Paróquia Nossa Senhora de Fátima- Formação de Adultos
Ano da Fé – 2012/2013- Dia: 27 de Abril - Horas:
15horas
Local – Igreja da Sagrada Família (Abelheira)
A Celebração da Fé na
Liturgia
A Eucaristia como meio para onde se encaminha a
acção da Igreja e a fonte donde promana toda a sua força.
1 – Oração
Comunitária:
1.1
- “Digo-vos ainda: Se dois de entre vós se
unirem, na Terra, para pedir qualquer coisa, hão-de obtê-la de Meu Pai que está
no céu. Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, Eu estou no
meio deles.” (Mat. 18.19-20)
1.2
– Nas vossas orações, não sejais como os
gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem serão
atendidos. Não façam como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que
necessitais antes de vós lho pedirdes.” (Mat. 6, 7-8)
1.3
- “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto
mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o
culto, há-de recompensar-te.” (Mat. 6, 6)
2
– O
Templo é casa da Palavra: - proclamada; acolhida; celebrada; meditada.
FALAI SENHOR QUE O VOSSO SERVO
ESCUTA…“ESTEJAM OS MEUS OUVIDOS ATENTOS À VOZ DO MEU SENHOR…
3
–
Baptismo – Sacramento da Fé -
Eucaristia – Sacramento da Caridade -- “Kerigma, Diaconia, Koinonia”
–
Celebração: “COMO SE VISSE O INVISÍVEL”
“SÓ SE VÊ BEM COM O CORAÇÃO”
4 – 1-Palavra; 2-Gesto; 3-Silêncio; 4-Canto
(festa); 5-Arte da paramentaria; 6-Alfaias litúrgicas; 7-Espaço – dignidade na
simplicidade;8-Arte mistagógica; 9-Cultura da beleza (pão + vinho); 10-Brilhem
os ritos; 11-Dimensão comunitária – sacramento da unidade do povo santo de Deus
(S.C.26)
5-QUAL
O SIGNIFICADO DA PALAVRA LITURGIA?
Originariamente,
a palavra «liturgia» significa «obra pública», «serviço por parte de e em favor
do povo». Na tradição cristã, quer dizer que o povo de Deus toma parte na «obra
de Deus». Pela liturgia, Cristo, nosso Redentor e Sumo-Sacerdote, continua na
sua Igreja, com ela e por ela, a obra da nossa redenção.
No Novo
Testamento, a palavra «liturgia» é empregada para designar, não somente a
celebração do culto divino mas também o anúncio do Evangelho e a caridade em acto. Em todas estas
situações, trata-se do serviço de Deus e dos homens. Na celebração litúrgica, a
Igreja é serva, à imagem do seu Senhor, o único « Liturgo», participando no seu
sacerdócio (culto) profético (anúncio) e real (serviço da caridade)
«Com razão se
considera a liturgia como o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo.
Nela, mediante sinais sensíveis e no modo próprio de cada qual, significa-se e
realiza-se a santificação dos homens e é exercido o culto público integral pelo
corpo Místico de Jesus Cristo, isto é, pela cabeça e pelos membros. Portanto,
qualquer celebração litúrgica, enquanto obra de Cristo Sacerdote e do seu corpo
que é a Igreja, é acção sagrada por excelência e nenhuma outra acção da Igreja
a iguala em eficácia com o mesmo título e no mesmo grau».
6-A
LITURGIA COMO FONTE DE VIDA
Obra de Cristo, a Liturgia é também uma acção
da sua Igreja. Ela realiza e manifesta a Igreja como sinal visível da
comunhão de Deus e dos homens por Cristo; empenha os fiéis na vida nova
da comunidade, e implica uma participação «consciente, activa e frutuosa» de
todos.
«A liturgia
não esgota toda a acção da Igreja» (11). Deve ser precedida pela evangelização,
pela fé e pela conversão, e só então pode produzir os seus frutos na vida dos
fiéis: a vida nova segundo o Espírito, o empenhamento na missão da Igreja e o
serviço da sua unidade.
