quinta-feira, 22 de maio de 2014

Dar Alma à Vida IX

Dar Alma à Vida IX

É no dar-se que nos fazemos felizes e não apenas no dar.

Podemos dar muitas coisas a alguém e, às vezes, nada mais fazemos que restituir a alguém aquilo que damos. Se damos já recebemos e de quem recebemos é sempre Deus (c/.Ef.2,8) que se faz frente à nossa vida dando-nos a graça necessária para podermos ter para dar sejam bens materiais ou espirituais…
 

Dar alma à nossa vida é um dever de cada um e a Deus agradecemos este dom da vida e com Alma nós queremos responder-lhe. Dar Alma à nossa vida, sem a partilharmos com os outros, Deus não aceita porque o egoísmo nos corrói, petrifica, nos indigna e faz de cada um de nós pequenas ilhas isoladas e arrasadas pelas águas.

É por isso que o nosso bispo baseia o seu documento sobre a administração dos bens temporais da igreja em Viana com o titulo ”Há mais felicidade no dar-(se)”, inspirado em S. Paulo como D. Anacleto explica no n.º2 do Documento e foi assim que terminou dizendo aos cristãos e seus sucessores: Em tudo mostrei que é trabalhando assim que devemos acudir aos mais fracos (Act. 20,33.35).

O próprio trabalho é um dom não só da vida, do trabalho, mas também dos dons “produzidos e adquiridos”.

“Quem trabalha já se dá: pelas faculdades que aplica, pelas dificuldades que enfrenta, pelas energias que despende, pela vida que assim se vai gastando. Quem trabalha gasta-se e desgasta-se por aqueles por quem vive…”.

Não te orgulhes se o recebeste do Alto. Reparte com o teu irmão, com os outros, com a comunidade paroquial e diocesana, todos os irmãos precisam de ti e tu precisas de todos, por isso, somos irmãos.

Não é verdade que S. Paulo também aconselhava: ”Recebeste de graça, dá-te de graça”. Não apodreçam os teus bens materiais nos bolsos ou nos segredos, nem deixes esconder mesmo os bens espirituais que devem ser partilhados, não explores para teres, mas sê justo e quem trabalha merece o salário, continua S. Paulo. S. Tiago acrescenta que uma fé sem obras, é morta. Ainda como expressão de uma fé viva é melhor não esquecer o óvulo da viúva (Mc.12, 41-44).

Faz parte da nossa essência como cristãos, católicos, apostólicos e romanos as obras de misericórdia, obras de caridade, pois Deus é Amor e em Amor quer que nós, seus filhos, correspondamos a esse Amor servindo os outros. Ele quer que todos os fiéis tenham vida e vida em abundância (Cf.Jo10,10).

Dar alma à vida é sentir a felicidade de quem (se) dá” e a felicidade com quem recebeu sem saber como. Em Deus está a justiça divina e não falhará. É por isso que quem recebeu cinco e entrega dez receberá a sua recompensa por ser bom administrador.

Ama a vida, dá-lhe Alma e não olhes para trás, mas sempre confiando. Deus que nos comunica dons importantes para a minha felicidade e eu partilho com os outros. (cf. Carta Pastoral de D. Anacleto Oliveira).
                                                                                                               Padre Artur Coutinho
 

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