Sociedade 20.11.2014
Casamento: derrubando mitos sobre a mulher
A verdadeira alegria da família vem da harmonia profunda entre as pessoas
© gerrit.photography
O termo “harmonia” deriva do grego ἁρμονία (harmonia), que significa ajustamento, união e combinação de sons simultâneos e diferentes, mas acordes.
O Papa Francisco se referiu precisamente a esta harmonia na homilia dada aos participantes do Encontro das Famílias, em 27 de outubro de 2013: “A verdadeira alegria que se desfruta na família vem da harmonia profunda entre as pessoas, que todos experimentam em seu coração e que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de sustentar-nos mutuamente no caminho da vida”.
E acrescentou: “Só Deus sabe criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos e se apaga a alegria”.
Então, só se aceitarmos, unirmos e combinarmos sons diferentes, mas acordes, viveremos em harmonia. Uma harmonia que, como bem disse Bento XVI, se realiza graças ao empenho paciente, fadigoso, que requer tempo e sacrifícios, com o esforço de escutar-se mutuamente, evitando excessivos protagonismos e privilegiando o melhor êxito do conjunto.
Pois bem, o casamento é como a música. Cada som diferente é necessário para criar uma melodia agradável e extraordinária, um todo, repleto de ritmo, pausas, equilíbrio, tempos, tensão, repouso...
Há um texto de São Paulo que incomoda muitos: “Mulheres, submetam-se aos seus maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja. Assim como a Igreja se submete a Cristo, as mulheres devem se submeter aos seus maridos em tudo”.
Mas explicar o papel das mulheres na época de São Paulo, com a mentalidade do século 21, é um pouco difícil e complicado. Temos de fazer um esforço e mergulhar na cultura, na educação e nos costumes da época para entender isso em sua correta medida.
De qualquer maneira, há algo claro: a mulher de hoje encontra muitas dificuldades para viver, inventar e cumprir seu papel com dignidade, responsabilidade e respeito, seja qual for o papel que ela decidir que lhe corresponde.
Oferecer suas qualidades femininas como esposa, mãe, empresária do lar ou até como profissional não é fácil.
Neste sentido, vale a pena recordar quatro mitos que costumam confundir muitos sobre este tema e que continuam tendo uma enorme atualidade:
1. O primeiro é o mito de ver a mulher somente como natureza: sua natureza lhe atribui este ou aquele papel. O mito tem algo radicalmente falso: a mulher se faz e se inventa. Mas tem algo de profundamente verdadeiro: ela se inventa a partir da sua natureza de mulher.
2. O segundo mito é o da emancipação da mulher. Radicalmente falso, quando por “emancipação” se entende somente cortar correntes e não, além disso, assumir responsabilidades. Radicalmente falso com relação à família, quando se entende como livrar-se da família, livrar-se da sua condição de mulher, desligar-se da maternidade.
Mas profundamente verdadeiro quando “emancipar-se” é entendido como participação, com a mesma dignidade do homem, de um projeto de libertação comum, de liberdade solidária, baseada no serviço à família, para encontrar no serviço mútuo a possibilidade de crescimento pessoal.
3. O terceiro é o mito da inferioridade: a mulher seria inferior ao homem, teria de assumir um papel subordinado. É um mito radicalmente falso, porque os fatos psicológicos indicam diferenças entre os sexos, não superioridade geral de nenhum sobre outro.
4. O quarto mito é o da igualdade: é o mais obviamente falso. A mulher, felizmente, não é igual ao homem. Não é superior, nem inferior, nem igual: é diferente.
Ela tem, hoje, assim como o homem, a aspiração ética de que se reconheça sua igualdade como pessoa, não só em uma abstrata dignidade, mas de fato e de direito na vida de cada dia.
O Papa Francisco se referiu precisamente a esta harmonia na homilia dada aos participantes do Encontro das Famílias, em 27 de outubro de 2013: “A verdadeira alegria que se desfruta na família vem da harmonia profunda entre as pessoas, que todos experimentam em seu coração e que nos faz sentir a beleza de estar juntos, de sustentar-nos mutuamente no caminho da vida”.
E acrescentou: “Só Deus sabe criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos e se apaga a alegria”.
Então, só se aceitarmos, unirmos e combinarmos sons diferentes, mas acordes, viveremos em harmonia. Uma harmonia que, como bem disse Bento XVI, se realiza graças ao empenho paciente, fadigoso, que requer tempo e sacrifícios, com o esforço de escutar-se mutuamente, evitando excessivos protagonismos e privilegiando o melhor êxito do conjunto.
Pois bem, o casamento é como a música. Cada som diferente é necessário para criar uma melodia agradável e extraordinária, um todo, repleto de ritmo, pausas, equilíbrio, tempos, tensão, repouso...
Há um texto de São Paulo que incomoda muitos: “Mulheres, submetam-se aos seus maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja. Assim como a Igreja se submete a Cristo, as mulheres devem se submeter aos seus maridos em tudo”.
