Paróquia
Nossa Senhora de Fátima - Formação de Adultos
Dia:
5 de Dezembro 2015 – Horas: 15:00horas
Local
– Igreja da Sagrada Família (Abelheira)
Tema: “A Misericórdia no Acolhimento”
3ª sessão
1 –
Objectivos
1.1.
Conhecer a Bula do Jubileu da Misericórdia, Papa
Francisco;
1.2. Ler a Carta Pastoral “Sede Misericordiosos”,
D. Anacleto – Bispo da Diocese;
1.3
Interiorizar: “Sede Misericordiosos como o vosso
Pai é Misericordioso” (Lc 6, 36)
1.4. Aprofundar o termo “Misericórdia” em contexto
bíblico;
1.5. Testemunhar a Misericórdia no Acolhimento
entre Familiares, Vizinhos e Comunidade;
1.6. Acreditar: “Eterna é a Misericórdia de Deus”
(Salmo 136);
1.7. Agradecer a Misericórdia de Deus revelada por
Jesus.
2 – Textos
2.1 – Bula
da Misericórdia
“Na Sagrada Escritura, como se vê,
a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para connosco. Ele
não Se limita a afirmar o seu amor, mas torna-o visível e palpável. Aliás, o
amor nunca poderia ser uma palavra abstracta. Por sua própria natureza, é vida
concreta: intenções, atitudes, comportamentos que se verificam na actividade de
todos os dias. A misericórdia de Deus é a sua responsabilidade por nós. Ele
sente-Se responsável, isto é, deseja o nosso bem e quer ver-nos felizes, cheios
de alegria e serenos. E, em sintonia com isto, se deve orientar o amor
misericordioso dos cristãos. Tal como ama o Pai, assim também amam os filhos.
Tal como Ele é misericordioso, assim somos chamados também nós a ser
misericordiosos uns para com os outros.
A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua
acção pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos
crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido
de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor
misericordioso e compassivo. A Igreja « vive um desejo inexaurível de
oferecer misericórdia».[8] Talvez,
demasiado tempo, nos tenhamos esquecido de apontar e viver o caminho da misericórdia.
Por um lado, a tentação de pretender sempre e só a justiça fez
esquecer que esta é apenas o primeiro passo, necessário e indispensável, mas a
Igreja precisa de ir mais além a fim de alcançar uma meta mais alta e
significativa. Por outro lado, é triste ver como a experiência do perdão
na nossa cultura vai rareando cada vez mais. Em certos momentos, até
a própria palavra parece desaparecer. Todavia, sem o testemunho do perdão,
resta apenas uma vida infecunda e estéril, como se se vivesse num deserto
desolador. Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso
do perdão. É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e
dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova
vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança.” Papa Francisco
2.2 – Carta
Pastoral
“A própria terminologia o exprime, sobretudo aquela em que entram órgãos
vitais. É o caso de “misericórdia”: remete-nos para o “coração” (cor, em
latim), visto como a parte mais íntima do nossos ser, berço dos sentimentos,
das emoções, do afecto, da coragem, do amor; e, na concepção bíblica, sede
também das faculdades intelectuais e volitivas. É tudo isso, todo esse centro
vital, que sofre e reage perante a “miséria” dos outros. “Que é a misericórdia
– pergunta S. Agostinho – senão uma compaixão do nosso coração perante a
miséria do outro, que nos leva a socorre-lo, se pudermos?
O grego bíblico, nomeadamente do Novo Testamento, vai mais longe, ao
alargar a sede dessa compaixão a todas as “entranhas”. Assim acontece no
Benedictus de Zacarias: Graças às entranhas de misericórdia do nosso Deus é que
Ele nos salva, pela remissão dos pecados (Lc 1, 78). E S. Paulo exorta-nos,
como eleitos de Deus, santos e amados, a revestir-nos igualmente de entranhas
de misericórdia (Col 3, 12). Daí o comentário do Papa Francisco: “É
verdadeiramente caso para dizer que se trata de um amor “visceral”. Provem do
íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de
indulgência e perdão.” D. Anacleto Oliveira
2.3 – Sagrada
Escritura
“Eu quero a
Misericórdia e não sacrifícios” (Oseias 6,6)
“Felizes os
Misericordiosos porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7)
“Não julgueis
e não sereis julgados; Não condeneis e não sereis condenados; Perdoai e sereis
perdoados… A medida que usardes com os outros será usada convosco” (Lc 6,
37-38)
3 – Acolhimento
3.1 – Fundamentação
Bíblico-Teológica
“Jesus
Cristo é o grande modelo do acolhimento, cuja fundamentação teológica
encontra-se na Encarnação. Cristo recebe a humanidade, acolhe-a em sua
fragilidade e em sua sede de Deus. Outro modelo de acolhimento eclesial é Maria
Santíssima. Ela, pelo Sim da Anunciação, recebeu em seu seio o Filho de Deus,
com tudo o que isso representava: responsabilidade, riscos e incertezas. O
acolhimento +e um acto de amor. Quem ama acolhe e vice-versa.
