sábado, 7 de dezembro de 2013

A ética na prática do voluntariado social nas IPSS- dia do Voluntariado- 2013


A ética na prática do voluntariado social nas IPSS

 

Aceitámos o convite do senhor Padre Coutinho para pensar convosco um pouco sobre a ética na prática do voluntariado neste dia 5 de dezembro. A data 5 de dezembro foi proclamada pelas Nações Unidas como dia do voluntariado em 1985. A celebração deste dia tem como objetivo incentivar e valorizar o serviço voluntário em todo o mundo.

O voluntariado tem vindo a aumentar em todo o mundo tanto a nível das organizações que promovem o voluntariado como de voluntários. Ainda assim, o nº de voluntários é mais reduzido face à média.

 

Atendendo aos conceitos vigentes na Lei nº 71/98, de 3 de Novembro, o voluntariado é o conjunto de acções de interesse social e comunitário realizado de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade desenvolvidas sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas.

 

Voluntário é o indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo livre, a realizar acções de voluntariado no âmbito de uma organização promotora (Art. 3º, Lei nº 71/98 de 3 de Novembro).

 

O voluntariado supõe o apoio a pessoas em dificuldade que são assistidas através de uma presença humana, de uma relação positiva, do contributo de bens e serviços que ajudam as pessoas, muito para além dos apoios oficiais que o Estado pode proporcionar. O voluntariado joga-se no jogo dos afectos que estimula a relação, mas caracteriza-se pela competência no que se dá.

 

O voluntariado representa um gesto de solidariedade que implica uma dádiva de afeto e do tempo próprio de cada um, com o objectivo de promover o bem-estar da comunidade.

É um pilar essencial para a construção da justiça social.

O voluntariado é um ato de cidadania e é cada vez mais uma componente importante no percurso das pessoas, contribuindo para reduzir as disparidades sociais e para promover a necessidade e o dever de ajudar o próximo.

É um espaço de transformação social o que requer uma ética baseada no reconhecimento dos princípios do humanismo e da solidariedade que devem estar subjacentes â acção do voluntário.

O voluntário dedica-se de forma livre, espontânea, e responsável a uma causa. Dedica-se de forma comprometida e desinteressada.

O voluntário oferece-se, está atento, observa, é sensível. Há voluntários de todas as idades e religiões, mas todos são pautados pelos princípios da solidariedade, humanização, ética e compreensão.

O voluntariado apenas existe quando a sua acção é altruísta, quando influi nos outros,  e quando a ação que desenvolve é do interesse colectivo. O voluntariado não é um fim em si mesmo para satisfazer as necessidades do voluntário. A acção voluntária é um compromisso solidário para a melhoria da vida coletiva.(Natália Tost).

 

O que caracteriza a identidade ética do voluntário?

O voluntariado supõe o apoio a pessoas em dificuldade que são assistidas através de uma presença humana, que ajuda as pessoas muito além dos apoios oficiais que o Estado pode proporcionar.

 

Identidade ética do voluntário: Se há relação de pessoas, tem de haver responsabilidade ética. O fundamento da ética, pelo menos da personalista, é a dignidade e a liberdade das pessoas. Se o voluntário acompanha as pessoas, em dificuldade física, psicológica ou social, então tem de respeitar cada pessoa, promovê-la, proporcionar-lhe bem-estar e mesmo contribuir para a sua felicidade. Tudo isto não é mais que a sensibilidade ética indispensável ao exercício do voluntariado.

 

No sistema da saúde como seriam os cuidados prestados se não existisse voluntariado?

O voluntariado é essencial à humanização da saúde. Nos cuidados de saúde, para além do diagnóstico e do tratamento terapêutico, exige-se o acompanhamento integral da pessoa em crise. Não basta medicar. É necessária a relação humana de qualidade. Esta relação constante é difícil para médicos, enfermeiros e outros.

Os voluntários, preparados em psicologia e da relação personalizada, completam o trabalho que os profissionais vão desenvolvendo. Os voluntários servem todos os doentes, pobres, migrantes, sem estatuto social. São para todos, na área que lhes está confiada.

