Paróquia
Nossa Senhora de Fátima
Formação
de Adultos
Ano
da Fé – 11 Outubro 2012 a 24 Novembro 2013
Dia 26 Janeiro: Local – Igreja
da Sagrada Família (Abelheira) Horas: 15horas
Tema: “A Profissão da Fé Cristã”
(Colóquios
Noturnos em Jerusalém – Cardeal Martini)
O que diz, como Cardeal e
Teólogo, a alguém que não acredita em Deus?
Teria
muitas perguntas a fazer a essa pessoa. O que é importante para ela? Quais são
os seus ideais? Que valores tem? Era isso que gostaria de descobrir. Não
tentaria convencê-la acerca de nada, mas dir-lhe-ia que deveria fazer a
experiência da sua própria vida sem a fé em Deus e refletir sobre si própria.
Talvez possa experimentar, assim, em certos momentos da vida, uma esperança,
perceber o que dá sentido e alegria à vida. Desejar-lhe-ia que tivesse
conversas com pessoas que procuram e com pessoas crentes.
Porque acredita em Deus? E como
O experimenta?
Os
meus pais deram-me a fé em Deus, a minha mãe ensinou-me a rezar. Na escola, os
amigos eram muito importantes para mim, fortaleciam-me na fé. O meu país,
Itália, é parte da Europa cristã. Quem abrir os olhos encontra aí muitos
testemunhos da fé. Como Jesuíta, os exercícios espirituais de Santo Inácio
fortaleceram-me interiormente na relação com Deus. João, o discípulo predileto,
é o meu companheiro na amizade com Jesus. Muitas tarefas na minha vida, também
as dificuldades, mostraram-me que posso ter confiança. A guerra, o terrorismo,
medos pessoais – quantas vezes fui salvo! Encontrei-me com muitas pessoas boas.
A vida mostrou-me que Deus é bom e que prepara o caminho de cada pessoa.
A
minha tarefa consistiu sempre em falar sobre a fé. Foi nisso que mais aprendi.
Com frequência é suficiente simplesmente escutar bem. Na Diocese de Milão os
jovens ajudaram-me muito a procurar respostas para novas perguntas. Aprende-se
mais a acreditar quando aproximamos outros da fé.
Experimentar Deus é o mais
fácil e ao mesmo tempo o mais importante na vida. Posso experimentá-l’O na
natureza, nas estrelas, no amor, na música, na literatura, na palavra da Bíblia
e em muitas outras situações. Trata-se de uma arte da atenção, que é necessário
aprender, tal como a arte de amar, ou como a arte de ser competente no
trabalho.
Catecismo da Igreja Católica
«Eu sei em quem pus a minha fé» (2 Tm 1,
12)
Crer
só em Deus
Antes de mais, a fé é uma adesão
pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o
assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus. Enquanto adesão
pessoal a Deus e assentimento à verdade por Ele revelada, a fé cristã difere da
fé numa pessoa humana. É justo e bom confiar totalmente em Deus e crer
absolutamente no que Ele diz. Seria vão e falso ter semelhante fé numa criatura.
Crer em Jesus Cristo, Filho de Deus
Para o cristão, crer em Deus é crer
inseparavelmente n'Aquele que Deus enviou – «no seu Filho muito amado» em quem
Ele pôs todas as suas complacências: Deus mandou-nos que O escutássemos. O
próprio Senhor disse aos seus discípulos: «Acreditais em Deus, acreditai também
em Mim» (Jo 14, 1). Podemos crer em Jesus Cristo, porque Ele próprio é
Deus, o Verbo feito carne: «A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que
está no seio do Pai, é que O deu a conhecer» (Jo 1, 18). Porque «viu o
Pai» (Jo 6, 46), Ele é o único que O conhece e O pode revelar.
