segunda-feira, 29 de junho de 2015

Violência


Violência

Manuel de Oliveira Martins
 
Todos os dias somos confrontados nos meios de comunicação com notícias de violência desmedida e injustificada, com origem, muitas vezes, em razões fúteis, que degeneram em agressão e/ou em morte.

Este surto de violência tem vindo a aumentar nos últimos tempos, é preocupante e merece das autoridades uma atenção redobrada e um inquérito às causas que estão na sua origem.

Sempre ouvi dizer que se deve ex-terminar o mal pela raiz, expressão com a qual concordo plenamente. Não se deve negligenciar os princípios básicos que regem a sociedade, sob pena de se perder o controlo dessa mesma sociedade.

A educação está na base de tudo o que se é na vida. Nela reside a essência da sociedade que construímos. A educação não suporta negligência e tolerância, antes pelo contrário, exige disciplina e rigor, que é muito diferente de prepotência e brutalidade.

É no «berço» que se criam e perpetuam para a vida os bons hábitos, que a escola deve complementar, e corrigir nos casos desviantes de conduta atípica motivados pela falta de carinho, atenção e amor, que não foram ministrados no «berço».

Os casos de violência que têm vindo a lume revelam que a sociedade está enferma e precisa urgentemente de ser tratada dos males que padece.

A polícia, entidade do Estado de direito, tem como missão principal garantir a segurança de pessoas e bens.

Não querendo fazer julgamentos prévios ao oficial de polícia que foi protagonista dos inqualificáveis incidentes ocorridos no dia 17 de maio, no final do jogo entre o Guimarães e o Benfica (penúltimo jogo da 1- Liga de futebol) que terminou com um empate a zero, nem tão-pouco classificar a instituição de Polícia por este ato tresloucado de um dos seus agentes, não posso deixar de mais uma vez apelar ao legislador para rever as regras de admissão e progressão dos agentes de autoridade, submetendo-os a exames psicotécnicos imprescindíveis para o exercício da profissão que envolve o contacto com seres humanos possuidores dos mais díspares caracteres e personalidades.

Os órgãos de comunicação social, céleres em dar a notícia em primeira mão para captar audiências, também precisam de aprender e ponderar, quando e como, devem dar a notícia para evitar o despoletar de situações como as que se viveram no Marquês de Pombal. E preciso ter consciência do acendimento do rastilho, para evitar situações desagradáveis como aquelas que se viveram na noite dos festejos do título na zona do Marquês de Pombal, que podiam ter sido muito mais graves.

Outro caso que se prende com a violência e que merece também muita atenção da parte do legislador, é o caso do sargento com baixa psiquiátrica, que possuía um arsenal de 30 armas, das quais 29 estavam legalizadas; a única que não estava foi a que originou o crime que vitimou o gerente da pastelaria de Benfica. Um militar perfeitamente identificado e com cadastro, com baixa psiquiátrica, não pode andar à solta nem ter acesso a uma arma, muito menos a 30.

Somos aquilo que criamos, para o bem ou para o mal. Não basta ter pão, é preciso ter educação, ferramenta primordial em toda a estrutura do ser humano enquanto membro de uma sociedade sadia e culturalmente evoluída.


A aurora do Lima – 18 de Junho de 2015

O primeiro filho


O primeiro filho
Sidónio Ferreira Crespo

 A parturiente, que fora internada no hospital da cidade onde vivia, acabou de deixar a sala de partos, após o nascimento de uma criança robusta e perfeita, que passou a alegrar todo aquele ambiente maternal. Mas a jovem mãe não conseguiu recompôr-se, naquele momento, o mais sublime de toda a sua vida, o de ver nascer o filho amado, desejado e esperado. Como reforço de apoio foi acompanhada pelo homem mais especial do mundo, que naquela altura era o seu entendimento, e que tinha escolhido para dividir tudo, inclusive, ou principalmente, aquela ocasião enorme, gigantesca, incontida, no palpitar de todas estas emoções.

Meio perdida, aliás, neste instante completamente, regressa ao quarto da maternidade, deixando o seu que há pouco tempo era parte do seu corpo, agora, aos cuidados médicos e de enfermagem, para o obrigar a respirar e a experimentar os seus primeiros momentos secos. A anestesia injectada através da milagrosa agulha, vai deixando a epidural de fazer efeito e a lucidez absoluta começa, então, a aparecer, a pouco e pouco.

Eis que chega, depois, a criança recém nascida. Rostinho redondo, toda flácida, rosada, num sossego que quase sufoca das ondas do amor que levanta dentro da gente. A chata da enfermeira pergunta se urinou e, quando finalmente, ouve a resposta afirmativa, acrescenta — e defecou? —. Bolas! Não são horas de falar nessas coisas, mas nos cuidados, futuros, do bebé.

É hora, também, de regularizar outras situações relacionadas com a higiene da mulher e daquele que há pouco era nascituro. — Venha tomar um banho. — Convida a danada da enfermeira.

A pessoa, enquanto tenta calcular todas as possibilidades de fuga viáveis, responde, automaticamente, após o parto, as sensações vividas são as mais estranhas. Parece que tudo está solto por dentro do corpo, sem caber, sem poder segurar-se. Pensar que, no primeiro passo a dar se iria tropeçar, de certeza, através da mente, no útero ou na bexiga, tudo vencido pela gravidade, toma-se um prodígio. O pensamento gravita no espaço físico que nos envolve, dando a impressão que não deve ser muito diferente do que andar no planeta lua.

O que não se poderia imaginar revelou-se, então, quando a enfermeira pediu para ser tirada a bata do hospital. Nos momentos seguintes, as cenas vividas deveriam estar censuradas para menores e, principalmente, para puérperas. A barriga, a barriguinha, da qual tanto se cuida virou uma... uma coisa completamente diferente do que era antes. Lamenta-se! Mas num jeito bastante ameno aceita-se, face ao prazer de ser mãe.