 

Com a evolução do envelhecimento que desafios se colocam ao voluntariado?

A população envelhecida necessita de mais cuidados sociais e de saúde. O grande problema das pessoas mais velhas é a solidão. O voluntário tem uma missão extraordinária de proximidade, de ocupação de tempo, de complementaridade nas ajudas em casa ou no estabelecimento de relações de vizinhança. É um trabalho importantíssimo.

As pessoas com mais anos, com saúde, exercem um voluntariado competente ocupando o tempo ajudando as pessoas mais carenciadas e podem ser muito úteis fazendo bem às outras pessoas.

Qualquer voluntariado supõe pessoas capazes de se relacionarem com os outros, preparados para as tarefas que vão realizar, aceites na instituição, com tarefas definidas e uma avaliação. É bom que os voluntários aceitem a exigência que a sociedade lhes pede e serão sempre um sinal de mais justiça e mais amor. 

Esta preparação e exigência devem estar presentes em todos os voluntários: Cruz Vermelha, Centros Paroquiais, Misericórdias, Liga Portuguesa Contra o Cancro. Aqui o voluntário é uma pessoa humana que vai estar em contacto com o doente, partilhando as suas angústias e seu sofrimento.

O voluntário sente que se enriquece humanamente, dando-se diariamente aos outros.

A ociosidade e a gratificação das inclinações pessoais não dão a felicidade – a verdadeira felicidade só pode alcançar-se servindo” (Baden Powel (fundador do escutismo).

 A ética da solidariedade tem de se contrapor ao egoísmo avarento (Guilherme Oliveira Martins).

Um apelo: Quer tenha muito ou pouco tempo disponível para voluntariado deve fazê-lo porque será certamente uma grande prova de amor ao semelhante (apelo de uma voluntária).

Ser voluntária, de alma e de coração, é saber ultrapassar as dificuldades, ser persistente, é viver com Deus e para Deus, com e através do irmão. É dar-se ao outro sem esperar recompensa. É essa a maior maravilha do voluntariado (testemunho de uma voluntária).

 

Havia 12156 instituições, divididas pelos seguintes grupos:

1.       Associações de Dadores de Sangue ADS);

2.       Associações Portuguesas de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM);

3.       Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas (CERCI);

4.       Associação do Corpo Nacional de Escutas (CN Escutas);

5.       Organizações Não Governamentais de Desenvolvimento Local (ONGD);

6.       Associações de Desenvolvimento Local (ADL);

7.       Fundações;

8.       Associações Mutualistas ou de Socorros Mútuos (Mutualidades);

9.       Associações filiadas na Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CCCDR);

10.   Associações de Bombeiros Voluntários (Bombeiros);

11.   Irmandades de Misericórdia (Misericórdias);

12.   Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS);

13.   Centros Sociais Paroquiais;

14.   Associações Juvenis registadas no Instituto Português de Juventude (IPJ);

15.   Cooperativas Credenciadas (Coo. Cred.);

16.   Cooperativas não Credenciadas (COOp. Não Cred.);

17.   Cáritas Portuguesa (Cáritas)

Resultados de um estudo sobre o Voluntariado feito pelo Observatório de Emprego e Formação Profissional:

70% das instituições contam com a colaboração de voluntários;

Por instituição, as IPSS e os Bombeiros têm maior percentagem de voluntários dos órgãos sociais e regulares;

Com mais voluntários ocasionais destacam-se o IPJ e as IPSS

A percentagem com voluntários com 65 ou mais anos é maior nos Centros Paroquiais e Misericórdias.

 

Banco Local de Voluntariado (transcrição do BLV de Viana)
 
 
 
 

 

No âmbito das políticas de reforço da solidariedade e coesão social, a Câmara Municipal de Viana do Castelo, criou em 2006 o Banco Local de Voluntariado (BLV), com o intuito de incentivar a cidadania activa e valorizar o trabalho voluntário.
O Banco Local de Voluntariado de Viana do Castelo tem por missão promover o encontro entre a oferta e a procura de voluntariado, qualificar o trabalho voluntário, apoiar organizações e pessoas interessadas no voluntariado, com acompanhamento individualizado, facilitando a participação comunitária e o exercício de uma cidadania activa, contribuindo para a coesão social e o bem-estar da população local.

