sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Ministros Extarordinários da Comunhão

34 Ministros da Comunhão Instituidos em Viana

O Ministro da Comunhão devem levar Cristo vovo na própria vida
O Bispo de Viana do Castelo exortou os Ministros Extraordinários da Comunhão, em particular aos 34 novos instituídos no encerramento do Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica, que "não basta ter mãos limpas e cerimônia bem feita”, mas que o essencial é “levar Cristo no coração, levar Cristo vivo na própria vida”.
 
 

 
 
Na homilia da Eucaristia, com que culminaram dois dias de refle­xão acerca “Da Fé professada e celebrada à Fé vivida", o Bispo Diocesano sublinhou que os Ministros Extraordinários são para os que “estão fora”, isto é, para aqueles que não podem participar na assembleia da comunidade celebrante, sendo que o “acto de ir, o tempo gasto, os meios empregues” fazem parte do próprio Cristo que se “oferece ao vivo”.

D. Anacleto Oliveira começou por referir que todos os instituídos foram convidados por Aquele que convidou Pedro e os demais Apóstolos, o mesmo que se manifesta em cada Eucaristia, "pujança de amor”, e alarga a sua vida de Ressuscitado àqueles que comungam.

Ao longo de dois dias, mais de meio milhar de homens e mulheres do Alto Minho, empenhados nos mais diversos ministérios laicais nas respectivas comunidades, tiveram oportunidade de reflectir acerca da fé que professam e celebram e procuram levar para o quotidiano da sua existência.

Descontruindo o pensamento actual nacional en­redado na crise, seja ela de que tipo for, César das Neves foi peremptório em sublinhar que “a fé é mais importante que a crise” e que por isso importa recentrar o pensamento e a acção.

Para os cristãos a crise leva a que se foquem no amor, na caridade, por forma a ir ao encontro das pessoas no concreto das suas necessidades, abrindo à partilha e abrindo-se à esperança tão arredada da vida nestes tempos.

Mais difícil do que não ligar à crise é ter a consciên­cia que “não há crise". “Só quem acha que isto vai sempre correr bem é que se in­digna com a crise" porque, reafirmou, "não há crise, há é penitência, redenção, cruz”. O que sobra de discurso sobre a crise, falta em “fé" e "oração" pedindo “ajuda para fazer” a mudança da situação.

O tópico da confiança já havia sido abordado pelo padre José Frazão Correia, na intervenção “Pensar a fé”, frisando que “a fé é uma ex­periência muito elementar de confiança” que dá “fisionomia" à experiência. Propondo percorrer o caminho dos discípulos em direcção a Emaús, este sacerdote Jesuíta salientou que aquele que se abre à graça, a fé inscre- ve-se “visceralmente” na sua existência. Trata-se de percurso de descoberta, com os seus dramas e desilusões, muitas vezes na lentidão do passo, até reconhecer Cristo. Não basta, referiu, repetir que se conhece ou que se reza o credo. “A minha vida tem de vibrar nesse reconhe­cimento" ao jeito de uma declaração de amor, comparou.

Frazão, aludindo à linguagem da actual crise, salientou que usa terminologia muito próxima do discurso da fé porque “o tempo que vi­vemos é de falta de crédito e, curiosamente, significa falta de confiança".

Prosseguindo a reflexão a partir de outro tópico, o padre Francisco Couto enfatizou a necessidade da fé “ser experiência” realizada com aqueles que “como nós caminham, respondem e fazem comunhão". A fundamentação da afirmação advém do facto da "fé do indivíduo estar ligada à comunidade" pois o seu conteúdo chega pelos outros viventes.

A fé, reforçou, “não é apenas crer nas coisas que Deus revelou, mas é crer n’Ele“, celebrando-a em "diálogo íntimo” ao longo da vida.

Sílvio Couto alertou, a propósito de “Viver a fé”, que ainda se cultiva muito o “sino”, no sentido de uma exterioridade de rituais muitas vezes vazios de significado, e pouco o “sacrário”, num tempo de intimidade e adoração que leve à “conversão”, processo incabado. Apontando para gestos con­cretos de vivência deste tempo da Quaresma, o padre Sílvio Couto pediu "reno­vação em tradição” na forma de viver a caridade, pessoal, familiar e na comunida­de, inovar nos sinais da ca­minhada e abrir aos de fora cuidando do acolhimento. Terminou com uma questão: “quem me conhece dirá que sou um Homem de fé?”

No segundo dia de reflexão, as atenções concentraram-se na preparação e cuidado em “Cantar a fé” e na apresentação de algumas vivências concretas da experiência da fé pela boca, vida e obra de um pintor, de uma jovem família cujo agregado é composto pelos pais e duas filhas, por uma catequista no seu ministério de ensino sistemático de conteúdos da fé e por um jovem trabalhador num departamento de uma Câmara Municipal.

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