Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Formação de Adultos
Ano da Fé – 2012/2013- Dia: 19 Outubro - Horas: 15horas
Local – Igreja da Sagrada Família (Abelheira)
Tema: “A Construção do Reino de Deus”(Teologia Narrativa)
1 – As Parábolas do Reino
(Mateus, 13)
Naquele dia, Jesus saiu de casa e sentou-se à beira-mar. Reuniu-se a Ele uma tão grande multidão, que teve de subir para um barco, onde se sentou, enquanto toda a multidão se conservava na praia.
O semeador (Mc 4,2-9; Lc 8,4-8) - Jesus falou-lhes de muitas coisas em parábolas: «O semeador saiu para semear. 4*Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho: e vieram as aves e comeram-nas. 5Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra: e logo brotaram, porque a terra era pouco profunda; 6mas, logo que o sol se ergueu, foram queimadas e, como não tinham raízes, secaram. 7Outras caíram entre espinhos: e os espinhos cresceram e sufocaram-nas. 8Outras caíram em terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta. Aquele
que tiver ouvidos, oiça!»
O porquê das parábolas (Mc 4,10-12; Lc 8,9-10) - Aproximando-se de Jesus, os discípulos disseram-lhe: «Porque lhes falas em parábolas?» Respondendo, disse-lhes:
«A vós é dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não lhes é dado. Pois, àquele que tem, ser-lhe-á dado e terá em abundância; mas àquele que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. É por isso que lhes falo em parábolas: pois vêem, sem ver, e ouvem, sem ouvir nem compreender. 14Cumpre-se neles a profecia de Isaías, que diz:
O porquê das parábolas (Mc 4,10-12; Lc 8,9-10) - Aproximando-se de Jesus, os discípulos disseram-lhe: «Porque lhes falas em parábolas?» Respondendo, disse-lhes:
«A vós é dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não lhes é dado. Pois, àquele que tem, ser-lhe-á dado e terá em abundância; mas àquele que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. É por isso que lhes falo em parábolas: pois vêem, sem ver, e ouvem, sem ouvir nem compreender. 14Cumpre-se neles a profecia de Isaías, que diz:
Ouvindo, ouvireis,
mas não compreendereis;
e, vendo, vereis,
mas não percebereis.
15Porque o coração deste povo tornou-se duro,
e duros também os seus ouvidos;
fecharam os olhos,
não fossem ver com os olhos,
ouvir com os ouvidos,
compreender com o coração,
e converter-se,
para Eu os curar.
Quanto a vós, ditosos os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver, e não viram, e ouvir o que estais a ouvir, e não ouviram.»
O fermento (Lc
13,20-21) – Jesus disse-lhes outra parábola: «O Reino do Céu é semelhante ao
fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo
fique fermentado.»
2 – Jesus convida para a Mesa do Reino
Jesus convida os pecadores para a mesa do Reino: «Eu não vim
chamar os justos, mas os pecadores» (Mc 2, 17) . Convida-os à
conversão sem a qual não se pode entrar no Reino, mas por palavras e actos,
mostra-lhes a misericórdia sem limites do Seu Pai para com eles e a imensa
«alegria que haverá no céu, por um só pecador que se arrependa» (Lc 15,
7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua própria vida, «pela
remissão dos pecados» (Mt 26, 28).
Jesus chama para entrar no Reino, por meio de parábolas, traço
característico do seu ensino. Por meio delas, convida para o banquete do Reino,
mas exige também uma opção radical: para adquirir o Reino é preciso dar
tudo . As palavras não bastam, exigem-se actos. As parábolas são, para o
homem, uma espécie de espelho: como é que ele recebe a Palavra? Como chão duro,
ou como terra boa? Que faz ele dos talentos recebidos? Jesus e a presença do
Reino neste mundo estão secretamente no coração das parábolas. É preciso entrar
no Reino, quer dizer, tornar-se discípulo de Cristo, para «conhecer os
mistérios do Reino dos céus» (Mt 13, 11). Para os que ficam «fora» (Mc
4, 11), tudo permanece enigmático.
3 – Anúncio e Características do Reino
O Reino de Deus, que foi inaugurado na terra por
Cristo, está destinado a acolher todos os homens, mas foi primeiramete
anunciado aos filhos de Israel.