 

Banco Local de Voluntariado

O que é?

O Banco Local de Voluntariado de Viana do Castelo constitui um espaço de aproximação entre as pessoas interessadas no trabalho voluntário e as organizações promotoras de voluntariado que desenvolvam projectos úteis nas áreas da infância, juventude, idosos, deficiência, educação/ alfabetização, ambiente, saúde, desporto, cultura, interculturalidade, entre outras

Objectivos Gerais

  • Promover o encontro entre a oferta e a procura de voluntariado.
  • Criar oportunidades para a qualificação do trabalho voluntário.
  • Reforçar as redes sociais e comunitárias no concelho de Viana do Castelo.

Objectivos Específicos

  • Gerir uma base de dados de voluntários e organizações promotoras de voluntariado.
  • Divulgar as oportunidades de voluntariado.
  • Encaminhar os voluntários de acordo com os pedidos efectuados pelas organizações promotoras de voluntariado.
  • Proceder ao acompanhamento dos voluntários.
  • Implementar um plano de formação inicial e contínua para voluntários.
  • Desenvolver projectos de voluntariado.

·         Como se tornar voluntário

·         1. O candidato a voluntário preenche a ficha de inscrição, disponivel on-line e presencialmente nas instalações da Câmara Municipal de Viana do Castelo;

·         2. O candidato a voluntário é contactado para uma entrevista no Banco Local de Voluntariado a fim de obter as informações necessárias à elaboração do perfil;

·         3. O Banco Local de Voluntariado contacta o candidato a voluntário para frequentar acções de formação geral de voluntariado ou oficinas relacionadas com a actividade voluntária;

·         4. O Banco Local de Voluntariado divulga oportunidades de voluntariado de acordo com as aptidões e preferências dos candidatos a voluntários e com o perfil requerido pela organização promotora de voluntariado, procedendo ao encaminhamento dos interessados;

·         5. A organização promotora de voluntariado contacta e entrevista todos os interessados, efectuando a selecção e o enquadramento dos mesmos. Posteriormente, informa o Banco Local de Voluntariado da sua escolha para actualização da base de dados;

·         6. O Banco Local de Voluntariado e os voluntários efectuam a avaliação final da actividade voluntária.

·         Como se tornar uma organização promotora de voluntariado

·         1. A organização promotora preenche a ficha de inscrição, disponível on-line e presencialmente nas instalações da Câmara Municipal de Viana do Castelo;

·         2. O Banco Local de Voluntariado contacta a organização promotora de voluntariado esclarecendo qual o procedimento para a captação de voluntários e quais os princípios gerais do enquadramento dos voluntários;

·         3. A organização promotora de voluntariado solicita voluntários (oportunidade de voluntariado) para projectos ou acções, através do preenchimento da respectiva ficha (oportunidade de voluntariado regular; oportunidade de voluntariado pontual);

·         4. O Banco Local de Voluntariado divulga oportunidades de voluntariado de acordo com as aptidões e preferências dos candidatos a voluntários e com o perfil requerido pela organização promotora de voluntariado, procedendo ao encaminhamento dos interessados;

·         5. A organização promotora de voluntariado contacta e entrevista todos os interessados, efectuando a selecção e o enquadramento dos mesmos;

·         6. A organização promotora de voluntariado envia ao Banco Local de Voluntariado as informações relativas ao processo de selecção dos voluntários, procedendo o último à actualização da base de dados (ficha individual do voluntário e ficha individual da organização);

·         7. O Banco Local de Voluntariado e a organização promotora de voluntariado efectuam a avaliação final da actividade voluntária.

