Deus é comunidade de vida e de amor de pessoas,
que vivem e convivem, existem e subsistem eternamente na doação recíproca e
voluntária, numa comunhão perfeita e plena de vida e amor.
Ao longo dos tempos foram avançadas inúmeras tentativas de explicação e definição de Deus. De inúmeras perspectivas já foi visto como ópio do povo, projecção do homem, invenção popular, ou simplesmente mistério. Para uns, Deus é apenas aquilo que está acima do comum dos mortais, longínquo e sobrenatural. Para outros, naquela necessidade humana de tudo imaginar e figurar, é um velhote de barbas brancas sentado à janela do paraíso, distante e isolado do nosso mundo, quase um sem-abrigo e sem família, que pede ao homem para o fazer sair da sua eterna solidão. Para outros ainda, é uma ilógica equação matemática (1 +1 +1 =1). Porém, Deus não é uma definição, mas é vida, caminho, experiência. Deus não se explica, mas ama-se, reza-se, experimenta-se, porque "quanto mais se navega em Deus, novos mares se descobrem"
(De Leon) e em novos oceanos naufragamos.
Deus não é um abismo de solidão, mas é
amor que não se fecha no
segredo dos deuses. Deus é festa, família, dança,
relação, Deus é dom. Por
~
Jesus sabemos que o único rosto de Deus, o verbo amar,
se declina em
três pessoas. São três pessoas que se amam totalmente e que, nós
de
fora,
vemos apenas um, como se fosse um oceano de amor. Cada uma das três
pessoas desaparece na outra.
Só
quando nos aproximamos é que experimentamos a diferença do Pai, do
Filho e do
Espírito Santo.
Deus é comunidade de vida e de amor de
pessoas, que vivem e convivem,
existem e subsistem eternamente na doação
recíproca e voluntária,
numa
comunhão perfeita e plena de vida e amor. Deus é,
ao mesmo tempo, em
si mesmo, Aquele que ama, o Amado e o Amor.
No entanto, este inexplicável, mas
experimentável amor é feito de um
complexo paradoxo: por amor, cada pessoa se
dá e se perde, para se
encontrar e realizar na outra pessoa. Deus Pai
"esquece-se" de si e
desaparece da sua glória divina para aparecer na
fragilidade humana do
Filho.
O Filho "esquece-se" de si, na
fragilidade de um Amor que se aniquilou até
à Cruz, tal era o
"fraquinho" do Amor de Deus por nós, para revelar o Pai.
O Espírito
"esquece-se" de si e esconde-se na brisa suave que envolve o
Pai e o
Filho. Cada uma das três pessoas trinitárias manifesta o seu eterno
amor
ocultando-se por detrás da outra para a fazer sobressair, de tal
forma
se
escondem e desaparecem que a tal equação matemática, seja qual for
a fórmula
aplicada, em Deus Trindade, 1+1+1 vai sempre,
inequivocamente, ser igual a 1
(um). É exactamente aqui que radica a
beleza deste Amor que nos parece
inatingível, inigualável, apenas
experimentável.
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