Papa Francisco \
Missa em Santa Marta
Papa Francisco: a fé
è dom do Espírito Santo transmitido sobretudo pelas mulheres
Papa
Francisco em Santa Marta - OSS_ROM
26/01/2015 12:51
Paulo
recorda a Timóteo que a sua fé provém do Espírito Santo, ‘por meio da sua mãe e
da sua avó’. “São as mães, as avós – afirma o Papa – que transmitem a fé, e
acrescenta: “Uma coisa é transmitir a fé e outra é ensinar as coisas da fé. A
fé é um dom, não se pode estudar. Estudam-se as coisas da fé, sim, para
entendê-la melhor, mas nunca se chegará à fé com o estudo. Ela é um dom do
Espírito Santo, é um presente que vai além de qualquer preparação”. E é um
presente que passa através do “lindo trabalho das mães e das avós, o belo
trabalho destas mulheres” nas famílias. “Pode ser também que uma doméstica, uma
tia, transmitam a fé”:
Jesus
veio através de uma mulher
“Vem-me
à mente esta questão: por que são principalmente as mulheres a transmitir a fé?
Simplesmente porque quem nos trouxe Jesus foi uma mulher: foi o caminho
escolhido por Jesus. Ele quis ter uma mãe: o dom da fé também passa pelas
mulheres, como Jesus passou por Maria”.
“E
devemos pensar hoje – sublinha o Papa – se as mulheres têm a consciência do
dever de transmitir a fé”. Paulo convida Timóteo a guardar a fé, evitando “os
vazios mexericos pagãos, as bisbilhotices mundanas”. “Todos nós – alerta –
recebemos o dom da fé. Devemos guardá-lo para que ele pelo menos não se dilua,
para que continue a ser forte com o poder do Espírito Santo”. E a fé é guardada
quando reacende este dom de Deus.
A
fé 'água de rosas'
“Se
nós não temos esse cuidado, a cada dia, de reavivar este presente de Deus que é
a fé, a fé se enfraquece, se dilui, acaba por ser uma cultura: ‘Sim, mas, sim,
sim, eu sou um cristão, sim...’, uma cultura, somente. Ou a gnose, um
conhecimento: ‘Sim, eu conheço bem todas as coisas da fé, eu conheço bem o
catecismo’. Mas como vives a tua fé? E esta é a importância de reavivar a cada
dia este dom, este presente: de torná-lo vivo”.
Contrastam
“esta fé viva” - diz São Paulo - duas coisas: “o espírito de timidez e a
vergonha”:
“Deus
não nos deu um espírito de timidez. O espírito de timidez vai contra o dom da
fé, não deixa que cresça que vá para frente, que seja grande. E a vergonha é
aquele pecado: ‘Sim, eu tenho fé, mas eu a cubro, que não se veja muito... '. É
um pouco daqui, um pouco de lá: é a fé, como dizem os nossos antepassados, água
de rosas. Porque eu tenho vergonha de vivê-la fortemente. Não. Esta não é a fé:
nem timidez, nem vergonha. Mas o que é? É um espírito de força, de caridade e
de prudência. Esta é a fé”.
Fé
inegociável
O
espírito de prudência - explica o Papa Francisco - é “saber que nós não podemos
fazer tudo o que queremos”, significa buscar “as estradas, o caminho, as
maneiras” para levar avante a fé, mas com prudência.
“Peçamos
ao Senhor a graça - conclui o Papa – de ter uma fé sincera, uma fé que não é
negociável, segundo as oportunidades que surgem. Uma fé que a cada dia procuro
reavivá-la, ou pelo menos peço ao Espírito Santo que a revive e assim dê um
grande fruto”. (CM-SP)
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