A enfermeira aconselha a usar cinta, a fim de dar início ao esforço, para arrumação interna, do organismo da pessoa. Nada está perdido. Tudo se conjuga. Vem a caminho a troca de fralda, o bálsamo, as gotas para as dores intestinais, a compensação do momento, a certeza de que tudo está no lugar adequado, na hora exacta, na conjugação com a mãe, o pai, restante família e aquela bênçãozinha toda acautelada. Meu Deus! Tudo gira em volta daquela criança e nem se dá conta de que tudo isso é o primeiro dia, ou na verdade, as primeiras horas, orientado pela enfermeira que dá, sempre, uma mãozinha.

Há mulheres e mulheres! Aquelas que não querem ter filhos por opção própria. Aquelas que queriam ter filhos, mas a medicina ainda não debelara as causas impeditivas. Aquelas que gostavam, porventura, de ter filhos, mas por variadas razões, tanto próprias, como conjunturais, ladeiam o problema do parto. E há as que a ocasião materna é tudo para elas. Criar um ser, dentro delas, preso por um cordão umbilical, durante cerca de nove meses e sentir, com o tempo, essa nova pessoa a criar forma e a dar sinais de vivacidade, torna-se fenomenal, além de se transformar num dos maiores dons da natureza. 0 Projecto procriar, à primeira vista, é muito assustador. Surge a responsabilidade, na vida, de ter que administrar, pela primeira vez, algo que não pode, jamais, dar errado. Não se pode acabar, cancelar, adiar, deixar para o outro dia, protelar, prorrogar, delegar, fugir, a correr, para o meio da rua... É necessário encarar!

O primeiro dia em casa, após a maternidade, torna-se uma loucura. Falta a prática, sobra a manga da camisa para uns bracinhos tão miudinhos, sem falar nos intermináveis choros e nos "cocós” em jacto. E o banho? Loucura colocar na banheira uma coisinha de tão pequena dimensão e friorenta. Muitas fraldas. As cólicas prosseguem. Depois, tudo se acalma. A rotina torna-se agradável...

Uma vez em casa, por norma, tudo fica a cargo da mãe, que atende o bebé, além do não menos trabalhoso puerpério. Nesse período, segundo dizem os peritos do foro da obstetrícia, tecnicamente compreendido entre os doze meses que separam o parto da vida normal, as primeiras semanas são maçadoras. O peito incha, dói, seca, dói de novo, depois racha, a cinta aperta, a barriga cai toda a vez que se vai tomar banho, mas o marido e os pais, dos dois lados, agora avós, tentam controlar todas estas crises que afectam o normal funcionamento familiar. Se os réditos, porventura, não escasseiam, pensa-se consultar o cirurgião plástico, a fim de reparar todas aquelas sequelas, através do silencioso bisturi, sem tão-pouco esquecer as estrias corporais, que só com cremes e massagens ficam apenas disfarçadas. E ninguém dorme dentro de casa... porque o redentor pequerrucho acorda, a cada instante, na sequência dos eventuais ataques de choro.

O tempo passa... As feridas cicatrizam, a barriga volta ao normal, pelo menos ao que se pode considerar normal, dali para a frente, e os hormónios estabilizam. Nota-se o desdobrar das unhinhas das crianças, as fraldas vão sujando menos, o umbigo cai, os sonos equilibram-se e tudo, então, se vai ajustando. Chegará o dia em que a mãe e o pai conseguem acertar, novamente, a metarmofose do viver.

É uma delícia presenciar o rebento a crescer... Observar os primeiros sorrisos, a ida às vacinas, as iniciais tentativas de segurar as coisas, o jeito que vai tomando, que cada dia se torna mais apaixonante. Mas, quando se está no auge do idílio, acaba-se a licença de maternidade. Que aborrecimento! Um novo cordão de vida se parte. Uma ruptura mais doída, é verdade, mas tudo terá de ser adaptado, atenta a lei natural que rege as coisas.

É nos doze primeiros meses de vida que a criança alcança a sua maior taxa de crescimento. O normal é dobrar de tamanho e de peso. Sem falar, tão-pouco, no que tem de aprender a sentar-se, a andar, a expressar as vontades, a comer, a brincar, a rir e a falar. Vieram os primeiros passos, as primeiras quedas e, logo em seguida, um tombo enorme, que se espera ser o único, mas que nunca bate certo. Para maior complicação surge, ainda, a esquisita comichão numa boca tão pequenina, devido ao nascimento dos primeiros dentes.

Engraçado! Como o bebé se desenvolve rápido. Aliás, de repente. Não é que se pariu hoje e nem se sente o tempo passar, até se perceber que virou a um sujeitinho voluntarioso e falante. Tudo acontece aos saltos! Num dia mal se sustentam sentados e passado pouco tempo estão engatinhando. Os primeiros anos de vida são um mundo cheio de descobertas, para o bebé, e surpresas, para os pais.

A gente fica parva cada vez que uma nova habilidade é adquirida, por mais que se tenha vivido tudo, ali, sempre de perto. Aparece o abraço mais apertado e querido do mundo, quando ele, ou ela, numa alegria cintilante, mostrando uma carinha cheia de felicidade, afirma, de forma peremptória, sem reservas íntimas, mais ainda com a voz oscilante, que ama os pais.

Nota: Este conto, por vontade do autor, não segue as normas do novo acordo ortográfico.

