2012 - Outubro, 7: Solene
concelebração eucarísti- ca, domingo de manhã, na Praça de S. Pedro, presidida por Bento XVI, com mais de 250 bispos
que participam, no Vaticano, na Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a
Nova Evange- lização para a transmissão da Fé, durante as três semanas seguintes,
até ao dia 28.
I\la homilia, o Papa refletiu brevemente sobre
a “nova evangeliza- ção”, fazendo notar a diferença entre o primeiro anúncio
do Evangelho a quem nunca ouviu falar de Cristo e do Evangelho e a evange-
lização dos batizados que se afastaram da fé e da Igreja. A propósito, Bento
XVI recordou que a Igreja existe para evangelizar! Como aconteceu logo no
princípio com os primeiros discípulos que, fiéis ao mandamento do Senhor, partiram
pelo mundo a anunciar a Boa Nova, fundando por toda a parte comunidades cristãs
que cresceram e frutificaram.
Detendo-se nas leituras da Missa desse domingo,
Bento XVI interrogou-se sobre “o que significam hoje para nós” as palavras do
Gênesis, retomadas por Jesus no Evangelho: “Por isso, o homem deixará seu pai
e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne”.
Continuando, o Papa observou: “Pa- rece-me que
nos convida a tornar- mo-nos mais conscientes de uma realidade já conhecida,
mas talvez pouco apreciada: “o matrimônio constitui, em si mesmo, um Evangelho,
uma Boa Nova para o mundo de hoje, em particular, para o mundo
descristianizado. A união do homem e da mulher, o ser “uma só carne” na
caridade, no amor fecundo e indissolúvel, é um sinal que fala de Deus com
força, com uma eloqüência que atualmente se torna ainda maior porque, infelizmente,
por diversas razões, o matrimônio, de modo particular nas regiões de antiga
tradição cristã, está a passar por uma crise muito profunda.
“O matrimônio fundamenta-se, enquanto união do
amor fiel e indissolúvel, na graça que vem de Deus Uno e Trino, que em Cristo
nos amou com um amor fiel até à Cruz. Estamos em condições de compreender toda
a verdade desta afirmação, que contrasta realmente, com a dolorosa realidade
de muitos matrimônios que, infelizmente, acabam mal”.
Bento XVI destacou também que existe uma “clara
correspondência entre a crise da fé e a crise do matrimônio. E como a Igreja
afirma e testemunha há muito tempo, o matrimônio é chamado a ser não apenas
objeto, mas o sujeito da nova evangelização. É o que já se vê em muitas experiências
ligadas a comunidades e movimentos, mas também se observa, cada vez mais, nas
dioceses e paróquias, como muito bem foi demonstrado no ainda recente Encontro
Mundial das Famílias.
É visível, mas nunca será demais repetir, que o
matrimônio é santo e caminho de santidade. Por isso, o casal cristão pode e
deve também testemunhar com a sua doação e entrega generosa, o amor de Deus
pela humanidade.
No Evangelho deste domingo, podemos ver também
como Jesus respondeu ao ser interrogado sobre o divórcio permitido pela lei de
Moisés: “Moisés permitiu-o por causa da dureza do vosso coração. Mas desde o
começo da Criação Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai
e sua mãe, e os dois serão uma só carne. Portanto, o que Deus uniu não o
separe o homem”.
Diante da perplexidade dos discípulos, Jesus concluiu
que “quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério”. Assim
como acontece com a mulher que se separa do marido e se liga a outro.
Numa época em que muitos procuram destruir ou
desfigurar a família, é urgente proclamar o Plano de Deus sobre o Matrimônio e
a Família. Não se trata de uma norma da Igreja, é sim o Plano de Deus Criador,
reafirmado por Cristo, onde as crianças têm necessariamente, um lugar
primordial. Quando surgem problemas de desagregação da família, não podemos
ignorar que são sempre as crianças - os filhos - as maiores vítimas.
Por tudo isto, “o matrimônio, para um cristão,
não pode ser, - porque não é -, uma simples instituição social; é uma
autêntica vocação sobrenatural, que S. Paulo define como “Sacramento grande em
Cristo e na Igreja” e, ao mesmo tempo e inseparavelmente, contrato que um homem
e uma mulher estabelecem para sempre, porque - queiramos ou não - o matrimônio
instituído por Jesus Cristo é indissolúvel: sinal sagrado que santifica, ação
de Jesus que se apossa da alma dos que se casam e os convida a segui-Lo,
transformando toda a vida matrimonial em um caminho divino sobre a terra” (S.
Josema- ria, Cristo que passa,
23).
In Diário do Minho,de 25/10 de Maria Helena Marques
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