REFLECTINDO.,._____________
Por: Pe. Rodrigo Lynce de Faria
O homem e a mulher, diz-nos o
Catecismo no número 372, são feitos um para o outro. Não é que Deus os tenha
feito “a meias" e “incompletos”. Criou-os para uma comunhão de pessoas,
em que cada um pode ser ajuda para o outro. São, ao mesmo tempo, iguais
enquanto pessoas e complementares enquanto masculino e feminino.
Por esse motivo, amar também é
estimar as diferenças que existem entre o homem e a mulher. Diferenças queridas
por Deus desde o principio da Criação.
A maior felicidade a que uma mulher
pode aspirar no seu casamento é que o marido que está lá em casa seja
verdadeiramente um homem. No entanto, esse facto vai ter como conseqüências
inúmeras rudezas e indelicadezas que ela saberá aceitar e amar porque entende
que ele é "diferente".
E aquilo que um marido mais deve
pretender para a sua felicidade matrimonial é que a sua esposa seja de verdade
uma mulher, apesar de todos os aborrecimentos que lhe possa causar a sua
misteriosa e delicada afectividade.
O homem precisa dessas qualidades
femininas que lhe faltam e a mulher das qualidades masculinas. É um apoio
específico que o homem não encontra nos outros homens, nem a mulher nas outras
mulheres.
O problema é que, como diz R. Llano
Cifuentes, a nossa época está cativada pelo mito narcisista do “amor
sentimental". Mito que oscila entre o romantismo dourado da paixão que
“tudo justifica” e o cinismo duro como o diamante que dá um pontapé no
traseiro do outro com estas palavras de “carinho”: “Sinto muito... acabou-se o
amor”.
Um exemplo muito actual deste cinismo
traduzido em palavras sentimentais e enganosas: “Quando o amor começa a murchar
não há muito a fazer. O melhor mesmo é procurar que ele morra sem muita dor”.
Uma espécie de eutanásia aplicada “suavemente" ao amor matrimonial.
E fundamental que os casais que se
dizem cristãos vivam e saibam transmitir aos outros a alegria do amor gratuito.
Um amor sem cálculo, amadurecido, abnegado, que encontra de forma paradoxal a
sua maior gratificação sob a forma de felicidade. O amor, mesmo quando inclui o
sacrifício - e, se for genuíno, sempre o incluirá - é a fonte secreta da
felicidade matrimonial.
Porquê tantas crises conjugais nos
nossos dias? Talvez porque muitas pessoas perderam a noção de quem são, de
onde vêm, para onde vão e o que fazem por aqui. Essas crises conjugais
procedem antes de mais nada de crises existenciais. A perda da convicção de se
estar a caminhar com passo firme para a felicidade eterna - a perda da fé - gera
um processo de dolorosa crise existencial e, consequentemente, também
matrimonial.
Pelo contrário, a fé profunda traz
consigo uma enorme energia vital, uma força e uma paz da qual só podem falar
aqueles que a experimentam. Essa força passa de um cônjuge para o outro, e
destes para os filhos.
In D.M.
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