domingo, 16 de fevereiro de 2014

Proteção dos animais, ambientalismo e... bom senso!

Proteção dos animais, ambientalismo e... bom senso!

Como é possível que as pessoas se compadeçam mais diante de um cachorro na rua que de uma criança pedindo esmola no semáforo?

                                 Steven Neira                                                                                                                                                                         
       
© Public Domain
Atualmente se vive uma sensibilidade que eu chamaria de "extrema" com relação aos animais e à natureza, de tal maneira que às vezes podemos confundir a dignidade do homem e colocá-lo abaixo da natureza e dos animais. Esta é uma realidade que mostra os danos causados pela "ideologia verde", que desfigurou a ecologia e a transformou em ecologismo.

Os animais

Conversando com uma amiga, apresentei-lhe uma situação, entre brincadeira e seriedade, na qual lhe perguntei: "Se você estivesse na rua e visse um cachorrinho atravessando de um lado e uma criança atravessando de outro, ambos correndo o risco de ser atropelados, a quem salvaria primeiro?".

Sua resposta foi desconcertante: "Claro que eu salvaria o cachorro, porque a criança pode pensar e saber que podem atropelá-la, mas o cachorro não".

Fora o fato de uma criança nem sempre ter a capacidade de discernir entre o que deve ou não fazer, o que me surpreendeu foi a preferência pelos animais – uma mentalidade criada pelos animalistas, que pretendem dar aos animais uma vida parecida ou inclusive melhor que a que nós vivemos.

Certamente, isso explicaria o luxuoso hotel para cachorros que existe em pleno centro de Manhattan e os caríssimos spas para animais. Mas, na mente dessas pessoas que gastaram milhões de dólares na construção desses espaços, talvez não tenha passado a ideia de fazer um plano de ação para levar água potável à Zâmbia, onde 86% da população vive na miséria; essa gente daria tudo por um pote de água – desses que dão nos hotéis de luxo para os cachorros.

Preciso esclarecer que não tenho absolutamente nada contra os animais; pelo contrário, sou apaixonado por eles e tenho uma grande sensibilidade, a ponto de achar as corridas de touro uma verdadeira abominação, e os maus-tratos aos animais, uma prática que deve ser castigada (não porque os animais tenham direitos, mas porque nós temos o dever de proteger a criação).

Mas é importante que nos conscientizemos e aprendamos a ver com mais retidão o amor à criação, de maneira que não coloquemos esse amor acima do amor ao ser humano. Como é possível que as pessoas se compadeçam mais diante de um cachorro na rua que de uma criança pedindo esmola no semáforo?

A criação

Eu moro em um país no qual a natureza é chamada de "La Pachamama", "Mãe Terra", herança das crenças religiosas dos povos andinos, que atribuía alma e vontade à terra. Segundo tal crença, é preciso pedir permissão para arrancar uma folha e perdão por cortar uma árvore. Em outras palavras, a "Pachamama" é uma divindade nesses povos andinos.

Certamente, compreendo a intenção do nosso presidente, de respeitar a cultura das pequenas comunidades, mas algo que deve guiar um líder é que a minoria ou as exceções não podem ser a regra para a maioria. Esta crença de que a terra tem alma, ou de que a natureza de alguma maneira nos escuta, vem da repetitiva Teoria de Gaia, segundo a qual a Terra é uma espécie de deusa.

Muitas dessas pessoas têm dificuldade de entender que Deus existe e que Ele se fez homem em Jesus Cristo... São Josemaría Escrivá dizia que "não têm fé, mas têm superstições".

Faço um apelo ao senso comum mais uma vez, para que possamos entender a grandeza de Deus na criação e reconhecer a imensidade do seu amor nas criaturas.

Bem, respondendo à dúvida de uma querida amiga: os animais não vão ao céu, e depois da sua morte não entram em nenhum estado, pela simples razão de que não possuem alma nem capacidade de discernimento como nós, de maneira que não existe um "céu dos cachorros". Nós os guardaremos no coração.

In Aleteia

 

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