A clausura não contradiz o convite a anunciar o Evangelho?
Os especialistas respondem à pergunta de um leitor
Catholicrelics.co.uk
Pergunta:
A vida das freiras de clausura, ainda que admirável em sua fidelidade, não contradiz o convite de Jesus a ir pelo mundo inteiro e anunciar o Evangelho? Jesus nos diz que uma vela não pode ficar escondida, mas deve iluminar o mundo. Às vezes me pergunto por que essas luzes maravilhosas estão escondidas nos conventos, sobretudo hoje, época em que todo mundo precisa tanto ser iluminado...
Resposta:
São Paulo nos fala do cristianismo como de um corpo, de um organismo articulado e comunicante (1 Cor 12, 12-26). Santa Teresa de Lisieux, ao buscar o sentido da sua vida e seu papel como freira, pergunta-se, nesta linha: “Que membro do corpo de Cristo eu posso ser?”.
Santa Teresa, citando expressamente esse texto de São Paulo, sobre o qual estava meditando, concluiu que queria ser o coração do corpo de Cristo, que é a Igreja, o amor que arde por cada ser humano; e levou esta tarefa a cabo estando em um mosteiro, vivendo poucos anos, tornando-se padroeira das missões.
São Paulo diz duas coisas fundamentais. A primeira é que, se um corpo fosse um único membro, seria um monstro e não um corpo; se uma criança nascesse sendo só uma orelha, seria uma aberração.
Também diz que, se os muitos membros estivessem brigando entre si, destruiriam imediatamente o corpo, impedindo sua organicidade; de fato, se as mãos começassem a bater nos olhos e os dentes mordessem os braços, ou os pés começassem a pisar outras partes... podemos imaginar a degradante e suicida situação (cf. Lc 11, 17-18).
Com isso, já respondi à pergunta, porque se compreende claramente a conclusão. Na Igreja, para que funcione bem, cada membro, cada pessoa, ordem, sociedade ou congregação tem sua tarefa, seu papel: alguns rezam, outros pregam, outros estudam, alguns fazem missões etc.
As freiras de clausura fazem parte da função de oração, mantendo continuamente a relação que o corpo deve ter com a Cabeça, com Cristo, como nesse diálogo contínuo que Jesus tinha com o Pai.
As freiras, fazendo isso, estariam fora do anúncio do Reino? Penso que não. Um homem que quer fazer bem um trabalho não pode perder de vista o projeto a ser realizado. Pois bem, as freiras de clausura são, na Igreja, esta contínua atenção ao projeto de Deus. Depois, caberá a outros traduzi-lo em palavras, discursos e conceitos.
(Artigo publicado originalmente por Toscana Oggi)
A vida das freiras de clausura, ainda que admirável em sua fidelidade, não contradiz o convite de Jesus a ir pelo mundo inteiro e anunciar o Evangelho? Jesus nos diz que uma vela não pode ficar escondida, mas deve iluminar o mundo. Às vezes me pergunto por que essas luzes maravilhosas estão escondidas nos conventos, sobretudo hoje, época em que todo mundo precisa tanto ser iluminado...
Resposta:
São Paulo nos fala do cristianismo como de um corpo, de um organismo articulado e comunicante (1 Cor 12, 12-26). Santa Teresa de Lisieux, ao buscar o sentido da sua vida e seu papel como freira, pergunta-se, nesta linha: “Que membro do corpo de Cristo eu posso ser?”.
Santa Teresa, citando expressamente esse texto de São Paulo, sobre o qual estava meditando, concluiu que queria ser o coração do corpo de Cristo, que é a Igreja, o amor que arde por cada ser humano; e levou esta tarefa a cabo estando em um mosteiro, vivendo poucos anos, tornando-se padroeira das missões.
São Paulo diz duas coisas fundamentais. A primeira é que, se um corpo fosse um único membro, seria um monstro e não um corpo; se uma criança nascesse sendo só uma orelha, seria uma aberração.
Também diz que, se os muitos membros estivessem brigando entre si, destruiriam imediatamente o corpo, impedindo sua organicidade; de fato, se as mãos começassem a bater nos olhos e os dentes mordessem os braços, ou os pés começassem a pisar outras partes... podemos imaginar a degradante e suicida situação (cf. Lc 11, 17-18).
Com isso, já respondi à pergunta, porque se compreende claramente a conclusão. Na Igreja, para que funcione bem, cada membro, cada pessoa, ordem, sociedade ou congregação tem sua tarefa, seu papel: alguns rezam, outros pregam, outros estudam, alguns fazem missões etc.
As freiras de clausura fazem parte da função de oração, mantendo continuamente a relação que o corpo deve ter com a Cabeça, com Cristo, como nesse diálogo contínuo que Jesus tinha com o Pai.
As freiras, fazendo isso, estariam fora do anúncio do Reino? Penso que não. Um homem que quer fazer bem um trabalho não pode perder de vista o projeto a ser realizado. Pois bem, as freiras de clausura são, na Igreja, esta contínua atenção ao projeto de Deus. Depois, caberá a outros traduzi-lo em palavras, discursos e conceitos.
(Artigo publicado originalmente por Toscana Oggi)
sources: Toscana Oggi
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