terça-feira, 17 de novembro de 2015

Os leigos não são fiéis “de segunda”


Os leigos não são fiéis “de segunda”

 

É esta a principal enunciação da mensagem do Papa Francisco para a jornada de estudos em torno do decreto conciliar Apostolicam Actuositatem (AA), sobre o apostolado dos Leigos, organizada pelo Pontifício Conselho para os Leigos em parceria com a Universidade Pontifícia da Santa Cruz.

Com efeito, a 18 de novembro, passa o cinquentenário da promulgação do referido decreto conciliar pelo Papa Paulo VI. E a jornada referida ocorreu a 12 de novembro, passado, em torno do tema “Vocação e missão dos leigos – 50 anos do decreto Apostolicam Actuositatem”, documento de um Concílio que, no dizer de Paulo VI, que a ele presidiu e acompanhou nas três das suas quatro sessões, teve o caráter “de um grande e triplo ato de amor: a Deus, à Igreja, à humanidade” – evento extraordinário de graça.

Francisco recorda que o Concílio Vaticano II não olha para os leigos como se eles fossem membros de “segunda categoria” ao serviço e em função da hierarquia como simples executores de “ordens de cima”. São, antes, na condição de discípulos de Cristo, que na força do seu Batismo e da sua inclusão natural “no mundo”, chamados a animar todo o ambiente, toda a atividade e toda a relação humana segundo o espírito evangélico, levando a luz, a esperança e a caridade recebidas de Cristo aos lugares que, de outra forma, permaneceriam alheios à ação de Deus e abandonados à miséria da condição humana.

Esta renovada atitude de amor que inspirava os padres conciliares, segundo o Papa, levou também, entre seus múltiplos frutos, a uma nova forma de olhar para a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, com “magnífica expressão nas duas grandes constituições conciliares”: a dogmática Lumen Gentium (LG), sobre o ser da Igreja, e a pastoral Gaudium et Spes (GS), sobre a Igreja no mundo atual.

Sobre o ser e o estatuto do leigo, a Lumen Gentium ensina que os leigos são fundamentalmente membros da Igreja – Povo de Deus:

“Todas as coisas que se disseram a respeito do Povo de Deus se dirigem igualmente aos leigos, aos religiosos e aos clérigos, algumas, contudo, pertencem de modo particular aos leigos, homens e mulheres, em razão do seu estado e missão; e os seus fundamentos, devido às circunstâncias especiais do nosso tempo, devem ser mais cuidadosamente expostos” (LG 30).

E estabelece a limitação dos pastores (bispos, presbíteros e diáconos) e sua relação com os leigos:

“Os sagrados pastores conhecem perfeitamente quanto os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja. Pois aqueles sabem que não foram instituídos por Cristo para se encarregarem por si sós de toda a missão salvadora da Igreja para com o mundo, mas que o seu cargo sublime consiste em pastorear de tal modo os fiéis e de tal modo reconhecer os seus serviços e carismas, que todos, cada um segundo o seu modo próprio, cooperem na obra comum.” (LG 30).

Os leigos contribuem para a edificação e crescimento da Igreja:

“É necessário que todos, ‘praticando a verdade na caridade, cresçamos de todas as maneiras para aquele que é a cabeça, Cristo; pelo influxo do qual o corpo inteiro, bem ajustado e coeso por toda a espécie de junturas que o alimentam, com a ação proporcionada a cada membro, realiza o seu crescimento em ordem à própria edificação na caridade’ (Ef 4,15-16).” (LG 30).

Que se entende por leigos?

De modo negativo (o que não são):

“Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja” (LG 31).

De modo afirmativo e positivo (o que são: de laikós, adjetivo grego – membro do laós, povo):

“Os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo” (LG 31).

