Bernardo Alberto Cruz
A esposa trabalhava com o cunhado, era modista e fazia
também fatos dos grandes portugueses da história portuguesa para cortejos.
A sua família de raiz era uma família muito
comprometida com a igreja, em vários serviços: o avô Bernardo José Vicente da
Cruz tinha uma funerária antes do Peixoto, dos Sales e dos Silvas. Esta
funerária ficava por baixo da Casa dos Arcos, junto à matriz; um irmão do avô
era catequista e outro era sacristão. Todos ajudavam e frequentavam os actos de
culto. Foi assim que foi educado. A sua família do lado Cruz fazia com a
família Carvalho o grupo “Carvalho e Cruz” que era uma orquestra que só animava
actos litúrgicos, procissões, etc.
Esta família Carvalho não tinha nada a ver com os
Carvalhos de Mazarefes, da Banda do Carvalho de Mazarefes que foi depois para
Vila Nova de Anha.
Gosta muito de ler, fazer palavras cruzadas, ver
televisão e, raramente, joga o totoloto, mais por distracção, diz ele, que foi
o Floriano Dias de Passos, sócio do Maciel era e é o seu maior amigo.
Dizia-se em Viana: “Queres melhor, vais a Mazarefes…”
no tempo de rapaz, diz ele, era assim, na cidade.
O que mais pedia e sempre pediu a Deus foi humildade,
dignidade e personalidade.
Ora é este amigo Bernardo Cruz que desde há 37 anos
conheço de facto como um homem bom, simples, humilde, muito digno. Ninguém lhe
tem nada a apontar, assim como sempre mantém a sua personalidade. Reconhece as
suas limitações, mas conforme o tempo o permite, anda a pé mais ou menos tempo.
Mesmo em tempo de chuva não é difícil encontrá-lo na Leitaria do Carmo a ler as
notícias do dia, que a “maioria são sempre más”, segundo ele.
Conformado com a idade e as suas limitações só não
gostaria de vir a dar trabalho com a velhice que procura adiar, ou com a saúde;
mas os ossos são para ele o maior problema.
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