7-CATEQUESE E LITURGIA
«A liturgia é
simultaneamente o cume para o qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de
onde dimana toda a sua força» (13). É, portanto, o lugar privilegiado da
catequese do Povo de Deus. «A catequese está intrinsecamente ligada a toda a
acção litúrgica e sacramental, pois é nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia,
que Jesus Cristo age em plenitude, em ordem à transformação dos homens».
A catequese
litúrgica visa introduzir no mistério de Cristo (ela é «mistagogia»), partindo
do visível para o invisível, do significante para o significado, dos
«sacramentos» para os «mistérios». Tal catequese compete aos catecismos locais
e regionais; o presente catecismo, que deseja colocar-se ao serviço de toda a
Igreja na diversidade dos seus ritos e das suas culturas (15) apresentará o que
é fundamental e comum a toda a Igreja a respeito da liturgia, enquanto mistério
e enquanto celebração (Primeira Secção), e depois, dos sete sacramentos
e sacramentais (Segunda Secção).
“A LITURGIA É UMA ACÇÃO ECLESIAL
QUE PERTENCE E É REALIZADA POR TODO O POVO DE DEUS.” (S. C. 14)
(ECLESIA
– Diversos carismas, ministérios – dimensão comunitária…)
8-OS
CELEBRANTES DA LITURGIA SACRAMENTAL
É toda a comunidade,
o corpo de Cristo unido à sua Cabeça, que celebra. «As acções litúrgicas
não são acções privadas, mas celebrações da Igreja, que é "o sacramento da
unidade", isto é, povo santo reunido e ordenado sob a direcção dos bispos.
Por isso, tais acções pertencem a todo o corpo da Igreja, manifestam-no e
afectam-no, atingindo, porém, cada um dos membros de modo diverso, segundo a
variedade de estados, funções e participação actual» (11). Também por isso,
«sempre que os ritos comportam, segundo a natureza própria de cada qual, uma
celebração comum, caracterizada pela presença e activa participação dos fiéis,
inculque-se que esta deve preferir-se, na medida do possível, à celebração
individual e como que privada» (12).
A assembleia
que celebra é a comunidade dos baptizados, que «pela regeneração e pela unção
do Espírito Santo, são consagrados para ser uma casa espiritual e um sacerdócio
santo, para oferecerem, mediante todas as obras do cristão, sacrifícios
espirituais» (13). Este «sacerdócio comum» é o de Cristo, único Sacerdote,
participado por todos os seus membros (14):
«É desejo
ardente da Mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e
activa participação nas celebrações litúrgicas que a própria natureza da
liturgia exige e que é, por força do Baptismo, um direito e um dever do povo
cristão, "raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo
adquirido"(1 Pe 2, 9) (15)»(16).
Mas «nem todos
os membros têm a mesma função» (Rm 12, 4). Alguns deles são chamados por
Deus, na Igreja e pela Igreja, a um serviço especial da comunidade. Estes
servidores são escolhidos e consagrados pelo sacramento da Ordem, pelo qual o
Espírito Santo os torna aptos para agirem na pessoa de Cristo-Cabeça ao serviço
de todos os membros da Igreja (17). O ministro ordenado é como que o «ícone» de
Cristo-Sacerdote. Por ser na Eucaristia que se manifesta plenamente o
sacramento da Igreja, na presidência da Eucaristia aparece em primeiro lugar o
ministério do bispo e, em comunhão com ele, o dos presbíteros e diáconos.
9-Como celebrar?
SINAIS
E SÍMBOLOS
Uma celebração
sacramental é tecida de sinais e de símbolos. Segundo a pedagogia divina da
salvação, a sua significação radica na obra da criação e na cultura humana,
determina-se nos acontecimentos da Antiga Aliança e revela-se plenamente na
pessoa e na obra de Cristo.
Sinais do
mundo dos homens. Os
sinais e os símbolos ocupam um lugar importante na vida humana. Sendo o homem
um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades
espirituais através de sinais e símbolos materiais. Como ser social, o homem
tem necessidade de sinais e de símbolos para comunicar com o seu semelhante
através da linguagem. dos gestos e de acções. O mesmo acontece nas suas
relações com Deus.
