Estar na miséria não é somente não ter dinheiro
Conheça os três tipos de miséria que podem caracterizar o ser humano
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© Victor9501
Estamos no meio de mais uma Quaresma, mas pode ser que as coisas, palavras e gestos que fazem parte dela não nos toquem mais. Gostaríamos de trilhar o caminho da conversão estando mais convencidos da verdade, da bondade e da beleza.
Mas os dias e semanas passam e este tempo de penitência cristã que culmina na alegria da Páscoa exige de nós um toque de atenção quando já superamos o seu equador.
É verdade que os gestos, os textos, as cores litúrgicas e as práticas devocionais são os de sempre. Mas a minha vida de hoje é diferente daquela de um ano atrás. Há novidades que me encurralam, preenchendo minhas horas e meus dias de incerteza, temor e tristeza. Também pode haver novidades que abrem imensos horizontes da serena paz com a qual Deus desenha em minha vida a esperança com as cores da alegria.
O Papa Francisco nos convida a percorrer o caminho quaresmal como uma oportunidade para converter o coração, para dirigi-lo a Deus e ir ao encontro dos irmãos. Ele nos propõe três olhares atentos a este empenho, que têm a ver com o que ele chamou de "três misérias".
Em primeiro lugar, existe a miséria material. Ela caracteriza aqueles que vivem em uma condição que não é digna da pessoa humana: dos seus direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade, como o alimento, a água, as condições de higiene, o trabalho e a possibilidade de desenvolvimento e crescimento cultural. Frente a esta miséria, a Igreja oferece seu serviço para responder às necessidades e curar estas feridas que desfiguram o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo. Amando e ajudando os pobres, estamos amando e servindo Cristo.
Em segundo lugar, existe a miséria moral, que consiste em tornar-se escravos do vício e do pecado. Quantas famílias vivem angustiadas porque alguns de seus membros têm dependência do álcool, das drogas, do jogo, da pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida, estão privadas de perspectivas para o futuro e perderam a esperança! Nestes casos, a miséria moral também poderia quase ser chamadas de suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que também é causa de ruína econômica, costuma estar unida à miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e rejeitamos o seu amor.
Finalmente, existe a miséria espiritual, quando falta Deus em nossa vida. É preciso levar o anúncio libertador de que existe o perdão para o mal cometido, que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente, sempre, e que fomos feitos para a comunhão e para a vida eterna. O Senhor nos convida a anunciar com alegria esta mensagem de misericórdia e esperança! É maravilhoso experimentar a alegria de compartilhar a Boa Nova, este tesouro que nos foi confiado, para consolar os corações aflitos e dar esperança a tantos irmãos e irmãs mergulhados no vazio.
Três misérias, três convites a abrir nosso coração para que, nesta Quaresma única, Deus nos ilumine e nos converta com a graça do perdão.
(Artigo publicado originalmente por SIC)
Mas os dias e semanas passam e este tempo de penitência cristã que culmina na alegria da Páscoa exige de nós um toque de atenção quando já superamos o seu equador.
É verdade que os gestos, os textos, as cores litúrgicas e as práticas devocionais são os de sempre. Mas a minha vida de hoje é diferente daquela de um ano atrás. Há novidades que me encurralam, preenchendo minhas horas e meus dias de incerteza, temor e tristeza. Também pode haver novidades que abrem imensos horizontes da serena paz com a qual Deus desenha em minha vida a esperança com as cores da alegria.
O Papa Francisco nos convida a percorrer o caminho quaresmal como uma oportunidade para converter o coração, para dirigi-lo a Deus e ir ao encontro dos irmãos. Ele nos propõe três olhares atentos a este empenho, que têm a ver com o que ele chamou de "três misérias".
Em primeiro lugar, existe a miséria material. Ela caracteriza aqueles que vivem em uma condição que não é digna da pessoa humana: dos seus direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade, como o alimento, a água, as condições de higiene, o trabalho e a possibilidade de desenvolvimento e crescimento cultural. Frente a esta miséria, a Igreja oferece seu serviço para responder às necessidades e curar estas feridas que desfiguram o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo. Amando e ajudando os pobres, estamos amando e servindo Cristo.
Em segundo lugar, existe a miséria moral, que consiste em tornar-se escravos do vício e do pecado. Quantas famílias vivem angustiadas porque alguns de seus membros têm dependência do álcool, das drogas, do jogo, da pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida, estão privadas de perspectivas para o futuro e perderam a esperança! Nestes casos, a miséria moral também poderia quase ser chamadas de suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que também é causa de ruína econômica, costuma estar unida à miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e rejeitamos o seu amor.
Finalmente, existe a miséria espiritual, quando falta Deus em nossa vida. É preciso levar o anúncio libertador de que existe o perdão para o mal cometido, que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente, sempre, e que fomos feitos para a comunhão e para a vida eterna. O Senhor nos convida a anunciar com alegria esta mensagem de misericórdia e esperança! É maravilhoso experimentar a alegria de compartilhar a Boa Nova, este tesouro que nos foi confiado, para consolar os corações aflitos e dar esperança a tantos irmãos e irmãs mergulhados no vazio.
Três misérias, três convites a abrir nosso coração para que, nesta Quaresma única, Deus nos ilumine e nos converta com a graça do perdão.
(Artigo publicado originalmente por SIC)
sources: SIC
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