Crer
no Espírito Santo
Não é possível acreditar em Jesus Cristo
sem ter parte no seu Espírito. É o Espírito Santo que revela aos homens quem é
Jesus. Porque «ninguém é capaz de dizer: "Jesus é Senhor", a não ser
pela acção do Espírito Santo» (1 Cor 12, 3). «O Espírito penetra todas
as coisas, até o que há de mais profundo em Deus [...]. Ninguém conhece o que
há em Deus senão o Espírito de Deus» (1 Cor 2, 10-11). Só Deus
conhece inteiramente Deus. Nós cremos no Espírito Santo, porque Ele é
Deus.
A Igreja não cessa de confessar a sua fé
num só Deus, Pai, Filho e Espírito
Santo.
As características da fé
A
Fé é uma Graça
Quando Pedro confessa que Jesus é o
Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus declara-lhe que esta revelação não lhe veio
«da carne nem do sangue, mas do seu Pai que está nos Céus» (Mt 16, 17)
(16). A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele.
«Para prestar esta adesão da fé, são necessários a prévia e concomitante ajuda
da graça
divina e os interiores auxílios do
Espírito Santo, o qual move e converte o coração para Deus, abre os olhos do
entendimento, e dá "a todos a suavidade em aceitar e crer a verdade"».
OS SACRAMENTOS DA INICIAÇÃO
CRISTÃ
Através dos sacramentos da
iniciação cristã – Baptismo, Confirmação e Eucaristia são lançados os alicerces
de toda a vida cristã. «A participação na natureza divina, dada aos homens
pela graça de Cristo, comporta uma certa analogia com a origem, crescimento e
sustento da vida natural. Nascidos para uma vida nova pelo Baptismo, os fiéis
são efectivamente fortalecidos pelo sacramento da Confirmação e recebem na
Eucaristia o Pão da vida eterna. Assim por estes sacramentos da iniciação
cristã, eles recebem cada vez mais riquezas da vida divina e avançam para a
perfeição da caridade».
O SACRAMENTO DO BAPTISMO
O santo Baptismo é o fundamento
de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito («vitae spiritualis
ianua – porta da vida espiritual») e a porta que dá acesso aos outros
sacramentos. Pelo Baptismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos
de Deus: tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e
tornados participantes na sua missão. «Baptismos est sacramentam
regeneratiorais per aquam in Verbo – O Baptismo pode definir-se como o
sacramento da regeneração pela água e pela Palavra».
O
amor dos pobres
Deus abençoa os que ajudam os
pobres e reprova os que deles se afastam: «Dá a quem te pede; não voltes as
costas a quem pretende pedir-te emprestado» (Mt 5, 42). «Recebestes
gratuitamente; pois dai também gratuitamente» (Mt 10, 8). É pelo
que tiverem feito pelos pobres, que Jesus reconhecerá os seus eleitos. Quando
«a boa-nova é anunciada aos pobres» (Mt 11, 5) é sinal de que Cristo está presente.
«O amor da Igreja pelos pobres
[...] faz parte da sua constante tradição». Esse amor inspira-se no Evangelho
das bem-aventuranças, na pobreza de Jesus e na sua atenção aos pobres. O amor
dos pobres é mesmo um dos motivos do dever de trabalhar: para «poder fazer o
bem, socorrendo os necessitados». E não se estende somente à pobreza material,
mas também às numerosas formas de pobreza cultural e religiosa.
O amor dos pobres é
incompatível com o amor imoderado das riquezas ou com o uso egoísta das mesmas:
«E agora, ó ricos, chorai em
altos brados por causa das desgraças que virão sobre vós. As vossas riquezas
estão podres e as vossas vestes roídas pela traça. O vosso oiro e a vossa prata
enferrujaram-se e a sua ferrugem servirá de testemunho contra vós e devorará a
vossa carne como o fogo. Entesourastes, afinal, para os vossos últimos dias!
Olhai
que o salário que não pagastes
aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos está a clamar: e os clamores
dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor do universo! Tendes vivido na
terra entregues ao luxo e aos prazeres, cevando assim os vossos apetites para o
dia da matança! Condenastes e destes a morte ao inocente, e Deus não vai
opor-se?» (Tg 5, 1-6).