Deus fala ao
homem através da criação visível. O cosmos material apresenta-se à inteligência
do homem para que leia nele os traços do seu Criador (20). A luz e a noite, o
vento e o fogo, a água e a terra, a árvore e os frutos, tudo fala de Deus e
simboliza, ao mesmo tempo, a sua grandeza e a sua proximidade.
Enquanto
criaturas, estas realidades sensíveis podem tornar-se o lugar de expressão da
acção de Deus que santifica os homens e da acção dos homens que prestam a Deus
o seu culto. O mesmo acontece com os sinais e símbolos da vida social dos
homens: lavar e ungir, partir o pão e beber do mesmo copo podem exprimir a
presença santificante de Deus e a gratidão do homem para com o seu Criador.
As grandes
religiões da humanidade dão testemunho, muitas vezes de modo impressionante,
deste sentido cósmico e simbólico dos ritos religiosos. A liturgia da Igreja
pressupõe, integra e santifica elementos da criação e da cultura humana,
conferindo-lhes a dignidade de sinais da graça, da nova criação em Cristo
Jesus.
Sinais da Aliança. O povo eleito recebe
de Deus sinais e símbolos distintivos, que marcam a sua vida litúrgica: já não
são unicamente celebrações de ciclos cósmicos e práticas sociais, mas sinais da
Aliança, símbolos das proezas operadas por Deus em favor do seu povo. Entre
estes sinais litúrgicos da Antiga Aliança, podem citar-se a circuncisão, a
unção e a sagração dos reis e dos sacerdotes, a imposição das mãos, os
sacrifícios e sobretudo a Páscoa. A Igreja vê nestes sinais uma prefiguração
dos sacramentos da Nova Aliança.
Sinais assumidos por Cristo. Na sua
pregação, o Senhor Jesus serve-Se muitas vezes dos sinais da criação para dar a
conhecer os mistérios do Reino de Deus (21). Realiza as suas curas ou sublinha
a sua pregação com sinais materiais ou gestos simbólicos (22). Dá um sentido
novo aos factos e sinais da Antiga Aliança, sobretudo ao Êxodo e à Páscoa (23),
porque Ele próprio é o sentido de todos esses sinais.
Sinais
sacramentais. Depois do Pentecostes, é através dos sinais
sacramentais da sua Igreja que o Espírito Santo opera a santificação. Os
sacramentos da Igreja não vêm abolir, mas purificar e assumir, toda a riqueza
dos sinais e símbolos do cosmos e da vida social. Além disso, realizam os tipos
e figuras da Antiga Aliança, significam e realizam a salvação operada por Cristo,
e prefiguram e antecipam a glória do céu.
10-PALAVRAS
E ACÇÕES
Cada
celebração sacramental é um encontro dos filhos de Deus com o seu Pai, em
Cristo e no Espírito Santo. Tal encontro exprime-se como um diálogo, através de
acções e de palavras. Sem dúvida, as acções simbólicas são já, só por si, uma
linguagem. Mas é preciso que a Palavra de Deus e a resposta da fé acompanhem e
dêem vida a estas acções, para que a semente do Reino produza os seus frutos em
terra boa. As acções litúrgicas significam o que a Palavra de Deus exprime: ao
mesmo tempo, a iniciativa gratuita de Deus e a resposta de fé do seu povo.
A liturgia da
Palavra é
parte integrante das celebrações sacramentais. Para alimentar a fé dos fiéis,
os sinais da Palavra de Deus devem ser valorizados: o livro da Palavra
(leccionário ou evangeliário), a sua veneração (procissão, incenso, luz), o
lugar da sua proclamação (ambão), a sua leitura audível e inteligível, a
homilia do ministro que prolonga a sua proclamação, as respostas da assembleia
(aclamações, salmos de meditação, litanias, confissão de fé...).
