quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Creio em Jesus Cristo, nascido do Pai antes de todos os séculos

Creio em Jesus Cristo, nascido do Pai antes de todos os séculos
 
A afirmação da identidade  divina ae Jesus Cristo ocupa uma parte significativa do «Credo Niceno- -constantinopoiitano». Nos outros «Credos» (Batismal e Símbolo dos Apóstolos) essa referência está apenas associada à filiação («seu único Filho»). As discussões posteriores sobre a divindade de Jesus Cristo levaram a Igreja a explicitar com mais ênfa­se essa mesma realidade, tal como está expressa no «Credo» que surgiu dos Concílios de Niceia e Constantinopla. [Para ajudara compreender melhor, ter: João 17, 1-26; Catecismo da Igreja Católica, números 249-256]

«Aquela glória que eu tinha junto de ti, antes de o mundo existir» - é uma das afirmações que encontramos no evangelho segundo João para referir a existência do Filho, a Segunda Pessoa da Trindade, antes do ato criador. Logo no início o evangelista afirma: «No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus» (João 1, 1). E a terminar este prólogo acrescenta: «A Deus jamais alguém 0 viu. 0 Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer» (João 1, 18). «Eu e o Pai somos um» - afirma Jesus numa das controvérsias com os dirigentes judaicos. E, num dos diálogos com os discípulos, concluiu: «Eu saí de Deus. Saí do Pai e vim ao mundo» (João 16, 27-28). É desnecessário elencar aqui todas as referências bíblicas. O mais importante é reforçar a ideia de que há uma profunda relação entre o Pai e o Filho.

As afirmações do «Credo» que rementem para a divindade de Jesus Cristo tornam quase inevitável a repetição dos conceitos. Por outro lado, é tam­bém difícil evitar as terminologias e as categorias filosóficas que estão associadas à elaboração do «Credo niceno-constantinopolitano». O objetivo é sempre ajudar a entender melhor o que dizemos ao professar a fé na recitação do «Credo».

Nascido do Pai antes de todos os séculos.
 A referência a Jesus Cristo, pelo menos para nós cristãos, é facilmente associada aos mistérios da Encarnação e da Ressurreição, Natal e Páscoa. São acontecimentos centrais que têm ligação estreita com o ciclo anual das celebrações litúrgicas. Por isso, para nós, não há qualquer reserva em afirmar que Jesus nasceu da Virgem Maria (cf. tema 18). Mas, antes disso, no «Credo», referimos um outro nascimento.

jesus urisio e nino ae ueus, «nasciao ao rai antes de todos os séculos». Esta afirmação remete para a existência eterna do Filho e conjuntamente para a sua eterna presença no seio da Trindade. Então, há dois nascimentos de Jesus Cristo? 0 bispo Máximo de Turim, um santo do século quinto, afirma num sermão sobre o Natal (a partir da tradução de «Année en fêtes», Migne 2000): «Caríssimos irmãos, há dois nascimentos em Cristo, e tanto um como o outro são a expressão de um poder divino que nos ultrapassa absolutamente. Por um lado, Deus gera o Seu Filho a partir de Si mesmo; por outro, Ele é concebido por uma virgem por intervenção de Deus. [...] Uma e outra formas de nascimento são propriamente inexprimíveis e ao mesmo tempo inseparáveis. [...] Quando ensinamos que há dois nascimentos em Cristo, não queremos com isto dizer que o Filho de Deus nasça duas vezes; mas afirmamos a dualidade de natureza num só e mesmo Filho de Deus. [...] Deus não nasce duas vezes; mas, por estes dois gêneros de nascimentos - a saber, o de Deus e o do homem o Filho único do Pai quis ser, a um tempo, Deus e homem na mesma pessoa». Na reflexão sobre a Trindade, Hilário de Poitiers afirma: «0 Pai e o Filho guardam cada qual o segredo deste nascimento. Se alguém quiser zangar-se com a sua própria inteligência por não conseguir compreender o mistério dessa geração, que saiba, pelo menos, que eu também sofro ainda mais que ele por o ignorar. Não sei, mas não me inquieto... [...] Compreendes do Filho que é a imagem, a sabedoria, o poder, a glória de Deus. [...] Então penetra neste segredo, um só Deus não gerado, um Filho único, e mergulha no mistério desse nascimento inconcebível. Começa, avança, persiste: bem sei que não conseguirás, mas, apesar de tudo, felicitar-te-ei por teres começado» (citação retirada de Ph. Ferlay, J.-N. Bezançon, J.-M. Onfray, «Para compreender o Credo», ed. Perpétuo Socorro, Porto 1993,68).

As expressões do «Credo» são conseqüência das discussões teológicas que vão culminar nas formu­lações doutrinais dos Concílios de Niceia (325), Constantinopla (381) e Calcedónia (451). Com os recursos filosóficos ao seu alcance, procuraram um modo de expressar a fé na divindade de Jesus Cristo, sem quaisquer reservas: «Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstanciai ao Pai».
                                                                                               in DM de 29-01-13

Notícias do Município em Janeiro de 2013 - Voluntariado Empresarial

 
 
28
 
Notícias do Município em Janeiro de 2013
 
Viana do Castelo
 
 
 
 
 
 

Ruinas da exploração mineira em Dem - Minério

 
Ruinas da exploração mineira em Dem
 
 
 
 


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Foi um dos acontecimentos, histórica e sociologicamente, mais marcantes do século XX.


