No que fazias…, punhas-lhe o coração.
Nunca faltaste com nada aos teus filhos, meus irmãos! 
e gostavas de os trazer asseados 
quando éramos crianças…
Eram as tuas esperanças!...
Nós vemos nas fotografias de 67 anos
Como eram os teus encantos e enganos.
Sempre o fizeste mesmo quando mais velhos. 
Eras um pouco vaidosa!...
Tinhas orgulho do que era teu!
Agora só nos olhas?
Em que pensas?
Chamam-te por “Linda”
e respondes olhando
e por aí ficas em ti mesmo quedando…
Também não te falta nada!
A Céu dá-te tudo. 
Leva-te a passear, a festas, 
Almoços de convívio, tem orgulho em ti 
mostra-te a quem te conheceu 
com um olhar mais presente próximo e quente…
Agora, mesmo com outro olhar mais frio, distante e ausente.

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