Inseparáveis
enquanto sinais e ensinamento, as palavras e a acção litúrgica são-no também
enquanto realizam o que significam. O Espírito Santo não se limita a dar a
compreensão da Palavra de Deus suscitando a fé nela; pelos sacramentos, realiza
também as «maravilhas» de Deus anunciadas pela Palavra: torna presente e
comunica a obra do Pai, realizada pelo Filho muito amado.
11-CANTO
E MÚSICA
«A tradição
musical da Igreja universal criou um tesouro de inestimável valor, que excede
todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado,
intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da
liturgia solene» (24). A composição e o canto dos salmos inspirados, muitas vezes
acompanhados por instrumentos musicais, estavam já estreitamente ligados às
celebrações litúrgicas da Antiga Aliança. A Igreja continua e desenvolve esta
tradição: «Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai e
louvai ao Senhor no vosso coração» (Ef 5,19) (25). Quem canta,
reza duas vezes (26).
O canto e a
música desempenham a sua função de sinais, dum modo tanto mais significativo,
quanto «mais intimamente estiverem unidos à acção litúrgica» (27),, segundo
três critérios principais: a beleza expressiva da oração, a participação
unânime da assembleia nos momentos previstos e o carácter solene da celebração.
Participam, assim, na finalidade das palavras e das acções litúrgicas: a glória
de Deus e a santificação dos fiéis (28).
«Como eu chorei
ao ouvir os vossos hinos, os vossos cânticos, as suaves harmonias que ecoavam
pela vossa igreja! Que emoção me causavam! Passavam pelos meus ouvidos,
derramando a verdade no meu coração. Um grande impulso de piedade me elevava, e
as lágrimas rolavam-me pela face; mas faziam-me bem» (29).
A harmonia dos
sinais (canto, música, palavras e acções) é aqui tanto mais expressiva e
fecunda quanto mais se exprimir na riqueza cultural própria do Povo de
Deus que celebra (30). Por isso, «promova-se com empenho o canto religioso
popular para que, tanto nos exercícios piedosos e sagrados como nas próprias
acções litúrgicas», de acordo com as normas da Igreja, «ressoem as vozes dos
fiéis» (31). Mas «os textos destinados ao canto sacro devem estar de acordo com
a doutrina católica e inspirar-se sobretudo na Sagrada Escritura e nas fontes
litúrgicas» (32).
12-O
DIA DO SENHOR
«Por tradição
apostólica, que remonta ao próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja
celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina dia do
Senhor ou Domingo». O dia da ressurreição de Cristo é, ao mesmo tempo, o
«primeiro dia da semana», memorial do primeiro dia da criação, e o «oitavo dia»
em que Cristo, após o seu «repouso» do grande sábado, inaugura o «dia que o
Senhor fez», o «dia que não conhece ocaso». A «Ceia do Senhor» é o seu centro,
porque é nela que toda a comunidade dos fiéis encontra o Senhor ressuscitado,
que os convida para o seu banquete:
«O dia do
Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos é o nosso dia. Chama-se dia
do Senhor por isso mesmo: porque foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso
para junto do Pai. Se os pagãos lhe chamam dia do Sol, também nós, de bom grado
o confessamos: porque hoje se ergueu a luz do mundo, hoje apareceu o sol da
justiça, cujos raios nos trazem a salvação».
O Domingo é o
dia por excelência da assembleia litúrgica, em que os fiéis se reúnem «para,
ouvindo a Palavra de Deus e participando na Eucaristia, fazerem memória da
paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus, que os
"regenerou para uma esperança viva pela ressurreição de Jesus Cristo de
entre os mortos"»:
«Quando
meditamos, ó Cristo, nas maravilhas que tiveram lugar neste dia de domingo da
tua santa ressurreição, dizemos: Bendito o dia de Domingo, porque nele teve
início a criação [...] a salvação do mundo [...] a renovação do género humano
[...]. Foi nesse dia que o céu e a terra se congratularam e que todo o universo
se encheu de luz. Bendito o dia de Domingo, porque nele foram abertas as portas
do paraíso, para que Adão e todos os deportados nele entrassem sem temor».