CONCÍLIO  VATICANO II

 

Foi um dos acontecimentos,   histórica e sociologicamente, mais marcantes do século XX. Continua a ser um episódio praticamente e esquecido da  História.
Mas nunca é demais lembrá-lo, dá-lo a conhecer e refletir sobre ele.

O Concilio Vaticano II mudou a face da Igreja e, não será abusivo dizê-lo, também a face do mundo. Transformou-se a instituição bimilenar - e que capacidade extraordinária de o fazer, considerando a sua dimensão, estrutura e alcance - transformaram-se as relações sociais, religiosas e políticas. Foi providencial a iniciativa do Papa João XXIII que permitiu que a Igreja abrisse uma janela sobre o mundo, deixando entrar a “aragem” proveniente do Espírito, num tempo em que parecia que o próprio tempo se deixava acelerar mais do que o espírito humano conseguia assimilar.

Que pensaria hoje o “Papa Bom” deste mundo, que faz esse outro, o dos anos 60, parecer um pequeno e vagaroso carrossel? Que Igreja sonhou ele, que sociedade idealizou e que pensar, agora, do caminho que ambas acabaram por tomar?

Mas João XXIII não fez mais do que dar as voltas à chave na fechadura, talvez enferrujada pelo sopro dos séculos. Abriu-nos a janela e agora somos nós que temos de fazer deste espaço e desta abertura o que Cristo espera que façamos. Se houve uma convicção forte e universal emanada deste Concilio foi a de que a Igreja é “Povo de Deus”. Todos somos Igreja. Todos somos chamados a construir pontes, a ser reflexo do amor de Deus, a encetar diálogos, até os mais difíceis. Todos somos chamados a saber, a querer saber, a compreender, a participar. É, pois, de esperar que as gerações que conheceram a Igreja pré-conciliar, mais longínqua e “encriptada”, sintam hoje renovadas a abertura e a determinação para dar continuidade a uma reforma que nunca se completa. E que esta Igreja, verdadeira e abertamente de todos e para todos, encontre o caminho para se apresentar aos olhos dos mais novos, gerando neles o entusiasmo pela sua descoberta.

O Concilio Vaticano II ensinou-nos: é possível transformar, retomar a forma mais original - a de Cristo; é possível mudar com o mundo, acompanhá-lo, compreendê-lo, acolhê-lo; é possível fazer desta nossa sociedade - qualquer que seja o seu ritmo - uma sociedade mais amorosa e temente a Deus.

É possível. E para nós, católicos, será, mais do que uma possibilidade, uma obrigação. Dessas obrigações doces e entusiasmantes, que nos preenchem o coração e embalam a alma. Se todos o sentirmos, cada um do seu modo e no seu espaço, será ainda mais forte este “Povo de Deus”, que todos queremos que seja cada vez mais uma Igreja para todos, no mundo. MARIA JOÃO,in Cristo
 Sentido Único
                       

Formação para todas as áreas do saber - Instituto Católico

 
Em Viana do Castelo
 
Formação para todas as áreas do saber
 
religioso
 
Aproveitar
 
Não é preciso ir ao Porto, nem a Braga
 
 


Catequese * Acólitos * Leitores * Ministros da Comunhão * Sacristães *  Etc...

O Papa quer que todos os cristãos unificados contra a indiferença


O Papa quer que todos os cristãos unificados contra a indiferença

Bento XVI assinalou o fim da semana de Oração pela Unidade dos Cristãos com uma oração ecumênica na Basílica de São Paulo, em Roma, apelando à «co­laboração concreta» para transmitir «a fé ao mundo contemporâneo».

«Na sociedade atual, parece que a mensagem cristã incide cada vez menos na vida pessoal e comunitária: isso representa um desafio para todas as Igrejas e comunidades eclesiais», disse, durante a homilia que proferiu nesta celebração, com a presença de convida­dos representantes das comunidades cristãs da capital italiana.

O Papa alertou ainda para a necessidade de ultrapassar barreiras como «o ódio, o racismo e a discriminação religiosa» que estão a prejudicar e dividir «toda a sociedade».

«Hoje há grande necessidade de reconciliação, de diálogo e de compreensão recíproca, numa perspetiva não moralista, mas em nome de autenticidade cristã para uma presença mais incisiva na realidade do nosso tempo», sustentou.

Bento XVI defendeu que as questões doutrinais que dividem os cristãos devem ser enfrentadas com «coragem, num espírito de fraternidade e de respeito recíproco».

«A comunhão na mesma fé é a base para o ecumenis­mo», sublinhou, acrescentando que, sem essa união, «todo o movimento ecumênico se reduziria a uma forma de “contrato”, a que se adere por um interesse comum».

A intervenção papal lembrou que o início do movimento ecumênico teve como impulso «o escândalo da divisão» que prejudicava a ação dos missionários e declarou que a comunhão entre cristãos tem de ser entendida como «caraterística fundamental para um testemunho ainda mais claro».

O “oitavário pela unidade da Igreja” começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa do norte-americano Paul Wattson, presbítero anglicano que mais tarde se converteu ao catolicismo.

