sábado, 25 de maio de 2013

Santíssima Trindade? Deus é comunidade de vida e de amor de pessoas, que vivem e convivem, existem e subsistem eter­namente na doação recíproca e voluntária, numa comunhão perfeita e plena de vida e amor.






Deus é comunidade de vida e de amor de pessoas, que vivem e convivem, existem e subsistem eter­namente na doação recíproca e voluntária, numa comunhão perfeita e plena de vida e amor.

Ao longo dos tempos foram avançadas inúmeras tentativas de explicação e definição de Deus. De inúmeras perspectivas já foi visto como ópio do povo, projecção do homem, invenção popular, ou simplesmente mistério. Para uns, Deus é apenas aquilo que está acima do comum dos mortais, longínquo e sobrenatural. Para outros, naquela necessidade humana de tudo imaginar e figurar, é um velhote de barbas brancas sentado à janela do paraíso, distante e isolado do nosso mundo, quase um sem-abrigo e sem família, que pede ao homem para o fazer sair da sua eterna solidão. Para outros ainda, é uma ilógica equação matemática (1 +1 +1 =1). Porém, Deus não é uma definição, mas é vida, caminho, experiência. Deus não se explica, mas ama-se, reza-se, experimenta-se, porque "quanto mais se navega em Deus, novos mares se descobrem"
(De Leon) e em novos oceanos naufragamos.
Deus não é um abismo de solidão, mas é amor que não se fecha no
 
segredo dos deuses. Deus é festa, família, dança, relação, Deus é dom. Por
 
~
Jesus sabemos que o único rosto de Deus, o verbo amar, se declina em
 
 três pessoas. São três pessoas que se amam totalmente e que, nós de
 
fora,
 
vemos apenas um, como se fosse um oceano de amor. Cada uma das três
 
pessoas desaparece na outra.
Só quando nos aproximamos é que experimentamos a diferença do Pai, do
 
Filho e do Espírito Santo.
Deus é comunidade de vida e de amor de pessoas, que vivem e convivem,
 
 existem e subsistem eternamente na doação recíproca e voluntária,
 
 numa
 
 comunhão perfeita e plena de vida e amor. Deus é, ao mesmo tempo, em
 
 si mesmo, Aquele que ama, o Amado e o Amor.
No entanto, este inexplicável, mas experimentável amor é feito de um
 
 complexo paradoxo: por amor, cada pessoa se dá e se perde, para se
 
 encontrar e realizar na outra pessoa. Deus Pai "esquece-se" de si e
 
 desaparece da sua glória divina para aparecer na fragilidade humana do
 
 Filho.
O Filho "esquece-se" de si, na fragilidade de um Amor que se aniquilou até
 
 à Cruz, tal era o "fraquinho" do Amor de Deus por nós, para revelar o Pai.
 
 O Espírito "esquece-se" de si e esconde-se na brisa suave que envolve o
 
 Pai e o Filho. Cada uma das três pessoas trinitárias manifesta o seu eterno
 
 amor ocultando-se por detrás da outra para a fazer sobressair, de tal
 
 forma
 
 se escondem e desaparecem que a tal equação matemática, seja qual for
 
 a fórmula aplicada, em Deus Trindade, 1+1+1 vai sempre,
 
 
inequivocamente, ser igual a 1 (um). É exactamente aqui que radica a
 
 beleza deste Amor que nos parece inatingível, inigualável, apenas
 
 experimentável.
 
In D.M. de 23/5/2013 Ricardo Correia, formador no Seminário Diocesano

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