Mas explicar o papel das mulheres na época de São Paulo, com a mentalidade do século 21, é um pouco difícil e complicado. Temos de fazer um esforço e mergulhar na cultura, na educação e nos costumes da época para entender isso em sua correta medida.
De qualquer maneira, há algo claro: a mulher de hoje encontra muitas dificuldades para viver, inventar e cumprir seu papel com dignidade, responsabilidade e respeito, seja qual for o papel que ela decidir que lhe corresponde.
Oferecer suas qualidades femininas como esposa, mãe, empresária do lar ou até como profissional não é fácil.
Neste sentido, vale a pena recordar quatro mitos que costumam confundir muitos sobre este tema e que continuam tendo uma enorme atualidade:
1. O primeiro é o mito de ver a mulher somente como natureza: sua natureza lhe atribui este ou aquele papel. O mito tem algo radicalmente falso: a mulher se faz e se inventa. Mas tem algo de profundamente verdadeiro: ela se inventa a partir da sua natureza de mulher.
2. O segundo mito é o da emancipação da mulher. Radicalmente falso, quando por “emancipação” se entende somente cortar correntes e não, além disso, assumir responsabilidades. Radicalmente falso com relação à família, quando se entende como livrar-se da família, livrar-se da sua condição de mulher, desligar-se da maternidade.
Mas profundamente verdadeiro quando “emancipar-se” é entendido como participação, com a mesma dignidade do homem, de um projeto de libertação comum, de liberdade solidária, baseada no serviço à família, para encontrar no serviço mútuo a possibilidade de crescimento pessoal.
3. O terceiro é o mito da inferioridade: a mulher seria inferior ao homem, teria de assumir um papel subordinado. É um mito radicalmente falso, porque os fatos psicológicos indicam diferenças entre os sexos, não superioridade geral de nenhum sobre outro.
4. O quarto mito é o da igualdade: é o mais obviamente falso. A mulher, felizmente, não é igual ao homem. Não é superior, nem inferior, nem igual: é diferente.
Ela tem, hoje, assim como o homem, a aspiração ética de que se reconheça sua igualdade como pessoa, não só em uma abstrata dignidade, mas de fato e de direito na vida de cada dia.
Mas, psicológica, biológica e humanamente, homem e mulher
são diferentes, e esta diversidade é respectiva. A única maneira de
superar o mito da inferioridade não é esconder-se por trás do mito da
igualdade, mas assumir um projeto de complementação.
Esta diversidade respectiva é uma das suas riquezas, que abrange as duas maneiras de ser pessoa humana. Quando se diminui ou amputa uma, tentando torná-la idêntica à outra, a pessoa se empobrece. Mas se enriquece quando, pelo contrário, em igualmente como pessoas, se aprofunda na diversidade das duas maneiras complementárias de ser: masculina e feminina.
Todos nós precisamos nos reeducar nossa forma de estar juntos na vida, na família, no trabalho, no lar. Em suma, em como conseguir um apoio mútuo por meio da coesão, da diversidade e da independência da nossa feminilidade e nossa masculinidade.
Porque, no casamento, ninguém se submete a ninguém. A força do casamento é o amor. Doar-se e aceitar o outro. Entregar-se com liberdade, responsabilidade, entusiasmo, respeito, alegria.
Como diz Antonio Vázquez, “o amor verdadeiro sempre respeita o outro em sua essência, ama-o, aceita-o como é, reconhece seu direito de ser ele mesmo, deseja que não abandone sua personalidade”.
Trata-se, então, de criar harmonia em nosso projeto de vida, nosso caminho divino, dado que “querer amar, exclusivamente você, até o fim das nossas vidas” é e deve ser a melodia mais perfeita e maravilhosa que podemos compor.
(Artigo publicado originalmente por Primeros Cristianos)
Esta diversidade respectiva é uma das suas riquezas, que abrange as duas maneiras de ser pessoa humana. Quando se diminui ou amputa uma, tentando torná-la idêntica à outra, a pessoa se empobrece. Mas se enriquece quando, pelo contrário, em igualmente como pessoas, se aprofunda na diversidade das duas maneiras complementárias de ser: masculina e feminina.
Todos nós precisamos nos reeducar nossa forma de estar juntos na vida, na família, no trabalho, no lar. Em suma, em como conseguir um apoio mútuo por meio da coesão, da diversidade e da independência da nossa feminilidade e nossa masculinidade.
Porque, no casamento, ninguém se submete a ninguém. A força do casamento é o amor. Doar-se e aceitar o outro. Entregar-se com liberdade, responsabilidade, entusiasmo, respeito, alegria.
Como diz Antonio Vázquez, “o amor verdadeiro sempre respeita o outro em sua essência, ama-o, aceita-o como é, reconhece seu direito de ser ele mesmo, deseja que não abandone sua personalidade”.
Trata-se, então, de criar harmonia em nosso projeto de vida, nosso caminho divino, dado que “querer amar, exclusivamente você, até o fim das nossas vidas” é e deve ser a melodia mais perfeita e maravilhosa que podemos compor.
(Artigo publicado originalmente por Primeros Cristianos)
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