As principais divisões entre comunidades cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras); no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas ortodoxas); no século XVI, com a Reforma Protestante e, posteriormente, a separação da Igreja de Inglaterra.

Redação/Ecclesia

A modernidade reclama e a imaginação desafia


A modernidade reclama e a imaginação desafia


 


Sou dos que acreditam que a confiança é fun­damental para o progresso e desenvolvimento das nações e das instituições, desde logo por­que corresponde a um sentimento profundo de duplo sentido; quer dos que confiam, quer dos que são objeto dessa confiança.

Vivemos dias difíceis, em que os valores que dominaram e foram o motor do desenvolvi­mento da Europa ao longo dos séculos estão postergados e submersos numa cascata con­fusa de interesses e de poderes, que utilizam os recursos financeiros como arma e alavanca. Não sei, não posso saber, durante quanto tempo e para onde nos conduzirá este per­curso; mas é inquestionável que Portugal, mais opção, menos opção, será sempre um elemento frágil deste puzzle.

De facto, não havendo recursos e proliferan­do as necessidades, teremos todos não só que ser realistas, como também eficazes e imaginativos. Porque todos sabemos já que se não existisse setor solidário em Portugal, o problema do Governo não seria o de reduzir a despesa pública em 4,5 mil milhões de euros, mas sim certamente em mais alguns milhares de milhões de euros.

É evidente que a principal função do Estado Social, no futuro próximo, será o de garantir um conjunto de respostas que a dignidade humana exige, a modernidade reclama e a imaginação desafia, e que para nós, católicos, se pode designar de uma forma soberba na expressão de João Paulo II: "A nova fantasia da caridade!"

A devolução dos hospitais às Misericórdias, as experiências-piloto na área do Alzheimer ou do acolhimento de idosos, a rede de can­tinas sociais, os cuidados continuados para crianças, o esforço no sentido da abertura de todas as unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integral em fase de conclusão ou já prontas, a continuação da proteção à deficiência e às crianças em risco, a integração das amas nas instituições, são algumas das manifestações dessa imagina­ção, em que todos temos de dar as mãos, em nome dessa "fantasia" e da nossa missão em cooperar com o Estado, em nome e por causa das pessoas.

Chamo a atenção para a circunstância de ter utilizado a palavra "garantir" e não a palavra "prestar". O Estado Social do futuro próximo pode e deve ser um Estado que garanta as respostas às necessidades dos cidadãos, como regulador para todos, como pagador em nome da solidariedade e da coesão social para os que precisem e só, residualmente, como prestador.

Parece-me evidente que um novo olhar sobre o Estado Social implica um novo olhar sobre o fenômeno social do envelhecimento. Basta olhar para a inquestionável verdade da demografia, associando-lhe as doenças crônicas (70% do orçamento do Ministério da Saúde), as demências (153 mil pessoas em 2010), a solidão, a contínua desestruturação das famílias até, imagine-se, invocando a competitividade, o aumento da incidência da pobreza sobre os mais velhos e dependentes (cerca de 65% dos nossos pobres são idosos), para percebermos que, mais dia, menos dia, o problema vai assumir uma dimensão que pode ser incontrolável do ponto de vista da dignidade humana.

Só uma política humanista de verdadeiro cuidado com os nossos idosos (que podem ser fator de despesa, mas são os nossos pais, os nossos avós, os nossos amigos e um dia nós próprios) evitará que os hospitais públicos, os lares, as unidades de cuidados continuados ou os centros de dia possam correr o risco de se transformarem de lugares em "deslugares", para utilizar a pertinente expressão do padre José Nuno Silva.

É por isso que a reflexão sobre o Estado Social do futuro será pois, também, ne­cessariamente uma reflexão sobre a nossa sustentabilidade, a nossa missão e o próprio projeto europeu.

É evidente que não tenho ilusões que, pelas mais variadas razões, muitos vão tentar tirar ou colocar este debate da ordem do dia, mas nós - Misericórdias e setor solidário - é que não podemos ir ao sabor desses interesses e marés, porque o que está verdadeiramente em causa é a nossa sustentabilidade e a nossa missão de ajudar os que mais precisam!

Se querem esse debate, se querem assumir a responsabilidade de reformar o Estado (por mim acho muito bem!) então vamos lá, mas até ao fim, seriamente, para que Portugal seja finalmente aquele País onde valha a pena viver e onde, como disse, Sá Carneiro "os velhos tenham presente e os jovens futuro".

Manuel de Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas

Creio na Eucaristia - Dou Graças a Deus




 


