Carta Aberta a um Deputado
Abstencionista
Ao arrepio
da Lei Natural
A lei natural, funcionamento ecológico da natureza, da
estrutura funcional da origem do Homem, garantem-nos que para aparecer um novo
ser humano, obrigatoriamente terão de entrar em acção, sem margem de manobra, e
à margem de vontades ou tendências, um espermatozoide e um óvulo. Ou seja: uma
Mulher terá de entrar em cena com o contributo de um gâmeta feminino, e um
Homem terá de contribuir com um gâmeta masculino, um espermatozóide. Não há
fuga a esta lei da Biologia. A espécie humana é gonocórica e isso não é um dado
cultural ou um constructo de uma sociedade machista.
Ao “ fornecedor” de um
espermatozóide chamamos PAI e ao outro “ fornecedor”, o do óvulo, chamamos MÃE.
Sem contrariar a Natureza, sem violentar o funcionamento da
espécie humana, não podemos modificar o significado das palavras.
Um Pai é um indivíduo
da espécie Homo sapiens masculino,
com uma morfologia definida e uma fisiologia própria (tem testículos num
escroto , próstata e um pénis e produz uma hormona chamada testosterona que lhe
dá mais ou menos pêlos na cara, por exemplo).
Uma Mãe é um indivíduo da espécie Homo sapiens, com uma morfologia definida e uma fisiologia própria
(tem vagina, útero, trompas de Falópio, ovários e produz hormonas como os
estrogénios, por exemplo, tem mamas mais ou menos desenvolvidas com as
respectivas glândulas mamárias que se activam, normalmente, para amamentar os
filhos).
Pai e Mãe, acima esboçados, cumprem, pois funções biológicas
que se não confundem nem sobrepõem!
Portanto, trocar funções não só é impossível como, se se
tentar fazê-lo, é perfeito obscurantismo nunca visto.
Mas o ser humano não é só Biologia, Morfologia e Fisiologia.
Seria muito redutor entender e compreender ou abordar o Homo sapiens somente nestas dimensões. O Homo sapiens é também afectos e amor. Tem direitos e terá, na
maturidades deveres.
O primeiro direito de cada novo ser vivo, é o direito a viver
e a viver sabendo a verdade da sua origem: que tem uma Mãe e como se chama
aquela que contribuiu para a sua formação e que para esta formação tem um Pai
que tem nome .Ambos são os únicos responsáveis pelo seu património genético que
os ligam de forma definitiva ao novo humano e este ao passado vastíssimo da sua
história pessoal. Depois, cada novo ser humano, tem o direito aos afectos e
amor de quem está na sua origem: um Homem (Pai) e uma Mulher (Mãe).
Quando, por várias razões, um ou outro dos seus progenitores, o Pai e a Mãe, não podem
ou não querem ou não sabem responder às expectativas do filho, este tem o
direito a crescer no amor de adultos que ,com todas as dificuldades, fazem de
Pai e de Mãe, que simulem com a máxima verdade, o que ele tinha direito
naturalmente: ser educado por uma Mãe (Mulher) e por um Pai (Homem), que não o
sendo, fazem todo o seu melhor para dar à criança ao que ela tem direito ,
desenvolver-se nesta diferença real entre ser Homem e ser Mulher , não como
donos de um objecto a que se arrogam o direito de posse, mas como tutores de um
ser humano cujo interesse superior está centrado nele, para o fazer desenvolver
com Pessoa Humana.
A co-adopção não pode, pois , contrariar o funcionamento da
natureza humana, sem lesar o direito fundamental de cada um a ser amado no
respeito pela ecologia humana e sua estrutura biológica . Cada criança tem o
direito a, na impossibilidade de ter por perto do seu coração o seu Pai e a sua
Mãe, viver num esquema familiar reconstitutivo do que seria natural.
Posto este rápido esquisso, resta-me pedir-lhe, Senhor Deputado,
que nesta questão não se pode abster, com um “nim” politicamente correcto mas
profundamente iníquo e atentório do “ superior interesse das crianças”. Além
disso, a questão não é um “ fait-divers”. Não! Trata-se de uma questão
civilizacional. De uma questão profundamente grave do ponto de vista
antropológico e ao arrepio da estrutura funcional das civilizações.
Da sua posição, Senhor Deputado, como eleitor e estando
atento ao seu comportamento, saberei tirar as devidas conclusões!
Permita-me que lhe sugira, como cidadão democrata, que ouse
tomar medidas reais e efectivas de apoio
às famílias e à natalidade que nos retirem da miséria em que ,todos os dias,
vamos caindo e , também desta catástrofe demográfica a que os políticos não souberam e não quiseram
dar resposta!
Permita-me que lhe faça um desabafo: represente o povo
eleitor e represente-se menos!
Certo de que chegou ao fim desta minha Carta Aberta ou de que
algum assessor lhe tenha feito um resumo fiel, aceite os meus melhores
cumprimentos
Carlos Aguiar Gomes, cidadão atento, mas não venerador.
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