domingo, 2 de junho de 2013

Cultura facilitadora do divórcio está a destruir a família




 


Na Festa Diocesana da Família, que juntou em Mel- gaço mais de 50 casais em celebração de bodas matri­moniais, o Bispo de Viana do Castelo teceu críticas à ac- tual cultura facilitadora do di­vórcio que está a destruir a família com as conseqüênci­as que já são bem patentes na sociedade e que a crise financeira vem acentuar.

O Prelado, manifesta­mente feliz por numa das pontas da diocese, na igreja do Convento das Carvalhi- ças, se terem reunido tantas famílias, numa festa das fa­mílias humanas e Divina (celebração da Santíssima Trindade) denunciou um modo de olhar da socieda­de que propõe uma cultura em que “fica melhor na foto­grafia quem se divorcia”, fe­chando os olhos a todos os “dramas que isso significa”. A Igreja, prosseguiu, “não permite que um casal se im- ponha limites porque isso já não é amor”.

Reconhece que quando um matrimônio falha é “um drama para os dois”, uma “frustração” e, quantas ve­zes, o drama dos filhos é ampliado na medida em que serve de moeda de troca ou de “objecto de ataque” en­tre ambos os cônjuges.

Chegamos a este pano­rama, diz D. Anacleto, por­que se perdeu o “sentido” do sofrimento e não se cultiva esta capacidade. “Não nas­cemos para sofrer”, adverte, contudo,' fazendo parte o sofrimento da nossa vida, a tentação da “busca do facili- tismo” destrói-nos, dada nossa necessidade de ser­mos desafiados para nos desenvolvermos e saborear­mos o gosto de nos termos suplantado, “transcendido”. Para isso, disse ainda, pre­cisamos de estar “prepara­dos” para “gerir conflitos” porque estas situações po­dem ser “salutares” porque, dito com S. Paulo, produz a “constância”, esta produz a virtude sólida que conduz à esperança.

Na convicção de D. Anacleto, “uma união matri­monial provada torna-se mais sólida e produz a es­perança que não nos deixa ir abaixo” porque o amor de Deus foi derramado nos nos­sos corações na entrega de vida do seu Filho.

O Bispo de Viana do Castelo exortou os casais, em particular a Equipa de Pastoral da Família do arci- prestado de Melgaço, que iniciou funções nesta cele­bração, a tomarem consci­ência (e testemunharem) da grandeza e do poder do matrimônio para nos fazer felizes e aos que nele nas­cem. Incentivou a proporci­onar aos casais de hoje os meios para que Cristo se apodere dos seus corações.

Neste dia histórico para Melgaço, o Prelado reco­mendou à nova equipa que conduzam os casais para os movimentos de pastoral e espiritualidade conjugal, como são os Casais de San­ta Maria, a celebrar 25 anos na diocese, e as Equipas de Nossas Senhora porque “ajudam a fortalecer os laços pessoais e comunitários”.

A Festa das Famílias começou na Casa da Cultu­ra com uma apresentação do projecto de catequese fami­liar que é pioneiro em Viana e já envolve 70 famílias.

Segundo o padre Vas­co Antônio Gonçalves, con- juga-se uma catequese de infância com uma cateque­se de adultos e, nesta medi­da, “evangelizadas as famí­lias” quem ganha é a comu­nidade eclesial com famílias a caminhar na fé. O projecto prevê, no seu crescimento, abarcar todas as gerações que integram a mesma famí­lia.

Este responsável subli­nhou que a família é a en­cruzilhada onde o Evange­lho pode chegar ao coração e daí a necessidade desta aposta, defendeu, porque estão a acabar os avós que ainda apontam a Igreja aos seus netos.

O padre Vasco revelou que o projecto prevê avan­çar até ao sexto ano de ca­tequese e que para isso vai também avançar, em dez encontros, a formação da­queles que serão os anima­dores para os pais.

Num segundo momen­to, os casais presentes, numa grande maioria do ar- ciprestado, puderam, ainda que muito sucintamente, to­mar contacto com alguns dos movimentos da pastoral da família actuantes na dio­cese do Alto Minho.

Os participantes segui­ram em cortejo, pelo meio da vila até à igreja da celebra­ção da eucaristia, transpor­tando tarjas alusivas à reali­dade da família num gesto de afirmação e “provoca­ção”.


1611

30 Maio 13

Sem comentários:

Enviar um comentário