quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A F a m í l i a


A    F a m í l i a

 

O Bispo da Diocese de Portalegre e Castelo-Branco, participante no Sínodo foi perentório em afirmar que o Sínodo não tem nada a ver com o que se passa nos médios. Uma coisa é o que se passa lá dentro com cordialidade, fraternidade sacerdotal e diversidade por diferenças de cultura, mas isso não é motivo de crispação, de divisão para a Igreja, mas de uma maior e clara comunhão eclesial. A Igreja não vai mudar nada do que é a doutrina sobre a Família.

Não vai transformar o que a média queriam que é algo que é contra a família, que agora seja banido da “lista” de pecados para serem valores. O que antes era valor passasse agora a ser contra-valor.

Atravessamos uma época que em nada é a favor da família. É o marido e a esposa que já não têm tempo um para o outro, quanto mais para os filhos!... É a mulher que não tem tempo para dar filhos e tudo a manieta: o emprego, a falta de apoios logísticos, a falta de tempo… Mas com tempo, às vezes, para as suas noitadas com as colegas de trabalho, com as da mesma equipa, com as chefias ou, como por exemplo, no dia da Mulher. Sei que nem toda a gente concorda comigo, mas, na minha opinião, a mulher hoje tem de acabar com o seu dia… Então o dia do Homem?!... Nem um nem outro, enquanto até aqui fez falta combater machismo, hoje, isso já não existe… Antigamente o machismo era tão grande que este dia tinha o seu significado…

De uma vez para sempre haja respeito entre um e outro…

 
 
É bom que o homem tenha em conta que a mulher é igual em direitos e deveres, em dignidade, assim como a mulher veja o marido com os mesmos direitos, mas a mulher já atingiu aquilo que pretendia. Foi a sua emancipação. Muito bem. Agora acho que já chega. Na minha modesta opinião o objectivo deste dia está alcançado. Casos esporádicos vão existir sempre não só em relação à mulher, como em relação ao homem, em todo o Mundo. Ela já bate no marido e já o marido não bate nela!... Nem têm que bater um no outro!

Têm, mas é de namorar sempre, mesmo com os filhos e que os filhos vejam como os pais se amam e, apesar das adversidades, sabem, pelo diálogo, chegar a bom termo fazendo-se felizes e felizes os filhos com orgulho pelos pais que têm.

A Família hoje está em causa por falta deste “tempo” que é salutar para o diálogo porque, para muitos, depois do emprego e do dinheiro, estão os milhões no futebol que cala meio mundo, a política obstrutiva a uma família unida e coesa pelos laços da comunhão física e espiritual entre esposos e filhos.

Está ainda a vida difícil de suportar e sobreviver a uma economia de capitalismo cego.

Parece-me que o que se pretende é uma vida de família sem valores, em vez de preservar a sua união.

É o sexo em primeiro lugar, é a defesa de valores que se sobrepõem à vida humana em favor dos outros seres vivos.. Matam-se os bebés, a lei permite o aborto e paga até a quem o quiser fazer à custa do dinheiro do Zé, explorado, atirado à miséria, à fome, à marginalidade…

A Família está a ficar sem suporte de segurança, de estabilidade e coesão a ponto de se separar devido à profissão do casal: um no Algarve e outro no Minho, por exemplo. A esposa vai só. O marido vai e deixa a família, ou o marido toma conta dos filhos. A esposa fica só, sem suporte familiar, a cuidar dos filhos e do seu trabalho.

A mãe lá vai…ou vice-versa!...Não há tempo para a família!

 


 
 
Já alguém notou quando há futebol? A essa altura não há crianças a chorar, há crianças esquecidas e abandonadas. Nem filhos a pedir nada porque os pais estão presos à televisão, aos Média para vibrar forte, fortemente, a cada passo de pé para pé, de bola para bola, de jogador para jogador, de fulano para fulano, de rasteira em rasteira, de canto a canto. De baliza para baliza até gritar gooooooooooooolo!... Ou, então, sai estrondosamente um “ai!” tão alto e de desespero, de insatisfação porque falhou…O bebé que já dormia, depois de ter chorado sem conforto, acorda assustado para voltar a chorar…É o jogador é o árbitro, é o capitão da equipa, o treinador, é a direcção do clube… e os filhos passam ao lado, ninguém os vê, nem lhes liga. Espantoso! Abandono por pouca coisa!...

Não se vai à reunião de pais na Escola porque não há tempo, mas também não se o procura,… se faz pelo tempo para isso…

Os professores que os aturem. Se estão mal-educados ou não têm aproveitamento foram os professores que são novos, que não sabem educar.

Convém lembrar que a educação tem de vir de casa, a escola os professores são apenas complemento para aquilo que os pais não podem, nem sabem.

Não esperem que os filhos mal-educados porque integrados numa família sem estrutura de uma vivência familiar normal vão ser exemplo na escola, ou que a escola vai “endireita-los”.

A Família, se os políticos não mudarem de sistema está condenada ao fracasso. O que hoje é valor amanhã é contra-valor e a sociedade cada vez mais sem pontos de referência e de discernimento se há-de ser um filho que se procura ou um cãozinho ou gatinho para companhia.

A Família é a célula da sociedade?

Qual a sociedade, de anarcas?... De uma vida sem regras?

Vamos todos trabalhar defendendo os valores da família seja com valores do sínodo ou não, mas com valores com ética, moral, civismo nos média, pois, nesses pomos a nossa descrença, nem acreditamos. Há tanta coisa boa que acontece e os média esquecem-nos para vivermos uma sociedade negativa, de obscurantismo e de morte.

Como começam os noticiários?...Sempre com as notícias dramáticas, de ciúmes, de “acidentes” ou incidentes na família, na escola, na rua; de violências de toda a ordem, de esquecimento dos idosos e de preferência entregá-los a alguém 24 horas sobre 24 horas, ainda que seja a uma “criadita”, a começar a vida, como se dizia noutros tempos, sem responsabilidade, nem competência!...

Esta família não pode subsistir. A nossa luta tem de ser profunda e forte custe o que custar.

Ela deve ser minha, mas também tua porque no seio da família nascemos ambos.
 
20/10/2015                                                                                                             A. C.

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