A aurora do Lima – 18 de Junho de 2015

Até as prostitutas vos precederão no Reino de Deus


Até as prostitutas vos precederão no Reino de Deus

Manuel José Ribeiro

Última crónica tinha como título "As mulheres e as religiões" e, sobre esse tema, relatava as pesquisas que tive de fazer para provar a seriedade do seu conteúdo. O título da presente crónica também não é invenção minha. Fui buscá-lo a uma sentença de Jesus Cristo, a que retirei a palavra "publicano” e acrescentei, para dar mais força expressiva, a palavra "até". Quem quiser ter uma noção das circunstâncias dessa frase poderá consultar o Evangelho de Mateus no capítulo 21, 23-32. A sentença textual de Jesus é esta: "Em verdade vos digo: os publicanos e as prostitutas preceder-vos-ão no Reino de Deus". Se tivermos em conta a quem Jesus dirigiu estas palavras fortes, poderemos concluir muita coisa. Estas palavras foram dirigidas aos Príncipes dos Sacerdotes, à poderosa e interesseira classe sacerdotal do Templo de Jerusalém, quando encontraram Jesus a ensinar e, de imediato, aqueles lhe perguntaram com que direito Jesus ensinava e quem lhe tinha dado a autoridade para isso! Se da palavra prostituta (ou meretriz ou puta] ninguém tem dúvidas quanto ao seu significado e à baixíssima posição social que "a mais antiga profissão do mundo" sempre ocupou, resta-me acrescentar que os publicanos eram odiados (isso mesmo, odiados) pelo povo de Israel, pois eles, além de cobradores de impostos para os Reis e para os Imperadores Romanos, também retiravam largas somas de dinheiro para si próprios. Umas e outros, já se vê, eram fortemente desconsiderados.

Portanto, se para Jesus até as mulheres mais desacreditadas socialmente — as meretrizes — eram mais dignas do que a classe sacerdotal do seu tempo (intelectualmente autoconvencida, soberba, poderosa, ciosa dos seus privilégios, gananciosa), qual seria a consideração de Jesus Cristo pelo comum das mulheres, das esposas e mães, que eram maltratadas quer pela Lei de Moisés e, claro, pelo poder patriarcal e machista dos homens do seu tempo? Obviamente: Jesus tinha pelas mulheres a mais elevada consideração!

E, de imediato, ocorre-me a pergunta (a mim e, muito provavelmente, aos leitores que me seguem). E tem justificação plausível o tratamento discriminatório (no mínimo) que a "classe sacerdotal" do cristianismo, a partir das imperiais cidades de Roma e Constantinopla, deu às piedosas mulheres cristãs? Nenhuma justificação. Jesus foi uma pessoa fora do comum, de elevadíssima inteligência e, realmente, de uma infinita bondade. Mas não deixou códigos alguns e muito menos manuais de doutrina ou de comportamentos de qualquer espécie, designadamente sobre matéria sexual, e fez tudo para banir os preconceitos do seu tempo. O único mandamento foi o do Amor (amai-vos os aos outros como eu vos amei) e a única oração foi a do "Pai-nosso que estais no Céu". No dia em que escrevo esta crónica (o Domingo do Corpo de Deus), é indubitável a posição de Jesus em relação a toda a humanidade e, claro, às mulheres. Trata-se do episódio da Última Ceia (instituição da Eucaristia), nas vésperas das celebrações pascais judias:" Isto é o meu corpo, o sangue da Aliança, que é derramado por toldos" (Marcos, 14, 22-24)

Os próprios evangelhos canónicos (aqueles que são usados e autorizados pelas Igrejas Cristãs) narram vários episódios e transcrevem muitas palavras de Jesus que desmentem categoricamente esse comportamento discriminatório em relação às mulheres, tratamento esse que foi norma e prática da hierarquia religiosa (masculina) até aos nossos tempos. Se a esses episódios dos evangelhos canónicos juntarmos outros que vêm referidos nos chamados evangelhos apócrifos (secretos, escondidos), torna-se claríssimo que, nessa matéria, a doutrina (o dever ser) das Igrejas Cristãs (de uma parte delas, designadamente o Catolicismo) não é coerente com os ensinamentos de Jesus. Mas salvo melhor opinião.

Julga-se que é o momento de mudar algo (ou muito) sobre o papel das Mulheres na orgânica da Igreja. Há que pôr fim à demonização da mulher e trazê-la para o seio da comunidade cristã sem horrendos preconceitos e ultrapassadíssimas cautelas. O clero masculino (todo ele) só teria vantagens nessa aproximação natural, às claras. Os crentes católicos esperam que o Papa Francisco, depois do Sínodo dos Bispos sobre a Família, se vai concentrar no arejamento da orgânica clerical, exclusivamente machista ainda nos tempos actuais, e, portanto, parcialmente representativa da Humanidade: "O sangue da aliança foi derramado por TODOS", ensinou Jesus.

(NOTA: a maior parte das edições dos Evangelhos, que consultei sobre o episódio da Última Ceia, refere, para minha surpresa (embora não total, mas, mesmo assim, perturbadora), as expressões "sangue derramado por muitos homens" (Mateus), ou "derramado por muitos" (Marcos), ou "sangue derramado por vós" (só os discípulos?), em Lucas. Em que ficamos? Num tempo em que as informações correm mais velozes e todo o mundo tem acesso às mesmas, torna-se imperioso que alguém explique estas estranhíssimas incongruências).

(Bibliografia base: os Evangelhos e o livro "Jesus e as Mulheres”, de Françoise Gange, Editora Vozes, de Petrópolis, Brasil)

(manuelribeirojor@gmail.com)

A aurora do Lima – 18 de Junho de 2015

domingo, 28 de junho de 2015

Dar Alma à Vida XLIV


Dar Alma à Vida XLIV

 

Envolver-me no mundo com alegria e com coragem para darmos as mãos para atingir o mesmo objectivo, é dar Alma à Vida.