A Beata Alexandrina Maria da Costa bem se pode apelidar com o título da “Mística da Eucaristia”. Sua vida foi paixão contínua por Jesus na Eucaristia. Sua união ao sacrário, a Jesus, seu Tesouro, era quase per­manente. O seu desejo de participar na Eucaristia e de comungar era intenso. A graça de ter passado mais de treze anos sem comer nem beber, só alimentada pela Eucaristia, foi dom místico admirável do amor de Jesus. Ela viveu apaixonada pela Eucaristia, é uma Vítima oferecida na Eucaristia com Jesus. Sua vida eucaristica é modelo para cada um de nós. Recordar neste Boletim a Eucaristia é centrar-se na riqueza máxima que encantou a vida e o coração de Alexandrina.
Na Quinta-Feira Santa, o Senhor Jesus celebrou e instituiu a Eucaristia. Depois de Se ajoelhar e de lavar os pés aos seus discípulos, deu-lhes a comer o seu Corpo e a beber o seu Sangue. Ceia da nova e eterna aliança selada no seu Sangue, na sua oferta redentora, antecipando para a véspera o dom que faria na Cruz, a oferta da Vítima em holocausto perfeito e total. Banquete sagrado em que nos é dado como alimento o próprio Deus, o Verbo feito Carne no seio da Virgem Maria. Crer na
Eucaristia é centrar a nossa alma e o nosso coração no Mistério da Fé, no cume da vida cristã, no tesouro da vida da Igreja, na refeição sagrada em que nos é dado o Pão do Céu, Pão Vivo que nos alimenta, nos fortifica, nos pu­rifica, nos transforma, nos cristifica, nos diviniza, nos cura, nos ilumina, Pão que é fonte de vida e de santidade.
Crer na Eucaristia, como nos ensinou o Beato João Paulo II, é acreditar no mistério que se nos apresenta com três pólos: celebração, comunhão e sacrário. Celebração que renova a Ceia que Jesus celebrou, que é o maior sacramento, que é o centro para o qual deve convergir a nossa vida e que é fonte da qual tudo nos vem. Celebração que renova o Mistério Pascal da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo e O toma presente em cada altar, feito dom e alimento de vida eterna. Por isso, o segundo pólo é a comunhão, pois a Eucaristia é Ceia, é Banquete em que a Vítima tem que ser comida, como alimento salvador. Comer o Pão do Céu, alimentar a vida espiritual e interior com o próprio Jesus, entrar em intimidade com Ele, permanecer n'Ele e Ele em nós pelo dom da sua dádiva. Crer na Eucaristia leva-nos a preparar- nos para o Banquete e a receber o Pão do Céu, o alimento divino, o próprio Jesus.
Mas há ainda, na fé da Igreja e na nossa fé em Igreja e com a Igreja, o sacrário, onde Jesus está em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Presença em milhões de sacrários dAquele que é o Senhor, que é o Rei do Universo, que é o Omnipotente, que é Filho de Deus e Filho de Maria. Por isso, o Beato João Paulo II nos disse que o sacrário é como um “iman que nos atrai”, pois está lá o nosso Amigo, o nosso Salvador, o nosso Deus. Atrai o coração e a alma de cada cristão para ir estar com Ele em adoração, em louvor, em acção de graças, em súplica, em contínua reparação. Atrai- nos pois tem sede de nós, da nossa companhia, da nossa amizade, do nosso diálogo, da nossa presença, da nossa oração. E se Ele tem sede de nós, nós devemos ter sede d'Ele e ir para junto da sua Pessoa, cultivando a amizade e a companhia. Ter sede do Pão do Céu, pois acreditamos que é Ele, Jesus de Nazaré, que está em cada sacrário. Acreditamos que cada Hóstia consagrada é Ele, acreditamos que a Eucaristia é a sua oblação, a sua Ceia, o seu Mistério pascal renovado.
Acreditar na Eucaristia deve trans­formar a nossa vida, deve ir divini- zando o nosso ser, deve ir santificando o nosso corpo e a nossa alma. Acreditar na Eucaristia e comungar Jesus deve ser fonte e escola de contínua caridade, pois Ele dá-Se-nos para nos ensinar a darmo-nos aos outros em serviço dedicado e humilde. Acreditar na Eucaristia levar-nos-á a oferecer-nos no altar com Jesus, pois queremos ser colaboradores da redenção e ser oferta viva para que o mundo tenha vida e a tenha em abundância. Acreditar na maravilha da Eucaristia, na pérola que é a Missa levar-nos-á a centrar n'Ela a vida toda, vivendo o dia em eucaristia, sendo dom e entrega aos outros ao jeito de Jesus. Precisamos de viver mais a fé na Eucaristia, celebrando melhor, comungando mais vezes e de um modo mais digno e mais comprometido, unindo-nos mais a Jesus em sacrário, expondo-0 em custódia para adoração e louvor perene. Precisamos de cultivar o culto eucarístico que desenvolve em nós o amor, a caridade pastoral, a unidade e a paz.
P. Dário Pedroso, in Esperança e Vida

Chikowa - Zâmbia -Um Olhar sobre o Mundo


Um Olhar sobre o Mundo

Chikowa - Zâmbia




 

Voltei para a minha an­tiga missão de Chikowa na Zambia onde já tinha trabalhado durante 12 anos. Estou cá desde o início de Outubro e apanhei logo o período de maior calor antes do início da estação das chuvas.

Foi uma experiência bonita voltar a encontrar tantas pessoas com quem partilhei a minha vida durante doze anos; ver como tantos que eram crianças quando parti são agora gente cres­cida e alguns até já com os seus próprios filhos.

A recepção das pessoas não poderia ter sido mais calorosa. Quanto ao meu trabalho estou destinado a trabalhar na escola téc­nica onde temos cerca de 80 estudantes em regime de internato divididos pe­los cursos de agricultura, construção e carpintaria.

