domingo, 20 de outubro de 2013

Evocando João Alves Cerqueira


Evocando João Alves Cerqueira

Como noticiámos, este reavivar de memórias aconteceu no passado dia 11 deste mês, ao fim da tarde, no Museu Municipal [de Artes Decorativas). Foi uma iniciativa do Centro de Estudos Regionais (CER), no seguimento da exposição "Viana Fiel Amiga do Mar” inaugurada a meados de agosto, onde ocorreu, também, o lançamento do livro "Memórias da Empresa de Pesca de Viana" (EPV), da autoria do Cmdt. da Marinha Mercante, Manuel Oliveira Martins. A exposição mantém-se até sábado, dia 27 deste mês.

Tratou-se de uma vocação informal e simples de João Alves Cerqueira, da importância que foi conquistando a partir de meados da década de 30, na direção e desenvolvimento da Empresa de Pesca de Viana e, mais tarde, em 1944, no lançamento e criação, com Vasco d'Orey, dos Estaleiros de Viana (ENVC).

Passados pelo menos mais de 70 anos, ainda foi possível recorrer a algumas das já poucas memórias vivas de antigos colaboradores da EPV, e de gente da Ribeira, e de pessoas que ainda o conheceram, familiares distantes e amigos da família que compareceram a esta sessão. Com o apoio de um diaporama, recordaram-se episódicas intervenções daquele grande empresário das pescas nesta cidade, que se abalançou, mais tarde, à construção de barcos nos ENVC, para a pesca do bacalhau. Lembrada, também, a importância que teve no desenvolvimento do nosso porto de mar, designadamente, no comércio de exportação de madeiras, na descarga do sal e do bacalhau para a seca da EPV, no Cais Novo, em Darque. Não se esqueceram, ainda outros, de relembrar a vertente de benemérito, principalmente na edificação do Templo-Monumento em Sta. Luzia; nas ajudas que também deu à Cruz Vermelha; ao Orfanato (Oficinas de S. José); ao Lar de Sta. Teresa (Asilo da Infância Desvalida); ao Sport Clube Vianense (eleito sócio benemérito em 1954) e de outras tantas instituições, quer ainda em ajudas individuais que dava aos pobres, quer a quem tivesse acontecido alguma desgraça na nossa Ribeira!...
 
 

Foram os testemunhos ainda possíveis, de antigos colaboradores da "Empresa” e do "Escritório” de João Alves Cerqueira". Assim eram conhecidos os dois edifícios entre a Alameda que tem seu nome e o Largo Vasco da Gama, onde se situam aqueles dois imóveis e que bem poderia passar a apropriar-se de seu nome.

 
Condecorado em 1960, ainda em vida (faleceu em 1966), com a Medalha de Mérito Industrial, pelo Presidente da República de então, este Homem era indubitavelmente merecedor de uma maior gratidão na sua terra, que recordasse para sempre a dimensão que imprimiu à cidade e ao concelho em geral, nas décadas de 35 a 60, do século passado, no desenvolvimento económico e industrial, e na criação de inúmeros postos de trabalho.

E.

A Aurora do Lima – 17 de Outubro de 2013

 

 



 

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