"O SER HUMANO PODE IR ALÉM DE SI MESMO" por Mário Carapinha
O nosso corpo é composto de duas partesa o
físico e o espiritual. O espírito é um órgão complementar do ser humano,
invisível, inaudível, insensível, impalpável, etc. que não ocupa espaço, não
tem extensão, nem damos conta dele, é um complemento da natureza humana, uma
faculdade superior dos indivíduos. Fenômenos do espírito não são redutíveis a
números matemáticos. Não é dentro do contexto racional da via cinco sentidos,
que se pode vislumbrar algo de não material, mas fora deles não faltam sinais
por todo o lado. Quantas vezes preferimos o visível ao invisível, preferimos
um sinal de referência, porque viver no vaporoso é difícil. Pode-se considerar
como força divina emanando de Deus, ou no seu resultado, como espírito
insuflado nas pessoas. Assim como geneticamente somos irmãos pelo físico, de
outra forma somo-lo pelo espírito. Face a estas e outras considerações é
imperioso que, desde a infância, nas escolas e em família, as pessoas sejam
ensinadas profundamente pelos professores e familiares a tratar os outros com
carinho e lealdade, e a deixarem de se preocupar mais com a nica da vida
carnal, do que com a eternidade da vida espiritual. Enquanto aquela desaparece
com a morte, este é imortal. Cada um utiliza-o segundo o seu entendimento,
melhor ou pior. Com tantas dúvidas sobre o espírito (revelação do mistério de
Deus), é considerado como cumpridor escolhido para o reencontro da humanidade
com Ele. O ser humano não se reduz a ser uma criatura como o animal. É um ser
que pode ir além de si mesmo. Nesta circunstância, se devemos tratar o físico
com todos os cuidados, o espírito merece uns cuidados especiais, que lhe
permitam viver para a eternidade. Se temos alguma consideração pelo nosso ser,
devemos prepará-lo para a vida imortal. É a irradiação do corpo de Deus que
desce até nós. Como o sol, não é uma exclusividade de ninguém. É o dinamizador
do nosso pensar, sentir e fazer. É o extracto da volição consciente do
pensamento racional, do cumprimento consciente do dever e do auto-domínio. Nele
se cumpre o reencontro de Deus com o homem.
O Espírito é um farol para iluminação da nossa
alma. Assim como a luz dos raios solares que iluminando a matéria nos
possibilita ver as coisas, pode ser interposta por nuvens e ventos, que nos
dificultam vê-las; os raios espirituais (a luz das nossas vidas), também nos
podem prejudicar quando nele se introduzem os vírus que nos dificultam
distinguir o bem do mal.
O problema das relações entre espírito e corpo
tem dado lugar a diferentes concepções. O espírito (luz humana que brilha no
interior do corpo) penetra no domínio do conhecimento, transformando- -se em
omnipotente, omnisciente, omnipresente, sem alteração da sua natureza. A alma
predomina, esclarecida pelo espírito. Utilizá-lo correctamente, nem sempre é
fácil. Os recursos morais e afectivos do espírito, as suas relações com a alma
e o pensamento têm sido incompreensíveis e não intocáveis pelo homem. Hoje,
por toda a parte a palavra mestra é o desenvolvimento social e pessoal, que
cria mecanismos que vão edificando o ser humano (seu físico, mente,
pensamentos, conhecimentos, personalidade, cultura, espírito, etc.), agindo em
relação uns com os outros. Como tudo na vida, tal é o jogo duma formação cristã
integral, que responde à aspiração de desenvolvimento pessoal. O espiritual é
uma fracção que ultrapassa a imaginação humana. O espírito de fazer o bem, é o
dinami- zador do pensar, do agir, do sentir da nossa mente. Daí a admiração,
que se não pode deixar de sentir por muitos crentes no Ocidente, diante do seu
relativo desconhecimento. O espírito não impede que os seus vírus malignos se
introduzam na nossa alma. Para bem da Irmandade Humana, é imperioso que nas
escolas os jovens sejam devidamente elucidados sobre os benefícios do
Espírito, para que acabem definitivamente todas as dissensões entre as
pessoas. Ele é um elemento do ser humano que deve ser bem tratado e respeitado.
É preciso que todos nos empenhemos no equitativo desenvolvimento humano e
crescimento espiritual para que Cristo, se bem tratado e conservado durante a
vida terrena, nos abra de par em par as portas do céu, de modo que a nossa
passagem na terra seja uma simples peregrinação de disseminação de esperança,
amor e fé por toda a parte. O nosso Espírito triunfará para sempre, se nos
portarmos como um rebanho de irmãos, e à hora da morte transporta-nos-há para o
Paraíso Celestial, onde viveremos eternamente em companhia dos Anjos e dos
Santos! in Missões Franciscanas de Junho
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