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Lembramos que A AURORA DO LIMA reserva-se o direito
de publicar ou não a totalidade do texto e de o simplificar para publicação.
Acabo de ter o grão prazer de ler no 'Aurora” do
dia 02Mai13 um interessantíssimo artigo de Helena Briosa e Mota, intitulado «A Alma
de Maio», acerca de um “Soneto manuscrito há cem anos por A. Corrêa
d'Oliveira".
Foi, de
facto, um enorme prazer, não só no plano intelectual, mercê do elevado nível
literário, manifesto, da Autora, mas também emocional. Na verdade, veio-me logo
à lembrança uma bela quadrinha que em Dezembro de 1952 o louvado Poeta
dedicou à minha Tia Armanda, que tão bem e tão atenciosamente, como foi sempre
seu timbre, o tratara dum delicado problema de visão, versos esses que
manuscreveu num bilhete postal, tendo no anverso uma fotografia, creio, que
dele, antiga, em grande plano, junto ao portão de entrada da quinta de Belinho,
sua residência, com o seguinte endereço: «Para Armanda, a bondosa enfermeira
de tantos olhos doentes».
Aos 30 anos oferece ao sobrinho pela conclusão do ensino primário
A respeito da D. Armandinha «dos olhos»,
como era chamada por muitos, no jornal “Paróquia Nova" (Nâ
Sâ de Fátima] escreveu o Sr. Padre Artur Coutinho, aquando do
falecimento de minha Tia, em Janeiro de 2010:
«Era a enfermeira que no consultório do Dr. Souto
Morais "fazia milagres', Maria Armanda da
Assunção. O que mais gostou na vida foi de ter dado vista a muita gente,
apareceram-lhe coisas impressionantes que o Dr. Souto Morais a considerava uma
milagreira. Recorda pessoas queimadas nos olhos com ácido sulfúrico, soda
cáustica, com cal e sempre conseguiu vencer. O seu
conhecimento com o oftalmologista foi aos 10 anos
quando começou a trabalhar na casa dele, nos serviços domésticos, depois como
cozinheira e acabou por tratar de olhos durante 45 anos. Quando eu tinha 9
anos, também me tratou da vista do lado esquerdo, porque a brincar traumatizei
o globo ocular. Tirou, disse-me ela, muitos corpos estranhos dos olhos às
pessoas e é por isso que o médico dizia Tu és milagrosa».
Carlos Fidalguinho (Sobrinho da Armandinha]
N. D. - Também passei, nos anos 50, pelo
consultório do Dr. Souto de Morais, onde D. Armandinha me tratava de uma
conjuntivite. Da simpatia como sempre fui acolhido, também avivo alguma
nostalgia da minha adolescência.
Armandinha aos 30 anos, na plenitude da beleza
jovem, tirada em estúdio, que ofereceu ao querido sobrinho pela conclusão da
instrução primária...
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