Este Reino
foi já anunciado por João Batista,
que exortou as pessoas a arrependerem, porque está próximo o Reino dos Céus
(Mt
3,2). Mais tarde, Jesus de Nazaré, o prometido Messias
e Salvador da humanidade, foi batizado e Ungido (Lc
3,30-31), começando assim o seu ministério, que centrou-se necessariamente
em torno do Reino de Deus. Ele instruíu os seus apóstolos
a pregar que está próximo o Reino dos Céus. Essas instruções seriam
repetidas a todos os seus discípulos, a todos os cristãos (Mt 10,7; 24,14;
28,19-20; Act 1,8). A Bíblia
inteira gira em torno da vinda do Messias e do Reino do Deus. Por conseguinte,
o Reino de Deus, que é uma grande realidade misteriosa, tem um grande sentido profético
e missionário na vida da Igreja Cristã.
Jesus, através de parábolas,
convida todas as pessoas a entrar no Reino de Deus, ou seja, tornar-se
discípulos d'Ele, para conhecer os mistérios do Reino dos Céus (Mt
13,11). Segundo o Catecismo
da Igreja Católica, Jesus e a presença do Reino
neste mundo estão secretamente no coração das parábolas. Para os que ficam
"de fora" (Mc
4,11), tudo permanece enigmático.Jesus exorta os seus discípulos a buscar,
em primeiro lugar, o Reino de Deus e sua justiça
(Mt 6,33).
O Reino de Deus, que não terá fim e que já
está no meio de nós (Lc 17, 21), é justiça,
paz
e alegria
no Espírito Santo (Rm 14,17); é o fim último ao qual Deus nos
chama; é obra do Espírito Santo; e é também um império
eterno que jamais passará e…jamais será destruído (Dn 7,14).
Todas as pessoas que querem pertencer ao Reino de Deus precisam de
converter-se, de realizar a vontade divina, de ter fé em Jesus e de acolher a
sua palavra. De facto, Jesus convida todas pessoas à conversão (um pré-requisito para o acesso ao Reino), a renunciar o
mal e o pecado (um grande obstáculo para o acesso ao Reino) e a
arrependerem os seus pecados e experimentarem o ilimitado perdão e misericórdia de Deus. Este apelo constitui a parte
fundamental do anúncio do Reino de Deus: "Cumpriu-se o tempo e o Reino
de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15).
Este apelo à conversão é especialmente para os não-cristãos e os pecadores,
pois Jesus afirma que não vim chamar justos, mas pecadores (Mc 2,17)
e que Deus Pai sentirá imensa alegria
no céu por um único pecador que se arrepende (Lc 15,7). Esta
conversão e remissão dos pecados (Mt 26,28) só foi possível pelo
sacrifíco de Jesus, Filho de Deus Pai, na cruz, constituindo a suprema prova do amor que Deus tem pelos homens.
Jesus afirmou que não entrará no Reino todo o que não
o receber com a mentalidade de uma criança (Mc 10,15), quem não
nascer de novo (Jo 3,3), aquele que não faz a vontade de meu Pai que está nos céus (Mt 7,21) e os injustos
(1Cor 6,9).
Para ter acesso ao Reino de Deus, é preciso
passarmos por muitas tribulações (Act 14,22) e também cumprir a Lei
de Deus, porque aquele, portanto, que violar um só destes menores
mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo [vai] ser chamado o menor no
Reino dos Céus; aquele, porém, que os praticar e os ensinar, esse será chamado
grande no Reino dos Céus (Mt 5,17-19).
As Bem-aventuranças, pregadas por Jesus no famoso Sermão da Montanha e que anunciam e revelam aos homens a verdadeira felicidade,
são por isso também um grande anúncio da vinda do Reino de Deus através da
palavra e acção de Jesus e também do carácter das pessoas que pertencem ao
Reino. Jesus exorta as pessoas a seguir este carácter exemplar, para poderem
depois entrarem no Reino de Deus, ou seja, para obterem a salvação
e a vida eterna.
