Dar Alma à Vida IX
É no dar-se que nos fazemos felizes e não apenas no dar.
Podemos dar muitas coisas a alguém e, às vezes, nada mais
fazemos que restituir a alguém aquilo que damos. Se damos já recebemos e de
quem recebemos é sempre Deus (c/.Ef.2,8) que se faz frente à nossa vida
dando-nos a graça necessária para podermos ter para dar sejam bens materiais ou
espirituais…
Dar alma à nossa vida é um dever de cada um e a Deus
agradecemos este dom da vida e com Alma nós queremos responder-lhe. Dar Alma à nossa
vida, sem a partilharmos com os outros, Deus não aceita porque o egoísmo nos
corrói, petrifica, nos indigna e faz de cada um de nós pequenas ilhas isoladas
e arrasadas pelas águas.
É por isso que o nosso bispo baseia o seu documento sobre a
administração dos bens temporais da igreja em Viana com o titulo ”Há mais
felicidade no dar-(se)”, inspirado em S. Paulo como D. Anacleto explica no n.º2
do Documento e foi assim que terminou dizendo aos cristãos e seus sucessores:
Em tudo mostrei que é trabalhando assim que devemos acudir aos mais fracos
(Act. 20,33.35).
O próprio trabalho é um dom não só da vida, do trabalho, mas
também dos dons “produzidos e adquiridos”.
“Quem trabalha já se dá: pelas faculdades que aplica, pelas
dificuldades que enfrenta, pelas energias que despende, pela vida que assim se
vai gastando. Quem trabalha gasta-se e desgasta-se por aqueles por quem vive…”.
Não te orgulhes se o recebeste do Alto. Reparte com o teu
irmão, com os outros, com a comunidade paroquial e diocesana, todos os irmãos
precisam de ti e tu precisas de todos, por isso, somos irmãos.
Não é verdade que S. Paulo também aconselhava: ”Recebeste de
graça, dá-te de graça”. Não apodreçam os teus bens materiais nos bolsos ou nos
segredos, nem deixes esconder mesmo os bens espirituais que devem ser
partilhados, não explores para teres, mas sê justo e quem trabalha merece o
salário, continua S. Paulo. S. Tiago acrescenta que uma fé sem obras, é morta. Ainda
como expressão de uma fé viva é melhor não esquecer o óvulo da viúva (Mc.12,
41-44).
Faz parte da nossa essência como cristãos, católicos,
apostólicos e romanos as obras de misericórdia, obras de caridade, pois Deus é
Amor e em Amor quer que nós, seus filhos, correspondamos a esse Amor servindo
os outros. Ele quer que todos os fiéis tenham vida e vida em abundância
(Cf.Jo10,10).
Dar alma à vida é sentir a felicidade de quem (se) dá” e a felicidade
com quem recebeu sem saber como. Em Deus está a justiça divina e não falhará. É
por isso que quem recebeu cinco e entrega dez receberá a sua recompensa por ser
bom administrador.
Ama a vida, dá-lhe Alma e não olhes para trás, mas sempre
confiando. Deus que nos comunica dons importantes para a minha felicidade e eu
partilho com os outros. (cf. Carta Pastoral de D. Anacleto Oliveira).
Padre Artur Coutinho
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