Os Santos
Padres, teólogos dos primeiros séculos, denominam a Igreja comunidade de fé, acolhimento
e católica. A Igreja sintetiza a comunidade daqueles que seguem a mesma fé: Há
um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que
actua acima de todos, por todos e em todos, afirma São Paulo (Ef 4, 5-6). Esta
comunidade caracteriza-se, externamente, pelo dinamismo e a criatividade do
amor ao próximo, pois todos são filhos do mesmo pai, que é Deus. Isto é o que
chamamos de acolhimento.”
3.2 – Referências Bíblicas
“Quem vos
receber a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.” (Mt 10,
40)
“A quantos
O acolheram deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.” (Jo 1, 12)
“Sede
afectuosos uns para com os outros no amor fraterno.” (Mat 9, 36)
“Assim
brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles vejam as vossas boas obras,
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” (Mat 5, 16)
“Na
verdade vos digo que todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos
mais pequeninos, a mim o fizestes.” (Mat 25, 40)
“Se alguém
vier a mim eu não o mandarei embora” (Jo 6, 37)
“Olha que
eu estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu
entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo.” (At 3, 20)
3.3 – “Quem acolhe, a Mim acolhe”
“Por que
acolher bem? O acolhimento fraterno e alegre nos leva a outra indagação: o que
o fiel procura em nossas comunidades, ou melhor, quem é que eles vêm procurar?
A resposta só pode ser uma: vieram, mesmo sem saber com clareza, à procura de
Jesus Cristo! Jesus Cristo que, todavia, foi o primeiro a procurar-vos. De
facto, o único significado para uma boa acolhida é levar quem chega a nossos
ambientes sagrados a encontrar Jesus Cristo, o Verbo que Se fez carne e veio
habitar entre nós. As palavras do Prólogo de São João, de certo modo, deve ser
o “cartão de visita” do ministro que acolhe o seu irmão. “No princípio era o
Verbo, o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava, ao
princípio, junto de Deus” (Jo 1, 1-2). E diz a grande conclusão: “a quantos,
porém, o acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que
crêem no seu nome”. (Jo 1, 12). O Senhor também, ao enviar os seus discípulos,
vai lembrar-lhes que quem os “acolhe, acolhe a mim, e quem acolhe a mim, acolhe
Aquele que me enviou. D. Orani Tempesta
3.4 – Na casa de Zaqueu e Marta
“Zaqueu,
desce depressa, porque convém que eu fique hoje em tua casa. E ele desceu a
toda a presa, e recebeu-o alegremente. E, vendo isto, todos murmuravam, dizendo
que tinha ido hospedar-se a casa de um homem pecador.” (Mat 19, 3-6)
“E
aconteceu que indo em viagem, entrou em uma certa aldeia; e uma mulher, de nome
Marta, o recebeu em sua casa.” (Lc 10, 38)
“E o que
recebe em meu nome um menino como este é a mim que recebe.” (Mat 18 – 5)
3.5 – Hospitalidade
Virtude
eminente no mundo nómada: Gn 18, 1-8; 19, 1-8; Nm 35, 9-34; Jz 19, 16-26; Sb
19, 14-17n; ritos de acolhimento: oferta de pão e vinho (Gn 14, 18-24), lavar
os pés: Lc 7, 36-50; Jo 13, 1-17; 1 Tm 5, 9-10.
4 – Prática Cristã
4.1 – Acolhimento;
4.2 – Proximidade;
4.3 – Ternura;
4.4 – Compaixão;
4.5 –
Misericórdia;
4.6 –
Alimentação;
4.7 – Habitação.
5 – Sugestões/Reflexões
5.1 – Como
sentir que Jesus vem ensinar a viver?
5.2 – Cantarei
eternamente a Misericórdia do Senhor (Salmo 88). Como agradeço a Misericórdia
de Deus?
5.3 – Como
vai o meu acolhimento na Família, com os Vizinhos e na Comunidade?
5.4 – Qual
é a minha capacidade de escutar os outros?
5.5 – Faço
silêncio para escutar a Voz de Deus?
8 – ORAÇÃO
O Senhor
nos guie, nos defenda, nos sustente sempre em seus braços, onde nos sentimos
seguros. O Senhor nos mostre o seu rosto e nos dê a sua Paz e Misericórdia.
Pronunciarei o Teu nome, meu Deus, solidariamente, no meio dos meus silenciosos
pensamentos. Meu Deus dá-me um coração aberto aos outros! Ámen!
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