Também João Paulo II, na sua exortação apostólica Christifideles Laici (CL), de 30 de dezembro de 1988, retoma a noção de leigos da LG, justificando:

“Ao responder à pergunta quem são os fiéis leigos, o Concílio, ultrapassando anteriores interpretações prevalentemente negativas, abriu-se a uma visão decididamente positiva e manifestou o seu propósito fundamental ao afirmar a plena pertença dos fiéis leigos à Igreja e ao seu mistério e a índole peculiar da sua vocação, a qual tem como específico ‘procurar o Reino de Deus tratando das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus’.” (CL, 9).

Qual é a sua marca?

É própria e peculiar dos leigos a característica secular” (LG 31).

Enquanto a função primordial dos pastores é garantir a sã doutrina, presidir à celebração dos divinos mistérios e coordenar a ação hodegética ou a caminhada comum (sinodalidade), “é próprio do estado dos leigos viver no meio do mundo e das ocupações seculares”, pelo que “eles são chamados por Deus para, cheios de fervor cristão, exercerem como fermento o seu apostolado no meio do mundo” (AA 2), na certeza de que a todos os fiéis (pastores e leigos) incumbe “o glorioso encargo de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens em toda a terra” (AA3).

E a Gaudium et Spes adverte:

“Os leigos, que devem tomar parte ativa em toda a vida da Igreja, não devem apenas impregnar o mundo com o espírito cristão, mas são também chamados a serem testemunhas de Cristo, em todas as circunstâncias, no seio da comunidade humana” (GS 43).

Referindo-se às duas preditas Constituições conciliares, o Papa diz que estes documentos “consideram os fiéis leigos dentro duma visão de conjunto do Povo de Deus, ao qual pertencem junto com os membros da ordem sagrada e com os religiosos, participando da forma que lhes é própria da função sacerdotal, profética e real de Cristo”. E reconhece que este ensinamento conciliar que fez crescer na Igreja a formação dos leigos, já deu tantos frutos até aqui.

Porém, Francisco sente para si e para os demais pastores a interpelação do Concílio Vaticano II, que, como todo o concílio

“Interpela cada geração de pastores e de leigos porque é um dom inestimável do Espírito Santo, a ser acolhido com gratidão e sentido de responsabilidade: tudo o que nos foi dado pelo Espírito e transmitido pela santa Mãe Igreja deve sempre ser entendido de novo, assimilado e concretizado na realidade”.

***

Talvez, por isso, seja conveniente continuar a ler a fundamentação do apostolado laical, como integrando todo o complexo do apostolado eclesial e não como corpo ou ação à parte:

“A Igreja nasceu para tornar todos os homens participantes da redenção salvadora e, por eles, ordenar efetivamente a Cristo o universo inteiro, dilatando pelo mundo o seu reino para glória de Deus Pai. Toda a atividade do Corpo místico que a este fim se oriente chama-se “apostolado”. A Igreja exerce-o de diversas maneiras, por meio de todos os seus membros, já que a vocação cristã é também, por sua própria natureza, vocação ao apostolado.” (AA2).

O apostolado é tão essencial à Igreja como a ação ao corpo vivo (não se deve esquecer que Igreja é Povo de Deus e Corpo de Cristo) e todos estão constituídos no dever de se implicarem nele:

“Do mesmo modo que num corpo vivo nenhum membro tem um papel meramente passivo, mas antes, juntamente com a vida do corpo, também participa na sua atividade, assim também no Corpo de Cristo, que é a Igreja, todo o corpo ‘cresce segundo a operação própria de cada um dos seus membros’ (Ef 4,16). Mais ainda: é tanta neste corpo a conexão e coesão dos membros (cf Ef 4,16) que se deve dizer que não aproveita nem à Igreja nem a si mesmo aquele membro que não trabalhar para o crescimento do corpo, segundo a própria capacidade.” (AA2).