São João Crisóstomo lembra com
vigor: «Não fazer os pobres participar dos seus próprios bens é roubá-los e
tirar-lhes a vida. Não são nossos, mas deles, os bens que aferrolhamos».
«Satisfaçam-se, antes de mais, as exigências da justiça e não se ofereça como
dom da caridade aquilo que é devido a título de justiça»
«Quando
damos aos indigentes o que lhes é necessário, não lhes ofertamos o que é nosso:
limitamos a restituir-lhes o que lhes pertence. Mais do que praticar uma obra
de misericórdia, cumprimos um dever de justiça».
Constituição Pastoral sobre a
Igreja no Mundo Atual
Um
dos principais ensinamentos da doutrina católica, contido na palavra de Deus e constantemente
pregado pelos santos Padres é aquele que diz que o Homem deve responder
voluntariamente a Deus com a fé, e que, por isso, ninguém deve ser forçado a
abraçar a fé contra vontade. Com efeito, o ato de fé é, por sua própria
natureza, voluntário, já que o homem, remido por Cristo Salvador e chamado à
adoção filial por Jesus Cristo, não pode aderir a Deus que Se revela a não ser
que, atraído pelo Pai, preste ao Senhor o obséquio racional e livre da fé.
Concorda, portanto, plenamente com a índole da fé que em matéria religiosa se
exclua qualquer espécie de coação humana. E por isso o regime da liberdade
religiosa contribui muito para promover aquele estado de coisas em que os
homens podem sem impedimento ser convidados à fé cristã, abraçá-la livremente e
confessá-la por obras em toda a sua vida. (DH 10)
Para
prestar a adesão da fé, são necessários a prévia e concomitante ajuda da graça
divina e os interiores auxílios do Espírito Santo, o qual move e converte a
Deus o coração, abre os olhos do entendimento, e dá “a todos a suavidade em
aceitar e crer a verdade”. Para que a compreensão da revelação seja sempre mais
profunda, o mesmo Espírito Santo aperfeiçoa sem cessar a fé mediante os seus
dons. (DV 5)
(...)
o amor de Cristo incita-o (o discípulo) a agir com amor, prudência e paciência
para com os homens que se encontram no erro ou na ignorância relativamente à
fé. Deve-se, pois, atender quer aos deveres para com Cristo, Verbo vivificador,
o qual deve ser anunciado, quer aos direitos da pessoa humana, quer à medida da
graça de Deus, por meio de Cristo, concedeu ao homem, convidado a receber e a
professar livremente a fé. (DH 14)
São
plenamente incorporados à sociedade que é a Igreja aqueles que tendo o Espírito
de Cristo, aceitam toda a sua organização e os meios de salvação nela
instituídos, e que, pelos laços da profissão da fé, dos sacramentos, do governo
eclesiástico e da comunhão, se unem, na estrutura visível, com Cristo, que a
governa por meio do Sumo Pontífice dos Bispos. (LG 14)
Testemunhos
da Fé
6.1.
– Helder Câmara (Bispo) – “Quando dou comida aos pobres chamam-me Santo; quando
pergunto por que eles são pobres chamam-me comunista”
6.2.
– Teresa de Calcutá – Mãe dos Humilhados
6.3.
– Roger Shutz – Comunidade de Taizé – (Acolhimento)
6.4.
– Oscar Romero (Arcebispo) – Revolucionário de Deus; a voz dos sem voz;
pregador dos Direitos Humanos; Justiça Social para o seu povo
6.5.
– Padre Américo (do Gaiato) – Recolha de crianças nos bairros pobres
6.6.
– Missionários no interior de África
6.7.
– Irmã Karine (Sudão) – Promoção das Mulheres
6.8.
– Elias Chacour (Bispo) – Enxuga as lágrimas entre Israel e a Palestina
6.9.
– Desmond Tutu (Bispo) – Sarar as feridas do Apartheid
6.10.
– XIV – DalaiLama
6.11.
– Luther King – Tenho um sonho
6.12.
– Pedro Casaldáliga (Bispo) – Ao lado dos indígenas
6.13.
