quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Bernardo Alberto Cruz


Bernardo Alberto Cruz

 
 O Bernardo Alberto Cruz, nascido em 1929, no Centro da Cidade de Viana, é filho de Delfina da Conceição Cruz. Andou na Escola do Carmo e começou logo a trabalhar em mercearias da cidade. Ao fim de 30 anos, foi trabalhar mais 40 anos no Armazém do Maciel sobretudo no âmbito da alimentação e aí foi vendedor. Arranjou casa para viver aqui na Rua da Bandeira, casando depois com Teresa de Lurdes Loureiro Fernandes, irmã da esposa do Domingos Machado (o Costureiro). Do casamento não houve geração e agora está viúvo. Reformou-se, mas aos 74 anos deixou toda a actividade, assim como conduzir, porque com 74 anos “os nossos reflexos já não são o que devem ser para uma condução segura”.


 
 
A esposa trabalhava com o cunhado, era modista e fazia também fatos dos grandes portugueses da história portuguesa para cortejos.

A sua família de raiz era uma família muito comprometida com a igreja, em vários serviços: o avô Bernardo José Vicente da Cruz tinha uma funerária antes do Peixoto, dos Sales e dos Silvas. Esta funerária ficava por baixo da Casa dos Arcos, junto à matriz; um irmão do avô era catequista e outro era sacristão. Todos ajudavam e frequentavam os actos de culto. Foi assim que foi educado. A sua família do lado Cruz fazia com a família Carvalho o grupo “Carvalho e Cruz” que era uma orquestra que só animava actos litúrgicos, procissões, etc.

Esta família Carvalho não tinha nada a ver com os Carvalhos de Mazarefes, da Banda do Carvalho de Mazarefes que foi depois para Vila Nova de Anha.

Gosta muito de ler, fazer palavras cruzadas, ver televisão e, raramente, joga o totoloto, mais por distracção, diz ele, que foi o Floriano Dias de Passos, sócio do Maciel era e é o seu maior amigo.

Dizia-se em Viana: “Queres melhor, vais a Mazarefes…” no tempo de rapaz, diz ele, era assim, na cidade.

O que mais pedia e sempre pediu a Deus foi humildade, dignidade e personalidade.
 

 
 
Ora é este amigo Bernardo Cruz que desde há 37 anos conheço de facto como um homem bom, simples, humilde, muito digno. Ninguém lhe tem nada a apontar, assim como sempre mantém a sua personalidade. Reconhece as suas limitações, mas conforme o tempo o permite, anda a pé mais ou menos tempo. Mesmo em tempo de chuva não é difícil encontrá-lo na Leitaria do Carmo a ler as notícias do dia, que a “maioria são sempre más”, segundo ele.

Conformado com a idade e as suas limitações só não gostaria de vir a dar trabalho com a velhice que procura adiar, ou com a saúde; mas os ossos são para ele o maior problema.

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