DIA DO BRANDEIRO
José Rodrigues Lima
O DIA DO BRANDEIRO faz parte do calendário festivo de
Melgaço.
A comemoração foi instituída pela “Declaração Patrimonial” de
7 de Setembro de 1996, tornada pública aquando da concretização do projecto “Memória
e Fronteira”.
Assim, no próximo dia 2 de Agosto, os trabalhos do quotidiano
vão dar lugar aos rituais festivos, prestando homenagem aos homens do cajado
firme e aproveitando para divulgar a riqueza patrimonial de uma comunidade
agro-pastoril, localizada na Branda da Aveleira, a cerca de 1200 metros de
altitude.
Seguindo a “Rota da Transumância” todos aqueles que
privilegiam o ambiente serrano e cultural, num verdadeiro “diálogo com a
memória dos homens e das coisas”, comungaram a ancestralidade, reconhecendo um
património singular com cardenhas e marcantes vestígios glaciares.
“Dos caminheiros de olhos cheios de memória e pensamentos
lavados pela aragem”, ouvir-se-ão expressões de sabedoria: “Quem é do monte
volta pró monte, como o melro puxa à silvareira”.
As vivências e emoções dos brandeiros passam pelos “labores
feitos com logões, arranjar a couçoeira, arrumar a bezerreira e consertar o
tarambelho”.
O murmurar dos ribeiros do Aveleira, do Vidoeiro, do Calcado
e a paisagem cultural convidam-nos a usufruir de um território onde se
entrelaçam a geografia, a história, a arqueologia, a antropologia, a economia e
a geologia num verdadeiro retorno ás origens.
Possuindo condições para a usufruição turística, a Branda da
Aveleira responde a grupos sociais que privilegiam o contacto com a flora e a
avifauna, ao mesmo tempo que descobrem, com surpresa, caminhos íntimos da
cultura das raízes.
Seleccione uma casa de montanha para dar descanso ao corpo e
paz ao espirito….
É por aqui… Cumprimos a tradição…
Na sombra das pegadas dos brandeiros descobrimos que a “arte
de sobrevivência” conviveu com a arte da solidariedade activa”.
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