Deus é Deus, é o que é, nunca foi, nunca será, é um eterno presente ser (é).

Deus é Vida que envolve a vida de todos e dar Alma à Vida é fazer com que a Vida se envolva nas dimensões de horizontalidade e na Verticalidade.

Dar Alma à Vida é fazer com que respeitar e amar o outro, como se diz, não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti.

Esta é de facto uma máxima para que a Vida tenha mais Alma, e esta faça da Humanidade uma Comunidade de paz e de Amor.

Dar Alma à Vida é envolver-me na Vida de Deus, Deus que é Amor.


Amar com a medida de Deus demonstrada no seu Filho Jesus, é dar Alma às coisas que fazemos.

Não se dá Alma à Vida quando se magoa alguém, quando se atropela a inocência de uma criança, ou se violenta moral ou materialmente um deficiente, um idoso, um indefeso, ou outro qualquer ser humano.

Não se dá Alma à Vida quando não se faz nada pela natureza obra de Deus. Quando não se defende o ambiente…às vezes, em vez de lhe dar a beleza que lhe Deus lhe deu para nosso bem, a tirarmos.


 
Não damos Alma à Vida quando destruímos tudo quanto Deus fez e se é racista no sentido lato, destrói aquilo quanto Deus nos deu para o equilíbrio do ambiente, da natureza.

Dar Alma à Vida XLIII


Dar Alma à Vida XLIII

  


Envolver-me no mundo com alegria e com coragem para darmos as mãos para atingir o mesmo objectivo, é dar Alma à Vida.

Deus é Deus, é o que é, nunca foi, nunca será, é um presente ser (é).

 
Deus é Vida que envolve a vida de todos e dar Alma à Vida é fazer com que a Vida se envolva nas dimensões de horizontalidade e na Verticalidade.

Dar Alma à Vida é fazer com que respeitar e amar o outro, como se diz, não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti.

Esta é de facto uma máxima para que a Vida tenha mais Alma, e esta faça da Humanidade uma Comunidade de paz e de Amor.

Dar Alma à Vida é envolver-me na Vida de Deus, Deus que é Amor.

Amar com a medida de Deus demonstrada no seu Filho Jesus, é dar Alma às coisas que fazemos.

Não se dá Alma à Vida quando se magoa alguém, quando se atropela a inocência de uma criança, ou se violenta moral ou materialmente um deficiente, um idoso, um indefeso, ou outro qualquer ser humano.

Não se dá Alma à Vida quando não se faz nada pela natureza obra de Deus. Quando não se defende o ambiente e em vez de lhe dar a beleza que lhe Deus lhe deu a tirarmos.

Não damos Alma à Vida quando destruímos tudo quanto Deus fez e se é racista, destrói aquilo quanto Deus nos deu para o equilíbrio do ambiente, da natureza ou das coisas vivas.

Dar Alma à Vida XLII


Dar Alma à Vida XLII

 

É fazer das nossas relações sociais entre uns e outros, relações algo de mais transcendental, ainda que pareça difícil.

Dar Alma à Vida é preciso vivê-la com o que é transcendental para mim. É a minha opinião; seja a transcendência que for.

 
Dar Alma à Vida ainda que tenha cariz laico como dizer “Nosso Senhor nos valha” de quem não tem fé, é tão importante como dizer que a nossa vida esteja ligada a algo absoluto e por isso muitas vezes ouvimos palavras como “Graças a Deus”, “Até amanhã, se Deus quiser”, “Deus nos dê boa viagem”, “Com saúde e a graça de Deus já não se é pobre”, “Deus nos dê boa noite”. Em Goa, no seu dialecto, está no Bom dia (Deus te dê um bom dia), Boa tarde (Deus te dê boa tarde), Boa noite (Deus te dê boa noite), quando se dá bom dia, boa tarde e boa noite. Esta marca que ficou no seu dialecto verifica-se que desde o Oriente ao Ocidente ninguém nos pode retirar raízes cristãs. Elas vêm ao de cima e a Vida vivida assim até tem mais Alma.

 
Dar Alma à Vida é reconhecer que Deus Pai não nos abandona nas adversidades, Deus Pai não deixa o homem só, à deriva, como Sua Mãe, Mãe do Céu, junto à Cruz de seu Filho, agora no Céu, interceda por nós e dá-nos força e coragem para seguir em frente.

Dar Alma à Vida XLI


Dar Alma à Vida XLI

 

É preocupar-me com quem precisa porque Deus nunca deixa o homem sozinho, perdido no tempo e no espaço.

Dar Alma à Vida é cuidar com Amor de Pai aquele que se encontra ao meu lado e Deus está com ele a fazer uma caminhada de esperança na salvação…

Dar Alma à Vida é dar com o outro um passo em frente na Vida. É levar a Vida com maiúscula àquele que a vive com minúscula. Vidas há muitas, mas vidas com Alma há menos!...

Dar Alma à Vida é respeitar a natureza como um dom de Deus que se quer perfeito e estável para o mundo. É abandonarmo-nos na mão de Deus com humildade e com confiança fazendo tudo o que nos cabe a nós para que a nossa Vida seja vivida com Alma.


Dar Alma à Vida é olhar para o nosso Deus e não o ver tão distante, mas muito próximo e nada indiferente às nossas fragilidades e adversidades que o mundo nos traz.

Dar Alma à Vida é ter a Alma do Apóstolo Paulo que não tendo visto Jesus, descobriu-o numa nova forma de ver, descobriu numa Luz que não se apaga mais e com ela quer fazer felizes os outros.

Dar Alma à Vida é crer no mistério, rasgar as trevas da noite porque nas tempestades da Vida, como nas vitórias há sempre Alguém que acalenta, dá força e coragem.

Dar Alma à Vida é viver a Vida com Luz, Alegria e Esperança em Jesus e Maria, em que pomos toda a nossa confiança.