Na convicção de que “existe na Igreja diversidade de funções, mas unidade de missão”, os Bispos discerniam na aula conciliar que:

“Aos Apóstolos e seus sucessores, confiou Cristo a missão de ensinar, santificar e governar em seu nome e com o seu poder. Mas os leigos, dado que são participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, têm um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro Povo de Deus, na Igreja e no mundo. Exercem, com efeito, apostolado com a sua ação para evangelizar e santificar os homens e para impregnar e aperfeiçoar a ordem temporal com o espírito do Evangelho; deste modo, a sua atividade nesta ordem dá claro testemunho de Cristo e contribui para a salvação dos homens. E, sendo próprio do estado dos leigos viver no meio do mundo e das ocupações seculares, eles são chamados por Deus para, cheios de fervor cristão, exercerem como fermento o seu apostolado no meio do mundo.” (AA 2).

Por seu turno, a exortação apostólica de Paulo VI Evangelii Nuntiandi (EN), de 8 de dezembro de 1975 (há quarenta anos), insere a missão dos leigos no contexto da ação de toda a Igreja:

“A Igreja é ela toda inteiramente evangelizadora. Ora isso quer dizer que, para com o conjunto do mundo e para com cada parcela do mundo onde ela se encontra, a Igreja se sente responsável pela missão de difundir o Evangelho.” (EN, 60).

E especifica a missão evangelizadora dos leigos, diferente, mas não inferior à da Hierarquia, que se fundamenta na sua vocação específica:

“Os leigos, a quem a sua vocação específica coloca no meio do mundo e à frente de tarefas as mais variadas na ordem temporal, devem também eles, através disso mesmo, atuar uma singular forma de evangelização” (EN, 70).

Definido claramente a sua tarefa, em contraposição com a da Hierarquia, Paulo VI ensina:

“A sua primeira e imediata tarefa não é a instituição e o desenvolvimento da comunidade eclesial; esse é o papel específico dos Pastores, mas sim, o pôr em prática todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e operantes, nas coisas do mundo. O campo próprio da sua atividade evangelizadora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos ‘mass media’ e, ainda, outras realidades abertas para a evangelização, como sejam o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento.” (EN, 70).

Depois, o Papa Montini postula a mobilização e a capacitação dos leigos para a missão:

“Quanto mais leigos houver impregnados do Evangelho, responsáveis em relação a tais realidades e comprometidos claramente nas mesmas, competentes para as promover e conscientes de que é necessário fazer desabrochar a sua capacidade cristã muitas vezes escondida e asfixiada, tanto mais essas realidades, sem nada perder ou sacrificar do próprio coeficiente humano, mas patenteando uma dimensão transcendente para o além, não raro desconhecida, se virão a encontrar ao serviço da edificação do reino de Deus e, por conseguinte, da salvação em Jesus Cristo” (EN, 70).

***

É capaz de ser interessante visitar também, a este respeito, o Código de Direito Canónico (CDC), que, tendo em conta a personalidade e capacidade jurídica dos fiéis, define o côngruo estatuto de cada fiel e grupo de fiéis.

O cânone 204 parte da condição de base ou comum de todos os membros do povo de Deus e chama-lhes fiéis (Christifideles – fiéis de Cristo). Veja-se o seu § l:

“Fiéis são aqueles que, por terem sido incorporados em Cristo pelo baptismo, foram constituídos em povo de Deus e por este motivo se tornaram a seu modo participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo e, segundo a própria condição, são chamados a exercer a missão que Deus confiou à Igreja para esta realizar no mundo”.

Não distinguindo, como faz o Concílio, entre leigos, clérigos e religiosos, cân. 207 especifica, no § 1, a distinção entre clérigos (bispos, presbíteros e diáconos) e leigos (clerici et laici):

“Por instituição divina, entre os fiéis existem os ministros sagrados, que no direito se chamam também clérigos; os outros fiéis também se designam por leigos”.