13-«FAZEI
ISTO EM MEMÓRIA DE MIM»
Ao ordenar que
repetissem os seus gestos e palavras, «até que Ele venha» (1 Cor 11,
26), Jesus não pede somente que se lembrem d'Ele e do que Ele fez. Tem em vista
a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de
Cristo, da sua vida, morte, ressurreição e da sua intercessão junto do
Pai.Desde o princípio, a Igreja foi fiel à ordem do Senhor. Da Igreja de
Jerusalém está escrito:
«Eram assíduos
ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. [...]
Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o
pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração» (Act
2, 42.46).
Era sobretudo
«no primeiro dia da semana», isto é, no dia de domingo, dia da ressurreição de
Jesus, que os cristãos se reuniam «para partir o pão» (Act 20, 7). Desde
esses tempos até aos nossos dias, a celebração da Eucaristia perpetuou-se, de
maneira que hoje a encontramos em toda a parte na Igreja com a mesma estrutura
fundamental. Ela continua a ser o centro da vida da Igreja.
Assim, de
celebração em celebração, anunciando o mistério pascal de Jesus «até que Ele
venha» (1Cor 11, 26), o Povo de Deus em peregrinação «avança pela porta
estreita da cruz» (174) para o banquete celeste, em que todos os eleitos se
sentarão à mesa do Reino.
14-A
celebração litúrgica da Eucaristia
A MISSA DE TODOS OS SÉCULOS
Desde
o século II, temos o testemunho de São Justino, mártir, sobre as grandes linhas do
desenrolar da celebração eucarística. Permaneceram as mesmas até aos nossos
dias, em todas as grandes famílias litúrgicas. Eis o que ele escreve, cerca do
ano 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que fazem os
cristãos:
«No dia que
chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam
a cidade ou o campo.
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama: Ámen.
[...] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176).
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama: Ámen.
[...] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176).
A liturgia eucarística processa-se em
conformidade com uma estrutura fundamental, que se tem conservado através dos
séculos até aos nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos, que formam
basicamente uma unidade:
–a reunião, a
liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal;
– a liturgia eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a acção de graças consecratória e a comunhão.
– a liturgia eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a acção de graças consecratória e a comunhão.
Liturgia da
Palavra e liturgia eucarística constituem juntas "um só e mesmo acto
de culto" (177). Com efeito, a mesa posta para nós na Eucaristia é, ao
mesmo tempo, a da Palavra de Deus e a do corpo do Senhor (178).
Não é esse
também o dinamismo da refeição pascal de Jesus Ressuscitado com os seus
discípulos? Enquanto caminhavam, Ele explicava-lhes as Escrituras; depois,
pondo-Se à mesa com eles, «tomou o pão, proferiu a bênção, partiu-o e deu-lho».
15-O DESENROLAR DA CELEBRAÇÃO – A
Eucaristia faz a Igreja, a Igreja faz a Eucaristia
Todos se
reúnem.
Os cristãos acorrem a um mesmo lugar para a assembleia eucarística. A sua
cabeça está o próprio Cristo, que é o actor principal da Eucaristia. Ele é o
Sumo-Sacerdote da Nova Aliança. É Ele próprio que preside invisivelmente a toda
a celebração eucarística. E é em representação d'Ele (agindo «in persona
Christi capitis – na pessoa de Cristo-Cabeça»), que o bispo ou o
presbítero preside à assembleia, toma a palavra depois das leituras, recebe as
oferendas e diz a oração eucarística. Todos têm a sua parte activa na
celebração, cada qual a seu modo: os leitores, os que trazem as oferendas, os
que distribuem a comunhão e todo o povo cujo Ámen manifesta a
participação.
A liturgia
da Palavra comporta «os escritos dos Profetas», quer dizer, o Antigo
Testamento, e «as Memórias dos Apóstolos» ou seja, as suas epístolas e os
evangelhos. Depois da homilia, que é uma exortação a acolher esta Palavra como
o que ela é na realidade, Palavra de Deus(180), e a pô-la em prática, vêm as
intercessões por todos os homens, segundo a palavra do Apóstolo: «Recomendo,
antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e acções de graças, por
todos os homens, pelos reis e por todos os que exercem autoridade» (1 Tm 2,
1-2).