 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

O que é a segunda comunhão?

O que é a segunda comunhão?



Conheça uma ideia criativa que algumas paróquias estão tendo para que a 1ª Comunhão não seja... a última

Conheça uma ideia criativa que algumas paróquias estão tendo para que a 1ª Comunhão não seja... a última

23.06.2015
Eucharist © Antoine Mekary© Antoine Mekary / Aleteia
Em algumas paróquias, depois da celebração da Primeira Comunhão, na qual as crianças recebem a Eucaristia pela primeira vez, solenizou-se, no domingo seguinte, a Segunda Comunhão.

É uma maneira de fazer as pessoas entenderem que a participação na missa, na qual se recebe o Corpo de Cristo, pode e deve se tornar um hábito, repetir-se pelo menos todo domingo.

Nossa vida cristã, de fato, se alimenta dos sacramentos, em particular da Eucaristia, da escuta da Palavra, da oração e das obras de caridade. Não podemos achar que somos cristãos se descuidamos dos meios de graça que o Senhor coloca à nossa disposição.

Nossa fé não é uma teoria, um conjunto de ideias, e sim, antes de tudo, uma vida concreta, amor aos outros, diálogo com Deus.

Partindo desse ponto de vista, as palavras sobre a Eucaristia que Mondadori nos diz são uma saudável provocação. Quantas vezes vamos comungar sem realmente perceber o imenso dom que recebemos, sem deixar que ele transforme efetivamente nossa vida?

“O Corpo de Cristo sacia a infinita sede que o homem tem da beleza, faz sentir a paz de um mistério imenso”, disse Mondadori. Em seu livro “La revolución eucarística”, ele fala do homem do futuro, que pode realmente transformar o mundo: é o homem eucarístico, “que se coloca frente à beleza que emana e provém da fonte eucarística, e é invadido por ela para levar sua luz ao mundo”.

domingo, 21 de junho de 2015

Conheça um pouco mais da história das aparições de Nossa Senhora na França


 

 

Quando a Virgem Maria aparece para os seus filhos

Conheça um pouco mais da história das aparições de Nossa Senhora na França


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Das quinze aparições da Virgem Maria oficialmente confirmadas pela Santa Sé no mundo todo, um terço aconteceu na França.

A história das aparições marianas na França começa em 1208. Até a última aparição, em 1871, Maria apareceu para um frade espanhol no sul do território francês, para uma pastora adolescente nos Alpes, para duas freiras de clausura em Paris, para dois jovens pastores também nos Alpes, para uma humilde menina no sopé dos Pirineus e para um grupo de camponeses no trajeto do exército prussiano.

1209: A aparição do rosário

Nossa Senhora apareceu pela primeira vez na França para o fundador dos religiosos dominicanos, São Domingos de Gusmão, no ano de 1208. Foi na igreja de Prouille, no Languedoc, local considerado o "berço dos dominicanos".

Diz a lenda que São Domingos recebeu ali o rosário, que se tornou a “ferramenta” dos dominicanos na luta contra a heresia albigense na região.

1664: As visões de uma pastora adolescente

Maria só voltou a aparecer, de maneira reconhecida pela Igreja, 450 anos depois. Foi na pequena vila alpina de Laus, em maio de 1664. Enquanto cuidava das ovelhas e rezava o terço, a jovem pastora Benoîte Rencurel, de 17 anos, viu uma senhora vestida de um branco deslumbrante, com uma criança no colo. Quando Benoîte lhe ofereceu humildemente um pedaço duro de pão, a Senhora "sorriu silenciosamente e desapareceu em uma caverna".

Durante os meses seguintes, a Senhora apareceu para Benoîte todos os dias. Sua mensagem era a de "orar continuamente pelos pecadores". Ela revelou seu nome como "Maria, reconciliadora e refúgio dos pecadores" e instruiu Benoîte a ir até a antiga capela de Notre Dame du Bon Rencontre ("Nossa Senhora do Bom Encontro"), onde um suave perfume emanaria do óleo da lâmpada do santuário. Este óleo, disse a Senhora, faria milagres para as pessoas que fossem ungidas com fé.

Em 1665, a diocese onde Benoîte vivia reconheceu as aparições. Foi iniciada então a construção de uma pequena capela para a adoração eucarística e para receber os penitentes. Quatro anos depois, Benoîte começou a receber aparições do Cristo Sofredor: durante dez anos, estas aparições lhe disseram que ela se tornaria uma alma-vítima, participando da Paixão de Cristo. Ao longo das duas décadas seguintes, ela sofreu várias doenças e morreu aos 71 anos, visitada continuamente por Nossa Senhora.

Em maio de 2008, a Santa Sé anunciou o reconhecimento oficial dessas aparições. O santuário de Laus está hoje sob os cuidados da Comunidade de São João, que se dedica ao sacramento da confissão. O processo de canonização de Benoîte também já foi aberto.

1830: A medalha milagrosa e Paris em chamas

Cerca de 120 anos depois, Nossa Senhora apareceu para a jovem noviça Catherine Labouré na capela das Filhas da Caridade, na Rue de Bac, em Paris. O ano de 1830 foi perigoso para a França. Paris estava em crise. A Revolução de Julho tinha destituído o monarca e deixado à deriva os trabalhadores desempregados e furiosos, que organizaram mais de 4.000 barricadas pela cidade.

As três aparições testemunhadas por Catherine originaram a devoção popular pela medalha milagrosa. Na segunda dessas aparições, Maria se revelou sobre um globo com raios de luz que irradiavam de suas mãos. Em torno de Maria, em forma oval, apareciam as palavras "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Na visão de Catherine, o verso dessa imagem mostrava a letra "M", encimada por uma cruz, e, abaixo, dois corações. O Sagrado Coração de Jesus estava coroado por espinhos; o Imaculado Coração de Maria estava cercado por rosas e trespassado por uma espada.

