sábado, 23 de fevereiro de 2013

Bento XVI alerta Igreja contra «orgulno e egoísmo»


 
 «orgulno e egoísmo»
 

Bento XVI convidou os membros da Igreja a superarem o “orgulho e egoísmo” nas suas vidas e pediu orações por si e pelo seu sucessor, a poucos dias de concluir o pontificado por ter apresentado a renúncia.

“Suplico-vos que conti­nueis a rezar por mim e pelo próximo Papa, bem como pe­los exercícios espirituais, que vou começar esta tarde com os membros da Cúria Romana”, disse o Papa, em espanhol, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pe­dro para a recitação do Angelus.
 
 
 
 
 
 
 
Num dos últimos encon­tros com peregrinos antes de 28 de Fevereiro, dia final do actual pontificado, Bento XVI mostrou- se “profundamente agradecido” pelas “orações e apoio” que tem recebido por parte dos fiéis des­de que apresentou a sua resig­nação, na segunda-feira.

A tradicional catequese destes encontros de oração foi dedicada ao episódio evangéli­co das “tentações” de Jesus, a partir das quais o Papa alemão alertou para a necessidade de os católicos rejeitarem os ape­los “do egoísmo e o orgulho, do dinheiro e do poder”.

“A Igreja, que é mãe e mes­tra, chama todos os seus mem­bros a renovar-se no espírito, a reorientar-se decididamente para Deus, renegando o orgu­lho e o egoísmo para viver no amor”, declarou.

Bento XVI referiu que Je­sus teve de “desmascarar e re­cusar as falsas imagens do Messias” que se revelavam também “falsas imagens do ho­

mem, que em todos os tempos seduzem a consciência, travestindo-se de propostas convenientes e eficazes”.

“Neste Ano da Fé, a Qua­resma é um tempo favorável para redescobrir a fé em Deus como critério-base da nossa vida e da vida da Igreja. Isso comporta sempre uma luta, um combate espiritual”, acrescen­tou.

Segundo o Papa, o “núcleo central” das tentações consiste em “instrumentalizar Deus para os próprios fins” dando mais im­portância “ao sucesso e aos bens materiais”.

“Desta maneira, Deus torna-se secundário, reduz-se a um meio, torna-se definitiva­mente irreal, já não conta, des- vanece-se. Em última análise, nas tentações está em jogo a fé, porque está em jogo Deus”, pre­cisou.

A intervenção de Bento XVI deixou votos de que a Quares­ma, tempo de preparação para a Páscoa iniciado esta quarta- feira, seja para os católicos “ca­minho de uma autêntica conver­são para Deus e tempo de par­tilha intensa” da fé em Jesus Cristo.

O Papa e os seus mais di­rectos colaboradores iniciaram domingo uma semana de ora­ção e reflexão, durante a qual são suspensos todos os com­promissos públicos no Vaticano.

“Obrigado a todos vós”, dis­se, em resposta aos aplausos das pessoas presentes na Pra­ça de São Pedro.

O encontro serviu como momento de homenagem e saudação por parte da comuni­

dade e da cidade de Roma ao Papa cessante.

O próximo encontro de Bento XVI com os fiéis vai de­correr no dia 24, com a recita­ção dominical do Angelus, se- guindo-se a última audiência pública do pontificado, a 27 de fevereiro, iniciativa para a qual já estão inscritas 35 mil pesso­as, segundo o Vaticano.

O dia final do pontificado, a 28 deste mês, inclui um en­contro de despedida dos carde­ais, pelas 11h00 locais (menos uma em Lisboa), antes da parti­da em helicóptero, rumo à resi­dência pontifícia de Castel Gan- dolfo, nos arredores de Roma, marcada para as 17h00.

In NV de 21 de Fevereiro

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