De momento ainda não sei exac- tamente que papel serei chamado a desempenhar pois ainda não me encontrei com o nosso provincial. Desde que parti, a escola cresceu muito mas todo o sector produtivo que a sustentava está de rastos e precisa de ser de novo reerguido, 0 que não será uma tarefa nada fácil. A escola tem sido gerida por dois Irmãos togoleses que têm um modo diferente de se organizar e os resultados, digamos, têm sido desastrosos. Nos primeiros dias que aqui cheguei só me apetecia fazer as malas e voltar para casa. A gene­rosa oferta recebida da APARF será usada para tentar reerguer o que está destruído mas de momento, porque ainda não me foi dada uma tarefa específica, nada foi usado.

 Comprometo-me daqui a uns meses a dar-vos um relatório de como foi gasta. Diria também que se a APARF na sua magnanimidade e dentro das suas possibilidades puder ser de novo generosa, quem sou eu para me opor?

Daquilo que pude observar, a esmagadora maioria das pessoas continua a viver numa pobreza ex­trema, que nós, em Portugal, apesar das dificuldades pelas quais o país passa, nem sequer sonhamos. A so­brevivência é uma luta diária contra a desnutrição e as doenças sobretu­do a malária e a sida. As crianças no meio disto tudo são sempre as que mais sofrem; vejo que continuam a ir para a escola levando o almoço que consiste num saquito plástico com grãos de milho tostado. Pelo menos agora e durante mais um mês é tempo de mangas pelo que elas comem um pou­co melhor. Se as crianças portuguesas pudessem ver como vivem estas daqui, certamente que deixariam de sertão caprichosas e exi­gentes. Apesar da pobreza, tanto as crianças como os adultos não se queixam e continuam a viver alegres.

Caro Sr. João e a todos os mem­bros da direcção e restante pessoal da APARF, que o Senhor vos aben­çoe. Se tiver possibilidades e assim o desejar será sempre bem-vindo à missão de Chikowa.

 
                                                                                                                                                                                  Ir. Francisco Amarante


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Potâmio, primeiro Bispo de Lisboa


«Move-te, pois, ó fraternidade, porque o povo está unido ao Senhor Deus amigo [...] Vivemos na unidade, acreditamos na unidade católica, defendemos que há um só Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo e, suplicando com o dorso humilde e a cerviz inclinada, abraçamos, segundo a norma da oração, a verdadeira sabedoria, bem como Deus, Senhor da morada eterna» (Epistola sobre a Substância).
Potâmio, primeiro Bispo de Lisboa


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Só a Ética pode fomentar a Paz



Só a Ética pode fomentar a Paz


O Prémio Nobel da Paz de 2012 foi atribuído à União Européia porter contribuí­do durante mais de seis décadas para a paz, a reconciliação, a de­mocracia e os direitos humanos, por se ter reerguido após a ca­tastrófica segunda guerra mun­dial e por ter semeado a estabilidade nos países do antigo blo­co comunista, após a queda do Muro de Berlim, em 1989.

Karl Popper defendia que: "a nossa civilização ocidental deve à ética os seus níveis de huma- nitarismo, de liberdade, de igual­dade e de racionalidade".

O homo sapiens, com todas as características que o defi­nem era, essencialmente, sobredotado porque nas suas ap­tidões havia uma novidade in­calculável - A LIBERDADE IN­TELIGENTE.

Esta liberdade inteligente impli­ca optar entre uma conduta dig­na do homem, procurando um equilíbrio pessoal e social a fim de optimizarmos a nossa existência ou provocar, patologica­mente, a ruína e o extermínio declarado à nossa espécie Se a gravidade nos prende à ter­ra, a inteligência desprende-nos dela constantemente. Todavia, a liberdade inteligente precisa de orientação, de nexo, de freio e de uma bússola. Num agitado e confuso mundo em que vale tudo, "o homo sapiens teve de recorrer a ela para construir um mundo habitável, em que "o homem não fosse o lobo do ho­mem".

A ética no homem será a for­ma de o afastar da violência e, ao mesmo tempo, encaminhá-lo para o bem com conseqüente ele­vação de toda a sociedade. Isto aplica-se essencialmente à ciên­cia que move o progresso mas, "tal como se inventou a música de câmara também se construí­ram as câmaras de gás".

Os grandes cientistas tiveram esta noção: Einstein passou me­tade da vida a refrear as con­seqüências da bomba atômica; Otto Hahn que descobriu a fis­sura do átomo de urânio, ten­tou suicidar-se ao ter conheci­mento da destruição de Nagasaki e Hiroxima; Alfred Nobel, o pai dos explosivos e da dinami­te, legou à humanidade um prê­mio para quem tivesse feito des­cobertas ou acções em prol da Paz e do Bem.

Por isso a ética é a maior cria­ção da inteligência, acima da ma­temática, da física quântica, da genética e de tudo o que pode ser um bem para a humanida­de ou pode ser a sua total de­gradação.

A consciência moral, longe de ser uma invenção, é antes o desenvolvimento lógico da in­teligência, pertence à vida hu­mana, não é um acessório mas faz parte da estrutura psicológi­ca da Pessoa.

