sábado, 3 de outubro de 2015

T E O L O G I A S I M P L I F I C A D A ---- AMÉM

                                  T E O L O G I A     S I M P L I F I C A D A

                                 AMÉM

                             Padre Prof Doutor  JOSÉ LIMA

Gostaria de contribuir para uma forma mais esclarecida de empregar certas palavras que servem o dicionário religioso de todos os crentes e não crentes no cenário movediço da cultura de hoje. Abordarei palavras que se empregam todos os dias e darei delas as acepções mais vulgares.
Não se espere destas linhas senão um esclarecimento julgado útil para o homem contemporâneo.
AMÉM (substantivo masculino com plural / “améns”) é uma palavra que frequentemente \ se utiliza nas liturgias, sobretudo nas cristãs, no final das orações, dos Hinos, das doxologias e fórmulas gestuais (como o sinal da cruz no catolicismo). Pode usar-se directamente (ámen) ou em tradução portuguesa (amém). Aponta para a conformidade da pessoa com tudo aquilo que acaba de ser dito ou realizado. Aparece muitas vezes como aclamação de toda a Comunidade
à oração proferida pelo oficianle ou presidente. Muitas vezes aparece como simples inteijeição concordante.
Uma boa tradução na usual língua comum seria OK (de origem inglesa).
Ambas (comummente) exprimem o assentimento pessoal com algo, a concordância incondicional com o conjunto proferido.
A palavra tem origem hebraica — amén
- o que possibilita a sua transcrição directa e que em Portugal aparece desde o uso por via directa do Latim (amén, améns).
Trata-se de um assentimento consentido, de um “assim seja”. Aparece mesmo duplicado - Amén, amén - para indicar correntemente o rigor da locução proferida, a proeminência do enunciado (sobretudo em textos da literatura bíblica com transcrição directa do hebraico).
Dizer AMÉM no fim das orações significa o acordo conferido ao que acaba de ser dito. (Aliás, era corrente na linguagem do povo, que dizia amém no seu quotidiano em conversas simples, rotineiras. O uso era freqüente na linguagem jurídica nos anos 60/70 do século passado).
Dizia uma criança que é como quem diz “está bem”, boa expressão que indica o mesmo, que diz assertivamente o que se pensa. Assim, quando na Liturgia católica alguém diz “amém” depois de receber na mão o Corpo de Cristo, profere um OK, um “está bem”, ou mesmo um “estou de acordo”. Concorda-se com o proferido por si ou sobretudo quando se está de acordo com o que diz outra pessoa. Assim, quando se aclama amém no fim de orações confirma-se solenemente o acordo com o que foi dito.
AMÉM é solene confirmação pessoal. “Estou contigo” significa amém em conversas habituais. A linguagem religiosa evita-se hoje, mas há momentos em que a força do hábito a impõe.
Para uma percentagem grande de portugueses, a expressão ainda é comum. Vai perdendo, porém, terreno à medida que a cultura dos grupos é mais secularizada e voltada para as novas expressões da língua comum hodierna, o inglês. Neste sentido, dizer amém é mais tradição que dizer OK (que é mais inovação), mas é a mesma afirmação que se faz.

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