E o § 2 declara que os religiosos (verdadeiros cultores da Igreja e do Reino) são leigos e clérigos:

“De ambos estes grupos existem fiéis que, pela profissão dos conselhos evangélicos por meio dos votos ou outros vínculos sagrados, reconhecidos e sancionados pela Igreja, se consagram a Deus de modo peculiar, e contribuem para a missão salvífica da Igreja; cujo estado, embora não diga respeito à estrutura hierárquica da Igreja, pertence contudo à sua vida e santidade”.

Quanto às obrigações e direitos comuns, há que ter em conta os câns. 208 a 223, de que se destacam o seguintes aspetos:

- A verdadeira igualdade no concernente à dignidade e atuação;

- A liberdade de escolha do estado de vida;

- A obrigação de manter sempre a comunhão com a Igreja;

- A obrigação de prover às necessidades de Igreja;

- A obrigação de promover a justiça social e de auxiliar os pobres com os seus próprios recursos;

- O dever de promover ou manter a ação apostólica;

- O esforço por levar uma vida santa e promover o incremento da Igreja e a sua contínua santificação;

- O direito de prestar culto a Deus e de seguir uma forma própria de vida espiritual, consentânea com a doutrina da Igreja;

- O direito à boa fama e à intimidade;

- O direito à educação cristã;

- A possibilidade de livremente fundar e dirigir associações para fins de caridade ou de piedade ou para fomentar a vocação cristã no mundo, e de reunir-se para prosseguirem em comum esses mesmos fins;

- A justa liberdade de investigação e de expor prudentemente as suas opiniões acerca das matérias em que são peritos, observada a devida reverência para com o magistério da Igreja.

Em especial, no cân. 211, estabelece-se:

“Todos os fiéis têm o dever e o direito de trabalhar para que a mensagem divina da salvação chegue cada vez mais a todos os homens de todos os tempos e do mundo inteiro”.

Quantos aos aspetos específicos dos fiéis leigos, vêm os cânones 224 a 231, estipulando-se genericamente, no cân. 224, o seguinte:

“Os fiéis leigos, além das obrigações e dos direitos comuns a todos os fiéis e dos que se estabelecem em outros cânones, têm as obrigações e gozam dos direitos referidos nos cânones deste título”.

Neste âmbito, destaca-se o cân. 225, que fundamenta o que estabelece, como se pode ver:

 § 1: Os leigos, uma vez que, como todos os fiéis, são deputados para o apostolado em virtude do batismo e da confirmação, têm a obrigação geral e gozam do direito de, quer individualmente quer reunidos em associações, trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e em todas as partes da terra; esta obrigação torna-se mais urgente nas circunstâncias em que só por meio deles os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo.

- § 2: Têm ainda o dever peculiar de, cada qual, segundo a própria condição, imbuir e aperfeiçoar com espírito evangélico a ordem temporal, e de dar testemunho de Cristo especialmente na sua atuação e no desempenho das suas funções seculares.

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Decidida e claramente o ser diferente não significa ser inferior ou superior!

2015.11.13 – Louro de Carvalho

 

domingo, 15 de novembro de 2015

Dar Alma à Vida LXXVIII


Dar Alma à Vida LXXVIII

 

Dar Alma à Vida é mostrar à Vida a Esperança, a Cura e os Sacramentos que curam…

Dar Alma à Vida é reconhecer que temos meios de cura que Jesus Cristo nos deixou.

Dar Alma à Vida é descobrir que a nossa doença é sempre desagregadora não só no corpo como na alma, é descobrir desarmonias que afectam o todo que nós somos (corpo e alma).





Dar Alma à Vida é saber abandonar tudo o que nos aproxima da morte em qualquer idade, não porque a morte é algo de apavorar mas que nem existe porque Deus é eterno e desde que, antes de sermos concebidos já existíamos na mente de Deus e Ele quer tanto a cura e dá- nos os meios necessários como a Santa Unção.
 

 
“Se alguém está doente, chama os presbíteros da Igreja”. Não é no fim da doença, não é depois da morte, nem próximo da passagem desta vida terrena para a vida do além, mas desde que esteja doente e se for em comunidade, melhor.
 

