ROTA CISTERCIENSE
ALTO-MINHO
Os monges beneditinos na
fidelidade ao seu fundador São Bento, sob o lema “Ora et labora”, contribuíram
para o desenvolvimento cultural, social e económico europeu. Aliás é de referir
que São Bento foi consagrado patrono da Europa.
Os
mosteiros através da história foram centros de irradiação cultural e artística.
As comunidades monacais localizadas em lugares seleccionados, segundo critérios
rigorosos, e sempre em sítios favoráveis para os monges “falarem com os
habitantes do céu”.
No
Alto-Minho temos dois mosteiros cistercienses, seguindo a reforma levada a cabo
por S. Bernardo de Claraval.
Na
Ribeira Lima situa-se o Mosteiro Cisterciense de Santa Maria do Ermelo,
concelho de Arcos de Valdevez, com testemunhos artísticos do românico. O Prof.
Doutor Avelino de Jesus Costa estudou afincadamente a história da sua fundação
e a sua evolução.
A
devoção ao São Bentinho do Ermelo é um testemunho de religiosidade popular
impar e basta falar da “romaria sem sol”. As laranjas do Ermelo são apreciadas
no mercado e há quem afirme que a predominância das laranjeiras, se por uma
lado se devem ao microclima existente, por outro lado são fruto da acção dos
monges cistercienses que lá viveram em comunidade.
No
Vale do Minho encontra-se o antigo Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de
Fiães, concelho de Melgaço, constituindo um testemunho expressivo da
arquitectura, com festividade a 11 de Julho aonde acorrem muitos devotos
melgacenses. A história do mosteiro de Fiães mereceu estudo do Porf. Doutor
José Marques, ilustre melgacense.
A
alameda de Fiães, constituída por carvalhos plantados pelos monges, é deveras
significativa. É de sublinhar que nesta altura decorrem obras de beneficiação
na referida alameda, promovidas pelo município melgacense. A fama do presunto
da localidade é reconhecida e basta citar a referencia de William Beckford, em
1794.
Os
dois mosteiros podem tornar-se verdadeiros pólos de atracção turística e por
isso sugerimos que se estude e promova a Rota Cisterciense – Ermelo/ Fiães.
O
itinerário cisterciense passaria pelo Soajo, Adrão, Gavieira, Peneda, São Bento
do Cando, Branda da Aveleira, Lamas de Mouro, Alcobaça, Adadela e Fiães.
Em 2010 o
Prof. Doutor José Marques publicou um estudo sobre “A origem da capela de Alcobaça”,
referindo a antiga paróquia de Rompecilha.
No
percurso existe uma diversificada paisagem cultural que vai desde o património
material ao imaterial, fruto de uma longa elaboração humana das comunidades que
ai vivem há séculos.
Na
Rota Cisterciense poderá constatar-se o que o sociólogo rural Eugénio de castro
Caldas escreveu: “Ser minhoto é ser celta / castrejo, galaico, pouco lusitano,
mais suevo do que visigodo”.
O
produto turístico agora sugerido poderá tornar-se, se devidamente estudado e
divulgado, num motivo de dinamização de uma zona surpreendente a vários níveis.
O trajecto já possui estruturas hoteleiras e de restauração.
A
concretização da Rota Cisterciense para além de dar visibilidade a uma zona de
montanha, por certo contribuirá para a rentabilidade económica das estruturas
existentes ou produtos regionais a lançar, aumentando a oferta turística.
Os
frequentadores da Rota Cisterciense poderão concretiza-la em várias
modalidades… e em tempos diferentes com estadia no percurso.
A
Rota Cisterciense do Alto-Minho poderá ser um contributo valioso na dinâmica
cultural e turística com resultados na qualidade de vida da zona envolvente.
Se
pretendermos tornar a Rota Cisterciense Transfronteiriça, alargávamos o
itinerário até ao Mosteiro Cisterciense de Santa Maria da Franqueira, no
município galego da Caniça, e continuávamos até ao Mosteiro de Santa Maria de
Osseira, localizado perto do município de Cea, província de Ourense. É de
referir que este mosteiro, pelo sua grandiosidade, é considerado o Escorial
Galego.