·         Deveres do Voluntário

·         Observar os princípios deontológicos por que se rege a actividade que realiza, designadamente o respeito pela vida privada de todos quantos dela beneficiam;

·         Observar as normas que regulam o funcionamento da entidade a que presta colaboração e dos respectivos programas ou projectos;

·         Actuar de forma diligente, isenta e solidária;

·         Participar nos programas de formação destinados ao correcto desenvolvimento do trabalho voluntário;

·         Zelar pela boa utilização dos recursos materiais e dos bens, equipamentos e utensílios postos ao seu dispor;

·         Colaborar com os profissionais da organização promotora, respeitando as suas opções e seguindo as suas orientações técnicas;

·         Não assumir o papel de representante da organização promotora sem o seu conhecimento e prévia autorização desta;

·         Garantir a regularidade do exercício do trabalho voluntário de acordo com o programa acordado com a organização promotora;

·         Utilizar devidamente a identificação como voluntário no exercício da sua actividade.

·         Tipos de voluntários

·         Voluntários regulares – Colaboram em acções contínuas de periodicidade semanal, quinzenal ou mensal.

·         Voluntários pontuais – Colaboram em acções esporádicas de carácter específico.

 

·         Formação

·         O Banco Local de Voluntariado ciente da relevância e da necessidade de todos os candidatos a voluntários terem acesso a uma adequada formação inicial promove a dinamização de acções de formação geral de voluntariado com os seguintes objectivos:

·         - Transmitir conhecimentos gerais, teórico-práticos, que propiciem a aquisição e/ou o desenvolvimento de competências, que contribuam de forma eficiente e eficaz a um adequado exercício prático do voluntariado;

·         - Incutir aos (às) futuros (as) voluntários(as) conceitos associados à prática do voluntariado: compromisso, tolerância, participação, motivação, cooperação, qualidade, responsabilidade, disponibilidade, empatia, atitude solidária, entre outros;

·         - Oferecer aos (às) candidatos(as) a voluntários(as) a oportunidade de se auto-analisarem, confrontarem, questionando com consciência as suas capacidades, interesses, dificuldades e limitações, tendentes a proporcionar um conhecimento pessoal mais profundo;

·         - Reflectir acerca das expectativas que os(as) formandos(as) trazem consigo quanto à acção que desenvolverão enquanto voluntários(as);

·         - Dar a conhecer as entidades aderentes do Banco Local de Voluntariado de Viana do Castelo, para que os(as) futuros(as) voluntários(as) contactem com as diferentes realidades institucionais, onde poderão vir a intervir, mediante os seus interesses e aptidões;

·         - Proporcionar reflexão, discussão, partilha de ideias e experiências referentes aos conteúdos temáticos;

·         - Promover o relacionamento interpessoal entre formandos(as) e formadores(as).

·         As acções de formação geral de voluntariado abordam os seguintes conteúdos programáticos:

·         Módulo 1 - Apresentação/Introdução | Objectivos da Formação

·         Desigualdades, diferenças e assimetrias do mundo | Desenvolvimento | Participação e cidadania global | Motivações para o voluntariado.

·         Módulo 2 - Enquadramento legal do voluntariado | Guia do voluntário | Programa do voluntariado

·         Módulo 3 - Apresentação das Instituições que integram o Banco Local de Voluntariado |

·         Voluntários-tipo: partilha de experiências.

Código ético do voluntário (banco voluntariado de Vila Franca de Xira)

Pretende ser um guia que oriente os voluntários.

1.       Deveres do voluntário em relação ao público –alvo:

- Entrega do melhor de si mesmo, actuando com profissionalismo, humanidade e eficácia nas tarefas solicitadas.

- Prestar uma ajuda gratuita e desinteressada sem nenhuma recompensa material;

-Ter confidencialidade na utilização dos dados;

- Ser paciente.

 

2.       Deveres do voluntário face à instituição

 

Conhecer o código ético, os estatutos, finalidades, programas, normas de funcionamento e métodos de trabalho da instituição.

       3. Deveres do voluntário face aos outros voluntários

- Respeitar a dignidade e a liberdade dos outros voluntários, tendo uma atitude de abertura e de escuta dos outros.

- Fomentar o trabalho de equipa;

- Criar laços de união entre os voluntários;

- Evitar a competitividade, o protagonismo

 

         4.  Deveres do voluntário para com a sociedade

- Promover a justiça social;

- A cultura da solidariedade;

- Combate à exclusão e à marginalização.