 
 
Dar Alma à Vida é mostrar que não se está só, mas toda a comunidade ora, reza e se encontra unida no sofrimento e procura fazer pontes entre a terra e o Céu.
 
 

 
 
Dar Alma à Vida é mergulhar numa água refrescante da qual se sai com Vida em abundância.

Carta pastoral de D. Anacleto

A.C.

sábado, 14 de novembro de 2015

MIGRAÇÕES REFUGIADOS NÃO SÃO FANTASMAS


 
MIGRAÇÕES REFUGIADOS NÃO
 
 
SÃO
 
 
FANTASMAS
 
A palestra subordinada ao tema "MIGRAÇÕES LIVRES E MIGRAÇÕES FORÇADAS: PORTUGAL NA EUROPA EM 2015", foi proferida pelo Sr. Professor Doutor Jorge Milheiros, especialista na matéria, no Auditório da Caixa Agrícola por iniciativa do Rotary Club de Viana do Castelo.















 
 
 
O Professor foi exaustivo e mostrou assente em dados científicos como não é um nada de fenómeno para a Europa um milhão de refugiados no verdadeiro sentido da palavra. Retira desta figura aqueles que sob esse nome, ou sob o nome de turistas, ou negócios apareçam de má fé.

Conseguiu, depois de um historial fundamentado e lógico, a meu ver desmistificar a ideia de catastrófico o acolhimento de quem procura sobreviver à morte, à fome, à violência, à falta de liberdade...Através da história também nós gostámos de ser bem recebidos por outras nações na emigração portuguesa até aos dias de hoje.

O tema não teve cariz poítico, nem religioso, mas apanas o vai-vem dos povos por motivos diversos, mas sempre à procura de melhor estar, ou de mais cultura..

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Padre Jorge Barbosa, em Barcelos, falou para mais de 300 pessoas- «O Céu é uma realidade essencialmente teológica»


Padre Jorge Barbosa, em Barcelos, falou para mais de 300 pessoas

 

«O Céu é uma realidade essencialmente teológica»

 

Sampaio Viana

 

«O Céu é uma realidade essencialmente teológica. Em primeiro lugar, é uma realidade cristológica: é estar com Cristo e com todos aqueles que estão com Cristo. O Céu é Deus para quem O ama», afirmou, na noite da passada quarta-feira, no auditório municipal de Barcelos, o padre Jorge Alves Barbosa.

O sacerdote da Diocese de Viana do Castelo proferiu uma conferência intitulada “Do terror da morte...à esperança na ressurreição” promovida pelo arciprestado de Barcelos e que encheu o auditório, reunindo, por isso, mais de 300 pessoas.

O padre Jorge dividiu a sua conferência em duas partes: “do terrror da morte” e “esperança na ressurreição”. Falando da segunda parte, afirmou que «a morte deve envolver uma aprendizagem de esperança e está envolvida no conceito teológico dos novíssimos do homem (morte, juízo, Inferno, Paraíso), que são realidades envolvidas numa dimensão de mistério que não nos deixam falar corretamente delas».

Acerca do Inferno, disse que, quando falarmos dele, «devemos interpretar a Sagrada Escritura no seu conjunto e não apenas em determinadas passagens», acrescentando que «o Inferno representa a total ausência de esperança».

A partir da afirmação do Credo “creio na vida eterna”, o conferente afirmou que «todos somos chamados a viver a vida eterna, a viver no céu como pessoas ressuscitadas que assumem a sua história pessoal».

A terminar a sua conferência, o padre Jorge Barbosa citou o Papa Bento XVI e Santo Agostinho, afirmando que, «para compreender o conceito de vida eterna, é preciso mergulhar na vastidão dos seres, ao mesmo tempo que ficamos mergulhados na alegria, que se exprime no aleluia contínuo das criaturas».

No início da conferência, o sacerdote esclareceu que iria fazer uma abordagem interdisciplinar da morte e da ressurreição, passando pela teologia e a música.

