Dar Vida à Alma XXIV
Dar Alma à Vida é dar, por exemplar,
a um cálice de madeira, de vidro, ou de metal pobre, a possibilidade de ter
conteúdo mais rico e mais nobre que possa haver à face da Terra. É fazer com
que o cálice pobre seja mais rico que o de ouro mais fino porque o que dá Vida
é o conteúdo e não a superfície ou material do objectivo de que é constituído…
Dar Alma à Vida é fazer com que um
Verde Bom, do Minho, servido num copo qualquer não deixe de ser bom, sem ser bebido
por uma tigela vidrada.
Dar Alma à Vida é fazer com que
aquele que está caído se levante e o esfomeado mate a fome.
Dar Alma à Vida não está na matéria,
mas na Alma que se quer dar à matéria para que ela, também obra de Deus,
continue a ter mais Vida porque lhe damos Alma.
Sou eu que tenho de dar Alma à Vida e
Deus não me falta com nada, mas nem sempre sou a Alma que devo ser, nem a minha
vida reluz a Alma que lhe quero dar.
É que, dar Alma à Vida, passa por um
cálice cheio de licor suculento e de sabor divino de sangue derramado pela
minha Vida e pelas dos outros que se cruzam comigo…
Dar Alma à Vida é seguir o Caminho, a
Verdade e a Vida, atributos que Jesus atribuiu a si mesmo.
Quando eu for Caminho, Verdade e
Vida, estou a dar Alma à Vida e a ser: sacerdote profeta e rei a partir do meu
Baptismo que me fez filho de Deus e irmão de todos, de um modo particular dos
que de qualquer forma sofrem.
Eu darei Alma à Vida, se fizer que o
outro Viva, ainda que, para isso, eu tenha de renunciar a algo que me agrada.
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