 

 

Resolução do Conselho de Ministros nº 29/2013 de 8 de maio de 2013.

 

Salienta a relevância do apoio e da promoção do voluntariado e dos voluntários.

 

Importa definir um Plano Nacional do Voluntariado 2013 – 2015 (PNV), dando continuidade às acções desenvolvidas durante o ano de 2011, no âmbito do Ano Europeu do Voluntariado e em 2012 no quadro do ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as gerações e o Ano Internacional das Cooperativas.

 

O PNV pretende definir medidas que possam valorizar e reconhecer a realização de ações de voluntariado como essenciais para uma participação e cidadania ativas, bem como promover a responsabilidade social da administração Pública.

 

O PNV define um conjunto de medidas organizadas em três eixos estratégicos:

 

-Eixo 1: Sensibilizar e Divulgar;

           2: Promover e Formar

           3: Agir e Desenvolver.

 

Procura-se:

 

- Sensibilizar os cidadãos para a importância e o valor do voluntariado;

- Fornecimento de meios para melhorar a qualidade das mesmas;

- Criar um ambiente propício ao exercício do voluntariado em Portugal.

 

O Plano Nacional do Voluntariado de 2013 a 2015 centra-se em três eixos:

 

1.       Sensibilizar e Divulgar

 

- Comprometendo a sociedade com o voluntariado, promovendo os valores do voluntariado e a participação de todos os cidadãos.

 

  Torna-se necessário criar um ambiente propício de voluntariado.

 (ver capítulo !).

 

 (12 medidas de intervenção)

 

2.        Promover e Formar

 

Considerar o Estado como responsável por uma estratégia transversal que envolva os distintos Ministérios, mediante estratégias  de actuação  e de inovação que induzam o processo de envolvimento dos organismos do Estado no exercício do voluntariado.

 

(Ver capítulo II)

(13 medidas de intervenção)

 

3.       Agir e Desenvolver

 

Apoiar a modernização do sector social e contribuir para a facilitação do desempenho das suas funções, através do crescimento e da consolidação do sector do voluntariado – melhorar a qualidade e a gestão das instituições e voluntários.

 

 

Permite uma convivência salutar nas comunidades, criando estímulos e contextos favoráveis à sua prática. O voluntariado proporciona soluções, influenciando a visibilidade, o estatuto e o prestígio da acção voluntária.

 

(Este eixo integra 13 medidas de intervenção)

Ver capítulo III

 

 

IPSS precisam de mais voluntariado de execução

 

Se houvesse um dicionário de sinónimos, voluntariado significaria cidadania, solidariedade, disponibilidade, compromisso, competência (Filomena Bordalo num Seminário “IPSS e Voluntariado”, realizado em Braga, há anos).

 

Acrescentava, então, a necessidade de formação e de uma organização integradora.

Então lembrou os tempos em que decidiu ser voluntária, calçando os sapatos para perceber quão difícil é descodificar as linguagens  técnicas e as dos serviços.

 

 

               “O voluntariado é o sal da nossa sociedade, o tempero, para quem ser voluntário é construir pontes.

              

O Dr Acácio Catarino disse: “A nossa mentalidade técnica marginalizou o voluntariado de proximidade”. Ou aceitamos o voluntariado de proximidade como base da acção social, ou então esta falha.

 

               Onde está o seguro para os voluntários?

 

Voluntariado e animação social

 

A acção voluntária é o resultado de uma escolha, de uma opção, ética, pessoal. O voluntariado só existe quando a sua acção é altruísta, quando influi nos outros e quando a acção que desenvolve é do interesse colectivo. O voluntariado não é um fim em si mesmo para satisfazer as necessidades do voluntário. A acção voluntária é, em definitivo, um compromisso solidário para a melhoria da vida colectiva.

 

               Quem protege os voluntários dirigentes sociais?