Uma vez inaugurada na Terra por Jesus, ninguém, nem
mesmo Satanás,
consegue travar e impedir a edificação e a realização final e perfeita do Reino
de Deus. Mas, este Reino, enquanto não atingir a sua perfeição, é ainda
atacado pelos poderes maus, embora estes já tenham sido vencidos em suas bases
pela Morte na cruz e Ressureição de Jesus. Satanás, um ser muito poderoso
e maligno, só consegue atrasar a realização final do Reino na Terra, através do
cultivo do ódio no mundo contra Deus.
Este Reino, para grande desapontamento de muitos judeus da
altura, não vinha restabelecer o reinado temporal de Israel e não
é um reino deste mundo, ou seja, não é um reino com características políticas,
mas sim com características predominantemente espirituais. Resumindo, o Reino
de Deus, que cresce como uma semente que Deus coloca no coração de cada
homem (dimensão pessoal), é a plena instauração da lei do amor
a Deus e ao próximo e terá a sua realização final
e perfeita na vida do mundo que há-de vir, na nova Terra e no novo Céu implantados por Deus no fim dos
tempos (dimensão universal).
Sinais do Reino
Jesus operou muitos milagres, prodígios e sinais
(Act 2,22), que provam que Ele é o Messias
anunciado, o Filho de Deus e o Salvador enviado por Deus Pai e que o Reino de
Deus está presente n'Ele e já está no meio de nós (Lc 17, 21). A
operação destes sinais milagrosos, que pode ser ocasião de escândalo
para alguns, tem por objectivo convidar as pessoas a crerem em Jesus e nas suas
palavras. Aos que a Ele se dirigem com fé,
concede o que pedem. Apesar dos seus milagres serem
tão evidentes, Jesus é rejeitado por alguns e até acusado de agir por
intermédio dos demônios.
Jesus, que não veio abolir todos os males da Terra,
libertou ainda assim certas pessoas dos males terrestres da fome,
da injustiça, da doença e da morte,
antevendo assim que, quando chegar na altura da realização final do Reino de
Deus, todos estes males irão desaparecer. Aliás, Jesus operou sinais messiânicos veio para libertar
os homens da mais grave das escravidões, a do pecado,
que os entrava em sua vocação de filhos de Deus e causa todas as suas
escravidões humanas.
Os exorcismos
que Jesus efectuou libertaram homens do domínio dos demónios, afirmando que se
é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demónios, então o Reino de Deus já
chegou a vós (Mt 12,28). Isto prediz
também que o advento do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás
e antecipa a grande vitória de Jesus sobre "o príncipe deste
mundo".
Jesus, embora não curou todos os doentes do mundo,
curou ainda assim vários enfermos, incluindo leprosos, que
naquela altura eram isolados e altamente discriminados. Estas curas eram
sinais da vinda do Reino de Deus e anunciavam uma cura mais radical: a
vitória sobre o pecado e a morte pela ressurreição de Jesus. Na cruz, Cristo tomou sobre si todo o peso do mal
e tirou o "pecado do mundo" (Jo
1,29).
A entrada de Jesus em Jerusalém,
a Transfiguração e a Ascensão de Jesus são também sinais da vinda do Reino e do começo da
consumação do desígnio de Deus sobre a sua Criação (o estabelecimento do Reino
de Deus).
Resumindo, o Reino de Deus manifesta-se lucidamente
aos homens na palavra, nas obras e na presença de Cristo.
4 – Questões:
4.1 – Jesus
anunciava o Reino de Deus por Parábolas.
O que queria Jesus?
4.2 – Quais são os
sinais do Reino de Deus?
4.3 – Como vamos construindo
o Reino de Deus na Família, na Vizinhança, na Vida Profissional, na Vida
Social?
5. Oração
Há um poema de Sophia de Mello
Breyner Andresen que pode ser lido como uma oração:
“Chamo-te porque tudo está
ainda no princípio
E suportar-te é o tempo mais comprido.
Peço-te que venhas e me dês a
liberdade,
Que um só de teus olhares me
purifique e acabe.
Há muitas coisas que não quero
ver.
Peço-te que sejas o presente.
Peço-te que inundes tudo.
E que o teu reino antes do
tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em primavera feroz
precipitado.”
Relator: José Rodrigues Lima
Telefone: 938583275
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