A apresentação
das oferendas
(ofertório): traz-se então para o altar, por vezes processionalmente, o pão e o
vinho que vão ser oferecidos pelo sacerdote em nome de Cristo no sacrifício
eucarístico, no qual se tornarão o seu corpo e o seu sangue. É precisamente o
mesmo gesto que Cristo fez na última ceia, «tomando o pão e o cálice». «Só a
Igreja oferece esta oblação pura ao Criador, oferecendo-Lhe em acção de graças
o que provém da sua criação». A apresentação das oferendas no altar assume o
gesto de Melquisedec e põe os dons do Criador nas mãos de Cristo. É Ele que, no
seu sacrifício, leva à perfeição todas as tentativas humanas de oferecer
sacrifícios.
Desde o
princípio, com o pão e o vinho para a Eucaristia, os cristãos trazem as suas
ofertas para a partilha com os necessitados. Este costume, sempre actual, da colecta
(182) inspira-se no exemplo de Cristo, que Se fez pobre para nos enriquecer:
«Os que são
ricos e querem, dão, cada um conforme o que a si mesmo se impôs; o que se
recolhe é entregue àquele que preside e ele, por seu turno, presta assistência
aos órfãos, às viúvas, àqueles que a doença ou qualquer outra causa priva de
recursos, aos prisioneiros, aos imigrantes, numa palavra, a todos os que sofrem
necessidade».
A anáfora: Com a oração
eucarística, oração de acção de graças e de consagração, chegamos ao coração e
cume da celebração: no prefácio, a Igreja dá graças ao Pai, por Cristo,
no Espírito Santo, por todas as suas obras: pela criação, redenção e
santificação. Toda a comunidade une, então, as suas vozes àquele louvor
incessante que a Igreja celeste – os anjos e todos os santos – cantam ao Deus
três vezes Santo: na epiclese, pede ao Pai que envie o seu Espírito
Santo (ou o poder da sua bênção)(185)sobre o pão e o vinho, para que se tornem,
pelo seu poder, o corpo e o sangue de Jesus Cristo, e para que os que
participam na Eucaristia sejam um só corpo e um só espírito. (Algumas tradições
litúrgicas colocam a epiclese depois da anamnese);na narração da
instituição, a força das palavras e da acção de Cristo e o poder do
Espírito Santo tomam sacramentalmente presentes, sob as espécies do pão e do
vinho, o corpo e o sangue do mesmo Cristo, o
seu sacrifício
oferecido na cruz de uma vez por todas; na anamnese que se segue, a
Igreja faz memória da paixão, ressurreição e regresso glorioso de Cristo Jesus:
e apresenta ao Pai a oferenda do seu Filho, que nos reconcilia com Ele:nas intercessões,
a Igreja manifesta que a
Eucaristia é
celebrada em comunhão com toda a Igreja do céu e da terra, dos vivos e dos
defuntos, e na comunhão com os pastores da Igreja: o Papa, o bispo da diocese,
o seu presbitério e os seus diáconos, e todos os bispos do mundo inteiro com as
suas Igrejas.
Na comunhão,
precedida da Oração do Senhor e da fracção do pão, os fiéis recebem «o pão
do céu» e «o cálice da salvação», o corpo e o sangue de Cristo, que Se entregou
«para a vida do mundo» (Jo 6, 51):
Porque este
pão e este vinho foram, segundo a expressão antiga, «eucaristizados», «chamamos
a este alimento Eucaristia; e ninguém pode tomar parte nela se não
acreditar na verdade do que entre nós se ensina, se não recebeu o banho para a
remissão dos pecados e o novo nascimento e se não viver segundo os preceitos de
Cristo» (187).