– Pessoas anónimas: - nas cidades; - nas aldeias; - nos bairros pobres; - no
mundo do trabalho
Família de Deus
Fé Morta.
“Que
aproveitará, irmãos meus, se alguém diz que tem fé, e não tem obras? Porventura
poderá salvá-lo tal fé? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de
alimento quotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e
saciai-vos, porém se não lhe derdes as coisas necessárias ao corpo, de que lhes
aproveitará? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma.” (Id.
II, 14-17.)
Não desonreis o pobre
“Meus
irmãos, não queirais conciliar a fé do glorioso Nosso Senhor Jesus Cristo com a
acepção de pessoas. Porque, se entrar na vossa assembleia um homem que tenha
anel de ouro e vestido precioso, e entrar também um pobre com vestido vil, e,
se atenderdes ao que está vestido magnificamente, e lhe disserdes: Tu senta-se aqui neste lugar de honra; e ao
pobre disserdes: Tu deixa-te aí de pé, ou senta-te abaixo do estrado de meus
pés, porventura não fazei distinção dentro de vós mesmos, e não sois juízes de
pensamentos iníquos?
Ouvi,
meus irmãos diletíssimos, por ventura não escolheu Deus os pobres deste mundo
(para serem) ricos na fé, e herdeiros do reino prometido por Deus aos que o
amam? Mas vós desonrastes o pobre.
Onde está o teu Deus
Deus
estava naquela sensação profunda e indescritível que milhares de pessoas
experimentaram durante um programa radiofónico, ao ouvirem uma jovem operária
dizer aos microfones: «Levantei-me, saí de casa e venho trazer a minha féria da
semana para comprar um cobertor para alguém mais pobre do que eu. Sei muito bem
o que é o frio porque dormi anos a fio agasalhando-me com pedaços de jornais,
ansiando pela manhã para me sentar ao sol e deixar de tiritar».
Deus
estava em cada molécula daquela jovem pastora que, no rigor do inverno, no meio
das suas florestas, saltava de alegria ao beijar duas violetas: «Se Deus não
existisse, eu criá-Lo-ia neste momento; preciso d’Ele para lhe gritar a minha
alegria, feita de violetas nascidas para mim entre a neve».
Deus
estava no coração e no primeiro amor daquela menina do poema russo,
transparente como um regato de poeta que, ao olhar extasiada para Alexander,
chorava de felicidade enquanto dizia com um fio de voz mágica: «Miro-me na luz
dos teus olhos e pareces-me nascido do sol».
Está
na esperança (consciente ou não) de eternidade que te embarga sempre que beijas
pela última vez a fronte gelada da pessoa que nunca pudeste imaginar morta.
Está
em tudo o que possuis com alegria e no que pensas alcançar.
Está
nessa felicidade que te corre pelas veias quando vês que o próximo goza do
bem-estar que tu lhe proporcionaste.
Está
no gozo do bem que fizeste sem que ninguém o soubesse.
Está
na paz do lago sereno das tuas lágrimas quando te reconcilias com a tua
consciência, que te dá a sensação de renasceres.
Está
em todas a beleza.
Está
em todo o gesto de amor.
Está
em cada mão que se abre para o bem.
Está
em cada pobre que grita por justiça. Está nesse paraíso, que só pode percorrer
com a imaginação e o desejo, em que as injustiças dos poderosos cessaram; em
que já não existe a tirania dos soberbos; em que a igualdade fundamental e
legítima não é uma palavra nem um programa político, mas um fruto maduro para
ser comido; em que a liberdade só se entrega voluntariamente quando chegamos a
amar alguém mais do qua a nós próprios.
Nota Final
“Quem
me confessar diante dos Homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos
Anjos de Deus” (Lc. 12-8-10)
“Filha,
a tua fé te salvou” (Mat. 9,22)
“Quem
acreditar e for batizado será salvo” (Mc. 16,16)
“Pois
nele a justiça de Deus revela-se através da fé, para a fé, conforme está
escrito” (Rom. 1,17)
Nota:
textos extraídos do site http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p3s2cap2_2196-2557_po.html
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