Gilles Lipovetsky no seu livro - O Crepúsculo do Dever diz que: "a política e a economia sem ética são diabólicas e aconse­lhou-nos a apelar com todas as nossas forças, não ao libe­ralismo moral mas ao desen­volvimento social de uma ética inteligente, de uma ética aris- totélica da prudência, orienta­da para a busca do justo ter­mo, de uma justa medida que esteja em relação com as cir­cunstâncias históricas, técni­cas e sociais".

Em plena tormenta das várias crises que se vêm alastrando sem aparente fim à vista, este Nobel da Paz para a União Eu­ropéia será uma esperança e um reforço para se soerguer re­correndo ao exemplo do "Homo Sapiens Ethicus" e evitar a len­ta degeneração e degradação da nossa espécie, culta inteli­gente e livre.

De Maria Susana Mexia, DM. – 19/01/2013

A forma do cristianismo em mudança

A forma do cristianismo em mudança

  O teólogo Karl Rahner escreveu que "A Igreja tem sido conduzida pelo Senhor da história para uma nova época". Não se trata só de baixas drásticas nos indicadores estatísticos quando se compara a atualidade com aquele que já foi o quadro da vivência da Fé. A questão é bem mais complexa. Talvez o que o nosso tempo descobre, mesmo entre convulsões e incertezas, seja um modo diferente de ser crente, traduzido de formas alternativas nas suas necessidades, buscas e pertenças. Não estamos perante o crepúsculo do cristianismo, como defendem aqueles que se apressam a chamar pós-cristãs às nossas sociedades. Quem não se apercebe que o radical lugar do cris¬tianismo foi sempre a habitação da própria mudança não o colhe por dentro. Mas há eixos que se vão tornando suficientemente claros para que seja cada vez mais um dever os enunciarmos e contarmos com eles. Podem-se apontar três: Primeiro, os cristãos regressam à condição de "pequeno rebanho". Com a evaporação de um cristianismo que se transmitia geracionalmente como herança inquestionada, os cristãos voltam a sê-lo por decisão pessoal, uma decisão muitas vezes em contra- -corrente, maturada de modo solitário em relação aos círculos mais imediatos de pertença. Já não é de modo previ¬sível que nos tornamos cristãos. Isso acontece e acontecerá cada vez mais como uma opção e uma surpresa. Depois, à medida que se assiste a um enfraquecimento da inscrição institucional das Igrejas no horizonte da sociedade redescobrimos o valor e as possibilidades de uma presença discreta no meio do mundo. Em tantas situações, nesta diáspora cultural onde estamos semeados, a única palavra verosímil é a do testemunho de uma vida vivida com simplicidade e alegria no seguimento de Jesus. E, em terceiro lugar, esta grande mu¬dança epocal mostra-nos que precisa¬mos recuperar aquilo que Karl Rahner chama o "santo poder do coração". Os cristãos são chamados a viver a amizade como um ministério. "Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 15,17). Há, de facto, uma revelação do cristianismo que só a prática da amizade é capaz de proporcionar. E nisto, o mundo, que pode até perder-se em equívocos sobre os cristãos, não se engana. Mesmo se for um único instante de contacto o que tivermos, tal basta para deixar transparecer uma amizade.                 José Tolentino Mendonça in Ecclesia
Demasiadas inquirições a crianças vítimas de abuso VIOLÊNCIA
AS CRIANÇAS vítimas de abusos físicos ou sexuais são inquiridas, em média, oito vezes. “Isto é assustador. Em Portugal uma criança conta à professora, depois à psicóloga, à Polícia, ao médico, etc. Estamos a vitimizar e a provocar danos acrescidos às nossas crianças. Além de que há risco de contaminação das provas”, afirmou, ontem, Teresa Magalhães, diretora da delegação Norte do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML). Falando num congresso sobre “Abuso e negligência de crianças”, que decorre, até hoje, no Centro de Investigação Médica do Porto, aquela responsável defendeu que “o primeiro relato da criança seja o mais válido”. Segundo Teresa Magalhães, os resultados dos exames médico-legais são, muitas s vezes, inconclusivos. “No e caso dos abusos físicos cerca a de 35% dos exames produzi zem resultados inespecífí- s cos. No que diz respeito aos abusos sexuais, mais de 60% e dos resultados são inespecí- e ficos”, referiu. Para a diretora do i INML/Norte, “é necessário valorizar o testemunho da criança, que pode ser o único meio de prova”. Teresa Magalhães defendeu, ainda, alterações legislativas para que as entrevistas forenses tenham valor probatório. r.p.
J_DMinho
NÚMEROS 8 Inquirições em média
 ‘ Uma criança abusada (física ou sexualmente) tem de repetir a sua história a diversos intervenientes na investigação. -

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013




Fogaça

Foi no Castelo de Vila da Feira que começou esta tradição que vai quase com 5 séculos.

Por causa de uma peste que atingiu uma grande mortandade os <condes do Castelo de Santa Maria da Feira criaram uma taxa de 30.000 Reis para dar de comer  a muita gente , nascendo daí a fogaça.

A fogaça é um pão doce português rico em vitaminas com um sabor a mel, canela, alecrim…e não sei que mais…assim me pareceu ontem em Vila da Feira quando fiz uma prova.

Hoje a festa se mantém com um desfile de Virgens que noutros tempos eram jovens de todas as idades e agora recorrem às crianças e a algumas adolescentes e é organizada por uma confraria camarária e com procissão em honra de S. Sebastião, o padroeiro da Fome , da Peste e da Guerra.





