Certo dia encontrava-se um homem, sentado num banco em frente
ao rio, e de vez em quando benzia-se. Neste momento aparece um polícia, e
julgando que o homem estava com a pinga, disse-lhe: O Senhor vai-me acompanhar;
pois no seu estado vai dormir à cadeia.
O homem levanta-se rapidamente, pede
desculpa ao guarda; e diz-lhe: Sr. Guarda eu não estou com a touca, eu estou só
a pensar: Com a cabeça como hei-de encher a barriga, sem mexer, este nem este e
(apontando para os braços). Agora o senhor guarda se me pudesse ajudar eu
agradecia, porque estou cheio de fome e sede.
O polícia foi-se embora sem lhe dar
resposta.
E o desgraçado lá ficou no seu
pensamento.
(Lá diz o ditado quem não trabuca
não manduca)
No fim de uma tarde fria, passava numa estrada um pobre
trabalhador. Com a sacola às costas.
Na mesma altura passou um carro com senhores deputados, era
natural virem de algum comício. Ao verem o homem na estrada, pararam o carro e
deram-lhe uma boleia; o homem agradeceu e meteu-se no carro.
(Fez-se silêncio) e um dos senhores perguntou-lhe a que
partido pertencia; o homem muito chateado disse-lhes: Ó senhores, eu não
percebo nada de política. Então eles calaram-se.
De momento perguntou um dos senhores, olhe o senhor se fosse
preciso dar umas horas de trabalho ao C.D.S. que tempo daria? E o homem muito
contrariado respondeu: daria uma hora e ao P.S.D.? A mesma coisa e logo a
seguir perguntaram todos olhe e ao P.C.P.? e o homem respondeu: a esse daria
todas as horas que eu pudesse.
Nisto ficaram todos contentes e saiu a pergunta: Qual é o seu
ofício - e o homem respondeu eu sou enterrador. Aí acabou-se a boleia.
Vivia numa pequena aldeia, um padre muito gordo e guloso,
passava a vida a comer doces; o pobre do sacristão nada tinha e os tostões que
lhe davam, metia num saquinho vermelho e guardava-o numa gaveta na sacristia.
Um dia com grande tristeza deu por falta do saquinho; calou-se e andou a ver se
descobria; mas um belo dia deu com o saco vazio na pasta do Abade Ricardo.
Além
de furioso esperou altura foi à adega do patrão buscar uma garrafa de vinho e
foi-lhe aos doces e comeu-os todos.
O S. Abade ficou todo zangado mas
nada disse também.
Ao chegar o momento da desobriga ele
disse: Manuel à noite vais-te confessar; e o Manuel disse-lhe que sim.
Chegou a altura e o S. Abade a
primeira coisa que lhe perguntou foi: Manuel quem comeu os doces ao S. Abade? E
o Manuel só lhe respondia não se ouve nada Sr. Abade. Até que o padre já
cansado mandou o sacristão para dentro do confessionário e disse-lhe vais ver
se se ouve.
Então o sacristão perguntou-lhe Sr.
Abade quem roubou o saco do dinheiro ao sacristão. Então o Abade respondeu: Não
se ouve nada Manuel tens razão.
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