Antes da conferência, o Grupo Coral da Lama, do concelho de Barcelos, interpretou, a quatro vozes, alguns trechos musicais alusivos à vida eterna.

Encerrou os trabalhos o arcipreste de Barcelos, padre José Gomes da Silva Araújo, afirmando que «a morte de cada um de nós leva-nos à vida eterna; isso concretiza-se pelo amor a Deus e aos irmãos; importa viver como Jesus viveu».

Antes da conferência, o monsenhor Abílio Alves Cardoso enquadrou-a na planificação do arciprestado de Barcelos para este ano e na sequência dos anos anteriores. Disse, então, que, há três semanas, o arciprestado promoveu uma conferência sobre a ecologia à luz da encíclica do Papa Francisco “Laudato Si”, a cargo da teóloga Isabel Varanda.

O prior de Barcelos disse também que a conferência do padre Jorge Barbosa veio na continuidade das conferências promovidas pelo arciprestado de Barcelos desde há três anos sobre os novíssimos do homem.

XVII FÓRUM ECUMÉNICO JOVEM EM CASTELO BRANCO


XVII FÓRUM ECUMÉNICO JOVEM EM CASTELO BRANCO

Conformismo, não! Transformação, sim!
 
 


 

 
Mais de 200 jovens ‘invadiram’ Castelo Branco a 7 de Novembro para a 17ª edição do FEJ. À organização (igrejas Católica, Lusitana, Metodista e Presbiteriana), juntaram-se os Ortodoxos.

A festa começou na Igreja da Sra de Fátima com saudações. D. Manuel Felício levou palavras de incentivo da Conferência Episcopal Portuguesa. D. Antonino Dias fez as honras de anfitrião e deu as boas vindas a todos. O Dr. Luis Correia, Presidente da Câmara, mostrou a alegria de acolher o evento. D. Sifredo Teixeira saudou os presentes em nome do Conselho Português das Igrejas Cristãs. E a festa continuou com a oração da manhã e a partilha bíblica orientada pelo Bispo Sifredo. A não conformação e a transformação de vida foram analisadas à luz das atitudes do cego Bartimeu, da Samaritana e de Zaqueu. Concluiu com um apelo à solidariedade e ao acolhimento aos refugiados porque ‘a Fé tem de nos transformar e de transformar o mundo á nossa volta’.

Os jovens reflectiram em pequenos grupos e prepararam uma oração para a Celebração Final. O almoço foi partilhado.

A tarde iniciou com workshops plurais, desde a visita a Museus (Cargaleiro, Francisco Tavares Proença Júnior, Arte Sacra), até partilhas de temas e experiências como a Ecologia, o Voluntariado hospitalar e missionário, a vida sofrida dos cristãos perseguidos, as respostas sociais das Igrejas.

O encerramento foi celebrativo, na Igreja de S. Tiago, a partir das convicções de que só o Amor de Deus transforma, de que não há transformação sem arrependimento e confissão dos pecados, de que a transformação requer tempo para ouvir a Palavra de Deus e exige momentos de Oração. Concluiu-se que transformados por Deus, os jovens ajudam a transformar o mundo em que vivemos.

Na hora da despedida, a alegria era imagem de marca e prova de que foi um grande momento ecuménico. Os abraços não esconderam a gratidão ao Departamento de Pastoral Juvenil da Diocese de Portalegre-Castelo Branco e às paróquias da Cidade que prepararam, acolheram e animaram o FEJ 2015.


Tony Neves

A oração verbalizada e os smartphones: a app Passo-a-Rezar, um caso de excelência


A oração verbalizada e os smartphones: a app Passo-a-Rezar, um caso de excelência

(súmula de um artigo publicado na revista Brotéria de Setembro 2015)

 

Por: João van Zeller[1]

 


 

No segundo trimestre de 2015, o Barómetro de Telecomunicações da Marktest contabilizava em Portugal mais de cinco milhões de pessoas que utilizam o smartphone.