 

Há dias, 27 de Novembro de 2013, a ANDS – Associação Nacional dos Dirigentes Sociais mandava uma mensagem onde se dizia: O nosso país tem a maior rede solidária do mundo e a mais fraca legislação para os dirigentes sociais voluntários. Nenhum governo deu importância aos dirigentes sociais. Não se sabe quantos somos, onde estamos, que direitos, liberdades e garantias temos.

Temos a maior rede de apoio social de proximidade porque existem no terreno 6.000 instituições de solidariedade. São muitos os dirigentes sociais voluntários. Todos eles  com grande coração para fazer o bem, pensando nos outros, agindo pelos outros, num regime de gratuidade.

 

As dificuldades atuais trouxeram as dívidas às instituições. Há pessoas de bem, que nunca deveram nada à sociedade e encontram-se a viver o drama da dívida das instituições, psicologicamente sós e perseguidos.

Muitos dirigentes sociais são vítimas de inspecções que os tratam como se de corruptos se tratasse. Alguns desistiram outros estão sem força anímica para continuarem.

O mais pequeno erro dum funcionário, a mais infundada denúncia, originam inspecções ad hoc que se regem sem princípios éticos sem respeito pelas normas, de acusação, multiplicando-se os processos de averiguação e de acusação, como ameaça para intimidar quem nada tem a esconder. 

 

Referência ao Livro de Frei Fernando Ventura e Joaquim Franco

 

Somos pobres, mas somos muitos.

Do eu solitário ao nós solidário.

Do nós solidário, à revolução dos afetos.

 

O voluntariado pode ser exercido em âmbitos muito diversos: um dos mais conhecidos e populares, o arquétipo de voluntariado, é o voluntariado social que normalmente se traduz no apoio a colectivos e ou pessoas desfavorecidas ou discriminadas por razões de idade, sexo, etnia, situação económica e profissional. Mas existem muitas outras áreas onde é possível exercer o voluntariado como por exemplo a cultura, a educação, o meio ambiente, a saúde, a participação cidadã, os direitos humanos, a cooperação internacional, situações de emergência e  socorro e o desenvolvimento socioeconómico.

               Existem alguns serviços públicos que podem encaminhar e ajudar a elaborar candidaturas e projectos de voluntariado (IPJ, Organizações Não Governamentais para o s desenvolvimento)

 

Atividades formativas culturais (uma professora pode ensinar a ler os idosos);

Atvidades de dinâmica ocupacional;

Atividade na área do desenvolvimento fíco-psíquico (ginástica, natação, excursões, termalismo, desportos, psicomotricidade);

Atividades sociais e de participação dos cidadãos (convivência)

 

Promover as relações interpessoais entre as diversas gerações;

Participação nas festas regionais (tradicionais);

Magustos, desfolhadas, apanha da azeitona;

Festa de Carnaval;

A Música na animação sociocultural (grupos musicais da região);

A Educação Musical;

Idas à feira e mercados locais;

Conversar, estar com as pessoas;

 

Voluntariado em dificuldades

O serviço de voluntariado do Hospital de Braga está a passar por um momento difícil, porque não tem meios de subsistência. As únicas fontes de receita são uma feirinha organizada anualmente e os próprios voluntários vão colaborando nos períodos de maior necessidade.

               O Serviço conta com 70 voluntários. Faz a distribuição de alimentos nos serviços de consulta externa e dá apoio nos almoços e jantares no internamento e noutros serviços. (In Diário do Minho de 4/12/2013).

 

Dez ideias para quem quer ser voluntário e não sabe por onde começar

 

Dizemos que gostamos de ajudar o vizinho, o amigo, o conhecido e o desconhecido:

1º Bolsa do voluntariado

    Foi criada há seis / sete anos pela Entrajuda. No site, podem registar-se os candidatos que querem dar tempo por uma causa ou voluntários especialistas, também organizações que precisem de divulgação de empresas que precisem de voluntários.

2º Voluntariado jovem – através do Instituto Português da Juventude, etc…

 

 

 

Voluntariado na Paróquia

 

Catequistas, escuteiros, zeladores dos altares, membros das confrarias, cantores…

 
                                                                                                                          Doutor Araújo de Freitas
 

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