  

  
class="separator" style="clear: both; text-align: center;">

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Pintura- arte de passar para as cores os nossos sentimentos

Cheu...Cheu...Cheu

As vaquinhas saciam a sua sede com água do rio

Carta dos Direitos da Família (2)

Carta dos Direitos da Família (2) Em 22 de Outubro de 1983, há 30 anos, a Santa Sé publicou um documento vital para a defesa e promoção da dignidade da Família : a CARTA DOS DIREITOS DA FAMÍLIA. Com um Preâmbulo notável, a Carta tem 12 Artigos que especificam e explicam os direitos essenciais da célula base de toda e qualquer sociedade de todos os tempos e culturas. Este documento inscreve-se num conjunto mais alargado de tomadas de posição sobre a grandeza e dignidade da Família que caracterizaram o pontificado do Beato João Paulo II. Daqueles não se pode deixar de relevar a Exortação “Familiaris consortio”, verdadeiro vademecum da pastoral da Família e cuja actualidade se mantém com o frescor do dia da sua publicação. O Preâmbulo espraia-se por 13 considerandos, que são outros tantos pontos de reflexão e que procuram situar no tempo e na cultura dominante a citada Carta. Partindo dos direitos da Pessoa, “embora expressos como direitos do indivíduo, têm dimensão fundamentalmente social, que encontra a sua expressão inata e vital na família…” (Considerando A). Como merece uma atenta reflexão este primeiro considerando! Como ele é actual! Como o seu não entendimento e respeito explica o rotundo fracasso da nossa sociedade individualista e que tudo faz por ignorar a família como lugar natural e decisivo para se ser Pessoa! … Mas uma família “fundada sobre o matrimónio, união íntima de vida, complemento entre homem e mulher, (…). Depois, chama-se a atenção para o facto, indesmentível, de que “a família, sociedade natural, existe antes do Estado ou de qualquer outra comunidade, e possui direitos próprios que são inalienáveis” ( Cons. D). Por isso, pode perguntar-se, com que direito o Estado promove legislação invasiva, dissolvente e opressiva da Família? Ora, quanto mais as famílias abdicam do exercício dos seus direitos, mais o Estado invade o domínio familiar, não para as promover e apoiar mas para as dominar e desestruturar e desnaturalizar, como está a acontecer cada vez mais neste Ocidente decadente em que vigoram ditaduras do pensamento único e em que o Estado invasivo se arroga o direito de atentar contra os fundamentos da própria sociedade e da ecologia familiar! Neste 30º aniversário da CARTA DOS DIREITOS DA FAMÍLIA permito-me sugerir a sua (re)leitura e uma maior intervenção cívica dos cidadãos que ainda crêem que a Família e na Família reside o bem-estar do futuro da humanidade. Carlos Aguiar Gomes

Carta dos direitos da Família

Carta dos Direitos da Família Passa este ano o 30º aniversário da CARTA DOS DIREITOS DA FAMÍLIA. Como escreveu na Apresentação, o saudoso Cardeal Alfonso Trujillo, que foi Presidente do Conselho Pontifício para a Família, de uma edição feita pela Associação FAMÍLIAS, “o seu cumprimento é condição para uma sociedade sã e para que os próprios Direitos do Homem não fiquem numa mera formulação quase retórica, sem a real universalidade e obrigatoriedade no seio da família humana”. Na realidade, os dados do quotidiano mostram-nos, sem qualquer margem de dúvida, que a sociedade se encontra gravemente enferma e piora cada dia que passa, ao ritmo da desagregação da família por falta do conhecimento, respeito, promoção apoio e vivência dos direitos desta célula estruturante de qualquer sociedade humana de que é a base, fundamento e princípio. Dá-nos a ideia (mesmo a certeza!) de que há muitos sectores da nossa sociedade que têem como objetivo principal e prioritário do seu agir a destruição da Família para ,assim, dominar e manipular a seu gosto essa mesma sociedade que querem ,sem o dizer, de pensamento único. No campo da Família e, obviamente da Vida, creio que não restam dúvidas de que os ataques directos e subreptícios à estrutura, funcionamento e direitos da Família são mais do que evidentes. Mesmo, olhando a Família à luz do funcionamento da própria natureza, numa época tão sensível à sua protecção!... A Carta dos Direitos da Família, em que a família é proposta “como bem próprio da humanidade” (Card.Trujillo,l.c.),torna-se, pois, neste contexto actual, um desafio, um imperativo para conhecer, estudar e divulgar. A Carta dos Direitos da Família é uma rota segura, um caminho obrigatório e um rumo indispensável para que se promovam o seu respeito, reconhecimento e observância, para bem de cada pessoa, de cada família e de cada uma e de todas as comunidades humanas. No Ano Internacional da Família (1994) escrevi que “o coração do mundo pulsa na Família”. De facto, as arritmias de que padece este nosso tempo, a todos os níveis, resultam do mal-estar e demolição a que têem submetido a Família, face a muitos silêncios e indiferenças. … Se o futuro da humanidade passa pela Família, e passa mesmo, como tão bem dizia o Beato João Paulo II, o maior apóstolo da Vida e da Família, então, aproveite-se bem este ano para conhecer e difundir a CARTA DOS DIREITOS DA FAMÍLIA, neste seu 30º aniversário. Carlos Aguiar Gomes