16-A unidade do corpo Místico: a
Eucaristia faz a Igreja. Os que recebem a Eucaristia ficam mais
estreitamente unidos a Cristo. Por isso mesmo, Cristo une todos os fiéis num só
corpo: a Igreja. A Comunhão renova, fortalece e aprofunda esta incorporação na
Igreja já realizada pelo Baptismo. No Baptismo fomos chamados a formar um só
corpo (235). A Eucaristia realiza esta vocação: «O cálice da bênção que
abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é
comunhão com o corpo de Cristo? Uma vez que há um único pão, nós, embora
muitos, somos um só corpo, porque participamos desse único pão» (1 Cor 10,
16-17)
Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o
anseio de confessar a fé, plenamente e com renovada convicção, confiança e
esperança. Será também uma ocasião propícia para intensificar a celebração da
fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é “a meta para onde se
encaminha a acção da Igreja e a fonte donde promana toda a sua força.
Simultaneamente, esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça em
credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada,
vivida e rezada, e reflectir sobre o próprio acto com que se crê, um
compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.
Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os
cristãos eram obrigados a decorar o Credo. É que este servia-lhes de oração
diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Baptismo. Recorda-o,
com palavras densas de significado, Santo Agostinho, quando afirma numa homilia
sobre a redditio symboli (a entrega do Credo): “O símbolo do santo mistério,
que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as palavras
sobre as quais será edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe, apoiada no
alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e proferiste-lo, mas
deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis repeti-lo nos vossos
leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as refeições; e, mesmo
quando o corpo dorme, o vosso coração continue em vigília por ele”.
A própria profissão da fé é um acto simultaneamente
pessoal e comunitário. De facto, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé
da comunidade cristã que cada um recebe o Baptismo, sinal eficaz da entrada no
povo dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja
Católica: “Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada
crente, principalmente, por ocasião do Baptismo. “Nós cremos”: é a fé da
Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral,
pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa
Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós
cremos”.
Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de
fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir
plenamente, com a inteligência e a vontade, a quanto é proposto pela Igreja. O
conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por
Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se
aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o
próprio Deus, que se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.
17-
Confessar a Fé…
Por outro lado, não
podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora
não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do
sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo.
Esta busca é um verdadeiro “preâmbulo” da fé, porque move as pessoas pela
estrada que leva ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do ser humano
traz inscrita em si mesma a exigência “daquilo que vale e permanece sempre”.
Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no
coração humano, para se pôr a caminho ao encontro daquele que não teríamos
procurado, se Ele não tivesse já vindo ao nosso encontro. É precisamente a este
encontro que a fé nos convida e nos abre plenamente.
Para chegar a um conhecimento
sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável
no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes
do Concílio Vaticano II. Na Constituição apostólica Fidel depositum – com razão
assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concilio Vaticano
II -, o Beato João Paulo II escrevia: “Este catecismo dará um contributo muito
importante para a obra de renovação de toda a vida eclesial (…). Declaro-o
norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao
serviço da comunhão eclesial”.
É precisamente nesta linha que o Ano da
Fé deve representar um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo
dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua
síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina
que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de
história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de
teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma
memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e
progrediu na doutrina, para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
Na sua própria estrutura, o Catecismo da
Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas
da vida diária. Repassando as paginas, descobre-se que o que ali se apresenta
não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade,
a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual
Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a
liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria
a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do
Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em
relação com a fé, a liturgia e a oração.
Assim, no Ano da Fé, o Catecismo da
Igreja Católica pode ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo
para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tao determinante no nosso contexto
cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a
redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé.
FINAL
*“SEM A LITURGIA E OS SACRAMENTOS, A PROFISSÃO DE FÉ
NÃO SERIA EFICAZ, PORQUE FALTARIA A GRAÇA QUE SUSTENTA O TESTEMUNHO DOS
CRISTÃOS (ANO DE FÉ)”
*“ACREDITA-SE COM O CORAÇÃO E COM A BOCA, FAZ-SE A
PROFISSÃO DA FÉ” (Rom. 10,10)
*“É necessário
ter o coração eucaristizado”
Bibliografia: -
Bíblia, - Catecismo da Igreja Católica, - Documentos Vaticano II - A
Porta da Fé – Carta Apostólica de Bento XVI
Final :“A
EUCARISTIA COMPROMETE-NOS COM OS POBRES…”
Relator: José Rodrigues Lima,
938583275
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