terça-feira, 21 de maio de 2013

Causa da crise está na divinização*Quer do dinheiro quer do poder


Causa da crise está na divinização

Quer  do dinheiro quer do poder

O PAPA Francisco não se con­forma com a economia “sem rosto” que esquece as pes­soas e agrava as desigualda­des, em nome de “ideologias que promovem a autonomia absoluta dos mercados e a es­peculação financeira”. Disse isso a novos embaixadores na Santa Sé.

Se os Estados não controla­rem os mercados, previne, “instaura-se uma nova tira­nia invisível, por vezes vir­tual, que impõe unilateral- mente as suas leis e as suas regras”. Entende que a crise mundial mostra “a deformi­dade” e a “grave falta de pers- petiva antropológica” das fi­nanças e da economia, que “reduzem o homem a apenas uma das suas exigências, o consumo”.
 
 
 
 

Afirma que a solidariedade, “tesouro dos pobres”, passou a ser considerada como “con­traproducente”, contrária à “racionalidade financeira e econômica”. A tudo isso, soma-se “uma corrupção tentacular e uma evasão fis­cal egoísta que assumiram di­mensões mundiais”.

“A adoração do antigo be­zerro de ouro encontrou uma inesperada imagem na dita­dura da economia sem objeti­vo verdadeiramente huma­no”, observou, acrescentan­do que a causa da crise está na “recusa da ética” e “de Deus”, com a “divinização do dinheiro e do poder”.

HOJE, “os pobres correm perigo”, como disse o Papa Francisco a uma delegação da Cáritas Internacional, presidida pelo cardeal hon­durenho Oscar Maradiaga. “Está em perigo o homem, a pessoa humana. Está em perigo a carne de Cristo”, realçou.

Para o Papa, a atual crise, que ofende a dignidade das pessoas, “não é apenas eco­nômica nem cultural ou de fé. É uma crise em que o ho­mem sofre as conseqüên­cias desta instabilidade”.

Elogiando o trabalho da Cáritas a nível local, nacio­nal e internacional, afir­mou que “uma Igreja sem caridade não existe”. Subli­nhou que a Cáritas é “a ca­rícia da Igreja ao seu povo, a carícia da mãe Igreja aos seus filhos, a ternura, a pro­ximidade”.

As instituições particula­res de solidariedade social, são, na sociedade civil e na Igreja Católica, um oásis ao serviço das pessoas e do bem comum, com a persis­tência da solidariedade e com a prática da subsidiarie- dade, para que o Estado re­sista à tentação do autorita­rismo. R.O.

conegoruiosorio@diocese-porto.pt in JN Domingo passado

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