 

Com impacto para os católicos portugueses, o smartphone tem um aspecto fundamental para a prática religiosa: o da oração, sendo estes os seus pólos de maior interesse:

 

-acessibilidade à recitação da oração em qualquer lugar e hora, quer por wifi, quer por 3G ou 4G;

-interpretação oral da oração com elevada qualidade;

-tempo pré definido para a oração;

-estímulo exponencial da capacidade de concentração do utilizador.

 

O Apostolado da Oração, em Braga, liderado pelo Padre António Valério SJ, obteve assinalável êxito com a implementação da app Passo-a-Rezar, que conta neste momento com cerca de 12.000 pessoas a acederem diariamente à prática da oração pela via digital.

 

Ao pressionar a app Passo-a-Rezar no smartphone, acede-se às meditações do dia, com uma duração de cerca de dez minutos. É lida uma meditação, uma leitura bíblica (salmo, texto dos Evangelhos, ou das Epístolas), segunda meditação, repetição da leitura do texto bíblico, e meditação final.

 

O Passo-a-Rezar, permite escutar essas preces onde quer que nos encontremos, a qualquer hora do dia, do acordar ao adormecer.

 

A utilização dos auriculares, melhora a concentração, torna a prática discreta, e  não invade a tranquilidade de ninguém.

 

A app Passo-a-Rezar dá também acesso aos Passos Para Mais, com distintos grupos adicionais de orações e meditações: Caminho de Santiago (catorze minutos em média, cada); Via Sacra com Maria (onze minutos de duração média); Retiro do Advento (média de onze  minutos cada oração/meditação); Passos com Maria (treze minutos, média); Retiro da Quaresma (média, doze minutos); Rezar o Meu Dia (onze minutos para cada oração e meditação); Pausas na Beleza (catorze minutos de duração cada); Passo-a-Rezar o Terço, com os quatro mistérios (trinta e quatro minutos para cada Terço, em média); Rezar com o Papa Francisco (oito minutos cada oração).

 

No Passo-a-Rezar o Terço a recitação das Avé Marias por apenas uma voz, é pausada e seguida, e as introduções a cada Mistério, por outra voz, utiliza textos particularmente inspirados, abrindo o caminho à profunda interiorização da oração.

 

A app Passo-a-Rezar é gratuita, descarregável no smartphone com grande facilidade, e a sua utilização é intuitiva.

 




[1] Advogado, Empresário
 
 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Dar Alma à Vida LXXVII


Dar Alma à Vida LXXVII

 Dar Alma à Vida é dar-lhe a possibilidade da cura, do perdão, porque a cura da Alma é mais importante que a cura do corpo.
Dar alma à Vida é dar-lhe um espaço para a Penitência, para a conversão, transformação, o que nos obriga a mudar de conduta… a mudar de agulhas para andarmos por carris que nos conduzem a bom porto.

Dar Alma à Vida é ter uma contínua penitência e arrependimento, ou pesar porque nunca somos perfeitos na vida que precisa de ser vivida com Alma.



Dar Alma à Vida é não ignorar a carta de S. João: “Se dissermos que não temos pecado, enganámo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós (1 Jo 1.8)”.

Dar Alma à Vida é reconhecer que todos fazemos um só corpo em Jesus Cristo e quando um membro sofre todos os outros que fazem parte de um todo sofrem.
 

Dar Alma à Vida é saber dizer: “Confesso-me a Deus todo-poderoso e a vós irmãos…”.

Dar Alma à Vida é saborear o Perdão que se dá e que se recebe com gestos e palavras entre nós e entre nós e Deus.

Dar Alma à Vida é dar um duche depois de um trabalho exaustivo, duro, que nos fez suar (Catecismo da Igreja Católica).

Dar Alma à Vida é sentir que depois do Perdão vem a Missão.
                                                                                     Cf. Carta Pastoral de D. Anacleto
A.C.