quarta-feira, 26 de junho de 2013

Eu queria ser alguém


Eu queria ser alguém

Tenho sessenta e seis anos de idade. Estou na terceira idade e marquei a diferença  de nascer de novo deixando crescer a pera para chegar à quarta idade…

Apesar de tudo, eu ainda quero ser alguém, porque não me basta viver a terceira idade a tempo inteiro, se Deus mo permitir. É preciso preparar a quarta ou a quinta idade, seja neste planeta terráqueo, seja no Além onde todos passam a ser iguais em todos os títulos que possamos usar na terra.

É no nascer e no morrer que somos alguém, alguém que vem ao mundo e alguém que parte do mundo para aquele mundo que se criou na vida.Aí só há duas alternativas: o sofrimento ou o gozo eterno. Esta é uma das alternativas que cabe a qualquer ser humano.

Eu quero ser Alguém, isto é, eu quero ser um vivente a construir a felicidade eterna, plena, aquela que eu gostava de possuir neste mundo, mas a fragilidade do que sou e tenho não me deixa permanecer sempre no Amor do Pai.

A justiça divina, a bondade e a misericórdia de Deus Pai são infinitas, essa é a minha fé e minha esperança.

Eu procuro esse transcendente e absoluto com a simplicidade de uma criança quando se envolve na confiança do pai e da mãe, mas aquilo que fiz e faço pode não ser o suficiente para que esse Alguém que desejo, em absoluto, possa não ser atingido.

Tenho fé, esperança e amor e compreendo que falho na fé com dúvidas, na esperança com exaspero e no amor porque nem sempre faço repetindo S. Paulo, aquilo que quero mas faço aquilo que não queria.

 
Eu quero ser Alguém que se aproxima de Deus, mesmo que seja com altos e baixos, mas não perco dos meus olhos, do meu coração a meta que quero atingir. Que Deus me ajude a viver melhor a minha fé nas obras, no serviço aos outros, na celebração da Eucaristia, no saborear a sua Palavra e de a pôr em prática na vida, na atenção aos outros, e de amar como Jesus amou até ao fim.

Quero ser este Alguém como um colibri nas mãos de uma criança, com a esperança da Bondade do nosso Deus que é Amor, segundo S. João.

 
Ser Alguém como eu desejo, não é vanglória para mim, mas glória de Deus na obra da criação, obra bela saída das Suas mãos e da Sua omnipotência e omnisciência, do Mistério que Ele continua a ser para mim e para todos por mais científicos que sejam.

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