Eu queria ser alguém
Tenho sessenta e seis anos de idade. Estou na terceira
idade e marquei a diferença de nascer de
novo deixando crescer a pera para chegar à quarta idade…
Apesar de tudo, eu ainda quero ser alguém, porque não me
basta viver a terceira idade a tempo inteiro, se Deus mo permitir. É preciso
preparar a quarta ou a quinta idade, seja neste planeta terráqueo, seja no Além
onde todos passam a ser iguais em todos os títulos que possamos usar na terra.
É no nascer e no morrer que somos alguém, alguém que vem ao
mundo e alguém que parte do mundo para aquele mundo que se criou na vida.Aí só
há duas alternativas: o sofrimento ou o gozo eterno. Esta é uma das
alternativas que cabe a qualquer ser humano.
Eu quero ser Alguém, isto é, eu quero ser um vivente a
construir a felicidade eterna, plena, aquela que eu gostava de possuir neste
mundo, mas a fragilidade do que sou e tenho não me deixa permanecer sempre no
Amor do Pai.
A justiça divina, a bondade e a misericórdia de Deus Pai
são infinitas, essa é a minha fé e minha esperança.
Eu procuro esse transcendente e absoluto com a simplicidade
de uma criança quando se envolve na confiança do pai e da mãe, mas aquilo que
fiz e faço pode não ser o suficiente para que esse Alguém que desejo, em
absoluto, possa não ser atingido.
Tenho fé, esperança e amor e compreendo que falho na fé com
dúvidas, na esperança com exaspero e no amor porque nem sempre faço repetindo S.
Paulo, aquilo que quero mas faço aquilo que não queria.
Quero ser este Alguém como um colibri nas mãos de uma
criança, com a esperança da Bondade do nosso Deus que é Amor, segundo S. João.
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