Texto:
Frei Álvaro Silva,
OFivi
Construção do Reino de
Deus
A missão franciscana é
para o mundo, mas ao mesmo tempo ela acontece no coração de todos os seguidores
de Francisco de Assis, como podemos ver numa leitura atenta da Paráfrase do Pai
Nosso, onde nos é sugerida uma ‘acção
contemplativa e uma contemplação activa’ (PN 2-3).
A missão para Francisco
não é expansão territorial ou reconquista de Jerusalém, mas construção do
Reino de Deus no coração de cada homem. A nossa missão consiste em levar todos
os povos a Deus e Deus a todos os povos. O amor é o princípio e o fim da nossa
missão.
Testemunho até ao martírio
A vida exemplar do
missionário é já ela um conteúdo da missão, ciya primeira forma é o testemunho
de vida ou a «proclamação silenciosa do Reino de Deus» (Cf. CCGG 89,1).
O franciscano missionário
não é chamado em primeiro lugar a proselitismo, mas a viver o mistério de
Cristo e a testemunhá-lo aos homens com a própria vida A simples presença, o
testemunho de vida, sem nenhuma imposição é o que a sensibilidade
contemporânea prefere.
O
«missionário-testemunho», como São Francisco pensou na IR 16, não é aquele que
demonstra com argumentos a verdade do Reino de Deus. É o que a mostra com a
vida, tomando visível na sua vida a Vida d Aquele que o envia A vocação do
missionário franciscano é de atrair os homens a Deus, mais do que convencê-los
da existência de Deus.
O que atraía as multidões
não era o saber e a eloquência de Francisco de Assis, recorda Tomás de Celano
na Vida Primeira; mas quem o via e ouvia dava-se
conta de que estava diante de um homem cheio de Deus (Cfr.
lC 36 e 82).
A nossa história recente
está marcada pelo luminoso testemunho dos mártires. Só no século XX tivemos 86
mártires missionários franciscanos, a maior parte foram vítimas do regime
comunista na China Continua a ser importante para nós a espiritualidade do
martírio.
Escreveu João Paulo II no
n.° 7 da Aforo Millennio
Ineunte: a memória dos mártires «é uma herança que não se deve
perder, e que se há-de transmitir para um perene dever de gratuidade e um
renovado propósito de imitação».
O primeiro anúncio
do Evangelho
Um outro conteúdo da
missão franciscana é a PALAVRA «quando for do agrado do Senhor anunciem a
Palavra de Deus» (IR 16,8). É o que nos recorda o Papa João Paulo II no n.° 44
da Redemptmis Missio:
«O anúncio tem a prioridade permanente, na missão: a Igreja não pode
esquivar-se ao mandato explícito de Cristo, não pode privar os homens da “Boa
Nova” de que Deus os ama e salva» E também o Papa Paulo VI na Evangelii Nuntiandi
recordava no n.° 25: «Dar testemunho de que no seu Filho ele amou o mundo; de
que no seu Verbo Encarnado ele deu o ser a todas as coisas e chamou os homens
para a vida eterna». O primeiro anúncio é sempre necessário e em qualquer
parte.
Francisco de Assis
dirigia-se ao povo com breves e simples palavras, convidando à penitência, à
conversão, à reconciliação, à paz e ao amor de Deus.
Plantatio et Aedificatio da Igreja e do Carisma franciscano,
como dom do Espírito à própria Igreja
Este é outro objectivo da
nossa Ordem. A edificação da Igreja onde ainda não existem estruturas
ordinariamente estabelecidas, como: prelaturas apostólicas, prefeituras
apostólicas, vigariatos apostólicos que possam sustentar a Igreja Local
Mesmo que pobre, pequena, insuficiente ou em formação de uma comunidade em
crescimento. Como nos recordava o Concilio Vaticano D no n.° 2 Decreto Ad Gentes, e como
João Paulo II, também dizia no n.° 48 da RM: «A missão ad gentes tem este
objectivo: fundar comunidades cristãs, desenvolver Igrejas até à sua completa
maturação».
O Espírito Santo deu os
carismas à Igreja, entre os quais se encontra o carisma franciscano. Assim
devemos contribuir para a fundação ou crescimento da Igreja Local, oferecendo
o carisma de São Francisco de Assis a essas jovens Igrejas, o oferecendo o carisma de S. Francisco de Assis a essas jovens igrejas.
Sem comentários:
Enviar um comentário