solidariedade dos portugueses é maior que a crise
Bancos Alimentares em nova campanha de
recolha de alimentos
Mostrar
que a solidariedade dos portugueses é ainda maior do que a crise e que mais do
que nunca é possível fazer toda a diferença com uma ajuda por muito pequena que
seja, é o apelo que os Bancos Alimentares Contra a Fome fazem por ocasião de
mais uma campanha de recolha de alimentos, que irá decorrer este fim-de-semana nos
próximos dias 1 e 2 de Junho com voluntários e até 9 de Junho na internet.
Esta
nova campanha ocorre num momento em que se verifica um significativo
agravamento das dificuldades alimentares com que se debatem muitas famílias
portuguesas, conforme demonstrado pelo estudo esta semana divulgado, efectuado
pela Universidade Católica Portuguesa em pareceria com a Federação Portuguesa
dos Bancos Alimentares e a ENTRAJUDA, uma situação que convoca todas os
portugueses a fazer uso da sua solidariedade habitual, hoje e agora mais
necessária do que nunca.
“Contamos
com todos os portugueses para uma vez mais contribuírem para os Bancos
Alimentares e assim minorar as carências crescentes e comprovadas de muitas
famílias portuguesas”, referiu Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa
dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
Presente
em 20 regiões do país (Lisboa, Porto, Évora, Coimbra, Aveiro, Abrantes,
Setúbal, S. Miguel, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre,
Braga, Santarém, Viseu, Viana do Castelo, Terceira, Beja e Madeira), a campanha
conta com a colaboração de mais de 39.200 voluntários. Devidamente
identificados, estarão à porta de 1.181 estabelecimentos comerciais a convidar
os portugueses a associarem-se, mais uma vez, a uma causa que já conhecem, doando
alimentos para quem mais precisa.
Ainda,
de 1 a 9 de Junho, será também possível contribuir na campanha Ajuda Vale, com
o lema “uma ajuda que não pesa mas vale”, para tanto bastando pedir um vale nas
caixas dos supermercados, com um código de barras específico para os produtos
para o Banco Alimentare.
A
par da campanha de recolha de alimentos em supermercados, o Banco Alimentar
disponibiliza ainda uma plataforma eletrónica em www.alimentestaideia.net
para doação de alimentos, sem necessidade de deslocação aos estabelecimentos
comerciais. “Alimente esta ideia… agora também online” é um portal inovador,
introduzido em 2011, e agora em 4 línguas (português, inglês, espanhol e
francês) com o objetivo permitir a participação na campanha de pessoas que
habitualmente não se deslocam ao supermercado ou que residam fora de Portugal,
nomeadamente os emigrantes.
Uma
novidade este ano, é a realização da campanha de recolha de alimentos na
República de Cabo Verde, em 2 ilhas e 23 lojas, o que representa um primeiro
passo com vista ao lançamento dos Bancos Alimentares nesse país com um modelo
idêntico ao português.
Num
contexto de dificuldade, maior solidariedade
Com uma campanha publicitária
interpelativa, o Banco Alimentar desafia os portugueses a contribuírem num
momento de grandes dificuldades e necessidades.
Famílias,
desempregados, crianças e idosos são os mais afectados pela crise económica,
contribuindo para aumentar exponencialmente os pedidos de apoio que chegam aos
Bancos Alimentares Contra a Fome e a necessidade de alargar a sua capacidade de
resposta às instituições sociais que apoiam. De acordo com os dados da
Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, em 2012, foram
apoiadas 2.221 instituições de solidariedade que entregaram os produtos
alimentares a mais de 389.200 pessoas, sob a forma de cabazes de alimentos ou
refeições confeccionadas, num total de 28.323 toneladas
de alimentos (com o valor estimado de 39.651 milhões de euros), uma média
diária de 113 toneladas por dia útil.
Um
estudo realizado pela Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome
em parceria com a ENTRAJUDA e a Universidade Católica Portuguesa, com o
objetivo de conhecer melhor a situação das pessoas apoiadas pelas Instituições
de Solidariedade Social, divulgado esta semana revela que cerca de 52% dos agregados familiares
inquiridos tem um rendimento disponível mensal inferior ao salário mínimo
nacional (23% das famílias auferem menos de 250€, 29% entre 251€ e 400€ e 26%
mais de 500€), provindo em 32% dos casos do trabalho, o que não invalida a
existência de outros apoios sociais a complementarem o rendimento total das
famílias. Em 40% dos casos, o rendimento provém de reformas/pensões. Mas cerca
de 60% das pessoas diz que o rendimento da família nunca é suficiente para
viver. Muito preocupante é a resposta dada por 26% dos inquiridos que diz ter
tido falta de alimentos ou sentido fome alguns dias por semana, 14% referindo
mesmo que tal aconteceu pelo menos um dia por semana. Constata-se uma tendência
para o aumento das carências alimentares: em 2013, 39% referiu que tinha
passado um dia inteiro sem ingerir quaisquer alimentos, por falta de dinheiro,
apenas 23% dos respondentes dizem ter dinheiro para comprar comida até ao final
do mês e 37% dos respondentes dizem não
ter dinheiro para comprar comida até ao final do mês e 40% referem que tal
acontece “às vezes” (num mês).
.
Recolha
local para uma campanha nacional
Durante
os dias 1 e 2 de Junho, a campanha decorre nos moldes habituais: voluntários,
devidamente identificados convidam as pessoas que vão às compras à entradas dos
estabelecimentos comerciais, ajudam no transporte e na arrumação dos alimentos
nos armazéns dos 20 Bancos Alimentares em actividade.
Participar
na campanha é simples, bastando para isso aceitar um saco do Banco Alimentar e
nele introduzir alguns bens alimentares – de preferência produtos não
perecíveis (leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, massas, etc.) – que
possam ser distribuídos por quem mais precisa.
No
final, o resultado é distribuído localmente – ainda com recurso ao voluntariado
– a pessoas com carências alimentares, por intermédio de 2.221 instituições
de Solidariedade Social, previamente seleccionadas e acompanhadas ao longo do
ano. Este é um modelo de intervenção que permite uma maior proximidade entre
quem dá e quem recebe e um trabalho em rede de inclusão social.
Só
em 2012, foram recolhidos cerca de 28.323 toneladas
de alimentos (com o valor estimado de 39.651 milhões de euros), num movimento
médio de 113 toneladas por dia útil. No global, no último ano foram ajudadas
mais de 389.223 pessoas, de acordo com os dados da Federação Portuguesa dos
Bancos Alimentares Contra a Fome.
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Para mais informações sobre a campanha, contactar:
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