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Na noite estrelada de 17 de janeiro, na pequena aldeia de Pontmain, na Bretanha, Cesar Barbadette e seus dois filhos, Joseph e Eugène, de 10 e 12 anos, estavam terminando os seus afazeres no celeiro. Eugène olhou pela janela e viu uma área sem estrelas sobre a casa do vizinho. De repente, ele viu Nossa Senhora sorrindo para ele. Joseph também viu Nossa Senhora; mais tarde, já como sacerdote, ele mesmo relatou o que tinha visto:

“Ela era jovem e alta, vestida de um manto de azul profundo... Seu vestido era coberto de estrelas douradas brilhantes. As mangas eram amplas e longas. Ela usava sandálias do mesmo azul do vestido, ornamentadas com arcos de ouro. Na cabeça havia um véu preto cobrindo-lhe a metade da testa, escondendo os seus cabelos e as orelhas e caindo sobre os seus ombros. Acima dele, uma coroa semelhante a um diadema, maior na frente e alargando-se para os lados. Uma linha vermelha circundava a coroa ao meio. Suas mãos eram pequenas e estendiam-se em nossa direção, como na medalha milagrosa. Seu rosto tinha a mais suave delicadeza e um sorriso de doçura inefável. Os olhos, de ternura indizível, estavam fixos em nós. Como uma verdadeira mãe, ela parecia mais feliz em olhar para nós do que nós em contemplá-la”.

Embora seus pais vissem apenas três estrelas num triângulo, as religiosas da escola paroquial e o pároco foram chamados. Duas meninas, Françoise Richer e Jeanne-Marie Lebosse, de 9 e 11 anos, também tinham visto a Senhora.

Os aldeões, que eram cerca de sessenta entre adultos e crianças, começaram a rezar o rosário. Enquanto oravam, os visionários relataram que a visão tinha sofrido uma mudança. Em primeiro lugar, as estrelas em sua veste tinham se multiplicado até que o vestido azul ficasse quase completamente de ouro. Em cada oração seguinte, letras apareciam para esclarecer as mensagens numa faixa desfraldada a seus pés: "Por favor, orem, meus filhos", "Deus em breve ouvirá as suas orações" e "Meu Filho espera por vocês".

Quando eles cantaram "Mãe da Esperança", um dos hinos regionais favoritos, Nossa Senhora sorriu e os acompanhou. Durante o canto "Meu Doce Jesus", uma cruz vermelha com um corpo apareceu no colo de Maria, cujo sorriso desapareceu e deu lugar ao pesar. Quando os moradores cantaram "Ave Maris Stella", porém, o crucifixo desapareceu, o sorriso da Senhora voltou e um véu branco a cobriu, encerrando a aparição às 9 horas da noite. A aparição tinha durado mais de três horas.

Naquela noite, as tropas prussianas próximas de Laval tinham parado às 5h30 da tarde, na mesma hora em que a aparição tinha surgido pela primeira vez em Pontmain, a poucos quilômetros de distância. O general Von Schmidt, prestes a avançar em direção a Pontmain, tinha recebido ordens do comandante para não tomar aquela cidade.

Há um registro de que Schmidt teria dito, na manhã do dia 18: "Não podemos avançar. Mais adiante, na direção da Bretanha, há uma invisível Senhora barrando o caminho".

A pequena vila de Pontmain é uma prova de que as orações fervorosas, ainda que elevadas pela menor das paróquias, são capazes de mudar a história. Um ano depois, na Festa da Purificação, em 2 de fevereiro, a aparição em Pontmain foi aprovada como autêntica e confirmada pelo papa Pio XI com uma missa. Em 1932, o papa Pio XII concedeu que a Mãe da Esperança, título dado a esta aparição, fosse solenemente homenageada com uma coroa de ouro. Hoje, os peregrinos visitam a Basílica de Pontmain como sinal de esperança em meio à guerra.

No decorrer dos seus vinte séculos de cristianismo, a França honrou a Mãe de Deus com gloriosas catedrais e com cânticos sublimes. Também é verdade que, ao longo dos 800 anos transcorridos desde que os dominicanos combateram a heresia dos albigenses, a França tem sido um campo de batalha para a fé.

Ao aparecer para os jovens, para os humildes e para os pobres durante os últimos oito séculos, Nossa Senhora agraciou a Françade maneira muito especial. Suas aparições, admoestações e intercessões têm dado ao mundo devoções por meio das quais homens e mulheres comuns podem alcançar a santidade, chegando a Jesus por meio de Maria.

sábado, 20 de junho de 2015

Quando o amor é mais forte que o Alzheimer

Quando o amor é mais forte que o Alzheimer

 Marido com Alzheimer se perde e volta com surpresa para esposa

Marido com Alzheimer se perde e volta com surpresa para esposa

 
 
Razões para Acreditar
19.06.2015
Melvyn e Doris AmrineYouTube
A dedicação do casal Melvyn e Doris Amrine tem resistido ao tempo, ao longo do casamento de 60 anos, até mesmo depois que Melvyn ter sido diagnosticado com Alzheimer há três anos. Doris amavelmente tem cuidado seu marido apesar de sua memória esteja se apagando. Porém quando Melvyn desapareceu sem aviso perto de Dia das Mães, Doris perdeu o chão.

Ela sabia que tinha que encontrar seu marido o quanto antes, pois devido sua doença de Alzheimer, havia uma enorme possibilidade dele se perder ou se machucar e não saber como voltar para casa.

