quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Ouvido da Maria das Dores Roccha ,Já Falecida e filha da Rosa do Abade que morreu com mais de cem anos


Certo dia encontrava-se um homem, sentado num banco em frente ao rio, e de vez em quando benzia-se. Neste momento aparece um polícia, e julgando que o homem estava com a pinga, disse-lhe: O Senhor vai-me acompanhar; pois no seu estado vai dormir à cadeia.

            O homem levanta-se rapidamente, pede desculpa ao guarda; e diz-lhe: Sr. Guarda eu não estou com a touca, eu estou só a pensar: Com a cabeça como hei-de encher a barriga, sem mexer, este nem este e (apontando para os braços). Agora o senhor guarda se me pudesse ajudar eu agradecia, porque estou cheio de fome e sede.

            O polícia foi-se embora sem lhe dar resposta.

            E o desgraçado lá ficou no seu pensamento.

 

(Lá diz o ditado quem não trabuca não manduca)

 

No fim de uma tarde fria, passava numa estrada um pobre trabalhador. Com a sacola às costas.

Na mesma altura passou um carro com senhores deputados, era natural virem de algum comício. Ao verem o homem na estrada, pararam o carro e deram-lhe uma boleia; o homem agradeceu e meteu-se no carro.

(Fez-se silêncio) e um dos senhores perguntou-lhe a que partido pertencia; o homem muito chateado disse-lhes: Ó senhores, eu não percebo nada de política. Então eles calaram-se.

De momento perguntou um dos senhores, olhe o senhor se fosse preciso dar umas horas de trabalho ao C.D.S. que tempo daria? E o homem muito contrariado respondeu: daria uma hora e ao P.S.D.? A mesma coisa e logo a seguir perguntaram todos olhe e ao P.C.P.? e o homem respondeu: a esse daria todas as horas que eu pudesse.

Nisto ficaram todos contentes e saiu a pergunta: Qual é o seu ofício - e o homem respondeu eu sou enterrador. Aí acabou-se a boleia.

 
Vivia numa pequena aldeia, um padre muito gordo e guloso, passava a vida a comer doces; o pobre do sacristão nada tinha e os tostões que lhe davam, metia num saquinho vermelho e guardava-o numa gaveta na sacristia. Um dia com grande tristeza deu por falta do saquinho; calou-se e andou a ver se descobria; mas um belo dia deu com o saco vazio na pasta do Abade Ricardo.

            Além de furioso esperou altura foi à adega do patrão buscar uma garrafa de vinho e foi-lhe aos doces e comeu-os todos.

            O S. Abade ficou todo zangado mas nada disse também.

            Ao chegar o momento da desobriga ele disse: Manuel à noite vais-te confessar; e o Manuel disse-lhe que sim.

            Chegou a altura e o S. Abade a primeira coisa que lhe perguntou foi: Manuel quem comeu os doces ao S. Abade? E o Manuel só lhe respondia não se ouve nada Sr. Abade. Até que o padre já cansado mandou o sacristão para dentro do confessionário e disse-lhe vais ver se se ouve.

            Então o sacristão perguntou-lhe Sr. Abade quem roubou o saco do dinheiro ao sacristão. Então o Abade respondeu: Não se ouve nada Manuel tens razão.

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