Religião 25.08.2015
A mulher deve ser submissa ao seu marido?
Como a Igreja interpreta a frase de São Paulo: "Que as mulheres também se submetam, em tudo, a seus maridos"?
Como a Igreja interpreta a frase de São Paulo: "Que as mulheres também se submetam, em tudo, a seus maridos"?
Site do Pe. Paulo Ricardo
25.08.2015
Dean Drobot
Em sua Carta aos Efésios, São Paulo escreve "que as mulheres também se submetam, em tudo, a seus maridos" (Ef 5, 24). A frase, tirada de seu contexto, é usada por grupos feministas para "provar" que a religião cristã oprime o sexo feminino.
Olhando para os fatos históricos, porém, a verdade é que nenhuma religião deu tanta dignidade à mulher como o Cristianismo. Enquanto todas as demais a tratavam como um objeto ou uma propriedade do sexo masculino, a Igreja deu-lhe o papel de protagonista na família e na vida em sociedade, chegando a apresentar várias delas como doutoras da Igreja e mestras da vida espiritual – é o caso, por exemplo, de Santa Hildegarda de Bingen, Santa Catarina de Siena e Santa Teresinha do Menino Jesus.
Ora, se é assim, talvez a sentença do Apóstolo deva ser interpretada de forma diferente da que é feita comumente. São João Paulo II, em sua Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, ensina que "todas as razões a favor da 'submissão' da mulher ao homem no matrimônio devem ser interpretadas no sentido de uma 'submissão recíproca' de ambos 'no temor de Cristo'." [1].
De fato, exorta São Paulo, no mesmo trecho das Escrituras: "Sede submissos uns aos outros, no temor de Cristo" (Ef 5, 21). A submissão, portanto, é mútua, não por haver dois ditadores em uma "luta de classes", mas por causa da relação entre Cristo e a Igreja, da qual o Matrimônio cristão é um sacramentum, um sinal (cf. Ef 5, 25. 29. 32).
Assim, pois, ambos os conselhos do Apóstolo – tanto o que exorta à submissão da mulher quanto o que chama ao amor por parte do homem (cf. Ef 5, 25) – não devem ser entendidos em uma única direção. Afinal, não são apenas os maridos quem devem amar as suas esposas, como estas devem amar aqueles; não são, também, apenas as esposas quem devem se submeter aos seus cônjuges, como estes devem fazer do mesmo modo. A Igreja não quer "oprimir" as mulheres, mas fazer com que os casais se submetam reciprocamente, a partir do amor de Cristo.
De fato, que mulher pode temer ser submissa a um marido que, por causa dela, derrama o seu sangue, a exemplo de Cristo, que "amou a Igreja e se entregou por ela"? E que homem pode rejeitar ser submisso a uma esposa que o ama do mesmo modo?
Eis, portanto, o modo como devem viver os casais em santo Matrimônio: abrindo a porta de casa como se abre a porta do sacrário, amando o outro como se ama o Cristo. Nisso não há nenhuma opressão, mas tão somente o amoroso projeto de Deus para o gênero humano.
Referências:
Papa João Paulo II, Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, 15 de agosto de 1988, n. 24
Olhando para os fatos históricos, porém, a verdade é que nenhuma religião deu tanta dignidade à mulher como o Cristianismo. Enquanto todas as demais a tratavam como um objeto ou uma propriedade do sexo masculino, a Igreja deu-lhe o papel de protagonista na família e na vida em sociedade, chegando a apresentar várias delas como doutoras da Igreja e mestras da vida espiritual – é o caso, por exemplo, de Santa Hildegarda de Bingen, Santa Catarina de Siena e Santa Teresinha do Menino Jesus.
Ora, se é assim, talvez a sentença do Apóstolo deva ser interpretada de forma diferente da que é feita comumente. São João Paulo II, em sua Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, ensina que "todas as razões a favor da 'submissão' da mulher ao homem no matrimônio devem ser interpretadas no sentido de uma 'submissão recíproca' de ambos 'no temor de Cristo'." [1].
De fato, exorta São Paulo, no mesmo trecho das Escrituras: "Sede submissos uns aos outros, no temor de Cristo" (Ef 5, 21). A submissão, portanto, é mútua, não por haver dois ditadores em uma "luta de classes", mas por causa da relação entre Cristo e a Igreja, da qual o Matrimônio cristão é um sacramentum, um sinal (cf. Ef 5, 25. 29. 32).
Assim, pois, ambos os conselhos do Apóstolo – tanto o que exorta à submissão da mulher quanto o que chama ao amor por parte do homem (cf. Ef 5, 25) – não devem ser entendidos em uma única direção. Afinal, não são apenas os maridos quem devem amar as suas esposas, como estas devem amar aqueles; não são, também, apenas as esposas quem devem se submeter aos seus cônjuges, como estes devem fazer do mesmo modo. A Igreja não quer "oprimir" as mulheres, mas fazer com que os casais se submetam reciprocamente, a partir do amor de Cristo.
De fato, que mulher pode temer ser submissa a um marido que, por causa dela, derrama o seu sangue, a exemplo de Cristo, que "amou a Igreja e se entregou por ela"? E que homem pode rejeitar ser submisso a uma esposa que o ama do mesmo modo?
Eis, portanto, o modo como devem viver os casais em santo Matrimônio: abrindo a porta de casa como se abre a porta do sacrário, amando o outro como se ama o Cristo. Nisso não há nenhuma opressão, mas tão somente o amoroso projeto de Deus para o gênero humano.
Referências:
Papa João Paulo II, Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, 15 de agosto de 1988, n. 24
sources: Site do Pe. Paulo Ricar
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