O
restauro concretizado no conjunto monacal de Osseira mereceu o Prémio Europeu
Nostra em 1991. Nesta data o Mosteiro de Osseira tem uma comunidade de onze
monges que seguindo o lema “Ora el labora”, produzem magníficos licores segundo
a boa tradição monacal.
A
Rota Cisterciense Transfronteiriça poderá ser uma via de difusão da cultura do
Noroeste Peninsular.
A
bibliografia referente aos cistercienses é abundante e dela fazem parte as
actas dos congressos que periodicamente se realizam.
Os
Mosteiros do Ermelo e Fiães, no Alto-Minho, e os da Franqueira e Osseira na
Galiza, estão vinculados pela espiritualidade, pela história, pelo canto gregoriano
e pela arte românica e barroca.
Merece
referência o facto de um monge de Osseira ter ocupado o cargo de Abade no
Mosteiro de Alcobaça.
A
Rota Cisterciense Transfronteiriça é um património vivo, pois aos conjuntos
arquitectónicos acorrem romeiros, investigadores e turistas. As romarias no
Ermelo e Fiães decorrem no dia 11 de Julho, a da Franqueira e Peneda a 8 de
Setembro. Em Osseira celebra-se São Bernardo Abade a 20 de Agosto.
O
viajar proporciona um diálogo com a memória dos homens e das coisas.
Registamos
que há caminhos patrimoniais não rompidos onde sentimos o mítico e conhecemos a
história, descobrindo a alma dos sítios.
José
Rodrigues Lima
Nota: Fiquei muito satisfeito ao verificar que colocaste "A ROTA CISTERCIENSE NO ALTO MINHO" no teu correio...
É um lindo projecto...Estamos a fazer contactos para a concretizar. Depois falamos.
No que diz respeito aos documentos enviados, parecem-me de muita atualidade.
Só não estou de acordo que o articulista, referindo-se à esperança da integração dos padres dispensados do ministério use a expressão " ex-padres".
Não há ex-padres...Conferir a boa teologia...
Num artigo recente o Padre Zezinho do Brasil abordava o tema...
O teólogo JOSÉ COMBLIN escrevia : " O sacerdócio de vocês une-se ontologicamente a Cristo e não depende de nenhuma estrutura da igreja para funcionar...Façam vocês...Estão livres para fazer acontecer, cada um dentro das suas particularidades e com os seus talentos".
podíamos citar Bernard Haring e outros...
Os padres receberam "a imposição das mãos com a invocação do Espírito Santo e foram ungidos..."
Verdadeira sucessão apostólica...
Todos sabemos a nossa bela teologia...e vivemos a FÉ..
Espero que tenhas ficado satisfeito com o programa "A Alegria do Evangelho e o Papa Francisco", no rádio Alto Minho.
Permite-me dizer que estás forte e firme na Fé que nos une...
Um grande abraço nosso,
Amigo José Lima
Nota: Fiquei muito satisfeito ao verificar que colocaste "A ROTA CISTERCIENSE NO ALTO MINHO" no teu correio...
É um lindo projecto...Estamos a fazer contactos para a concretizar. Depois falamos.
No que diz respeito aos documentos enviados, parecem-me de muita atualidade.
Só não estou de acordo que o articulista, referindo-se à esperança da integração dos padres dispensados do ministério use a expressão " ex-padres".
Não há ex-padres...Conferir a boa teologia...
Num artigo recente o Padre Zezinho do Brasil abordava o tema...
O teólogo JOSÉ COMBLIN escrevia : " O sacerdócio de vocês une-se ontologicamente a Cristo e não depende de nenhuma estrutura da igreja para funcionar...Façam vocês...Estão livres para fazer acontecer, cada um dentro das suas particularidades e com os seus talentos".
podíamos citar Bernard Haring e outros...
Os padres receberam "a imposição das mãos com a invocação do Espírito Santo e foram ungidos..."
Verdadeira sucessão apostólica...
Todos sabemos a nossa bela teologia...e vivemos a FÉ..
Espero que tenhas ficado satisfeito com o programa "A Alegria do Evangelho e o Papa Francisco", no rádio Alto Minho.
Permite-me dizer que estás forte e firme na Fé que nos une...
Um grande abraço nosso,
Amigo José Lima
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