Na Festa Diocesana da Família, que juntou em
Mel- gaço mais de 50 casais em celebração de bodas matrimoniais, o Bispo de
Viana do Castelo teceu críticas à ac- tual cultura facilitadora do divórcio
que está a destruir a família com as conseqüências que já são bem patentes na
sociedade e que a crise financeira vem acentuar.
O Prelado, manifestamente feliz por numa das
pontas da diocese, na igreja do Convento das Carvalhi- ças, se terem reunido
tantas famílias, numa festa das famílias humanas e Divina (celebração da
Santíssima Trindade) denunciou um modo de olhar da sociedade que propõe uma
cultura em que “fica melhor na fotografia quem se divorcia”, fechando os
olhos a todos os “dramas que isso significa”. A Igreja, prosseguiu, “não
permite que um casal se im- ponha limites porque isso já não é amor”.
Reconhece que quando um matrimônio falha é “um
drama para os dois”, uma “frustração” e, quantas vezes, o drama dos filhos é
ampliado na medida em que serve de moeda de troca ou de “objecto de ataque” entre
ambos os cônjuges.
Chegamos a este panorama, diz D. Anacleto, porque
se perdeu o “sentido” do sofrimento e não se cultiva esta capacidade. “Não nascemos
para sofrer”, adverte, contudo,' fazendo parte o sofrimento da nossa vida, a
tentação da “busca do facili- tismo” destrói-nos, dada nossa necessidade de sermos
desafiados para nos desenvolvermos e saborearmos o gosto de nos termos
suplantado, “transcendido”. Para isso, disse ainda, precisamos de estar
“preparados” para “gerir conflitos” porque estas situações podem ser
“salutares” porque, dito com S. Paulo, produz a “constância”, esta produz a
virtude sólida que conduz à esperança.
Na convicção de D. Anacleto, “uma união matrimonial
provada torna-se mais sólida e produz a esperança que não nos deixa ir abaixo”
porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações na entrega de vida do
seu Filho.
O Bispo de Viana do Castelo exortou os casais,
em particular a Equipa de Pastoral da Família do arci- prestado de Melgaço, que
iniciou funções nesta celebração, a tomarem consciência (e testemunharem) da
grandeza e do poder do matrimônio para nos fazer felizes e aos que nele nascem.
Incentivou a proporcionar aos casais de hoje os meios para que Cristo se
apodere dos seus corações.
Neste dia histórico para Melgaço, o Prelado recomendou
à nova equipa que conduzam os casais para os movimentos de pastoral e
espiritualidade conjugal, como são os Casais de Santa Maria, a celebrar 25
anos na diocese, e as Equipas de Nossas Senhora porque “ajudam a fortalecer os
laços pessoais e comunitários”.
A Festa das Famílias começou na Casa da Cultura
com uma apresentação do projecto de catequese familiar que é pioneiro em Viana
e já envolve 70 famílias.
Segundo o padre Vasco Antônio Gonçalves, con-
juga-se uma catequese de infância com uma catequese de adultos e, nesta medida,
“evangelizadas as famílias” quem ganha é a comunidade eclesial com famílias a
caminhar na fé. O projecto prevê, no seu crescimento, abarcar todas as gerações
que integram a mesma família.
Este responsável sublinhou que a família é a encruzilhada
onde o Evangelho pode chegar ao coração e daí a necessidade desta aposta,
defendeu, porque estão a acabar os avós que ainda apontam a Igreja aos seus
netos.
O padre Vasco revelou que o projecto prevê avançar
até ao sexto ano de catequese e que para isso vai também avançar, em dez
encontros, a formação daqueles que serão os animadores para os pais.
Num segundo momento, os casais presentes, numa
grande maioria do ar- ciprestado, puderam, ainda que muito sucintamente, tomar
contacto com alguns dos movimentos da pastoral da família actuantes na diocese
do Alto Minho.
Os participantes seguiram em cortejo, pelo meio
da vila até à igreja da celebração da eucaristia, transportando tarjas
alusivas à realidade da família num gesto de afirmação e “provocação”.
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30 Maio 13
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