sábado, 4 de maio de 2013

A Dignidade no Trabalho- Dia 1 de Maio


A Dignidade no Trabalho

Num dos momentos em que Jesus volta à sua terra, a Nazaré, e fala na Sinagoga, é sublinhado o espanto dos seus conterrâneos pela sua sabedoria, e a pergunta que eles se põem: «Não é este o filho do carpinteiro?» (Mt 13, 55). Jesus entra na nossa história, vem para o nosso meio, nascendo de Maria por obra de Deus, mas com a presença de José, o pai legal que o protege e lhe ensina também o seu ofício. Jesus nasce e vive numa família, na Sagrada Família, aprendendo com São José o ofício de carpinteiro, na oficina de Nazaré, partilhando com ele o esforço, a fadiga, a satisfação e também as dificuldades de cada dia.

Isto nos adverte para a dignidade e a importância do trabalho. O livro do Génesis narra que Deus criou o homem e a mulher confiando-lhes a tarefa de encher a terra e submetê-la, o que não quer dizer explorá-la, mas cultivá-la e guardá-la, cuidar dela com o seu próprio trabalhos (cf. Gn 1, 28; 2, 15). O trabalho faz

 
 
 
parte do plano de amor de Deus; nós somos chamados a cultivar e guardar todos os bens da criação e deste modo participamos na obra da criação! O trabalho é um elemento fundamental para a dignidade de alguém. O trabalho, para usar uma imagem, “unge-nos” de dignidade, enche-nos de dignidade; torna-nos semelhantes a Deus, que trabalhou e trabalha, atua incessantemente (cf. Jo 5, 17); dá a capacidade de se sustentar a si próprios, à família, de contribuir para o crescimento da sua Nação. E aqui penso nas dificuldades que, em vários países, encontram hoje o mundo do trabalho e empresarial; penso em quantos, e não apenas jovens, estão desempregados, muitas vezes devido a uma conceção economicista da sociedade, que procura o lucro egoísta, fora dos parâmetros da justiça social.

Desejo endereçar a todos o convite à solidariedade, e aos Responsáveis da coisa pública  encorajamento para fazerem todos os esforços para darem novo impulso ao emprego; isso significa preocupar-se com a dignidade da pessoa; mas sobretudo quero dizer-lhes que não percam a esperança; também São José teve momentos difíceis, mas jamais perdeu a confiança e foi capaz de os superar, com a certeza de que Deus não nos abandona. E, depois, gostaria de me dirigir em especial a vós, rapazes e raparigas, a vós jovens: empenhai-vos no vosso dever de cada dia, no estudo, no trabalho, nas relações de amizade, na ajuda de uns aos outros. O vosso futuro depende também de como sabeis viver estes preciosos anos da vida. Não tenhais medo do empenhamento, do sacrifício, e não olheis com medo para o futuro; mantende viva a esperança: há sempre uma luz no horizonte! […]

Um segundo pensamento: no silêncio do agir de cada dia, São José, juntamente com Maria, tem um único centro comum de atenção: Jesus. Eles acompanham e guardam, com empenhamento e ternura, o crescimento do Filho de Deus, feito homem por nós, refletindo sobre tudo o que acontecia. … Para ouvir o Senhor, é preciso aprender a contemplá-lo, a perceber a Sua presença constante na nossa vida; importa deter-se a dialogar com Ele, dar-lhe espaço na oração. Cada um de nós ... deveria interrogar-se: que

espaço dou eu ao Senhor? Detenho-me a dialogar com Ele?

                                                                               PAPA FRANCISCO,  Aud. Geral, 1/05/2013

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