Depois que ela acionou a polícia, uma dupla de policiais encontrou Melvyn a cerca de 3km de casa e incapaz de dizer-lhes onde morava… mas ele sabia exatamente onde estava indo. Ele estava irredutível sobre pegar flores  para sua esposa para o Dia das Mães, como ele faz todos os anos, e assim os policiais ajudaram Melvyn a chegar até a loja para comprar um buquê para Doris.

Após ajudá-lo a pagar as flores, os policiais o escoltaram para casa, onde foi recebido por sua amada esposa com alívio e felicidade.

Melvyn pode não ser capaz de se lembrar muita coisa, mas ele sabia que precisava dar aquelas flores para Doris. Sua história é tocante e também uma bela recordação de que, mesmo quando as memórias e os fatos são esquecidos, amor e a dedicação podem ainda permanecer. Graças a um casamento longo e bem-sucedido (e da atitude de alguns policiais extraordinários), Doris teve a melhor surpresa de Dia das Mães de sua vida! Assista ao vídeo (especialmente a partir de 2:02):

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Não se conforme com resumos contaminados por ideologias: leia a verdadeira encíclica do Papa Francisco!

Encíclica Laudato Si': leia o texto na íntegra e não os pedaços que a mídia laicista vai descontextualizar


Não se conforme com resumos contaminados por ideologias: leia a verdadeira encíclica do Papa Francisco!

A chamada "grande mídia" nem sempre (ou quase nunca) é imparcial e objetiva quando publica resumos e "análises" sobre os documentos e fatos da Igreja. Se você pretende conhecer o que o papa Francisco realmente afirma na nova encíclica "Laudato si'", leia a PRÓPRIA encíclica, na íntegra, a partir de uma fonte confiável. Por exemplo? O site do Vaticano

 
Aleteia
18.06.2015
Carta encíclica Laudato Si'Site oficial do Vaticano - Vatican.va
Você concorda que não seria muito inteligente de sua parte consultar a revista "Capricho" para se informar sobre os jogos do Campeonato Brasileiro, certo? Nem a revista "Quatro Rodas" para ficar por dentro das últimas tendências da moda, não é?

Então por que é que você, católico, se "informa" sobre o papa e seus ensinamentos ou sobre quaisquer assuntos da Igreja lendo resumos na "Folha de S.Paulo", na "Veja", na "Carta Capital" ou na "Globo.com"?

A chamada "grande mídia" nem sempre (ou quase nunca) é imparcial e objetiva quando publica "resumos", "análises" ou "opiniões de especialistas" sobre os documentos e fatos da Igreja. Se você pretende conhecer o que o papa Francisco realmente afirma na nova encíclica "Laudato si'", leia a própria encíclica, na íntegra, a partir de uma fonte confiável. Por exemplo? Que tal o site do Vaticano?

Aqui está o link para a página do Vaticano em que você pode ler o texto escrito pelo papa, na tradução oficial da Santa Sé ao português:

"LAUDATO SI'": TEXTO OFICIAL EM PORTUGUÊS, NO SITE DO VATICANO

Se preferir, você pode também acessar, no mesmo site do Vaticano, a versão do texto em formato .PDF, com a possibilidade de copiá-lo para o seu computador:

"LAUDATO SI'": TEXTO OFICIAL EM PORTUGUÊS, EM FORMATO .PDF, NO SITE DO VATICANO

A propósito: vá sempre direto à fonte e não se deixe manipular por "especialistas" e "vaticanistas" que "resumem" as palavras da Igreja com base em seus próprios "entendimentos". E se você é um católico preguiçoso que não costuma ler os documentos da Igreja em sua versão original, completa e oficial, considere que esta pode ser uma bela oportunidade para superar a sua preguiça e se tornar uma pessoa de caráter mais sólido! Boa leitura!

quarta-feira, 17 de junho de 2015

É assim que um jovem de 20 anos se prepara para morrer

É assim que um jovem de 20 anos se prepara para morrer


A história de Gianluca contada pelo sacerdote que o acompanhou até o final

A história de Gianluca contada pelo sacerdote que o acompanhou até o final

 
 
 
 
La Croce - Quotidiano
16.06.2015
Gianluca Firetti Gian Spaccato in due San Paolo testimonianza tumore malattia 20 anni fede vita© Public Domain
Gianluca tinha câncer nos ossos desde os 18 anos. Sua existência foi – e é agora, mais do que antes – uma maneira concreta de dar vida a um autêntico concerto e a uma harmonia de pensamentos, gestos, orações, encontros, ajuda aos necessitados e amor intenso, expressados em nível máximo.

A primeira palavra que me vem à mente ao falar dele é “acolhimento”. Minha história com o Gian começou assim. Preocupado pelo que deveria dizer-lhe, como apresentar-me a ele quando pediu para ver-me, por quanto tempo eu deveria ficar em casa com ele, saí lavado e purificado pela sua presença.

Logo em seguida, nessa tarde, com um pedaço de bolo e chá, sobretudo com suas palavras e seu olhar profundo, eu já me sentia como sendo da família. Gian foi de uma simplicidade tal que me desarmou, como a criança do Evangelho, símbolo do Reino, que se mostra como é, sem máscaras nem defesas.

Entregou, gradualmente, a chave do seu coração, confiando cegamente em que os que o amavam saberiam ajudá-lo de qualquer maneira, sem importar o que acontecesse. Colocou sua vida em mãos, corações, presenças acolhedoras. Seus pais e seu irmão, sobretudo. Mas também amigos, padres, voluntários, médicos e enfermeiros.

Contagiou todos com sua doença mais grave: o amor. Seu acolhimento parecia pregar uma confiança da vida – a sua – que, já tão frágil, se dirigia – e ele sabia bem disso – a um fim inexorável. Mas era como se o ocaso tivesse que se transformar em um novo amanhecer.

