Meu amigo ateu
Pedi a Jesus que tocasse esse coração generoso e me ajudasse a dar um bom testemunho
Claudio de Castro
Participar de uma feira do livro é uma experiência singular. Todos os anos, alguém para na frente do meu estande, observa meus livros com curiosidade, olha para cima e lê o logotipo ("Editores Católicos") e, de repente, me diz: "Eu sou ateu".
A pessoa olha para mim esperando uma reação. Talvez imagine que pularei para trás ou me afastarei dela. Ela diz isso como se tivesse varíola ou outra doença contagiosa. Mas não consegue imaginar que nela eu vejo este Deus que habita em nós, pois "nele vivemos, nos movemos e somos".
Na verdade, espero com emoção por estas pessoas. Adoro conversar com elas, trocar ideias. Não procuro convencê-las. Isto cabe a Deus. Eu só escuto, sorrio e conversamos.
Este ano, eu estava mais atarefado do que nunca, carregando caixas, colocando livros nas prateleiras e, de repente, ele apareceu.
Era um uruguaio. Parou na frente do meu estande e me olhou como quem diz: "Você realmente acredita nestas coisas?". E então repetiu a frase pela qual eu esperei um ano inteiro: "Eu sou ateu". Foi um momento maravilhoso. Abri um sorriso, feliz pelo encontro. E ele ficou surpreso.
Eu lhe ofereci um livro sobre a família. "É um livro familiar", comentei. E ele o comprou. Depois de um tempo, voltou dizendo: "Você me enganou. Li o seu livro e ele fala de Deus". Na verdade, eu nunca quis que ele se sentisse incômodo, muito pelo contrário.
"Perdoe-me, não pude evitar – desculpei-me. Mesmo que eu quisesse me calar, sempre penso em Deus. E não consigo evitar mencioná-lo." Nesse momento, começamos nossa conversa.
"Você é o meu amigo ateu", comentei-lhe, feliz. Ele me olhou sem entender. Não conseguia imaginar que eu o esperei durante um ano. E lhe expliquei.
Cada dia, no começo da feira, eu o via passar e nos cumprimentávamos de longe, cordialmente. Era uma boa pessoa. De vez em quando, eu o procurava para cumprimentá-lo. E trocávamos algumas palavras amáveis.
No último dia, fui até o seu estande para dar-lhe um livro: "A ternura de Jesus". E ele me perguntou com ironia: "Por que será que vocês, cristãos, sempre que encontram um ateu, querem convertê-lo?".
"A única coisa que eu quero é lhe presentear com um dos meus livros – respondi – para que você o tenha como uma lembrança. Somente isso, uma lembrança." Ele pegou o livro como quem quer e não quer ao mesmo tempo. Guardou-o no bolso da sua camisa, perto do coração.
Pedi a Jesus que tocasse esse coração generoso. E a mim, que me ajudasse a dar um bom testemunho ao longo do próximo ano, até que voltemos a nos encontrar.
A pessoa olha para mim esperando uma reação. Talvez imagine que pularei para trás ou me afastarei dela. Ela diz isso como se tivesse varíola ou outra doença contagiosa. Mas não consegue imaginar que nela eu vejo este Deus que habita em nós, pois "nele vivemos, nos movemos e somos".
Na verdade, espero com emoção por estas pessoas. Adoro conversar com elas, trocar ideias. Não procuro convencê-las. Isto cabe a Deus. Eu só escuto, sorrio e conversamos.
Este ano, eu estava mais atarefado do que nunca, carregando caixas, colocando livros nas prateleiras e, de repente, ele apareceu.
Era um uruguaio. Parou na frente do meu estande e me olhou como quem diz: "Você realmente acredita nestas coisas?". E então repetiu a frase pela qual eu esperei um ano inteiro: "Eu sou ateu". Foi um momento maravilhoso. Abri um sorriso, feliz pelo encontro. E ele ficou surpreso.
Eu lhe ofereci um livro sobre a família. "É um livro familiar", comentei. E ele o comprou. Depois de um tempo, voltou dizendo: "Você me enganou. Li o seu livro e ele fala de Deus". Na verdade, eu nunca quis que ele se sentisse incômodo, muito pelo contrário.
"Perdoe-me, não pude evitar – desculpei-me. Mesmo que eu quisesse me calar, sempre penso em Deus. E não consigo evitar mencioná-lo." Nesse momento, começamos nossa conversa.
"Você é o meu amigo ateu", comentei-lhe, feliz. Ele me olhou sem entender. Não conseguia imaginar que eu o esperei durante um ano. E lhe expliquei.
Cada dia, no começo da feira, eu o via passar e nos cumprimentávamos de longe, cordialmente. Era uma boa pessoa. De vez em quando, eu o procurava para cumprimentá-lo. E trocávamos algumas palavras amáveis.
No último dia, fui até o seu estande para dar-lhe um livro: "A ternura de Jesus". E ele me perguntou com ironia: "Por que será que vocês, cristãos, sempre que encontram um ateu, querem convertê-lo?".
"A única coisa que eu quero é lhe presentear com um dos meus livros – respondi – para que você o tenha como uma lembrança. Somente isso, uma lembrança." Ele pegou o livro como quem quer e não quer ao mesmo tempo. Guardou-o no bolso da sua camisa, perto do coração.
Pedi a Jesus que tocasse esse coração generoso. E a mim, que me ajudasse a dar um bom testemunho ao longo do próximo ano, até que voltemos a nos encontrar.
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