Evocando João Alves Cerqueira
Como noticiámos, este reavivar de memórias aconteceu no
passado dia 11 deste mês, ao fim da tarde, no Museu Municipal [de Artes
Decorativas). Foi uma iniciativa do Centro de Estudos Regionais (CER), no
seguimento da exposição "Viana Fiel Amiga do Mar” inaugurada a meados de
agosto, onde ocorreu, também, o lançamento do livro "Memórias da Empresa
de Pesca de Viana" (EPV), da autoria do Cmdt. da Marinha Mercante, Manuel
Oliveira Martins. A exposição mantém-se até sábado, dia 27 deste mês.
Tratou-se de uma vocação informal e simples de João Alves
Cerqueira, da importância que foi conquistando a partir de meados da década de
30, na direção e desenvolvimento da Empresa de Pesca de Viana e, mais tarde, em
1944, no lançamento e criação, com Vasco d'Orey, dos Estaleiros de Viana
(ENVC).
Passados pelo menos mais de 70 anos, ainda foi possível
recorrer a algumas das já poucas memórias vivas de antigos colaboradores da
EPV, e de gente da Ribeira, e de pessoas que ainda o conheceram, familiares
distantes e amigos da família que compareceram a esta sessão. Com o apoio de um
diaporama, recordaram-se episódicas intervenções daquele grande empresário das
pescas nesta cidade, que se abalançou, mais tarde, à construção de barcos nos
ENVC, para a pesca do bacalhau. Lembrada, também, a importância que teve no
desenvolvimento do nosso porto de mar, designadamente, no comércio de
exportação de madeiras, na descarga do sal e do bacalhau para a seca da EPV, no
Cais Novo, em Darque. Não se esqueceram, ainda outros, de relembrar a vertente
de benemérito, principalmente na edificação do Templo-Monumento em Sta. Luzia;
nas ajudas que também deu à Cruz Vermelha; ao Orfanato (Oficinas de S. José);
ao Lar de Sta. Teresa (Asilo da Infância Desvalida); ao Sport Clube Vianense
(eleito sócio benemérito em 1954) e de outras tantas instituições, quer ainda
em ajudas individuais que dava aos pobres, quer a quem tivesse acontecido
alguma desgraça na nossa Ribeira!...
Foram os testemunhos ainda possíveis, de antigos colaboradores
da "Empresa” e do "Escritório” de João Alves Cerqueira". Assim
eram conhecidos os dois edifícios entre a Alameda que tem seu nome e o Largo
Vasco da Gama, onde se situam aqueles dois imóveis e que bem poderia passar a
apropriar-se de seu nome.
Condecorado em 1960, ainda em vida (faleceu em 1966), com a
Medalha de Mérito Industrial, pelo Presidente da República de então, este Homem
era indubitavelmente merecedor de uma maior gratidão na sua terra, que
recordasse para sempre a dimensão que imprimiu à cidade e ao concelho em geral,
nas décadas de 35 a 60, do século passado, no desenvolvimento económico e
industrial, e na criação de inúmeros postos de trabalho.
E.
A Aurora do Lima – 17 de Outubro de 2013
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