Por isso, ele não perdia tempo, não vacilava, não se entediava, mas vivia tudo, da missa em casa ao filme à tarde, da troca de opiniões com amigos a um café, tudo com grande intensidade. Ao acolher Deus, as pessoas, a vida, a própria doença, Gian “roubava” dos seus amigos a vontade de viver; alimentava-se da minha pouca fé, a pedia, desejando estar no coração e nas orações de muitos.

Conforme o tempo ia passando, ia aumentando sua vontade de viver e, paradoxalmente, aumentava também sua consciência de que ia morrer. “Padre, estou morrendo. O que me espera? Qual será minha recompensa? Jesus vai estar me esperando?”... Tive a sensação de que a morte não o pegou de surpresa. Muito pelo contrário.

O milagre dos últimos meses da sua doença não foi o de uma cura. Talvez isso teria sido mais espetacular. Mas seu caso nos mostra um Gian que sabe enfrentar a vida antes da morte e sabe ler, com os olhos da fé, uma doença e uma dos quais não se torna amigo, mas senhor.

Gian não morreu desesperado, mas confiante. Não partiu batendo a porta, mas caminhando. Não encerrou a existência maldizendo a escuridão que ele não merecia, mas desejando um encontro com a Luz do mundo. O verdadeiro milagre para Gian foi compreender o porquê dessa condição tão desfavorável para ele e para sua família, e lê-la com os olhos da fé.

Quando, no final de 2012, o hospital lhe comunicou a sentença do seu tumor, ele precisou decidir se tornar homem. Não de repente, mas dia a dia. Mas sem voltar atrás. Precisamente ao crescer como homem, a fé encontrou um terreno fecundo no qual germinar.

Gian cresceu e fez os outros crescerem. Ele tinha fé a levou aos outros. Era homem de comunhão e desejava transmitir a caridade. E era isso que fazia, que escrevia no Whatsapp, que manifestava em tudo.

A história de Gian, humanamente falando, é uma história de dor. Mas, olhando com fé, é uma história de graça e beleza. Com apenas 20 anos, ele demonstrou que é possível estar habitado por Deus e pelos homens.
Gianluca tinha câncer nos ossos desde os 18 anos. Sua existência foi – e é agora, mais do que antes – uma maneira concreta de dar vida a um autêntico concerto e a uma harmonia de pensamentos, gestos, orações, encontros, ajuda aos necessitados e amor intenso, expressados em nível máximo.

A primeira palavra que me vem à mente ao falar dele é “acolhimento”. Minha história com o Gian começou assim. Preocupado pelo que deveria dizer-lhe, como apresentar-me a ele quando pediu para ver-me, por quanto tempo eu deveria ficar em casa com ele, saí lavado e purificado pela sua presença.

Logo em seguida, nessa tarde, com um pedaço de bolo e chá, sobretudo com suas palavras e seu olhar profundo, eu já me sentia como sendo da família. Gian foi de uma simplicidade tal que me desarmou, como a criança do Evangelho, símbolo do Reino, que se mostra como é, sem máscaras nem defesas.

Entregou, gradualmente, a chave do seu coração, confiando cegamente em que os que o amavam saberiam ajudá-lo de qualquer maneira, sem importar o que acontecesse. Colocou sua vida em mãos, corações, presenças acolhedoras. Seus pais e seu irmão, sobretudo. Mas também amigos, padres, voluntários, médicos e enfermeiros.

Contagiou todos com sua doença mais grave: o amor. Seu acolhimento parecia pregar uma confiança da vida – a sua – que, já tão frágil, se dirigia – e ele sabia bem disso – a um fim inexorável. Mas era como se o ocaso tivesse que se transformar em um novo amanhecer.

Por isso, ele não perdia tempo, não vacilava, não se entediava, mas vivia tudo, da missa em casa ao filme à tarde, da troca de opiniões com amigos a um café, tudo com grande intensidade. Ao acolher Deus, as pessoas, a vida, a própria doença, Gian “roubava” dos seus amigos a vontade de viver; alimentava-se da minha pouca fé, a pedia, desejando estar no coração e nas orações de muitos.

Conforme o tempo ia passando, ia aumentando sua vontade de viver e, paradoxalmente, aumentava também sua consciência de que ia morrer. “Padre, estou morrendo. O que me espera? Qual será minha recompensa? Jesus vai estar me esperando?”... Tive a sensação de que a morte não o pegou de surpresa. Muito pelo contrário.

O milagre dos últimos meses da sua doença não foi o de uma cura. Talvez isso teria sido mais espetacular. Mas seu caso nos mostra um Gian que sabe enfrentar a vida antes da morte e sabe ler, com os olhos da fé, uma doença e uma dos quais não se torna amigo, mas senhor.

Gian não morreu desesperado, mas confiante. Não partiu batendo a porta, mas caminhando. Não encerrou a existência maldizendo a escuridão que ele não merecia, mas desejando um encontro com a Luz do mundo. O verdadeiro milagre para Gian foi compreender o porquê dessa condição tão desfavorável para ele e para sua família, e lê-la com os olhos da fé.

Quando, no final de 2012, o hospital lhe comunicou a sentença do seu tumor, ele precisou decidir se tornar homem. Não de repente, mas dia a dia. Mas sem voltar atrás. Precisamente ao crescer como homem, a fé encontrou um terreno fecundo no qual germinar.

Gian cresceu e fez os outros crescerem. Ele tinha fé a levou aos outros. Era homem de comunhão e desejava transmitir a caridade. E era isso que fazia, que escrevia no Whatsapp, que manifestava em tudo.

A história de Gian, humanamente falando, é uma história de dor. Mas, olhando com fé, é uma história de graça e beleza. Com apenas 20 anos, ele demonstrou que é possível estar habitado por Deus e pelos homens.