Ensine aos seus filhos o valor do dinheiro!
Diz-se que
-de pequenino se torce o pepino» e estes ditados populares têm muita razão de
ser. As crianças que aprendem desde cedo o valor do dinheiro e aprendem a
poupar terão mais facilidade de, no futuro, evitar situações de excesso de
endividamento, contratar créditos de forma inconsciente ou gastar mais do que o
que ganham.
Mas isto é
algo que não se aprende na escola, mas sim no dia a dia, nas compras que
fazemos, na gestão que fazemos do nosso dinheiro. Apesar de estar previsto que
dentro de pouco tempo a Literacia Financeira fará parte do currículo escolar, situação
despoletada pela crise financeira atual, a verdade é que ainda não se sabe ao
certo quando começa e que assuntos vão abordar. Por isso, o melhor é começar
por ensinar aos seus filhos o valor do dinheiro, como geri-lo, como poupar,
como comprar e que decisões tomarem, principalmente na hora de realizar uma
determinada compra.
Quando as
crianças são ainda muito pequenas para saber quanto vale cada nota ou moeda,
pode começar por brincar com elas ao Faz de Conta. As crianças gostam muito
deste tipo de brincadeiras em que simulam ser empregados de lojas, cafés,
restaurantes e principalmente de uma Pizzaria ou Hamburgueria. Nesta fase, é
importante que no fim de nos "servirem” lhes seja perguntado “quanto
é". Quando nos dizem que o preço é "X", normalmente muito
elevado ou muito baixo, é a altura ideal para darmos indicações do preço justo.
Por exemplo: “5,00 euros por um café? Isso é um exagero! 60 ou 70 Cêntimos
ainda aceito..." ou então "... só 1,00 euro por uma pizza e uma
coca-cola? Não se enganou? Deve ser mais ou menos uns 10,00 euros...”. Esta é
uma fase em que ouvem os adultos a falar de dinheiro mas ainda não conseguem
relacionar as coisas com o seu valor real.
A partir do momento
em que começam a perceber o valor do dinheiro e a saber que notas e moedas
existem, é altura de ensinar métodos de poupança. 0 ideal seria criar 3
mealheiros com objetivos diferentes. Um para a poupança com objectivos de longo
prazo, como por exemplo um carro ou a ida para a Universidade, outro a curto
prazo para brinquedos, jogos e afins, e outro para gastos extraordinários,
para fazer doações a Instituições de Caridade por exemplo e outros. Criam-se
assim objectivos de poupança que devemos fomentar a cumprir.
Depois vem a fase do
“eu quero isto”, do “preciso mesmo daquilo", ou do “queria muito uma
coisa". Nessa altura, a melhor maneira de educar os seus filhos passa por
ensinar- -Ihes a importância que as coisas ocupam no patamar das nossas
necessidades. Saber o que é mesmo essencial, o que é importante e o que
gostaríamos de ter, mas que terá de esperar pela altura mais adequada. As
necessidades básicas (almoço na escola, lanche, material), as necessidades
importantes (vestuário, calçado) e as necessidades de menor importância e que
por isso podem ser adiadas (calçado / roupa de determinadas marcas/jogos). A
partir daqui, deverá ensinar os seus filhos a administrar a sua semanada/mesada
de acordo com as suas necessidades.
Quando estas noções
já estiverem suficientemente consolidadas, passa a ser altura de ensinar os seus
filhos a efectuar comparações de preço versus qualidade. Para isso nada melhor
do que os levar às compras ao supermercado, ensinar-lhes a comparar preços e
produtos recorrendo a comparações de composição de produtos, quantidade na
embalagem versus o preço ao quilo ou ao litro e até a fazer escolhas entre
produtos de marca e produtos da marca do supermercado, também conhecidos por
produtos de “linha branca”.
Por fim, quando os
seus filhos já tiverem uma boa noção do dinheiro, das necessidades e das opções
em termos de marcas e qualidade, é altura de os deixar mostrar o que já sabem e
como são capazes de gerir o seu dinheiro sem ajuda de adultos. Para isso, opte
por dar a mesada através de um cartão de débito pré-carregado o que, para além
de ser mais seguro contra perdas e roubos, permite saber onde o dinheiro é
gasto, como é gasto e também estipular valores máximos diários, semanais e
mensais.
É também a partir
desta altura que pode ensinar os seus filhos a investir. Nesta altura devem
começar a analisar produtos bancários como os depósitos a prazo, ações e
fundos de investimento e começar a efetuar escolhas de como aplicar as
poupanças. E claro, conhecer que tipos de crédito existem, para que servem e
que taxas são cobradas. Fazer as contas e perceber realmente o custo que os
créditos implicam.
Parece
difícil e na realidade são precisos anos para inculcar valores
econômicos
sólidos, mas que vale a pena vale.
In Diário do Minho
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