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Jornada sobre o Estado Social e a Sociedade Solidária

                 
                    Dr. Aguiar Gomes

Pai Américo nasceu há 125 anos



Pai Américo nasceu há 125 anos
 
 
 
ESTOU a escrever nas vésperas do dia do seu nascimento. Foi a 23 de Outubro de 1887. Pai Amé­rico está vivo! Sentimos a sua pre­sença actuante em nosso coração. Foi um instrumento admirável do Servo dos servos: O Mestre divino. O testemunho da vida de Pai Amé­rico é um foco de luz a mostrar-nos o caminho do nosso viver diário. Quem dera escutemos a palavra chave da felicidade de cada um de nós: Não nos cansemos de fazer o bem, porque, se não desfalecermos, colheremos no tempo oportuno. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos. Contudo, os mais necessitados devem ocupar o primeiro lugar.
em nossas vidas. A atitude verda­deiramente humana, assumida por Pai Américo, foi uma atitude de “servo”. Aliás, é o caminho seguro, em todas as circunstâncias da vida, quer dos que estão constituídos em autoridade, quer dos cidadãos mais simples. O marido e a mulher que não agem como servos um do outro, o professor que não se considera servo dos seus alunos, o médico que não vê nos seus doentes superiores a servir, como podem desempenhar, com êxito, a missão que lhes está confiada? O exemplo do Mestre divino, que Se fez servo de todos até ao dom da Sua vida, foi o segredo da maravilha da vida de Pai Américo. Quando fez a descoberta do tesouro da sua vocação de servo, não parou mais, até ao desgaste final.
A Obra da Rua é a árvore plantada por Deus no coração de Pai Américo. É uma imagem muito interessante. Os vários ramos desta árvore estão virados para a rua, com o signifi­cado de área social dos mais aban­donados, dos excluídos, dos sem família, sem habitação, etc. O ramo das Casas do Gaiato cobre as crian­ças da rua, sem família, ou tendo-a, vivem como se não a tivessem. Por isso, a definição mais querida da Casa do Gaiato é a Casa de Família dos sem-família. Neste mundo con­creto em que vivemos, Angola, são tão necessárias as Casas do Gaiato! As crianças são multidão. Quem dera não faltassem as vocações com o coração disposto a servir estes filhos! A proposta para a construção de mais Casas do Gaiato foi feita pela Autoridade civil. A resposta não se fez esperar: são necessárias mais vocações para servir até ao dom da própria vida. Outro ramo desta árvore plantada no coração de Pai Américo é o Calvário dos doentes incuráveis, abandonados, sem família. Os hospitais são para os doentes com esperança de cura. Está certo. Mas, quando o doente é incurável e não tem família, para onde vai? Morre na rua, debaixo das árvores ou nos vãos das esca­das. São pessoas que não tiveram uma forma de vida com dignidade humana. Agora, nem para morrer! Quem dera o Calvário, a coroa da Qhfa da Rua que Pai Américo tanto desejou, viesse para Angola! Nem o Estado, nem a Igreja, em Angola, têm a Casa de Família para estes filhos incuráveis, portadores da mesma dignidade que cada um de nós tem. Batem-nos à porta, de vez em quando, mas o acompanhamento não é possível. Outro ramo muito importante é o Patrimônio dos Pobres. As famílias, sem habitação com o mínimo de dignidade, são em grande número. Pai Américo, com o seu coração grande, à medida do coração do Mestre, abraçou estas famílias com muito amor. Deixou- -nos o exemplo e o apelo à vossa ajuda. O jornal O GAIATO é o ramo de alto valor, também, desta árvore. É o canal por onde circula a vida de toda a Obra da Rua, até aos vos­sos corações. Sem O GAIATO não sentiríamos a comunhão convosco.
 
 
até à partilha das nossas vidas e dos nossos dons.
Ao celebrarmos os 125 anos do nascimento de Pai Américo, senti­mos que está vivo com o seu teste­munho de vida a ser luz verdadeira, a apontar-nos o caminho certo da nossa realização pessoal. Mais, o caminho único para o renascimento dum mundo novo, ao jeito duma família. Recordo o nosso encontro, nos 21 anos decisivos da minha vida. Jantámos juntos. A palavra era dele. O meu coração escutava. Tinha qua­tro Casas do Gaiato, naquela altura. Só tinha três padres. Encontrei a porta aberta da minha felicidade, neste encontro com Pai Américo. A palavra determinante do Sr. Bispo, que tinha uma grande admiração pela Obra da Rua, veio confirmar o meu caminho. Para ele a Obra da Rua era uma janela aberta, por onde crentes e não crentes viam a verdadeira Igreja como expressão do Amor maternal de Deus para com os mais pobres, os mais caídos da sociedade. Quem dera não faltem estes testemunhos, nos tempos que correm! Que o Processo de Beatificação de Pai Américo, em marcha, dê um passo em frente, por vontade de Deus. Depende de nós, também. Clamemos pela sua ajuda, como intercessor, junto de Deus, das graças necessárias para nós e para os outros.
Pai Américo está vivo!                                                                                                                                                   In  O Gaiato