segunda-feira, 27 de maio de 2013

Ao arrepio da Lei Natural


Carta Aberta a um Deputado Abstencionista

 

Ao arrepio da Lei Natural

 

A lei natural, funcionamento ecológico da natureza, da estrutura funcional da origem do Homem, garantem-nos que para aparecer um novo ser humano, obrigatoriamente terão de entrar em acção, sem margem de manobra, e à margem de vontades ou tendências, um espermatozoide e um óvulo. Ou seja: uma Mulher terá de entrar em cena com o contributo de um gâmeta feminino, e um Homem terá de contribuir com um gâmeta masculino, um espermatozóide. Não há fuga a esta lei da Biologia. A espécie humana é gonocórica e isso não é um dado cultural ou um constructo de uma sociedade machista.

 Ao “ fornecedor” de um espermatozóide chamamos PAI e ao outro “ fornecedor”, o do óvulo, chamamos MÃE.

Sem contrariar a Natureza, sem violentar o funcionamento da espécie humana, não podemos modificar o significado das palavras.

 Um Pai é um indivíduo da espécie Homo sapiens masculino, com uma morfologia definida e uma fisiologia própria (tem testículos num escroto , próstata e um pénis e produz uma hormona chamada testosterona que lhe dá mais ou menos pêlos na cara, por exemplo).

Uma Mãe é um indivíduo da espécie Homo sapiens, com uma morfologia definida e uma fisiologia própria (tem vagina, útero, trompas de Falópio, ovários e produz hormonas como os estrogénios, por exemplo, tem mamas mais ou menos desenvolvidas com as respectivas glândulas mamárias que se activam, normalmente, para amamentar os filhos).

Pai e Mãe, acima esboçados, cumprem, pois funções biológicas que se não confundem nem sobrepõem!

Portanto, trocar funções não só é impossível como, se se tentar fazê-lo, é perfeito obscurantismo nunca visto.

Mas o ser humano não é só Biologia, Morfologia e Fisiologia. Seria muito redutor entender e compreender ou abordar o Homo sapiens somente nestas dimensões. O Homo sapiens é também afectos e amor. Tem direitos e terá, na maturidades deveres.

O primeiro direito de cada novo ser vivo, é o direito a viver e a viver sabendo a verdade da sua origem: que tem uma Mãe e como se chama aquela que contribuiu para a sua formação e que para esta formação tem um Pai que tem nome .Ambos são os únicos responsáveis pelo seu património genético que os ligam de forma definitiva ao novo humano e este ao passado vastíssimo da sua história pessoal. Depois, cada novo ser humano, tem o direito aos afectos e amor de quem está na sua origem: um Homem (Pai) e uma Mulher (Mãe).

Quando, por várias razões, um ou outro dos  seus progenitores, o Pai e a Mãe, não podem ou não querem ou não sabem responder às expectativas do filho, este tem o direito a crescer no amor de adultos que ,com todas as dificuldades, fazem de Pai e de Mãe, que simulem com a máxima verdade, o que ele tinha direito naturalmente: ser educado por uma Mãe (Mulher) e por um Pai (Homem), que não o sendo, fazem todo o seu melhor para dar à criança ao que ela tem direito , desenvolver-se nesta diferença real entre ser Homem e ser Mulher , não como donos de um objecto a que se arrogam o direito de posse, mas como tutores de um ser humano  cujo interesse superior  está centrado nele, para o fazer desenvolver com Pessoa Humana.

A co-adopção não pode, pois , contrariar o funcionamento da natureza humana, sem lesar o direito fundamental de cada um a ser amado no respeito pela ecologia humana e sua estrutura biológica . Cada criança tem o direito a, na impossibilidade de ter por perto do seu coração o seu Pai e a sua Mãe, viver num esquema familiar reconstitutivo do que seria natural.

Posto este rápido esquisso, resta-me pedir-lhe, Senhor Deputado, que nesta questão não se pode abster, com um “nim” politicamente correcto mas profundamente iníquo e atentório do “ superior interesse das crianças”. Além disso, a questão não é um “ fait-divers”. Não! Trata-se de uma questão civilizacional. De uma questão profundamente grave do ponto de vista antropológico e ao arrepio da estrutura funcional das civilizações.

Da sua posição, Senhor Deputado, como eleitor e estando atento ao seu comportamento, saberei tirar as devidas conclusões!

Permita-me que lhe sugira, como cidadão democrata, que ouse tomar medidas reais e efectivas  de apoio às famílias e à natalidade que nos retirem da miséria em que ,todos os dias, vamos caindo e , também desta catástrofe demográfica   a que os políticos não souberam e não quiseram dar resposta!

Permita-me que lhe faça um desabafo: represente o povo eleitor e represente-se menos!

Certo de que chegou ao fim desta minha Carta Aberta ou de que algum assessor lhe tenha feito um resumo fiel, aceite os meus melhores cumprimentos

 

Carlos Aguiar Gomes, cidadão atento, mas não venerador.

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